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1. RELATÓRIO
A 2a Câmara do Tribunal, na sessão realizada em 15/06/2004, após apreciar a prestação de
contas do Convênio nO890/99 e seu Termo Aditivo, celebrado entre a Secretaria da Educação e Cultura do
Estado e a Prefeitura Municipal de Alcantil, objetivando o transporte de alunos, decidiu, conforme Resolução
RC2 TC 108/2004, publicada no DOE em 29/06/04, fls. 447/448, assinar o prazo de 15 (quinze) dias ao Prefeito
para que procedesse à devolução, aos cofres estaduais, da importância de R$ 1.000,00 (um mil reais), em
virtude da ausência de documentos que comprovassem despesas efetuadas neste valor, quando da execução
do convênio, sob pena de imputação de débito com as devidas penalidades.
Diante da falta de manifestação do interessado, a 2a Câmara decidiu, na sessão do dia
10/08/2004, conforme Acórdão AC2 TC 1.138/2004, publicado no DOE em 18/08/2004, fls. 457/458:
I. JULGAR IRREGULAR a prestação de contas, inclusive por falta de licitação e despesas pagas
fora da vigência do convênio;
11. APLICAR ao então Prefeito Municipal de Alcantil, Sr. Carlos Marques Castro Júnior, gestor do
convênio, a multa no valor de R$ 1.624,60 (um mil, seiscentos e vinte e quatro reais e sessenta
centavos), em virtude do não cumprimento da decisão deste Tribunal, consubstanciada na
Resolução RC2 TC 108/2004;
11I. IMPUTAR, à mesma autoridade, o débito na importância de R$ 1.475,59 (um mil, quatrocentos
e setenta e cinco reais e cinqüenta e nove centavos), sendo R$ 1.000,00 (hum mil reais),
correspondentes às despesas não comprovadas quando da execução do convênio, e a
diferença referente à atualização pelo índice da poupança, conforme documento à fl. 456;
IV. ASSINAR o prazo de 60 (sessenta) dias para recolhimento voluntário, aos cofres estaduais, do
débito e da multa, esta última a ser recolhida à conta do Fundo de Fiscalização Financeira e
Orçamentária Municipal, sob pena de cobrança executiva desde logo recomendada nos termo
do art. 71, §§ 3° e 4° da Constituição do Estado;
V. RECOMENDAR ao Chefe do Executivo Municipal de Alcantil maior observância da legislação
-,
atinente à matéria; e
VI. DETERMINAR o encaminhamento de cópias das principais peças do Processo ao Ministério i
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Tribunal Pleno
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de novo que fosse foi trazido aos autos para que o Tribunal Pleno viesse a modificar sua decisão. Assim, propôs
que o Tribunal não tomasse conhecimento do recurso interposto. No entanto, a decisão foi, por maioria de voto,
pelo conhecimento e não provimento do recurso, conforme Acórdão APL TC 51/2008.
É justamente neste ponto que emerge a contradição, uma vez que a própria Auditoria reconhece
que o recibo apresentado às fls. 549 é diferente do que foi apresentado às fls. 225 e 442. Na verdade, o recibo é
realmente diferente, e não se refere ao pagamento do cheque nO218, mas a um outro pagamento, no valor de
R$ 965,00, feito pelo caixa ao Sr. José Oscar de Oliveira, em decorrência do cheque nO215, e que, por equívoco
do setor contábil, na feitura do recibo de fls. 549, deixou-se de indicar o número do cheque 215.
Em síntese, o recorrente procura confundir o órgão técnico, apontando despesa que não se
relaciona com a diferença ocorrida pela execução do convênio, declarando que a importância era resultante do
pagamento ao Sr. José Oscar de Oliveira, no valor de R$ 965,00, que não é o mesmo que R$ 1.000,00.
O Processo foi encaminhado ao Ministério Público, que emitiu parecer fls. 636, com o seguinte
entendimento: verifica-se, quanto à argumentação apresentada em sede de embargos de declaração em
comento, já ter sido objeto de análise pela Auditoria e pelo Ministério Público tanto no momento da instrução
processual, quanto por ocasião da apreciação do recurso de reconsideração anteriormente interposto, não
havendo nada de novo que tenha sido trazido aos autos, nem tampouco se vislumbrar hipóteses de omissão,
contrariedade ou obscuridade na decisão recorrida (Acórdão APL TC 51/2008), caracterizando-se o vertente
recurso como manifestamente protelatório, sendo de se impor ao recorrente a multa prevista no art. 183,
parágrafo único c/c o art. 168, IX, do Regimento Interno desta Corte.
