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ACÓRDÃO APL TC
Segundo constatado nos propnos Ofícios, em vanos meses a contratada prestou contas à
FUNESC com atraso, fls. 374/385, infringindo a data de pagamento prevista na cláusula terceira do
contrato (fls. 369), bem como não efetuando pagamento de multa contratual fixada naquela mesma
cláusula. Apenas como exemplo, no mês de dezembro de 2004 (fls. 385), foi efetivado o pagamento à
Fundação em 01 de abril de 2005, com três meses de atraso. Como a Auditoria não apontou,
numericamente, prejuízo ao erário, não há como imputar débito ao responsável, merecendo
recomendação e prazo para regularização.
Apesar de a Fundação ser uma unidade autônoma, o Ente depende, financeiramente, além das
doações e arrecadação própria, principalmente dos recursos oriundos da Secretaria de Educação do
Estado. Ou seja, dos recursos repassados pelo Estado. No presente caso, conforme relatório do SIAF às
fls. 597/605 todos as despesas inscritas em restos a pagar relativas ao exercício de 2004 foram quitadas
posteriormente. Além disso, a disponibilidade financeira da FUNESC ao final do exercício, no valor de
R$ 194.369,05 era suficiente para saldar os compromissos assumidos cujos pagamentos dependiam das
fontes disponibilizadas diretamente pela Fundação.
Aplica-se à fundação de direito público todas as normas, direitos e restrições pertinentes às
autarquias. Logo, a criação de cargos de qualquer natureza, depende de lei em sentido formal, cuja
iniciativa legislativa, em se tratando de cargos atinentes ao Poder executivo, é do Chefe desse Poder,
porém, no caso, a irregularidade relativa à criação de cargos através de Decreto do Executivo e outras
normas juridicamente inferior não se deu no exercício sob análise. Não há informações nos autos sequer,
se houve preenchimento dos cargos em 2004. Cabem, entretanto, recomendações a atual direção da
FUNESC para que se adotem medidas com vistas a regularizar a situação funcional da Fundação.
Não há também comprovação nos autos, que os atrasos de pagamentos de contas que geraram
multas e outros encargos se deram em virtude de inércia do gestor, não podendo lhe ser atribuída a
imputação de débito. Por outro lado, observa-se que algumas das contas venceram em exercícios
anteriores, não podendo a irregularidade ser atribuída ao gestor do exercício. Deve o gestor adotar
providências no sentido de observar um maior controle dos gastos, visando a não atrasar os
compromissos assumidos.
Com relação ao controle dos bens do almoxarifado, a própria Auditoria reconhece que foram
adotadas medidas saneadoras visando ao um melhor controle patrimonial pela FUNESC, corrigindo a
irregularidade inicialmente apontada.
Publique-se e cumpra-se.
TC - Plenário Min. João Agripin de 2008.
CONSELHEIR
CONSELHEII<áfi~W~:1]Iê>FJERNANDES
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/A;i~TE~SA NÓBREGA (J
Procuradora Geral
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te N° 01771/05
RELATÓRIO
Cons
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te N° 01771/05
VOTO
A Auditoria questiona uma dispensa de licitação cujo processo já foi considerado regular com
ressalvas pelo Tribunal, inclusive, tendo o interessado recolhido a multa aplicada. Quanto à dispensa de
licitação 00112004, para aquisição de passagens aéreas, visando à participação no X FENAR T, o
processo foi considerado irregular por este Tribunal através do Acórdão AC2 - TC - 1.072/05.
Apesar de a Fundação ser uma unidade autônoma, o ente depende, financeiramente, além das
doações e arrecadação própria, principalmente dos recursos oriundos da Secretaria de Educação do
Estado, ou seja, dos recursos repassados pelo Estado. No presente caso, conforme relatório do SIAF às
fls. 597/605 todos as despesas inscritas em restos a pagar relativas ao exercício de 2004 foram quitadas
posteriormente. Além disso, a disponibilidade financeira da FUNESC ao final do exercício, no valor de
R$ 194.369,05 era suficiente para saldar os compromissos assumidos cujos pagamentos dependiam das
fontes disponibilizadas diretamente pela Fundação.
Aplicam-se à fundação de direito público todas as normas, direitos e restrições pertinentes às
autarquias. Logo, a criação de cargos de qualquer natureza, depende de lei em sentido formal, cuja
iniciativa legislativa, em se tratando de cargos atinentes ao Poder executivo, é do Chefe desse Poder,
porém, no caso, a irregularidade relativa à criação de cargos através de Decreto do Executivo e outras
normas juridicamente inferiores não se deu no exercício sob análise. Não há informações nos autos
sequer, se houve preenchimento dos cargos em 2004. Cabem, entretanto, recomendações à atual direção
da FUNESC para que se adotem medidas com vistas a regularizar a situação funcional da Fundação.
