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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

I PROCESSO TC 05836/07 [@!


Administração direta municipal - Município de SANTA
TEREZINHA - Prestação de Contas do Prefeito, Senhor
JOSÉ AFONSO GA YOSO FILHO, relativa ao exercicio
financeiro de 2002 - Aplicações insuficientes em remuneração
do magistério - Não implementação do salário mínimo -
Aplicação de multa - Despesas não comprovadas - Imputação
de débito - Emissão de PARECER CONTRÁRIO e remessa ao
julgamento da Augusta Câmara Municipal - Recomendações
para prevenir e evitar as falhas verificadas nos autos.
ATENDIMENTO PARCIAL às exigências da LRF.
RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO interposto
tempestivamente, cujos argumentos modificam parte das
decisões atacadas para afastar da fundamentação destas
aspectos esclarecidos por ocasião do Recurso
CONHECIMENTO e PROVIMENTO PARCIAL.
RECURSO DE REVISÃO - CONHECIMENTO quanto
ao que decidiram os Acórdãos APL TC 27612004 e 119/2007 e
NÃO CONHECER em relação ao que resolveu o Parecer PPL
TC 4112004 • PROVIMENTO PARCIAL.

ACÓRDÃO APL - TC

RELATÓRIO
Esta Corte de Contas, na Sessão Plenária de 14 de março de 2.007, nos autos que
apreciaram o Recurso de Reconsideração interposto pelo Prefeito Municipal de SANTA
TEREZINHA, Senhor JOSÉ AFONSO GAYOSO FILHO, contra decisões relativa às contas
do exercício financeiro de 2002 (Parecer PPL TC 41/2004 e o Acórdão APL TC
276/2004)', decidiu, através do Acórdão APL TC 119/2007 (in verbis):

"CONHECER do RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO, tratado nestes autos,


em face da tempestividade com que foi interposto e da legitimidade do
recorrente, concedendo-lhe PROVIMENTO PARCIAL, para afastar as falhas
referentes à abertura de créditos suplementares sem indicação das fontes de
recursos; pagamento de salário abaixo do mínimo; despesas com assessoria
jurídica não comprovada (R$16.900,OO), prestada por Eduardo Monteiro Dantas,

1 " CONSIDERANDO que os esclarecimentos prestados pelo Gestor não foram suficientes para afastar máculas
verificadas na Prestação de Contas, em face das seguintes irregularidades, tidas como principais, dentre outras:
1) Abertura de crédito suplementar (R$ 33.000,00) sem indicação das fontes de receitas que originou o excesso de
arrecadação, em que pese ter o Senhor Prefeito elaborado um Decreto na tentativa de suprir a irregularidade,
mas que repetiu o mesmo texto do Decreto apresentado com o balancete de outubro contendo as mesmas
informações;
2) Não implementação do salário minitno, embora que a defesa informe ter corrigido a irregularidade ainda durante
o exerclcio, nos meses de setembro e dezembro não se comprova a providência alegada;
3) Realização de várias despesas sem submissão a procedimento Iícitatório;

4) Aplicação inferior ao legalmente estabelecido, dos recursos do FUNDEF, na remuneração e valorização do


magistério, em que pese ter o Prefeito contestado o cálculo elaborado pela Auditoria, mas que esta se baseou
nos extratos bancários com vistas a estabelecer a base de cálculo da receita realmente auferida, enquanto o
Gestor se lastreou no Anexo IV, cujos dados não são muito confiáveis;

5) Pagamento de assessoria com vistas à elaboração de projetos, que se diz terem sido prestados pelos Senhores
IRAMILTON SÁTIRO DA NÓBREGA, RIVANILDO SANTOS DE LIRA e pela CEPAN - CONSULTORES E
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, cujos serviços não foram comprovad . $ 11.040,00);

6) Dispêndios com assessoria juridica, que se diz ter sido presta


serviços, também, não foram comprovados $ 16.900,00
P'4
Senhor Eduardo Monteiro Dantas, cujos
ainda que a Prefeitura disponha de um outro
profissional para tocar suas demandas judiciais, r ~ 1\,.

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TRIBUNAL
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DE CONTAS DO ESTADO
I PROCESSO TC 05836/07
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e despesas com
assessoria administrativa e elaboração de projetos (R$
11.040,00), prestadaspelo Senhor Iramilton Sátiro da Nóbrega e CEPAM •
Consultores em Planejamento e Administração Municipal mantendo-se os
2
demais itens que fundamentaram o Parecer PPL TC 4112004 e o Acórdão APL
TC 27612004."
Ainda irresignado, o Senhor JOSÉ AFONSO GAYOSO FILHO, através de seus
procuradores, interpôs o presente Recurso de Revisão (fls. 02/673) que a Unidade Técnica
de Instrução examinou e sobre ele ofereceu pronunciamento, reformando o seu
entendimento anterior, porquanto elidida a irregularidade referente à aplicação mínima dos
recursos advindos do FUNDEF, na Remuneração e Valorização do Magistério, que
reconheceu que passara de 56,05% para 60,17% e diminuindo o percentual de despesas
realizadas sem a exigível antecedência de procedimento licitatório, correspondendo, desta
feita, a 3,59% da Receita Orçamentária Total Arrecadada (fls. 693/694).
O Ministério Público especial junto ao Tribunal ofereceu manifestação a cargo da sua
ilustre titular, pugnando, após considerações", pelo NÃO CONHECIMENTO do recurso.
Foram feitas as comunicações de praxe.
É o Relatório.