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2. VOTO DO RELATOR
Em decorrência do não cumprimento da Resolução RC2 TC 108/2004, em que foi assinado prazo
ao ex-gestor para devolução da importância de R$ 1.000,00, em virtude da ausência de documentos, nos autos,
que comprovassem as despesas efetuadas neste valor, a 2a Câmara decidiu, através do Acórdão AC2 TC
1138/2004, julgar irregular a prestação de contas do Convênio nO890/99, imputar débito de R$ 1.475,59,
corrigido pela poupança, bem como aplicar multa pessoal ao ex-prefeito.
Apesar da alegação feita, a Auditoria demonstrou com documentos obtidos do SIAF que o valor
efetivamente liberado pelo Estado foi de R$ 24.500,00.
Não surtindo efeito suas alegações, em complementação de defesa, ainda em sede de recurso de
revisão, o interessado mudou seu discurso e passou a sustentar que houve equívoco na formação da relação
dos pagamentos (Anexo V), ou seja, o valor pago a José Oscar de Oliveira seria de R$ 965,00, bem como não
foi incluído o pagamento de R$ 882,00 a José Nivaldo da Silva. Corrigindo a falha, a irregularidade ficaria
sanada.
A Auditoria novamente rebateu as novas alegações, informando que o recibo apresentado, fl. 549,
no valor de R$ 965,00, com data de 31.12.99, em favor do Sr. José Oscar de Oliveira, já havia sido computado
como despesa do convênio, uma vez que instruiu, originalmente, a prestação de contas às fls. 225, sendo
posteriormente reapresentado às fls. 422. E que, pela terceira vez, foi o mesmo recibo encaminhado na
prestação de contas. Esta última cópia diferindo das duas anteriores, por não conter o carimbo onde consta
"Recursos Transporte Escolar - Cheque nO000218. O recibo, às fls. 560, no valor de R$ 882,00, datado de
30.12.99, tendo como beneficiário o Sr. José Nivaldo da Silva, também constava do processo às fls. 216 e 413, e
também já havia sido computado como despesa do convênio.
Acertou, a Auditoria, quando informou que o recibo, apresentado às fls. 549, no valor bruto de R$
1.000,00, em favor de José Oscar de Oliveira, já constava às fls. 225, e que, portanto, instruiu a prestação de
contas do convênio.
Não se faz necessário recorrer a um exame grafotécnico para se perceber que o recibo
apresentado às fls. 422 e 549 (em sede de recurso de revisão) e às fls. 595, nos embargos de declaração, são
cópia do mesmo já apresentado às fls. 225, com a exclusão apenas do carimbo informativo dos recursos e do n
do cheque, para dar o ar de outro recibo, fato já detectado pela Auditoria.
Assim, o Relator vota no sentido de que o Tribunal tome conhecimento dos embargos de
declaração interpostos, por ter sido apresentado tempestivamente, no entanto, negue-lhes provimento, uma vez
que não há qualquer omissão, contradição ou obscuridade na decisão recorrida, mas apenas o intuito do
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de novo que fosse foi trazido aos autos para que o Tribunal Pleno viesse a modificar sua decisão. Assim, propôs
que o Tribunal não tomasse conhecimento do recurso interposto. No entanto, a decisão foi, por maioria de voto,
pelo conhecimento e não provimento do recurso, conforme Acórdão APL TC 51/2008.
É justamente neste ponto que emerge a contradição, uma vez que a própria Auditoria reconhece
que o recibo apresentado às fls. 549 é diferente do que foi apresentado às fls. 225 e 442. Na verdade, o recibo é
realmente diferente, e não se refere ao pagamento do cheque nO218, mas a um outro pagamento, no valor de
R$ 965,00, feito pelo caixa ao Sr. José Oscar de Oliveira, em decorrência do cheque nO215, e que, por equívoco
do setor contábil, na feitura do recibo de fls. 549, deixou-se de indicar o número do cheque 215.
