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TRIBUNAL DE CONTAS DO ~' f!APO


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Processo Te n° 02482/07

Prefeitura Municipal de Pedra Branca. Prestação


de Contas do Prefeito Municipal referente ao
exercício de 2006. Emissão de Parecer Favorável à
aprovação das contas. Recomendações.

o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, no uso de suas atribuições que lhe confere
a Constituição Estadual, em apreciação aos presentes autos do Processo TC n" 02482/07, que trata
da prestação de contas do Sr. Antônio Bastos Sobrinho, Prefeito Municipal de Pedra Branca,
exercício de 2006, e

CONSIDERANDO que a Auditoria, após análise do que contém os autos, constatou o


seguinte: a) A Prestação de Contas foi encaminhada a este Tribunal no prazo, instruída com todos
os documentos exigidos; b) O orçamento para o exercício, Lei Municipal n" 325, de 31 de outubro
de 2005, estimou a receita e fixou a despesa em R$ 3.779.847,00, autorizou, ainda, a abertura de
créditos adicionais suplementares até o limite de 50% da despesa fixada; c) Os créditos adicionais
suplementares foram abertos e utilizados dentro do limite autorizado e com fontes de recursos
suficientes para sua cobertura; d) A receita orçamentária arrecadada representou 133,84% de sua
previsão; e) A despesa empenhada correspondeu 132,03% de sua fixação; f) A dívida municipal
importou em R$ 3.845.066,68, havendo acréscimo de 12,11 % em relação ao exercício anterior; g)
Os gastos com obras e serviços de engenharia totalizaram R$ 409.782,22, correspondendo a 8,21%
da Despesa Orçamentária Total; h) As remunerações do Prefeito e do Vice-Prefeito não
apresentaram excesso; i) A aplicação em remuneração do magistério com recursos do FUNDEF
atingiu 60,51 %; j) Os percentuais aplicados em educação e em ações e serviços públicos de saúde
corresponderam, respectivamente, a 31,72% e 18,57% da receita de impostos, inclusive os
transferidos; k) Os gastos com pessoal do Poder Executivo representaram 45,49% da RCL; I) Os
recursos repassados ao Poder Legislativo atingiram 8% da receita tributária, inclusive
transferências, efetivamente realizada no exercício anterior; m) Foi realizada inspeção in loco no
município no período de 16 a 18 de abril do corrente ano; n) Não há registro de denúncias sobre
irregularidades ocorridas no exercício sob análise;

CONSIDERANDO que, após a análise de defesa pela Auditoria, remanesceram as


seguintes irregularidades: a) Não atendimento às disposições da LRF quanto à comprovação da
publicação dos REO e dos RGF em órgão oficial de imprensa; b) Divergência nas informações do
Anexo XI em relação aos decretos de abertura de créditos adicionais apresentados pelo gestor nos
balancetes mensais; c) Omissão de dívida num montante de R$ 183.760,71, no Demonstrativo da
Dívida Consolidada, relativa a parcelamento de débito do FGTS junto à Caixa Econômica Federal;
d) Despesas não Licitadas num montante de R$ 99.108,24, correspondendo a 6,14% da despesa
licitável e 1,99% da despesa total; e) Diferença apurada na conciliação bancária do FUNDEF no
valor de R$ 777,35; f) Inexistência de controles mensais individualizados de veículos e máquinas
conforme Resolução Normativa n005/05; g) Não repasse ao INSS de contribuições previdenciárias