PROPOSTA DE DECISÃO
O Relator concorda com a Unidade Técnica de Instrução no tocante à manutenção da
irregularidade da realização de algumas despesas sem submissão a procedimento
licitatório, correspondente a 3,59% da Receita Orçamentária Total Arrecadada. Embora
referindo-se a aspecto não abrangido no Parecer PN TC 47/01, que tivesse reflexo na
emissão de parecer, mas que serviu de motivação para a aplicação de multa.
De fato, após afastada a pecha da aplicação dos recursos originários do FUNDEF na
R.V.M em índice inferior ao legalmente previsto, a irregularidade que persistiu, in caso, a
inexistência de realização de exigíveis procedimentos licitatórios para 3,59% da ROTA, não
se fazia suficiente para macular as contas prestadas. Ocorre, porém, que a interposição do
Recurso de Revisão se deu posteriormente ao julgamento das contas pela Augusta Câmara
Municipal de Santa Terezinha (28/09/2007), que decidiu nos mesmos moldes do que
decidira este Tribunal (19/05/2004).
Isto posto, o Relator propõe no sentido de que os integrantes do Tribunal Pleno,
preliminarmente, conheçam do Recurso de Revisão, quanto ao que decidiram os Acórdãos
APL Te 276/2004 e 119/2007, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade e não
conheçam daquele em relação ao que resolveu o Parecer PPL TC 41/2004, uma vez
descaber recurso de revisão para parecer, principalmente quando tenha a Câmara julgado
as contas respectivas, como na espécie. No mérito, concedam-lhe provimento parcial para
afastar da fundamentação do Acórdão APL TC 276/2004, a irregularidade acerca da
aplicação mínima na Remuneração e Valorização do Magistério.
É a Proposta.

2Os itens Quese manteram inalterados foram os referentes á realização de várias despesas sem submissão a procedimento Iicítatório e
aplicação inferior ao legalmente estabelecido, dos recursos do FUNDEF, na remuneração e valorização do magistério, em Que pese ter o
Prefeito contestado o cálculo elaborado pela Auditoria, mas que esta se baseou nos extratos bancários com vistas a estabelecer a base
de cálculo da receita realmente auferida, enquanto o Gestor se lastreou no Ane , cujos dados não são muito confiáveis.
3A Câmara Municipal de Santa Terezinha, em 28/09/2007, apreciou as c tas o recorrente, exercício 2002, rejeitando-as, o Queenseja
o esvaziamento do objeto recursal, em razão da p da superveniente in! esse processual. Ainda, do exame da peça percebe-se Que
o insurgente não fundamentou a sua pretensão e enhuma das póte s do art. 35 da Lei Orgânica do TCE, aspecto Que reforça o
i";" "',", do ,dm;""",,,," do pleítode n ~N
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

I PROCESSO TC 05836/07 [ill]!

DECISÃO DO TRIBUNAL
Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO TC-05836/07; e

CONSIDERANDO os fatos narrados no Relatório;

CONSIDERANDO o mais que dos autos consta;

ACORDAM os MEMBROS do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA


(TCE-Pb), por maioria, averbando-se suspeito o Conselheiro Flávio Sátiro Fernandes,
convocado o Conselheiro Substituto Antônio Gomes Vieira Filho, de acordo com a
Proposta de Decisão do Relator, na Sessão desta data, em PRELIMINAR, CONHECER
do Recurso de Revisão, quanto ao que decidiram os Acórdãos APL TC 276/2004 e
119/2007, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade e NÃO CONHECER
daquele em relação ao que resolveu o Parecer PPL TC 41/2004, uma vez descaber
recurso de revisão para parecer, principalmente quando tenha a Câmara julgado as
contas respectivas, como na espécie. No mérito, conceder PROVIMENTO PARCIAL
para afastar da fundamentação do Acórdão APL TC 276/2004, a irregularidade acerca
da aplicação mínima na Remuneração e Valorização do Magistério, mantendo-se os
demais nele constantes, vencido o Voto do Conselheiro Antônio Nominando Diniz
Filho, no sentido de que fosse dado provimento integral às decisões
consubstanciadas nos Acórdãos APL TC 276/2004 e 119/2007.

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Ana Terêsa Nóbrega N~
Procuradora Geral do Ministério Público especial junto a Tribunal

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