Você está na página 1de 19

SOCIESC – SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA

CATARINA
ETT – ESCOLA TÉCNICA TUPY

Técnico em Mecânica

Tecnologia Mecânica

FRESAMENTO E ROSCAS

Joinville, Junho de 2009


Índice
Capa_______________________________________________pag. 01
Índice_______________________________________________pag. 02
Introdução___________________________________________pag. 03
Fresamento__________________________________________pag. 04
Roscas______________________________________________pag. 13
Conclusão___________________________________________pag. 18
Bibliografia_______________________________________________pag. 19
Introdução
Veremos neste trabalho algumas informações básicas quanto ao
processo de fresamento, os tipos de máquinas, suas características, formas de
se fresar e alguns acessórios importantes e fabricação de roscas suas
principais funções e importâncias e seus perfis.
Fresamento
E um processo de usinagem mecânica, feito por fresadoras e ferramentas
chamadas fresa. A remoção do sobremetal da peça é feita por dois
movimentos: O de rotação da fresa e movimento da mesa da máquina, onde é
fixada a peça a ser usinada chamado de avanço.
O avanço pode ser um movimento discordante, quando a peça vai contra
o movimento de giro do dente da fresa e movimento concordante quando o
movimento da peça é no mesmo sentido de movimento do dente da fresa.
Com o tempo e desgaste da máquina ocorre uma folga entre a porca e o
parafuso e quando utilizado o movimento concordante essa folga é empurrada
pelo dente da fresa, executando movimentos irregulares que prejudicam o
acabamento da pela. No movimento discordante, a folga não influi no
deslocamento da mesa gerando um melhor acabamento da peça.
A fresadora presta-se para usinar diversas superfícies planas,
destacando-se pela rapidez, pois a fresa é uma ferramenta multicortante.

Tipos de Maquinas
As máquinas fresadoras são classificadas, geralmente, de acordo com a
posição do seu eixo-árvore (fixação da fresa) em relação à mesa de trabalho
(fixação da peça).
Em relação ao eixo-árvore são classificadas em horizontal (paralelo à
mesa), vertical (perpendicular à mesa) e universal (com dois eixos-árvore:
horizontal e vertical).

Fresadora Vertical
Fresamento frontal – a superfície fresada é plana.
Podem-se usar vários tipos de ferramentas para essa
operação como fresas de topo e as cilíndricas;

Cantos a 90º - Podemos utilizar a fresa de topo de


haste cilíndrica, posicionada para o corte a 90º

Ranhuras em T – Para realizar esta operação,


primeiro deve-se abrir o canal da ranhura com uma
fresa de topo, para depois utilizar a fresa de haste para
ranhura T e executar a forma.

Guias em forma de calda de andorinha – Utiliza-


se uma fresa frontal angular com ângulos de 45º, 50º,
55º e 60º.

Fresamento de canais – Operação feita com a


fresa de topo, tanto a de haste cilíndrica quanto com
haste cônica.

Faceamento – Utilizado para desbaste e rebaixos,


gerando superfícies planas perpendiculares ao eixo da
ferramenta.
Fresadora Horizontal

Formas complexas – Feita associando várias


fresas de forma mais simples. Também chamadas de
trens de fresas.

Periférico ou tangencial – Só cortam na periferia


cilíndrica, gerando superfícies planas paralelas ao eixo
da ferramenta. Há 3 tipos principais: N (normal) para
materiais de dureza média com menos de 700N/mm2
de resistência a tração; H (materiais duros) para
materiais quebradiços com mais de 700N/mm2 de tração e W (materiais
moles) para materiais não ferrosos como alumínio ou bronze;

Ranhuras e contornos – Utilizam-se fresam


cilíndrico-frontais combinando uma ação dos gumes da
periferia e da face frontal da fresa.

Ranhuras (chavetas) woodruff – Fresas de base


cilíndrica, utilizadas para abrir ranhuras para chavetas
do tipo woodruff.
Guias prismáticas – É padronizada utilização de
uma fresa em 45º, 60º e 90º.

Ranhuras com perfil constante – Pode ser


inteiriças ou perfil a fresar pode ser obtido pela
justaposição de várias fresas, formando assim o perfil
desejado.

