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Doenças Bacterianas

• Escarlatina

A escarlatina é uma doença infecciosa causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A
(Streptococcus pyogenes), que atinge principalmente as crianças, em sua maioria meninos, não sendo,
no entanto uma doença perigosa atualmente, pois a bactéria é sensível à penicilina. A escarlatina é
quase sempre uma complicação da faringite causada pelo mesmo agente.
As pessoas infectadas pela bactéria, não sentem fome e sentem muitas dores na garganta, o que
dificulta ainda mais a absorção de alimentos.A pele sofre alterações visíveis, como descamação,
vermelhidão e coceira.
Caracteriza-se por eritemas (vermelhidão cutânea) que se espalham a partir do peito, deixando as
palmas das mãos e pés, e a região em redor da boca inalteradas e febre. A língua inicialmente é amarela
devido à inflamação, mas depois descama e torna-se vermelho-viva, com aparência de um morango.
A sua transmissão é feita pela saliva, por via nasal, tosse, espirros e respiração ou ainda através do
contacto com vestuário e objetos contaminados.
O tratamento é através da administração de antibióticos. Não sendo devidamente tratada, poderá
ocorrer hemorragias no estômago, baço e intestino. Além da possibilidade de ocorrer convulsões,
inflamação nos rins, infecção nos tímpanos e dores fortes nas articulações.

• Antraz

O Antraz é uma doença causada pela bactéria Bacillus anthracis, encontrada naturalmente no solo,
em regiões agrícolas. Este bacilo é bastante resistente, podendo, inclusive, formar esporos - os
responsáveis por muitos dos sintomas da doença, podendo levar a óbito, uma vez que liberam toxinas.
Acredita-se que foi o antraz que causou pragas e doenças no tempo de Moisés e entre os antigos
romanos, sendo esta doença aquela que foi conhecida como “a praga do Egito”.
Como gado e outros vertebrados herbívoros são, geralmente, os animais mais propensos à
contaminação, trabalhadores do campo estão mais vulneráveis a ela.
Seres humanos podem ser contaminados pelos esporos por via inalação, ingestão de carne
contaminada crua ou malpassada ou penetração na pele via lesões. A bactéria infecta a pele em mais de
95% dos casos. Não há registro de contágio direto (de pessoa para pessoa).
Os sintomas aparecem geralmente sete dias após a exposição ao patógeno. No caso da infecção
pelas vias aéreas, a doença pode ter como sintomas os de um resfriado comum, atrasando o
diagnóstico. Na fase mais aguda, ocorre insuficiência respiratória, desencadeando em morte em pelo
menos metade dos casos. Quanto à infecção das vias intestinais (a manifestação mais rara do antraz),
vômitos e diarréias com sangue podem se manifestar. O indivíduo pode não resistir, em intervalo de
aproximadamente um dia após o aparecimento destes quadros mais graves.
O antraz cutâneo é a forma menos séria da doença. Nela, surge uma pequena ferida em forma de
bolha, com inchaço e vermelhidão em sua volta. Esta se rompe aproximadamente dois dias depois,
apresentando uma crosta negra no centro.
O diagnóstico consiste na busca da presença do germe ou de anticorpos específicos no sangue via
exames laboratoriais. Para tratamento, o uso de antibióticos é necessário.
Existem vacinas contra o antraz, mas estas são disponibilizadas apenas àqueles considerados grupo
de risco.
Bioterrorismo:
Há alguns anos atrás, esta doença foi bastante comentada devido à ações relacionadas ao
bioterrorismo uso de qualquer organismo biológico com a finalidade de causar medo, males ou
doenças.
No ano em que houve o ataque ao Pentágono e ao Worl Trade Center, nos Estados Unidos
ocorreram casos de contaminação do antraz via correspondências, enviadas pelos terroristas pelos
serviços de correios: 13 pessoas foram infectadas e 5 não resistiram, criando uma situação de medo e
alerta.

• Blenorragia ou Gonorréia

A blenorragia é uma doença sexualmente transmissível, causada pela bactéria Neisseria