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02482/07

CONSIDERANDO que, conforme proposta de decisão de relator: a) As falhas no que


tange aos decretos de abertura de créditos adicionais são pontuais e sem maiores repercussões e as
fontes de recursos superam em R$ 145.981,66 o montante dos créditos utilizados; b) O
encaminhamento de dois ofícios à Caixa Econômica solicitando informações sobre a dívida junto
ao FGTS demonstra o interesse do gestor em sanar a irregularidade; c) Quanto às despesas não
licitadas, a alteração contratual ocorreu dentro do limite previsto na Lei de Licitações, art. 65, não
tendo a Auditoria apontado indícios de dano ao erário; no que tange aos serviços de contabilidade,
a falha pode ser relevada por ser questão polêmica, restando pendente o valor de R$ 15.790,00,
referente à aquisição de material gráfico, insuficiente para comprometer a lisura das contas; d) A
transferência de R$ 777,35 ficou comprovada, fls. 1382/1383, não havendo maiores indícios que
justifiquem questionar os argumentos da defesa; e) A autorização de débito das contribuições
diretamente na conta do FPM pelo INSS afasta da competência deste Tribunal o questionamento
dos cálculos do montante devido, pois indica a disposição do gestor em contribuir de forma
automática, submetendo-se aos cálculos do órgão arrecadador;

CONSIDERANDO que as irregularidades remanescentes não se mostram suficientes para


macular as contas, inexistindo indícios de má-fé, dolo ou dano ao erário;

CONSIDERANDO o relatório da Auditoria, o parecer do representante do Ministério


Público, a proposta de decisão do Auditor Relator e o mais que dos autos consta,

DECIDE, por deliberação unânime de seus membros, em sessão plenária hoje realizada:
1. Emitir PARECER FA voax VEL à aprovação das contas do Prefeito Municipal de Pedra
Branca, Sr. Antônio Bastos Sobrinho, relativas ao exercício de 2006, encaminhando-o à
consideração da Egrégia Câmara de Vereadores do Município, com a ressalva do Parágrafo
Único do art. 124 do Regimento Interno deste Tribunal;
2. Recomendar a adoção de medidas administrativas e gerenciais com vistas à efetiva publicação
dos REO e RGF e à realização de controle sobre a utilização de peças, pneus e acessórios, e
sobre serviços mecânicos efetuados nos veículos, para cumprimento do que determina a RN- TC
05/05.

Presente ao j amento o Exm". Sr. Procurador Geral em Exercício.


Publique-se
TC - Plenário
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.~~N;~q'\JOMINANDO DINIZ FILHO
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02482/07

o Processo TC n" 02482/07 trata da Prestação de Contas do Prefeito Municipal de Pedra


Branca, Sr. Antônio Bastos Sobrinho, relativa ao exercício de 2006.
O relatório elaborado pela Auditoria deste Tribunal, com base na documentação que
compõe os autos, destaca o seguinte:
a) A Prestação de Contas foi encaminhada a este Tribunal no prazo, instruída com todos os
documentos exigidos;
b) O orçamento para o exercício, Lei Municipal n° 325, de 31 de outubro de 2005, estimou a
receita e fixou a despesa em R$ 3.779.847,00, autorizou, ainda, a abertura de créditos
adicionais suplementares até o limite de 50% da despesa fixada;
c) Os créditos adicionais suplementares foram abertos e utilizados dentro do limite autorizado e
com fontes de recursos suficientes para sua cobertura;
d) A receita orçamentária arrecadada representou 133,84% de sua previsão;
e) A despesa empenhada correspondeu 132,03% de sua fixação;
f) A dívida municipal importou em R$ 3.845.066,68, havendo acréscimo de 12,11% em relação
ao exercício anterior;
g) Os gastos com obras e serviços de engenharia totalizaram R$ 409.782,22, correspondendo a
8,21 % da Despesa Orçamentária Total;
h) As remunerações do Prefeito e do Vice-Prefeito não apresentaram excesso;
i) A aplicação em remuneração do magistério com recursos do FUNDEF atingiu 60,51 %;
j) Os percentuais aplicados em educação e em ações e serviços públicos de saúde
corresponderam, respectivamente, a 31,72% e 18,57% da receita de impostos;
k) Os gastos com pessoal do Poder Executivo representaram 45,49% da RCL;
I) Os recursos repassados ao Poder Legislativo atingiram 8% da receita tributária, inclusive
transferências, efetivamente realizada no exercício anterior;
m) Foi realizada inspeção in loco no município no período de 16 a 18 de abril do corrente ano;
n) Não há registro de denúncias sobre irregularidades ocorridas no exercício sob análise.

