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Processo TC n° 05449/04
I
TffiBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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Município de São José de Lagoa Tapada. Verificação


de cumprimento de determinação prevista no Acórdão
APL TC 358/2004 e no Acórdão APL TC 656/06.
Ausência de comprovação de recolhimento e
assinação de novo prazo.

ACÓRDÃO APL TC,f') 1\ /2008


RELATÓRIO

Quando do exame das contas da gestão do Município de São José de Lagoa Tapada,
referente ao exercício de 2002, tendo como responsável o Prefeito, Sr. Cláudio Antônio
Marques de Souza, em 07 de julho de 2004, este Tribunal, através do Acórdão APL TC
358/2004, decidiu:

(1) Assinar o prazo de 90 (noventa) dias ao gestor, para comprovar o efetivo recolhimento
ou o parcelamento do débito aos órgãos previdenciários, sendo R$ 18.699,61 junto ao
INSS e R$ 13.021,03 junto ao Instituto Próprio de Previdência dos Servidores do
Município, sob pena de ser a autoridade representada perante o Ministério Público, à
vista dos fortes indícios de cometimento do crime de apropriação indébita.

Diante da informação de que o município realizou o parcelamento junto ao INSS,


relativo ao período de 07/2000 a 0612004, no valor de 112.132,33, porém, relativamente ao
débito junto ao Instituto Próprio de Previdência, ocorreu o pagamento de apenas duas parcelas
de um Re-parcelamento, em sede de verificação de cumprimento de decisão, este Tribunal, em
04110/2006, deliberou através do Acórdão APL TC 656/06 (fls. 84/85) no sentido de:

(1) Aplicar multa ao gestor, no valor de R$ 2.805,10; e


(2) Assinar novo prazo de 6O(sessenta)dias para que o Prefeito adotasse providências
no sentido de efetuar o pagamento referente ao Re-parcelamento junto ao Instituto Próprio de
Previdência dos Servidores do Município, procedendo-se ao imediato envio de prova do
cumprimento do estabelecido por esta Corte de contas.

Transcorrido o novo prazo assinado ao gestor, os autos foram encaminhados à


Corregedoria, que na ausência de recolhimento da multa aplicada remeteu oficio à Procuradora
Geral de Justiça para propositura da competente Ação de Cobrança (fls. 90).

Com relação à comprovação dos recolhimentos do Re-parcelamento, junto ao Instituto


Próprio de Previdência, constatada a ausência de protocolo neste Tribunal de qualquer
documento, e, considerando que já decorriam 11 meses da última decisão, este Relator
determinou a renovação de notificação ao gestor, que juntou aos autos os documentos às fls.
991111. Nessa documentação, consta a informação de que em dezembro/2007 seria realizada
uma visita de Auditor do Ministério da Previdência Social, para entre outros itens realizar
levantamento do débito previdenciário do Município para com o IPSSJ, motivo pelo qual o
gestor solicitou suspensão do processo enquanto se realizaria a Auditoria Fiscal (fls. 99/101).

Diante dessa informação o Relator, excepcionalmente, em 13/02/2008, concedeu prazo


de 30 dias para o gestor informar o resultado da supracitada Auditoria.

Em 05/05/2008, o gestor juntou aos autos guias de recolhimento previdenciário


referente ao parcelamento autorizado pela Lei Municipal n? 436 de 18/02/200\,( ',flS
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C:\Assessor\PLENO\Cumprimento
de decisão\PMSJLT- 05449-04.doc ~ n r
Processo Te n° 05449/04
I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Da análise dessa documentação a Auditoria concluiu que os documentos apresentados


não comprovam o cumprimento do Acórdão visto que foram anexados apenas cópia de guia de
recolhimento da Previdência Municipal e o comprovante de transferência de conta-corrente,
faltando cópia da Lei n° 436/2008, sua publicação e os extratos bancários confirmando estas
movimentações financeiras.

Nova notificação foi efetuada ao gestor, para complementar a instrução, todavia, o


mesmo deixou escoar o prazo sem apresentação de documentos.

De ordem do Relator, a Assessoria Técnica junto ao Gabinete procedeu consulta ao


SAGRES, tendo constatado no período compreendido entre 01/01/2008 a 29/09/2008,
empenhos pagos do Município em favor do Instituto, 4 (quatro) parcelas referentes ao meses de
fevereiro, março, abril e maio de 2008, no valor total de R$ 43.630,30, tendo como histórico
"parcela do contrato de parcelamento de débito previdenciário" (fls. 130/131).

Os autos não tramitaram novamente pelo Ministério Público Especial.

É o relatório, tendo sido efetuadas as notificações de praxe.

VOTO DO RELATOR

Da instrução dos autos, evidencia-se que o Município, com autorização do Poder


Legislativo, procedeu a parcelamentos relativos a dívidas com o Instituto de Previdência dos
Servidores Municipais, todavia, não se sabe o total efetivamente recolhido, nem a qual
período/competência os mesmos trataram-se.

Isto posto e, considerando que não há comprovação nos autos do recolhimento da multa
aplicada, voto que este Egrégio Tribunal:

I - Declare não cumprido o Acórdão APL TC 656/2006;

2 - Assine o prazo de 30 (trinta) dias, ao gestor, a contar da publicação da presente


decisão, para: (a) comprovar que o valor levantado pela Auditoria quando do exame das contas
do exercício de 2002, da ordem de R$ 13.021,03, está inserido em algum dos parcelamentos
realizados pelo Município, após a decisão deste Tribunal (07/07/2004); (b) comprovar a
regularidade dos recolhimentos do parcelamento;

3 -Determine que os autos tramitem a Divisão de Auditoria - DIGEP, para que seja
atestado se o valor do débito do exercício de 2002 está inserido nos parcelamentos autorizados
entre os exercícios de 2005 a 2008, bem como examinar a contabilização da receita auferida a
título de parcelamento, nesse mesmo período.

É o voto.

C:\Assessor\PLENO\Cumprimento de decisão\PM SJLT - 05449-04.doc


Processo Te n° 05449/04
I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

DECISÃO DO TRIBUNAL

VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos do Processo TC n°


05449/04 referente à verificação de cumprimento do Acórdão APL TC 358/2004 e do item 2 do
Acórdão APL TC 656/06, e

CONSIDERANDO o Relatório da Auditoria, o Voto do Relator e o mais que


dos autos consta;

ACORDAM OS MEMBROS DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA


PARAÍBA, à unanimidade, em sessão plenária realizada nesta data em:

I - Declarar não cumprido o Acórdão APL TC 656/2006;

2 - Assinar o prazo de 30 (trinta) dias, ao gestor, a contar da publicação da presente


decisão, para: (a) comprovar que o valor levantado pela Auditoria quando do exame das contas
do exercício de 2002, da ordem de R$ 13.021,03, está inserido em algum dos parcelamentos
realizados pelo Município, após a decisão deste Tribunal (07/07/2004); (b) comprovar a
regularidade dos recolhimentos do parcelamento;

3 -Determinar que os autos tramitem a Divisão de Auditoria - DIGEP, para que seja
atestado se o valor do débito do exercício de 2002 está inserido nos parcelamentos autorizados
entre os exercícios de 2005 a 2008, bem como examinar a contabilização da receita auferida a
título de parcelamento, nesse mesmo período.

Presente ao julgamento a Exma. Sra. Procuradora Geral.

Q .,.l.. _ (:
~Teresa •• Nóbrega
.;
Procuradora-Geral

C:\Assessor\PLENO\Cumprimento de decisão\PM SJLT - 05449-04.doc

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