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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO ~ ~
--pág. 01/03 -

PROCESSO TC-OS.324/06
Administração estadual Prestação de Contas
da Secretaria de Estado da Articulação
Governamental, exercício de 2005.
Regularidade com ressalvas, assinação de
prazo e recomendações.

RELATÓRIO
1. Cuidam os presentes autos da prestação de contas anual da Secretaria de Estado
da Articulação Governamental, relativa ao exercício de 2005, de responsabilidade
do ex-Secretário, Sr. Ronaldo José da Cunha Lima e do ex-Secretário Adjunto, Sr.
Edme Tavares de Albuquerque. Em relatório inicial (fls. 341/348), a Unidade
Técnica consignou o seguinte:
01.01. Quanto aos aspectos contábeis, financeiros e patrimoniais:
01.01.1. O orçamento (Lei Estadual nO 7.717/05) fixou despesa de R$
674.000,00, equivalentes a 0,001% da despesa total;
01.01.2. No decorrer do exercício, foram abertos créditos adicionais
suplementares de R$ 71.177,00;
01.01.3. A despesa realizada somou 698.616,32, equivalentes a 93,75%
da despesa autorizada. Não houve registro de Restos a Pagar.
01.01.4. A Secretaria realizou um tomada de preços e uma inexigibilidade
de licitação, mas não encaminhou os procedimentos à análise
deste Tribunal.
01.01.5. Dos 62 servidores lotados na Secretaria, 29 são servidores
comissionados, 08 são efetivos e os demais, cedidos. Há
ocupação de cargos não existentes em Lei e nomeações
excedendo o número de vagas.
01.02. A título de irregularidades, foram detectados os seguintes fatos:
01.02.1. Atraso na entrega da Prestação de Contas;
01.02.2. Ausência de procedimento licitatório para realização de despesas
com restaurante no montante de R$ 14.684,65;
01.02.3. Não foram enviadas a este Tribunal as licitações realizadas no
exercício;
01.02.4. Nomeações excendentes ao quantitativo de vaças'
01.02.5. Nomeação de servidores sem a previsão legal dos respectivos
carços',
02. Notificados, os gestores responsáveis apresentaram defesa, analisada pela
Auditoria às fls. 365/370, que concluiu subsistirem integralmente as
irregularidades, à exceção da ausência de licitação para despesas com
restaurantes.
03. Os autos não tramitaram perante o MPjTC.
--Continua à pág. 02/03 -

ISão apenas 09 cargos comissionados previstos em lei, mas, no exercício, haviam 29 nomeações a este titulo.
2Os cargos de Assessor Adjunto (SE 2), 03 assessores de Gabinete (SE 4), 11 assessores especiais (DAS I),
OI agente de atividades administrativas (DAS 2) e 2 assessores especiais (DAS 2)
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
--pág. 02/03 -