Não há também comprovação nos autos de que os atrasos de pagamentos de contas que geraram
multas e outros encargos se deram em virtude de inércia do gestor, não lhe podendo ser atribuída
imputação de débito. Por outro lado, observa-se que algumas das contas venceram-se em exercícios
anteriores, não podendo a irregularidade ser atribuída ao gestor do exercício. Deve o gestor adotar
providências no sentido de observar um maior controle dos gastos, visando a não atrasar os
compromissos assumidos.
Com relação ao controle dos bens do almoxarifado, a própria Auditoria reconhece que foram
adotadas medidas saneadoras visando a um melhor controle patrimonial pela FUNESC, corrigindo a
irregularidade inicialmente apontada.
No tocante à exploração de estacionamento, em O I de julho de 1999 a FUNESC celebrou
contrato de concessão remunerada de uso do seu estacionamento com a empresa JOSÉ ANDRÉA
MAGLIANO FILHO (ME), conforme documento acostado às fls. 369/373. O citado contrato foi
aditado em 02 de julho de 2001, com vigência de 02 (dois) anos, em concessão de área de 9.700 metros
quadrados e remuneração de 25% do faturamento bruto mensal à FUNESC, portanto, encontra-se
vencido desde julho de 2003 (fls. 373), com ausência de legalidade jurídico-normativa para sua
exploração.
Consta no parágrafo primeiro da cláusula terceira do contrato, previsão de prestação de contas
mensal, mediante apresentação dos comprovantes do faturamento mensal, através do sistema
informatizado de entrada e saída de veículos. No entanto, materialmente, o que se observa é a prestação
de contas mediante Ofício da contratada junto à Tesouraria da FUNESC, inclusive com diversas falhas
ou irregularidades, como ausência dos comprovantes do controle de entrada e saída de veículos,
impossibilitando a delimitação de uma realidade precisa quanto ao verdadeiro fluxo de veículos no
estacionamento da Fundação, e a conseqüente remuneração da FUNESC (25% do faturamento),
infringindo, por conseguinte, os princípios da moralidade, eficiência e transparência pública.
Alguns Ofícios não são datados (fls. 377, 379, 380 e 381), impossibilitando conhecimento da
realidade da data de pagamento por parte da contratada à FUNE~,(25% do faturamento bruto).
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te N° 01771/05
Segundo constatado nos propnos Oficios, em vanos meses a contratada prestou contas à
FUNESC com atraso, fls. 374/385, infringindo a data de pagamento prevista na cláusula terceira do
contrato (fls. 369), bem como não efetuando pagamento de multa contratual fixada naquela mesma
cláusula. Apenas como exemplo, no mês de dezembro de 2004 (fls. 385), foi efetivado o pagamento à
Fundação em 01 de abril de 2005, com três meses de atraso.
Dificil se torna dar pela ocorrência efetiva de prejuízo ao erário, visto que nem a própria
Auditoria quantificou nos autos esse pretenso prejuízo. Pelo mesmo motivo não há como proceder a
imputação de débito.
Diante do exposto, VOTO no sentido de que o Tribunal: a) julgue regular com ressalvas a
Prestação de Contas da Fundação Espaço Cultural da Paraíba - FUNESC, relativa ao exercício de 2004,
sob a responsabilidade do Senhor Temístocles Barbosa Cabral; b) aplique a essa autoridade ao mesmo
a multa de R$2.805,1O, nos termos do que dispõem os incisos I e 11do art. 56 da LOTCE; c) assine-lhe
ao mesmo o prazo de 60 (sessenta) dias para efetuar o recolhimento da multa, ao Tesouro Estadual, à
conta do Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, cabendo ação a ser impetrada
pela Procuradoria Geral do Estado, em caso do não recolhimento voluntário, devendo-se dar a
intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da
Constituição Estadual; d) fixe o prazo de 90 (noventa) dias ao atual gestor para que promova a
regularização, na forma legal, do contrato de concessão remunerada de uso do estacionamento da
Espaço Cultural, bem como para a adoção de medidas visando regularizar o quadro funcional da
Fundação, comprovando as providências no prazo de 30 (trinta) dias a esta Corte sob pena de multa e
julgamento irregular das contas de exercícios futuros; e) recomende a S. Sa, providências visando a não
repetição das falhas apontadas pela Auditoria no presente processo, especialmente no que se refere a
insuficiência financeira para saldar compromissos de rto prazo e pagamento de multas e outros
encargos decorrentes do atraso na quitação de conta