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PROCESSO - TC - 02.

103/07
Administração Direta municipal. PRESTAÇÃO
DE CONTAS do PREFEITO MUNICIPAL DE
SANTA CECÍLIA, relativa ao exercício de
2006. PARECER CONTRÁRIO À APROVAÇÃO
DAS CONTAS. Aplicação de Multa e
recomendações.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Conhecimento
e não provimento.

1. RELATÓRIO

01. O Tribunal Pleno, na sessão realizada em 26.06.2008, por meio do PARECERPPL-TC-


70/2008 e do Acórdão - APL - TC 471-A/2008 decidiu:
~ Emitir parecer contrário à aprovação das contas prestadas;
;, Declarar o atendimento parcial às exigências da LRF;
;, Aplicar multa ao Sr. ROBERTO FLORENTINO PESSOA, no valor de R$2.80S, lO,
com fundamento no art. 56, II da LOTCE;
;, Encaminhar cópias das principais peças dos autos e desta decisão ao INSS, para a
adoção de medidas no tocante às contribuições previdenciárias.
02. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) de 11.07.2007, e em
18.07.2007, o Sr. ROBERTO FLORENTINO PESSOA, através de sua advogada
legalmente constituída, interpôs EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (fls. 2.142/2.146),
alegando, em resumo:
a. A única irregularidade motivadora do parecer contrário à aprovação das contas
relaciona-se a equívocos formais no recolhimento das obrigações previdenciárias
devidas ao INSS, fato que deve ser apurado pela autarquia previdenciária;
b. A irregularidade apurada não se inscreve dentre as causas ensejadoras da
penalidade prevista no Art. 56, II da LOTCE/PB;
c. O Art. 167 do Regimento Interno da Corte de Contas da Paraíba reza que a multa
deve ser ponderada de acordo com a gravidade da infração;
d. Requer acatamento dos embargos, ou, alternativamente, a redução da multa
aplicada.
03. Os autos, não foram encaminhados à Auditoria e ao Ministério Público junto ao
Tribunal conforme Art. 183 do Regimento Interno desta Corte.
04. O Processo foi agendado para esta sessão, dispensadas notificações de praxe.

2. VOTO DO RELATOR
OS embargos declaratórios são cabíveis nas hipóteses de obscuridade,
omissão ou contradição de decisão emanada desta Corte, nos termos de art. 180
do Regimento Interno.
-concluí à pág. 02/02--
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
-- Pág. 02/02 --

Nos autos restou comprovada a ocorrência das seguintes irregularidades:


y Ultrapassagem dos limites legais das despesas com pessoal, refletindo
cumprimento apenas parcial das determinações da LRF.
>- O não empenhamento da despesa de pessoal, bem como as incorreções na
elaboração de balanços.
>- Divergências de recolhimentos e retenções ao INSS, havendo indícios de
informações errôneas ao órgão previdenciário, com indícios de recolhimentos
inferiores aos devidos.
Convém ressaltar que todas as falhas foram consignadas no Parecer PPLTC
70/2008. Cada uma das ocorrências foi relatada e comentada no voto do Relator,
que identificou, inclusive, a falha que ensejou a emissão de parecer contrário
(insuficientes recolhimentos das contribuições previdenciárias). O voto do Relator
foi aprovado à unanimidade por este Tribunal Pleno.
Quanto ao montante da multa aplicada, importa salientar que foram
encontradas transgressões à legislação de finanças públicas, notadamente no que
se refere à elaboração dos balanços, ausência de empenhamento da despesa com
pessoal e divergências, não elucidadas, sobre as contribuições previdenciárias
devidas. Por tudo isso, entendo que a multa deve ser mantida no valor aplicado.
Ademais, os embargos declaratórios no âmbito deste Tribunal não possuem
efeitos modificativos, limitando-se a esclarecer as já citadas omissões,
contradições ou obscuridades porventura existentes nas decisões atacadas.
O Relator vota, portanto, pelo conhecimento dos Embargos de Declaração
opostos tendo em vista sua tempestividade, e, no mérito, pelo não provimento,
mantendo-se incólumes todos os termos das decisões atacadas.

3. DECISÃO DO TRIBUNAL
Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO
TC-02.103j07, os MEMBROS do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA
PARAÍBA (TCE-Pb), à unanimidade, na sessão realizada nesta data, ACORDAM
em:
I) Tomar conhecimento dos EMBARGOSDE DECLARAÇÃOopostos
pelo Sr. ROBERTOFLORENTINO PESSOA e, no mérito, pelo seu
não provimento;
II) Comunicar esta isão ao interessado.
Publique-se,,nti e-se, gistre-se e cumpra-se.
Sala das Sessõesd~ TC - b Penário Ministro João Agripino.
João Pesso 1 de agosto de 2008.
I

ConselhejFó Nominando Diniz - Relator

Ana Terêsa Nóbrega


Procuradora Geral do Ministério Público junto ao ibunal

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