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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

I PROCESSO TC 01865/07

Administração Direta Municipal- Município de SERTÃOZINHO

- Prestação de Contas do Prefeito, Senhor ANTÔNIO RIBEIRO
FILHO, relativa ao exercício financeiro de 2006 - Existência de
falhas que não macularam as presentes contas - PARECER
FAVORÁ VEL, neste considerando o ATENDIMENTO INTEGRAL
às exigências da LRF, com as ressalvas do art. 124, parágrafo
único do Regimento Interno deste Tribunal.

PARECER PPL TC A/)-12.008

Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO TC-01865107; e
CONSIDERANDO os fatos narrados no Relatório;
CONSIDERANDO o mais que dos autos consta;
Os MEMBROS do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA (TCE-Pb), à
unanimidade dos votos, de acordo com a Proposta de Decisão do Relator, na Sessão
realizada nesta data, decidiram:

1. EMITIR PARECER FAVORÁVEL à aprovação das contas prestadas pelo

Prefeito Municipal de SERTÃOZINHO, Senhor ANTÔNIO RIBEIRO FILHO,
relativas ao exercicio de 2006, neste considerado o ATENDIMENTO
INTEGRAL às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 10112000),
com as ressalvas do artigo 124, parágrafo único do Regimento Interno deste
Tribunal;
2. RECOMENDAR à edilidade, no sentido de que não mais repita as falhas
verificadas nos presentes autos, especialmente aquelas referentes à
sistemática de contabilização das transferências para o IPMS e à cobrança
indevida de contribuição previdenciária dos profissionais do Magistério, nos
termos apontados pela Auditoria.

Conselheir J sé Marques Mariz

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I PROCESSO TC 01865/07 !Pág.1I3! I

Administração Direta Municipal- Municipio de SERTÃOZINHO
- Prestação de Contas do Prefeito, Senhor ANTONIO RIBEIRO
FILHO, relativa ao exercício financeiro de 2006 - Existência de
falhas que não macularam as presentes contas - PARECER
FAVORÃ VEL, neste considerando o ATENDIMENTO INTEGRAL
às exigências da LRF, com as ressalvas do art. 124, parágrafo
único do Regimento Interno deste Tribunal.

RELATÓRIO E PROPOSTA DE DECISÃO

o Senhor ANTÔNIO RIBEIRO FILHO, Prefeito do Município de SERTÃOZINHO, no

exercício de 2006, apresentou, no prazo legal, a PRESTAÇÃO DE CONTAS, sobre a qual a
DIAFIIDEAGM IIIDIAGM II emitiu Relatório, com as observações principais, a seguir,
sumariadas:
1. A Lei Orçamentária nO130, de 08 de novembro de 2005, estimou a receita e fixou
a despesa em R$ 4.259.292,00;
2. Os Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial foram corretamente
elaborados, tendo este último apresentado superavit financeiro, no valor de
R$ 743.188,46;
3. Escrituração correta da dívida, que importou, em R$ 431.006,62, correspondendo
a 14,29% da receita orçamentária total arrecadada, dividindo-se nas proporções
de 2,71% e 97,29% entre Dívida Flutuante e Dívida Fundada, respectivamente.
Quando confrontada com a dívida do exercício anterior, apresenta um decréscimo
de 11,67%;
4. Os gastos com obras e serviços de engenharia, no exercício, totalizaram
R$ 244.241,25, correspondendo a 5,73% da Despesa Orçamentária Total;
5. Os recursos oriundos de convênios, escriturados no exercício, totalizaram
R$ 664.796,19, sendo R$ 652.796,19 de recursos federais e R$ 12.000,00 de
recursos estaduais;
6. A remuneração recebida pelo Prefeito foi de R$ 48.000,00, e pelo Vice-Prefeito foi
de R$ 24.000,00, estando dentro dos parâmetros legalmente estabelecidos;
7. As despesas condicionadas comportaram-se da seguinte forma:
7.1. Com ações e serviços públicos de saúde importaram em 17,61 % da receita
de impostos e transferências (mínimo: 15,00%);
7.2. Em MDE, representando 32,90% das receitas de impostos e transferências
(mínimo: 25%);
7.3. Com Pessoal do Poder Executivo, representando 41,43% da RCL (limite
máximo: 54%);
7.4. Com Pessoal do Município, representando 45,19% da RCL (limite máximo:
60%);
7.5. Aplicações de 63,48% dos recursos do FUNDEF na Remuneração e
Valorização do Magistério (mínimo: 60%).
8. Não há registro de denúncias sobre irregularidades ocorridas no exercício de
2006;
9. No tocante à gestão fiscal, registrou-se o ATENDIMENTO INTEGRAL ÀS
EXIGÊNCIAS DA LRF.
10. Quanto às demais disposições constitucionais e legais, inclusive os itens do
Parecer Normativo TC 52/04, constataram-se as seguintes irregularidades:
10.1. despesas não licitadas com aquisição gêneros alimentícios,
medicamentos, refeições e geral, peças o otivas e outras, no valor de
R$ 75.660,85, em descumpri ento do i .10 do Parecer Normativo PN
TC 52/04 (fls. 734/735 e 7 7);
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10.2. despesas que superaram o valor licitado, no montante de R$ 31.069,77