gonorrhoeae, que infecciona o revestimento interno da garganta, do colo uterino, do reto e da uretra.
É disseminada por meio da corrente sanguínea para outras partes do corpo, como pele e
articulações. Podendo infectar também o interior do coração e o revestimento do fígado.
Os recém-nascidos contaminados pela bactéria durante o parto apresentam edema e secreção ocular
purulenta nas pálpebras.
Nas mulheres, a blenorragia pode acometer as membranas internas da pelve, ocasionando
problemas referentes à reprodução e dor pélvica.
Nos homens os sintomas são apresentados de 2 a 7 dias após o contágio, esses são iniciados com o
desconforto uretral, seguidos de dor ao urinar, secreção purulenta e necessidade frequente de urinar.
Nas mulheres, os sintomas aparecem de 7 a 21 dias após o contágio, embora as mulheres sejam
assintomáticas durante semanas ou meses.
Algumas mulheres podem apresentar sintomas graves como febre, corrimento vaginal, dor durante a
micção e relação sexual.
A blenorragia é tratada com antibióticos e quimioterápicos. Antigamente utilizava-se a penicilina,
hoje os medicamentos mais indicados são as fluorquinolonas. A internação é indicada em casos que a
blenorragia é disseminada através da corrente sanguínea.
As principais medidas de prevenção são a educação sexual dos jovens e o uso de preservativo.

• Cólera

A cólera é uma infecção aguda localizada no intestino provocada pelo Vibrio Cholerae. Essa
bactéria produz enterotoxina que causa diarréia podendo levar à morte por desidratação. O vibrião é
encontrado nas fezes de pessoas infectadas onde a doença se manifestou ou não, em água e em
alimentos infectados.
A contaminação é feita com a ajuda das moscas e de outros insetos que transportam o vibrião para
águas e alimentos. Ao ser ingerido, a bactéria tenta vencer a acidez do estômago e ao conseguir, ele
segue para o intestino delgado e se multiplica.
O vibrião quando infecta água e alimentos, tem força para sobreviver por até cinco dias numa
temperatura de até 40ºC e é bastante resistente ao congelamento. Seu período de incubação varia de 6 a
10 horas por até três dias, onde após esse período aparecem à diarréia juntamente com dores de cabeça,
câimbras musculares, dores no abdômen, vômitos e desidratação.
Caso não seja devidamente tratada, a vítima pode morrer num período de 14 a 48 horas. O
tratamento é basicamente reidratar a vítima com soro via oral. Os antibióticos poderão ser usados via
oral ou venosa segundo prescrição médica.
O processo de informar as pessoas principalmente as mais carentes é de extrema importância, pois a
higiene básica contribui para a não proliferação do vibrião.

• Coqueluche

A coqueluche é uma doença extremamente contagiosa provocada pelas bactérias Bordetella


pertussis e Bordetella parapertussis que ao entrar no organismo permanece incubada até 14 dias. Se
desenvolvem no nariz, boca e garganta e após tal período de incubação invade o aparelho respiratório
liberando nele suas toxinas produzidas que fazem com que haja superprodução do muco, impede a
fagocitose e desregula a ação das células que fazem a fagocitose (macrófagos). É transmitida duas
semanas antes até três semanas depois do início da tosse após uma pessoa doente espirrar, falar ou
tossir. Também pode se contrair a doença quando compartilha-se lençóis, copos e outros objetos
pessoais.
Se manifesta em três fases: catarral que dura até 14 dias, paroxística que dura até 6 semanas e fase
de convalescença que permanece por até 3 semanas.
Os sintomas são: inflamação dos brônquios, febre baixa, tosse seca, coriza, espirros, vômito,
sudorese, expectoração e posteriormente com a agravação da doença manifesta perda de consciência,
convulsão, pneumonia, encefalite, lesões cerebrais, óbito.
O tratamento utiliza antibióticos para combater as bactérias, onde normalmente utiliza-se a
eritromicina já que é eficaz e pouco tóxica. Neste caso, o emprego de imunoglobulina humana ainda
não é comprovadamente eficaz.
É importante descansar muito, ingerir bastante líquidos, utilizar oxigênio e sedativos leves para
controlar crises de tosse.
A doença pode ser prevenida através da vacina tríplice que é administrada na criança com dois
meses de vida com reforços subseqüentes. Se uma pessoa sã for exposta a um doente deve procurar
auxílio médico para que este prescreva antibióticos para prevenir a doença.

• Difteria

A difteria é uma doença provocada pela bactéria Corynebacterium diphteriae que é transmitida por
contato físico com um doente ou por respirar suas secreções. Permanece incubada por até seis dias
multiplicando-se na faringe. Apesar de se manifestar o ano todo, a doença ataca principalmente nos
períodos de outono e inverno.
A doença pode ser mortal se suas toxinas forem liberadas no sangue, pois provoca a morte celular
do fígado, rins, glândulas adrenais, coração e nervos, fazendo com que estes se tornem insuficientes e
ainda paralisem. Quando contagia crianças menores de quinze anos, pode matar em cerca de 20% dos
casos. Também pode ocorrer em adultos, mas sua maior manifestação ocorre em crianças.
Os sintomas são: náuseas, vômitos, dor de garganta, dificuldade para engolir, calafrio, tosse, fadiga,
febre alta, inchaço nos gânglios linfáticos e pressão baixa.
O tratamento contra a doença é feito com medicamentos anti-toxinas e bactericidas. É importante
que o doente não faça esforços físicos, pois a recuperação é bastante lenta. Em alguns casos é
necessário locomover o doente para uma unidade de terapia intensiva, pois pode haver dificuldade em
respirar, parada cardíaca, paralisia de alguns órgãos e dos músculos do aparelho respiratório.
Previne-se a doença através da vacina tríplice dada a bebês a partir do segundo mês de vida.
Também pode adquirir imunidade quando os anticorpos maternos são inseridos no organismo do bebê
pela placenta.