Além disso, a Auditoria apontou as seguintes irregularidades:


a) Não atendimento às disposições da LRF quanto à comprovação da publicação dos REO e dos
RGF em órgão oficial de imprensa;
b) Divergência nas informações do Anexo XI em relação aos decretos de abertura de créditos
adicionais apresentados pelo gestor nos balancetes mensais;
c) Omissão de dívida num montante de R$ 183.760,71, no Demonstrativo da Dívida
Consolidada, relativa a parcelamento de débito do FGTS junto à Caixa Econômica Federal;
d) Despesas não Licitadas num montante de R$ 99.108,24, correspondendo a 6,14% da despesa
licitável e 1,99% da despesa total;
e) Diferença apurada na conciliação bancária do FUNDEF no valor de R$ 620,08;
f) Inexistência de controles mensais individualizados de veículos e máquinas;
g) Não repasse ao INSS de contribuições previdenciárias devidas no valor de R$ 132.481,90.

O Prefeito foi notificado e apresentou defesa.


~.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02482/07

Em sua análise de defesa, a Auditoria apresentou as seguintes conclusões:


a) No que tange à publicação dos REO e RGF, foram apresentadas cópias com cabeçalhos onde
se lê "Jornal Oficial 'O Mensário''', acompanhadas de atestados, assinados pelo Prefeito, de
que os relatórios foram publicados na Prefeitura, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais e na
Câmara Municipal; no entanto, tais documentos não comprovam a efetiva publicação em
órgão oficial de imprensa e dentro do prazo exigido;
b) Persiste uma diferença de R$ 2.000,00 entre o valor das anulações de dotações constante no
Anexo XI e os decretos apresentados; os Decretos n." 06/2006 e 07/2006, fls. 1248/1249, no
valor de R$ 52.300,00 e 2.000,00, não indicam as fontes de recursos; não foi prestado
esclarecimento quanto à diferença de R$ 4.000,00 cujo decreto não foi apresentado, fls. 1385;
c) Foram apresentados dois ofícios encaminhados à Caixa Econômica Federal solicitando
informações relativas à dívida da Prefeitura, entretanto, ainda que o gestor não tenha obtido a
documentação, a dívida relativa ao FGTS deveria ter sido contabilizada, mediante apuração
das parcelas vincendas em 31/12/2006;
d) Quanto às despesas não licitadas, a defesa apresentou um segundo aditivo ao Contrato n."
030/2004, firmado com a Construtora e Agro Industrial Grotões Ltda. referente à construção
de uma quadra poli esportiva, entretanto, não ficou demonstrado o atendimento às disposições
legais quanto à permanência das condições iniciais de habilitação e preços vantajosos, além de
justificativa por escrito e prévia autorização pela autoridade competente para celebrar o
contrato, permanecendo a irregularidade;
e) Ficaram esclarecidos o crédito de R$ 244,85 e o débito de R$ 87,58 na conta do FUNDEF;
entretanto, o débito de R$ 777,35 permanece não esclarecido, por não ter a defesa apresentado
a documentação necessária para comprovar que o valor transferido para a conta bancária
16.450-X corresponde, de fato, a contribuições ao INSS relativas ao FUNDEF;
1) Por não ter sido comprovada pela defesa a realização do controle sobre a utilização de peças,
pneus e acessórios, e sobre serviços mecânicos efetuados nos veículos, conforme determina a
RN- TC 05/05, permanece a irregularidade;
g) No que tange ao INSS, os débitos automáticos na conta do FPM não impedem e não eximem a
administração de efetuar os recolhimentos de sua responsabilidade.