(fls. 736/737 e 747);
10.3. incompatibilidade não justificada entre os demonstrativos;
10.4. não recolhimento das contribuições previdenciárias aos órgãos
competentes, no montante de R$ 29.242,26;
10.5. pagamento a menor do décimo terceiro salário, no montante de R$ 6.019,57
(fls. 739/743 e 755/756);
10.6. descumprimento da Lei de Licitações e Contratos nas doações com
encargos de terrenos municipais.
Instaurado o contraditório, o interessado apresentou a defesa às fls. 765/1351, tendo
concluído a Unidade Técnica de Instrução por:
I - Sanar as irregularidades referentes a incompatibilidade entre demonstrativos
contábeis; não recolhimento de contribuições previdenciárias, no valor de R$ 29.242,26; e
descumprimento da Lei de Licitações e Contratos nas doações com encargos de terrenos
municipais;
11 - Manter as irregularidades relativas a: não realização de licitação, alterando-se o
valor para R$ 45.672,80, no que se refere à despesa não licitada; e R$ 22.746,40, no que se
refere a extrapolação de limite de licitação; pagamento a menor do décimo terceiro salário,
alterando-se o valor para R$ 2.264,65 (fls. 1360);
111 - Sugerir, ainda, a correção dos procedimentos contábeis descritos no item 3, fls.
1357/135, bem como a restituição do valor de R$ 1.100,00, cobrados indevidamente dos
servidores do Magistério.
O Ministério Público especial junto ao Tribunal de Contas, através da ilustre
Procuradora Ana Terêsa Nóbrega, pugnou, após considerações, no sentido de que
seja:
1. Emissão de PARECER FAVORÁVEL à aprovação das contas da Prefeitura
Municipal de Sertãozinho, exercício 2006;
2. ATENDIMENTO INTEGRAL às disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal;
3. RECOMENDAÇÃO ao Chefe do Executivo Municipal, no sentido de evitar toda e
qualquer ação administrativa que venham macular as contas de gestão.
Dispensadas as comunicações de estilo.
É o Relatório.

PROPOSTA DE DECtSÃO

Acerca das restrições apontadas pela Auditoria, após o contraditório, carecem ser
ponderados os seguintes aspectos:
1. As despesas apontadas como não licitadas pela Auditoria, no montante restante de
R$ 45.672,80, referem-se à aquisição de produtos hortifrutigrangeiros, material
esportivo, botijões de gás, peças automotivas e materiais diversos (fls. 1356),
realizadas no correr do exercício, as quais consideradas de per si não requisitavam
a utilização de procedimento licitatório, além do mais, os seus valores totais beiram
o limite de dispensa do procedim nto licitatório respe' (R$ 8.000,00). Assim, tal \\ \ (\
falha merece ser desconsiderada, osto que de . a r resentatividade para efeito '~\ .t~

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de emissão de parecer, somando-se ao fato de que não há dúvidas acerca da
efetiva realização das despesas nem se evidenciou prejuízo ao Erário;
2. Quanto ás despesas com a restrição de que extrapolaram os valores licitados, no
total de R$ 22.746,40, parte delas, no montante de R$ 8.640,00, diz respeito a
fornecimento de leite in natura, portanto, dispensável o procedimento licitatório
para tanto (inciso XII, art. 24 da Lei 8.666/93) e o restante, R$ 14.106,40,
correspondeu a despesas com contrato prévio e outra reunindo várias compras de
pequena monta, todas duas com valores aquém do limite exigido para licitar. Desta
forma, tal como no item anterior, tais motivos permitem concluir que não se há da
restrição ser levada em conta para emissão de parecer;
3. No que respeita ao que se teve como pagamento a menor do décimo terceiro
salário, no montante de R$ 2.264,65, a defesa argumenta a existência de variação
de remuneração, o que parece ser procedente. Ainda que a falha persistisse, não
cabe ao Tribunal, no sentir do Relator, ser substituto processual dos servidores
alcançados pela situação, merecendo, quando muito, recomendação no sentido de
que a legislação trabalhista seja cumprida com todo rigor;
4. Referentemente ás sugestões da Auditoria, que dizem respeito aos ajustes da
sistemática contábil da Prefeitura, quando dos registros de transferências para o
Instituto de Previdência Municipal de Sertãozinho - IPMS1, bem como à restituição
do valor de R$ 1.100,00, cobrados indevidamente dos servidores do magistério, a
título de contribuição previdenciária sobre o abono do FUNDEF, cabe
recomendação ao Gestor, no sentido de que restaure a legalidade da situação,
atendendo às normas de contabilidade e de finanças públicas, de forma a não
comprometer a avaliação atuarial do Instituto.
Isto posto, propõe no sentido de que os integrantes deste egrégio Tribunal Pleno:
1. EMITAM PARECER FAVORÁVEL à aprovação das contas prestadas pelo Prefeito
Municipal de SERTÃOZINHO, Senhor ANTÔNIO RIBEIRO FILHO, relativas ao
exercício de 2006, neste considerado o ATENDIMENTO INTEGRAL às exigências
da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), com as ressalvas do artigo 124,
parágrafo único do Regimento Interno deste Tribunal;
2. RECOMENDEM à edilidade, no sentido de que não mais repita as falhas
verificadas nos presentes autos, especialmente aquelas referentes à sistemática
de contabilização das transferências para o IPMS e à cobrança indevida de
contribuição previdenciária dos profissionais do Magistério, nos termos apontados
pela Auditoria.
É a Proposta.

João Pessoa-P

Auditor Mar

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1 De acordo com a Auditoria (fls. 1358), as transferências para o IPMS são feitas pelo valor líquido, contrariando o artigo 6° da
Lei 4.320/64.

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