04. O processo foi incluído na pauta desta sessão, com as notificações de praxe.
VOTO DO RELATOR
Inicialmente convém tecer algumas considerações acerca da preliminar levantada
pelos defendentes, às fls. 356 e seguintes. Os defendentes afirmam que o relatório da
Auditoria deveria ater-se apenas aos atos de gestão e ordenação de despesa, não
havendo sentido em discutir atos de nomeação de pessoal, em face da Lei Complementar
nO 18/93 e também em razão de que as nomeações e exonerações não são feitas pelo
titular da pasta. Os defendentes pedem, em sede de preliminar, a exclusão das falhas
atinentes aos atos de pessoal do rol de irregularidades mencionado pela Auditoria.
Não há fundamento sólido na preliminar levantada. Ora, a competência do Tribunal
de Contas para apreciar atos de gestão de pessoal deriva da Constituição e não apenas
da Lei Orgânica desta Corte. Se é fato que apreciamos, para fins de registros os atos de
admissão de pessoal, desde que para cargos de provimento efetivo, o exame dos atos de
gestão de pessoal pelas Cortes de Contas também é realizado para aferir a legalidade da
despesa efetuada, uma vez que nomeações geram incremento de despesa, além de
constituir ato sujeito a diversas limitações de ordem constitucional e legal. Assim,
verificadas, em sede de prestação de contas, irregularidades na composição do quadro de
pessoal, especialmente no tocante à inexistência de cargos em lei ou ao preenchimento
de vagas superiores ao quantitativo legal, o Tribunal de Contas detém a competência para
apreciar a matéria e ordenar a adoção das providências corretivas. A preliminar não deve,
portanto, ser acatada.
No tocante às falhas verificadas, as irregularidades na gestão de pessoal, de acordo
com a própria defesa, foram corrigidas nos exercícios seguintes, através da edição dos
Decretos 27.160/06 e 27.972/07 e a promulgação da Lei 8.186/07. Entendo oportuno o
traslado de informações sobre a matéria para os autos das PCAs de 2006 e 2007, para
examinar a efetiva correção das inconformidades.
O atual titular da Secretaria deve ser instado a apresentar os dois certames
licitatórios realizados no exercício de 2005, para análise pela divisão de Auditoria
competente para tal.
Por tudo isso, o Relator vota pela:
1. Regularidade com ressalvas das contas prestadas;
2. Assinação de prazo de 30 dias para que o atual Secretário de Articulação
Governamental, para que este encaminhe ao Tribunal os procedimentos
licitatórios realizados no exercício de 2005.
3. Determinação à DIAFI no sentido de, em processo apartado, proceder ao
levantamento dos cargos de provimento em comissão existentes em cada
Secretaria de Estado, identificando eventuais impropriedades no
preenchimento à luz das Lei Estadual nO 8.186/07, tendo em vista a
competência privativa do Governador do Estado para provimento de tais
cargos;
4. Assinação de prazo de 30 (trinta) dias ao atual Secretário de Articulação
Governamental para que este comprove perante esta Corte de Contas o
restabelecimento da legalidade no tocante ao preenchimento de cargos
naquela Pasta;
5. Recomendação ao atual Titular da Pasta no sentido de que evite a repetição
das falhas supra indicadas;
--Conclui à pág. 03/03 -
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
--pág. 03/03 -

6. Encaminhamento de cópia da presente decisão aos autos da PCA da


Secretaria, referente aos exercícios de 2006 e 2007, para fins de análise das
irregularidades de gestão de pessoal.

DECISÃO DO TRIBUNAL
Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO
TC-05.324j06, ACORDAM os MEMBROSdo TRIBUNAL DE CONTASDO
ESTADO DA PARAÍBA (TCE-Pb), à unanimidade, na sessão realizada
nesta data, em:
1. Julgar regulares com ressalvas as contas prestadas;
2. Assinar prazo de 30 dias para que o atual Secretário de
Articulação Governamental encaminhe a este Tribunal os
procedimentos licitatórios realizados no exercício de 2005;
3. Determinar à DIAFI no sentido de, em processo apartado,
proceder ao levantamento dos cargos de provimento em
comissão existentes em cada Secretaria de Estado,
identificando eventuais impropriedades no preenchimento à
luz das Lei Estadual nO 8.186/07, tendo em vista a
competência privativa do Governador do Estado para
provimento de tais cargos;
4. Assinar o prazo de 30 (trinta) dias ao atual Secretário de
Articulação Governamental para que este comprove perante
esta Corte de Contas o restabelecimento da legalidade no
tocante ao preenchimento dos cargos naquela Pasta;
5. Recomendar ao atual Titular da Pasta no sentido de que
evite a repetição das falhas supra indicadas;
6. Encaminhar cópia da presente decisão aos autos da PCA da
Secretaria, referente aos exercícios de 2006 e 2007, para
fins de análise das irregularidades de gestão de pessoal.

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Ana Teresa Nóbrega
Procuradora Geral do Ministério Público Junto ao

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