Canais – Utiliza-se a fresa de disco, por terem


diversas formas e tamanhos

Roscas – Para a abertura de roscas em


parafusos e porcas utiliza-se as fresas de mandril.

Fresadora Universal - Todas as aplicações anteriores podem ser


executadas na fresadora universal.
Fresadora copiadora – Trabalha com uma mesa e dois cabeçotes- um
cabeçote apalpador e outro de usinagem.

Fresadora CNC e as geradoras de engrenagens – Com tecnologia mais


diferenciada para comando operacional.

Acessórios
Os principais acessórios relacionam-se a fixação da peça na mesa de
trabalho. São elas:
Parafusos e grampos de fixação; Calços; Cantoneiras de ângulo fixo ou
ajustável; morsas; Mesa divisora e Divisor universal e contraponto.
Após a fixação do acessório na mesa deve-se fazer seu alinhamento, com
auxílio de um relógio comparador, apalpando o seu mordente fixo que deverá
ficar paralelo ao movimento da mesa.
Outro conjunto de acessórios está relacionado a fixação das ferramentas.
Na extremidade do eixo arvore (que tem formato de cone) pode-se fixar um
mandril ou uma ferramenta de haste cônica. Algumas ferramentas de haste
cônica podem ser fixadas diretamente no cone de fixação do eixo-árvore,
quando se tratam de ferramentas grandes. Para fixar ferramentas menores
utiliza-se um mandril adaptador.

Existem três tipos de mandril: Universal (Jacobs), porta-pinça e porta-


ferramenta.
O mandril universal é muito utilizado em furadeiras manuais Só podem
ser fixadas ferramentas de haste cilíndrica e cujo esforço não seja elevado,
pois a pressão não será suficiente.

Mandril Universal

O mandril porta-pinça possui modo de trabalho similar ao jacobs, mas


permite uma força de fixação maior. Também é indicado para ferramentas de
haste cilíndrica. Este mandril é composto de duas partes. A primeira possui
uma cavidade que receberá a pinça de superfície cônica de igual formato da
pinça. A segunda parte é denominada de porca, e é rosqueada no mandril.
Mandril Porta-Pinça

O Porta-Fresa é utilizado para ferramentas de maior porte pois é


necessário uma maior garantia de que não haja um deslizamento entre o
mandril e a própria ferramenta. O mandril possui chavetas, que podem ser
transversais ou longitudinais. FIGURA MANDRIL PORTA FRESA Longitudinal

Mandril Porta-Fresa Longitudinal

Aparelho Divisor
Utilizado para fazer divisões no movimento de giro da pela. Útil quando se
quer fresar com precisão superfície, que devem guardar uma distancia angular
igual a distancia angular de outra superfície.
Permite usinar quadrados, hexágonos, rodas dentadas e também utilizado
para fresar engrenagens, que são fabricadas com fresas de perfil constante
chamadas de fresa módulo.

O módulo de uma engrenagem é o quociente entre o diâmetro primitivo e


o número de dentes
Para fresar engrenagens faz-se o cálculo do número de furos que o disco
do aparelho divisor deve ter. A relação do divisor é de 40:1 – 60:1 – 80:1 –
120:1. A mais utilizada, e disponível é 40:1. Relação do Divisor = 40.
Roscas
Rosca é uma saliência de perfil constante, que se desenvolve de forma
uniforme, externa ou internamente, ao redor de uma superfície cilíndrica ou
cônica. Essa saliência é denominada filete.
No calculo do filete o avanço (distância percorrida pelo ponto) chama-se
passo e o percurso descrito no cilindro por esse ponto denomina-se hélice.

Calculo do filete

Deve-se utilizar as relações trigonométricas em qualquer rosca, quando


se deseja conhecer o passo, diâmetro médio ou ângulo da hélice:
Ângulo da hélice = tangente α = ___P___
D2 . π

Alguns tipos de roscas:


Rosca fina - usada na construção de automóveis e aeronaves,
principalmente porque nesses veículos ocorrem choques e vibrações que
tendem a afrouxar a porca. Também quando há necessidade de uma
ajustagem fina ou uma maior tensão inicial de aperto e, ainda, em chapas de
pouca espessura. Feitos de aços-liga e tratados termicamente.
Rosca média - Utilizada normalmente em construções mecânicas e em
parafusos de modo geral.
Rosca de transporte ou movimento - Possui passo longo e por isso
transforma o movimento giratório num deslocamento longitudinal bem maior
que as anteriormente citadas. É empregada normalmente em máquinas
Perfil da Rosca
Triangular - É o mais comum. Utilizado em parafusos e porcas de fixação,
uniões e tubos.

