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Publicado O.O.E.

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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PROCESSO- TC-2467/07
Poder Legislativo Municipal. Câmara de São José do Sabugí.
Prestação de Contas Anual relativa ao exercício de 2006.
Regularidade. Atendimento integral à LRF.

RELATÓRIO:
Trata o presente processo da Prestação de Contas Anual da Câmara Municipal de São José do
Sabugí, relativa ao exercício de 2006, sob a responsabilidade do Senhor José Domingos Dantas,
atuando como gestor daquela Casa Legislativa.
A Diretoria de Auditoria e Fiscalização - Departamento de Auditoria da Gestão Municipal I - Divisão de
Auditoria da Gestão Municipal I (DIAFI/DEAGM I/DIAGM I) deste Tribunal emitiu, com data de
25/02/2008, o Relatório de fls. 118-123, com base numa amostragem representativa da
documentação enviada a este TCE, cujas conclusões são resumidas a seguir:
1. A PCA foi apresentada no prazo legal e de acordo com a RN-TC-99/97.
2. A Lei Orçamentária Anual de 2006 - LOA nO403/05 de 24/11/2005 - estimou as transferências e
fixou as despesas em R$ 220.000,00.
3. As Receitas e as Despesas Orçamentárias atingiram o montante de R$ 240.550,00.
4. As Despesas totais do Poder Legislativo Municipal representaram 7,18% das receitas tributárias e
transferidas, atendendo à CF/aa.
5. As Despesas totais com folha de pagamento do Poder Legislativo atingiram 64,67% das
transferências recebidas, cumprindo o artigo 29-A, parágrafo primeiro, da Constituição Federal.
6. A despesa com pessoal do Legislativo Municipal alcançou o montante de R$ 182.431,52,
representando 3,93% da RCL, abaixo do teto fixado pelo art. 20 da LRF (limite 6%).
7. Regularidade na remuneração dos senhores Vereadores.
a. Com relação à Gestão Fiscal, o Órgão Técnico concluiu pelo não atendimento quanto à
incompatibilidade de informações entre o RGF e a PCA.
9. Quanto aos demais aspectos examinados pela Auditoria, foi evidenciada uma irregularidade
referente ao recolhimento de obrigações patronais abaixo dos 21% exigidos legalmente.

Tendo em vista a inconsistência apontada pela Auditoria, o Relator ordenou a notificação do


interessado respeitando, assim, os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório,
tendo o mesmo trazido aos autos defesa acompanhada de documentos, conforme se verifica às fls.
128-131, cuja análise do Órgão de Instrução (fI. 133-134) concluiu pela deferência dos
esclarecimentos com relação a incompatibilidade de informações entre o RGF e a PCA, todavia,
manteve a constatação pertinente ao não recolhimento das obrigações patronais nos termos
percentuais da legislação previdenciária.
Instado a se pronunciar, o Ministério Público junto ao TCE emitiu o Parecer nO655/200a (fls. 135-136),
da lavra da Procuradora Geral, Ana Terêsa Nóbrega, entendendo que é dever legal o recolhimento
das contribuições previdenciárias, cujo descumprimento, além de violar direito subjetivo do servidor,
ocasiona irregularidade na prestação de contas, nos termos de Parecer Normativo TC -52/04. Ao fim
de sua manifestação, o Parquet concluiu pugnando pela(o):
a) irregularidade das contas da Mesa da Câmara Municipal de São José do Sabugí, relativas
ao exercício de 2006;
b) atendimento integral às disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal;

O Relator recomendou o agendamento do processo na pauta desta sessão, dispensando notificaçõe~


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PROCESSO TC - 2467/07 f1s.2

VOTO DO RELATOR:
Preliminarmente, deve ser esclarecido que a única falha remanescente deste processo, após a
instrução processual, diz respeito ao não recolhimento das obrigações patronais nos termos da
legislação previdenciária.
Conforme noticia a d. Auditoria, o gestor recolheu apenas R$ 26.878,33 quando o valor devido era
aproximadamente R$ 32.666,17, ou seja, 21% dos gastos com folha de pagamento da Cãmara
Municipal que atingiu R$ 155.553,19.
É de sopesar que o modus operandi de cálculo utilizado pela Auditoria foi feito de forma aproximada,
sem atentar para as operações de débitos e créditos a que esta conta se sujeita, a exemplo, de
licença maternidade, FGTS e outros ajustes da espécie. Por outro lado, o percentual de recolhimento
alcançou 17,3% da folha de pagamento, valor bem próximo da alíquota requerida pela legislação
previdenciária, além de se considerar que um detalhamento dos montantes devidos e suas nuances
competem à fiscalização do Ministério da Previdência Social.
Cabe também frisar que estão insertas, às fls. 130-131, documentações que atentam à realização de
um parcelamento dos débitos previdenciários, realizado no exercício de 2007, portanto, as pendências
previdenciárias foram resolvidas não mais existindo irregularidade.
Em face ao exposto, entendo que a irregularidade remanescente não tem o condão de macular as
contas aqui apreciadas, motivo que me leva a VOTAR no sentido de:
a) julgar regular a prestação de contas relativas ao exercício de 2006, sob a gestão do Sr. José
Domingos Dantas;
b) considerar o atendimento integral às exigências essenciais da LRF.

DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO:


Vistos, relatados e discutidos os autos, os Membros do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA
PARAIBA (TCE-Pb), à unanimidade, com impedimento do Conselheiro Antônio Nominando Diniz
Filho, na sessão realizada nesta data, ACORDAM em:
I. JULGAR REGULAR a Prestação de Contas Anual, relativa ao exercício de 2006, da CÂMARA
MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO SABUGí, sob a responsabilidade do Senhor José Domingos
Dantas, atuando como Presidente do Poder Legislativo;
11. CONSIDERAR o atendimento integral às exigências essenciais da LRF (LC nO 101/2000).

Publique-se, registre-se e cumpra-se.


TCE-Plenário Ministro João Agripino

João Pessoa, ).3 de --,~...:!oo!!od,G~ de 2008.

Conselheiro
P

/\,
Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras Nogueira
Relator

Fui presente,

~Terêsa
~rJ~ Nóbrega
Procuradora de~a~;~ Ministério Público junto ao TCE-Pb

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