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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N.o 02464/07

Objeto: Prestação de Contas Anuais


Relator: Conselheiro Substituto Renato Sérgio Santiago Melo
Responsável: Marisaldo Rocha Oliveira

EMENTA: PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL - PRESTAÇÃO DE


CONTAS ANUAIS - PRESIDENTE DE CÂMARA DE VEREADORES -
ORDENADOR DE DESPESAS- APRECIAÇÃO DA MATÉRIA PARA FINS
DE JULGAMENTO - ATRIBUIÇÃO DEFINIDA NO ART. 71, INCISO 11,
DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA PARAÍBA E NO ART. 1°,
INCISO I, DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.o 18/93 - Ausência
de danos ao Erário - Presença de falhas formais devidamente
corrigidas - Legalidade, legitimidade e economicidade dos atos de
gestão - Equilíbrio das contas, ex vi do disposto no art. 16, inciso I,
da Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado. Regularidade.
Ressalva do parágrafo único do art. 126 do Regimento Interno do
TCE/PB. Recomendações.

PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAIS DO PRESIDENTE


Vistos, relatados e discutidos os autos da
DA CÂMARA MUNICIPAL DE OLIVEDOSjP8, relativa ao exercício financeiro de 2006,
SR. MARISALDO ROCHA OLIVEIRA, acordam, por unanimidade, os Conselheiros integrantes
do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA, em sessão plenária realizada nesta
data, com a declaração de impedimento do Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras Nogueira, na
conformidade do voto do relator a seguir, em:

1) JULGAR REGULARES as referidas contas.

2) INFORMAR à supracitada autoridade que a decisão decorreu do exame dos fatos e provas
constantes dos autos, sendo suscetíveis de revisão se novos acontecimentos ou provas,
inclusive mediante diligências especiais do Tribunal, vierem a interferir, de modo
fundamental, nas conclusões alcançadas.

3) ENVIAR recomendações no sentido de que o atual Presidente da Câmara Municipal de


Olivedos/PB, Sr. José de Deus Aníbal Leonardo, observe, sempre, os preceitos
constitucionais e legais pertinentes.

Presente ao julgamento o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas


Publique-se, registre-se e intime-se.
TCE - Plenário Ministro João Agripino

João Pessoa, 24 de setembro de 2008

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PROCESSOTC N.o 02464/07

Cuidam os presentes autos do exame das contas do Presidente da Câmara Municipal de


Olivedos/PB, relativas ao exercício financeiro de 2006, Sr. Marisaldo Rocha Oliveira,
apresentada a este egoTribunal em 02 de abril de 2007, mediante o Ofício n.O 051, datado
de 02 de março de 2007, fi. 02.

Os peritos da Divisão de Auditoria da Gestão Municipal VI - DIAGM VI, com base nos
documentos insertos nos autos, emitiram o relatório inicial de fls. 100/105, constatando,
sumariamente, que: a) as contas foram apresentadas ao TCE/PB no prazo legal; b) a Lei
Orçamentária Anual - Lei Municipal n.o 053/2005 - estimou as transferências em
R$ 262.400,00 e fixou a despesa em igual valor; c) a receita orçamentária efetivamente
transferida, durante o exercício, foi da ordem de R$ 262.400,00, correspondendo a 100% da
previsão originária; d) a despesa orçamentária realizada atingiu o montante de
R$ 262.394,36, representando 99,99% dos gastos fixados; e) o total da despesa do Poder
Legislativo alcançou o percentual de 7,98% do somatório da receita tributária e das
transferências efetivamente arrecadadas no exercício anterior pela Urbe - R$ 3.287.914,96;
f) os gastos com folha de pagamento da Câmara Municipal abrangeram a importância de
R$ 171.860,00 ou 65,50% dos recursos transferidos; g) a receita extra-orçamentária,
acumulada no período, compreendeu o montante de R$ 18.568,41; e h) a despesa
extra-orçamentária, executada durante o exercício, atingiu a soma de R$ 18.574,05.

Quanto aos subsídios dos Vereadores, verificaram os técnicos da DIAGM VI que: a) os


Membros do Poder Legislativo da Comuna receberam subsídios de acordo com o disciplinado
no art. 29, inciso VI, alínea "a", da Lei Maior; b) os estipêndios dos Edis estiveram dentro
dos limites instituídos na Lei Municipal n.o 032/2004, quais sejam, R$ 3.000,00 para o Chefe
do Legislativo e R$ 1.500,00 para os demais Vereadores; e c) os vencimentos totais
recebidos no exercício pelos referidos Agentes Políticos, inclusive os do Presidente da
Câmara, alcançaram o montante de R$ 148.800,00, correspondendo a 3,93% da receita
orçamentária efetivamente arrecadada no exercício pelo Município - R$ 3.783.417,01.

No tocante aos aspectos relacionados à gestão fiscal, destacaram os analistas da unidade de


instrução que: a) a despesa total com pessoal do Poder Legislativo alcançou a soma de
R$ 207.285,22 ou 4,87% da Receita Corrente Líquida - RCLda Comuna - R$ 4.255.299,71;
e b) os Relatórios de Gestão Fiscal- RGFdos dois semestres do período foram devidamente
divulgados e enviados ao Tribunal dentro do prazo, porém, o RGF do 2° semestre não
evidenciou todos os demonstrativos exigidos pela legislação de regência.