O Ministério Público, após análise das irregularidades remanescentes, pugnou, em


conclusão, para que este Tribunal:
a) Declare o atendimento parcial dos requisitos de gestão fiscal responsável, previstos na LRF,
em vista da não comprovação da publicação dos REü e RGF;
b) Emita parecer sugerindo à Câmara Municipal de Pedra Branca a aprovação das contas de
gestão geral relativas ao exercício de 2006;
c) Julgue regulares com ressalvas as despesas realizadas à margem da lei de licitações, sem
imputação de débito;
d) Julgue regulares as demais despesas ordenadas;
e) Represente à Receita Federal os fatos relacionados às contribuições previdenciárias para as
providências a seu cargo;
1) Recomende diligências no sentido de prevenir a repetição das falhas acusadas no exercício de
2006. '
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02482/07

É o relatório, informando que o interessado e seu advogado foram notificados da inclusão


do processo na pauta desta sessão.

Sobre as irregularidades remanescentes, tenho a comentar:


a) A declaração do próprio interessado não é suficiente para fazer prova da publicação dos REO e
RGF, e os documentos apresentados como sendo jornal oficial sugerem simples montagem
digital dos relatórios com cabeçalhos, pois não há outras publicações nem formatação padrão
que indiquem sua autenticidade; a repetição deste tipo de problema aponta a necessidade deste
Tribunal estudar a regulamentação da publicação destes relatórios, talvez através de meios
eletrônicos;
b) As falhas no que tange aos decretos de abertura de créditos adicionais são pontuais e sem
maiores repercussões e, conforme quadro demonstrativo de fls. 1215, item 2.3.1, as fontes de
recursos superam em R$ 145.981,66 o montante dos créditos utilizados;
c) O encaminhamento de dois oficios à Caixa Econômica solicitando informações sobre a dívida
junto ao FGTS demonstra o interesse do gestor em sanar a irregularidade;
d) Quanto às despesas não licitadas, a alteração contratual ocorreu dentro do limite previsto na Lei
de Licitações, art. 65, não tendo a Auditoria apontado indícios de dano ao erário; no que tange
aos serviços de contabilidade, a falha pode ser relevada por ser questão polêmica, restando
pendente o valor de R$ 15.790,00, referente à aquisição de material gráfico, insuficiente para
comprometer a lisura das contas;
e) No que se refere à diferença de saldo do FUNDEF, a transferência no valor de R$ 777,35,
questionada pela Auditoria, ficou comprovada, fls. 1382/1383, não havendo maiores indícios
que justifiquem questionar os argumentos da defesa;
f) Deve ser recomendada a realização do controle sobre a utilização de peças, pneus e acessórios,
e sobre serviços mecânicos efetuados nos veículos, para cumprimento do que determina a RN-
TC 05105;
g) A autorização de débito das contribuições diretamente na conta do FPM pelo INSS afasta da
competência deste Tribunal o questionamento dos cálculos do montante devido, pois indica a
disposição do gestor em contribuir de forma automática, submetendo-se aos cálculos do órgão
arrecadador.
Em conclusão, as irregularidades remanescentes não comprometem a lisura das contas,
motivo pelo qual proponho que este Tribunal:

1. Emita PARECER FAVORÁVEL à aprovação das contas do Prefeito Municipal de Pedra


Branca, Sr. Antônio Bastos Sobrinho, relativas ao exercício de 2006, encaminhando-o à
consideração da Egrégia Câmara de Vereadores do Município, com a ressalva do Parágrafo
Único do art. 124 do Regimento Interno deste Tribunal; ~
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02482/07

2. Recomende a adoção de medidas administrativas e gerenciais com vistas à efetiva publicação


dos REü e RGF e à realização de controle sobre a utilização de peças, pneus e acessórios, e
sobre serviços mecânicos efetuados nos veículos, para cumprimento do que determina a RN- Te
05/05.

É a proposta, em 15 de outubro de 2008.

AUDITOR OSCAR ~NTIA:O MELO


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