Em síntese, o recorrente procura confundir o órgão técnico, apontando despesa que não se
relaciona com a diferença ocorrida pela execução do convênio, declarando que a importância era resultante do
pagamento ao Sr. José Oscar de Oliveira, no valor de R$ 965,00, que não é o mesmo que R$ 1.000,00.
O Processo foi encaminhado ao Ministério Público, que emitiu parecer fls. 636, com o seguinte
entendimento: verifica-se, quanto à argumentação apresentada em sede de embargos de declaração em
comento, já ter sido objeto de análise pela Auditoria e pelo Ministério Público tanto no momento da instrução
processual, quanto por ocasião da apreciação do recurso de reconsideração anteriormente interposto, não
havendo nada de novo que tenha sido trazido aos autos, nem tampouco se vislumbrar hipóteses de omissão,
contrariedade ou obscuridade na decisão recorrida (Acórdão APL TC 51/2008), caracterizando-se o verten
recurso como manifestamente protelatório, sendo de se impor ao recorrente a multa prevista no art. 18 ,
parágrafo único clc o art. 168, IX, do Regimento Interno desta Corte.
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2. VOTO DO RELATOR
Em decorrência do não cumprimento da Resolução RC2 TC 108/2004, em que foi assinado prazo
ao ex-gestor para devolução da importância de R$ 1.000,00, em virtude da ausência de documentos, nos autos,
que comprovassem as despesas efetuadas neste valor, a 2a Câmara decidiu, através do Acórdão AC2 TC
1138/2004, julgar irregular a prestação de contas do Convênio nO890199, imputar débito de R$ 1.475,59,
corrigido pela poupança, bem como aplicar multa pessoal ao ex-prefeito.
Apesar da alegação feita, a Auditoria demonstrou com documentos obtidos do SIAF que o valor
efetivamente liberado pelo Estado foi de R$ 24.500,00.
Não surtindo efeito suas alegações, em complementação de defesa, ainda em sede de recurso de
revisão, o interessado mudou seu discurso e passou a sustentar que houve equívoco na formação da relação
dos pagamentos (Anexo V), ou seja, o valor pago a José Oscar de Oliveira seria de R$ 965,00, bem como não
foi incluído o pagamento de R$ 882,00 a José Nivaldo da Silva. Corrigindo a falha, a irregularidade ficaria
sanada.
A Auditoria novamente rebateu as novas alegações, informando que o recibo apresentado, fl. 549,
no valor de R$ 965,00, com data de 31.12.99, em favor do Sr. José Oscar de Oliveira, já havia sido computado
como despesa do convênio, uma vez que instruiu, originalmente, a prestação de contas às fls. 225, sendo
posteriormente reapresentado às fls. 422. E que, pela terceira vez, foi o mesmo recibo encaminhado na
prestação de contas. Esta última cópia diferindo das duas anteriores, por não conter o carimbo onde consta
"Recursos Transporte Escolar - Cheque nO000218. O recibo, às fls. 560, no valor de R$ 882,00, datado de
30.12.99, tendo como beneficiário o Sr. José Nivaldo da Silva, também constava do processo às fls. 216 e 413, e
também já havia sido computado como despesa do convênio.
Acertou, a Auditoria, quando informou que o recibo, apresentado às fls. 549, no valor bruto de R$
1.000,00, em favor de José Oscar de Oliveira, já constava às fls. 225, e que, portanto, instruiu a prestação de
contas do convênio.
Não se faz necessário recorrer a um exame grafotécnico para se perceber que o recib
apresentado às fls. 422 e 549 (em sede de recurso de revisão) e às fls. 595, nos embargos de declaração, sã,
cópia do mesmo já apresentado às fls. 225, com a exclusão apenas do carimbo informativo dos recursos e do n
do cheque, para dar o ar de outro recibo, fato já detectado pela Auditoria.
Assim, o Relator vota no sentido de que o Tribunal tome conhecimento dos embargos de
declaração interpostos, por ter sido apresentado tempestivamente, no entanto, negue-lhes provimento, uma vez
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que não há qualquer omissão, contradição ou obscuridade na decisão recorrida, mas apenas o intuito do
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Tribunal Pleno
interessado em rediscutir o mérito de matéria já apreciada pela Auditoria, pelo Ministério Público e pelo Tribunal
Pleno, o que é inadmissível em sede de embargos de declaração, encaminhando-se o Processo à Corregedoria
para registro do débito e da multa recolhidos e posterior arquivamento dos autos.
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