Ao final, os técnicos da Corte apontaram as seguintes irregularidades: a) incorreta


elaboração do Relatório de Gestão Fiscal- RGFdo 2° semestre do período; b) despesas não
licitadas com locações de sistemas informatizados, na quantia total de R$ 10.980,00;
c) divergência entre as informações constantes no Balanço Financeiro e as consignadas
Balanço Patrimonial; d) carência de envio de documentação solicitada para instrui a
prestação de contas; e e) omissão de registro de receita.
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Processadas as devidas citações, fls. 106/111, o Chefe do Poder Legislativo durante o


exercício financeiro de 2006, Sr. Marisaldo Rocha Oliveira, e a Contadora da Edilidade à
época, Dra. Maria Wanda da Silva Pinto, apresentaram, respectivamente, contestação,
fls. 112/124, e documentos, fls. 127/412. O primeiro argumentou, em síntese, que:
a) o RGFdo 2° semestre foi devidamente corrigido e enviado ao Tribunal; b) os softwares
locados desempenham funções totalmente diferentes; c) o Balanço Financeiro foi retificado e
encaminhado à Corte; d) a documentação reclamada foi encaminhada no dia 31 de janeiro,
conforme comprovante de protocolo; e e) o valor depositado pelo Banco do Brasil S/A na
conta da Câmara Municipal, relacionado ao PASEPde um funcionário, foi devidamente
contabilizado como receita e despesa extra-orçamentárias. Já a responsável técnica pela
contabilidade do Poder Legislativo mencionou o envio da documentação solicitada pelos
analistas do Tribunal.

Encaminhadosos autos à unidade técnica, esta, examinando as referidas peças processuais,


emitiu o relatório de fls. 413/415, onde considerou elididas as eivas concernentes à carência
de envio de documentação solicitada para instruir a prestação de contas e à omissão de
registro de receita. Em seguida, manteve in totum o seu posicionamento exordial
relativamente às demais máculas.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, ao se pronunciar sobre a matéria, emitiu o


parecer de fls. 417/418, opinando pela regularidade das contas em apreço, pela declaração
de atendimento integral às disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal e pelo envio de
recomendações.

Solicitaçãode pauta, conforme fls. 419/420 dos autos.

É o relatório.

Em que pese o entendimento dos peritos deste Sinédrio de Contas, considerando a


existência de três falhas remanescentes nas contas apresentadas pelo Presidente da Câmara
Municipal de Olivedos/PB, Sr. Marisaldo Rocha Oliveira, relativas ao exercício financeiro de
2006, constata-se que o caderno processual possui documentos que as justificam ou
demonstram as devidas correções no transcorrer da instrução do presente feito.

Inicialmente, cabe destacar que a autoridade responsável enviou um novo Relatório de


Gestão Fiscal do 2° semestre do período, fls. 115/122, contendo todos os anexos
inicialmente faltantes, quais sejam, ANEXOV - Demonstrativo da Disponibilidade de Caixa,
ANEXOVI - Demonstrativo dos Restos a Pagar e ANEXOVII - Demonstrativo dos Limites,
bem como retificou o Demonstrativo da Despesa com Pessoal, que passou a refletir as
informações apuradas pelos técnicos do Tribunal.

Em segundo lugar, para as despesas apontadas como não licitadas, no montante


R$ 10.980,00, verifica-se que os dispêndios estão diretamente ligados a .....-::::n-_

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desenvolvidas pelo setor de contabilidade do Poder Legislativo, mas que são executadas
através de programas distintos. Trata-se do aluguel de sistema de Contabilidade Pública, na
soma de R$ 6.600,00, e da locação de sistema para a geração da Folha de Pagamento e da
Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social - GFIP, na importância de
R$ 4.380,00. Com efeito, in casu deve o atual gestor do Poder Legislativo analisar a
possibilidade de adquirir os sistemas necessários aos trabalhos rotineiros da Câmara
Municipal, arcando, apenas, com o custo de manutenção dos aplicativos.

Finalmente, quanto ao novo Balanço Financeiro elaborado e encaminhado com a defesa,


constata-se a inclusão na parte extra-orçamentária, tanto da receita quanto da despesa, do
valor de R$ 350,00 creditado pelo Banco do Brasil S/A na conta da Câmara Municipal,
relacionado ao PASEP de um funcionário do Legislativo. Ademais, foram retificadas as
despesas extra-orçamentárias com o ISS DESCONTADO de R$ 859,90 para R$ 928,00 e com
o IRRF DESCONTADO de R$ 1.332,32 para R$ 1.426,92. Portanto, o saldo da conta caixa
ficou zerado, refletindo as informações contidas no Balanço Patrimonial e no Sistema de
Acompanhamento da Gestão dos Recursos da Sociedade - SAGRES MUNICIPAL.

Neste sentido, é importante destacar que os documentos necessários ao exame do feito


foram apresentados e comprovam a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos
praticados pelo administrador dos recursos, Sr. Marisaldo Rocha Oliveira, merecendo, por
conseguinte, o seu julgamento regular, ex vi do disposto no art. 16, inciso I, da Lei Orgânica
do TCE/PB - Lei Complementar Estadual n.o 18/93 -, in verbis:

Art. 16 - As contas serão julgadas:

I - regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão


dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a
economicidade dos atos de gestão do responsável;

Contudo, caso surjam novos fatos ou provas que interfiram, de modo significativo, nas
conclusões alcançadas, esta decisão poderá ser alterada, conforme determina a parte final
do parágrafo único do art. 126 do Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado da
Paraíba - RITCE/PB.

Ex positis:

1) JULGO REGULARES as referidas contas.

2) INFORMO à supracitada autoridade que as supracitadas decisões decorreram do exame


dos fatos e provas constantes dos autos, sendo suscetíveis de revisão se novos fatos
provas, inclusive mediante diligências especiais do Tribunal, vierem a interferir, de OdO}:'
fundamental, nas conclusões alcançadas.' "

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3) ENVIO recomendações no sentido de que o atual Presidente da Câmara Municipal de


OlivedosjPB, José de Deus Aníbal Leonardo, observe, sempre, os preceitos
constitucio is e le ais pertinentes.

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