Rosca Triangular

Trapezional - Empregado em máquinas operatrizes (para transmissão de


movimento suave e uniforme), fusos e prensas de estampar.

Rosca Trapezional

Redondo - Emprego em parafusos de grandes diâmetros e que devem


suportar grandes esforços. Empregado em lâmpadas e fusíveis pela facilidade
na estampagem.

Rosca Redonda
Dente de serra - Usado quando a força de solicitação é muito grande em
um só sentido como morsas, macacos, pinças para tornos e fresadoras.

Rosca Dente de Serra

Quadrado - utilizado em parafusos e peças sujeitas a choques e grandes


esforços.

Rosca Quadrado

Simbologia de alguns elementos


D = diâmetro maior da rosca interna N = número de voltas por polegada
(nominal) n = número de filetes (fios por
d = diâmetro maior da rosca externa polegada)
(nominal) H = altura do triângulo fundamental
D1 = diâmetro menor da rosca he = altura do filete da rosca
interna externa
d1 = diâmetro menor da rosca hi = altura do filete da rosca interna
externa i = ângulo da hélice ( )
D2 = diâmetro efetivo da rosca rre = arredondamento do fundo da
interna rosca do parafuso
d2 = diâmetro efetivo da rosca rr1 = arredondamento do fundo da
externa rosca da porca
P = passo
A = avanço

Principais sistemas de roscas


Rosca métrica de perfil triangular ISO - ABNT - NB97
d = nominal rre = 0,14434 . P
d1 = d - 1,2268 . P D = d 2a
he = 0,61343 . P D1 = d - 1,0825 . P
h1 = 0,5413 . P A = 0,045 . P
rri = 0,063 . P H = 0,86603 . P
d2 e D2 = d - 0,64953 . P

Rosca americana normal NC ISO - ABNT - NB97


P = 1” número de filetes d1 = d - 2he
por polegada d2 = d - he
H = 0,866p D = d + 0,2222he
he = 0,6495p D1 = d - 1,7647
h = 0,6134p e1 = p/8
h1 = 0,54125p e2 = p/24

Rosca whitworth normal (inglesa)


P = 1” número de filetes
por polegada
H = 0,9605 . P
h1 = 0,6403 . P
d1 = d - 2 . h1
rre = rri = 0,1373 . P
d2 = d1 + h1
A fórmula para confecção das roscas Whitworth normal e fina é a mesma.
Apenas variam os números de filetes por polegada. Para facilitar a obtenção
desses valores, existem tabelas das roscas métricas e de perfil triangular
normal e fina e Whitworth normal – BSW e Whitworth fina – BSF.
Conclusão
Concluí com este trabalho que os processos de fresamento são de
grande importância no campo da usinagem e mesmo que a cada dia estejam
surgindo novas tecnologias para substituir antigas máquinas, essas ainda
continuam sendo úteis.
Além de uma máquina boa, é necessário um bom fresador que saiba
como utilizar todos os recursos da fresadora. Com precisão cada vez maior
esses profissionais devem estar sempre se atualizando.
As Roscas também têm toda a sua exclusividade no universo da
usinagem, tendo vários perfis para cada tipo de montagem, é de suma
importância que seja muito bem planejada e calculada, para que não ocorram
erros na hora da usinagem.
Bibliografia
PROVENZA, Francesco. Projetista de Máquinas. 1ª Ed. São Paulo:
Escola pro-tec, 1985
PALMA, Flávio. Máquinas e Ferramentas. Disponível em:
http://www.ebah.com.br > Acesso em 15 de Junho de 2009
SENAIS. Noções Básicas de Elementos de Máquina. Disponível em:
http://www.scribd.com > Acesso em 13 de Junho de 2009
http://www.google.com.br

Você também pode gostar