• Disenteria Bacteriana

Disenteria Bacteriana é uma infecção causada por uma bactéria do gênero Shiguella. A infecção é
uma forma de intoxicação alimentar que ocorre por água e alimentos contaminados e pode ser
transmitida por contato pessoal.
Ocorre principalmente em países pouco desenvolvidos, uma vez que a transmissão é combatida de
forma eficaz pelas medidas básicas de higiene. Nos países desenvolvidos é responsável por cerca de
7% dos casos de intoxicação alimentar.
O período de incubação é de doze a cinquenta horas. Os sintomas variam, podendo ser apresentados
somente a diarréia em sua forma mais leve. Em forma mais grave pode ocorrer febre, dor abdominal,
diarréia aquosa, náuseas, vômitos, dor de cabeça, dor muscular, desidratação, hipotensão e até
convulsão.
O diagnóstico é feito a partir da cultura de amostras fecais com identificação microscópica e
bioquímica.
O tratamento consiste na reidratação oral, na diminuição dos sintomas, para isso são utilizados
antibióticos como penicilina, quinolonas e cefalosporinas.
As medidas preventivas são: ingerir somente água tratada, fazer higiene pessoal e dos alimentos.

• Febre Maculosa
A febre maculosa é uma doença causada pela bactéria Rickettsia rickettsia, com ciclo de
desenvolvimento no interior das células de um organismo hospedeiro, portanto são parasitas
intracelulares obrigatórios, semelhante a alguns vírus.

Essa enfermidade é provocada através da picada de um vetor, os carrapatos das seguintes espécies:

Amblyomma aureolatum → carrapato-amarelo


Amblyomma cajennense → carrapato estrela (conhecido com roduleiro).

Durante o ato parasitário do organismo vetor, ocorre a contaminação do hospedeiro (animais


bovinos, equinos ou o próprio homem), sendo infectados pela bactéria, que penetra através da corrente
sanguínea e se dissemina pelo corpo, alojando-se principalmente em órgãos motores.
Os sintomas são: febre incessante, náusea, cefaléia, dor muscular e manifestação epidermática de
pigmentação avermelhada.
Medidas preventivas: evitar passar por locais com grande infestação de carrapatos; utilizar roupas
apropriadas em caso de atividade agropecuária, fazendo uso de: botas, calça e camisa que protejam as
pernas e os braços; verificar com freqüência a existência deste parasita sobre a pele, retirando-os caso
encontre.

• Febre Reumática

Febre reumática é uma doença inflamatória considerada auto-imune, ou seja, decorrente de um


distúrbio do sistema de defesa do organismo de indivíduos predispostos, desencadeada pelas infecções
de garganta por streptococos.
A doença frequentemente afeta as articulações, as complicações graves mais frequentes são
cardíacas, podendo ocorrer também em menor frequência complicações neurológicas e
dermatológicas.
A febre reumática não pode ser transmitida diretamente de pais para filhos, embora existam fatores
genéticos predisponentes à doença.
O quadro clínico da doença varia de acordo com os sistemas acometidos. O diagnóstico efetivo
pode ser feito a partir dos seguintes sinais: cardite (inflamação do coração), inflamação em várias
articulações, tremores ou movimentos involuntários dos membros e face, nódulos subcutâneos,
manchas vermelhas na pele.
A prevenção da febre reumática consiste em diagnóstico preciso e tratamento adequado das
infecções estreptocócicas da boca, garganta e faringe.
O tratamento é feito com antibióticos, antiinflamatórios nas artrites, corticóides na cardite.

• Febre Tifóide

A febre tifóide é uma doença que é característica de lugares em que não existe água tratada e esgoto,
é uma transmissão feita através de alimentos e águas contaminadas. É causada por uma bactéria
denominada de Samonella Typhi.
A única estrutura de mecanismo de defesa do organismo contra essa bactéria é a acidez gástrica. Se
a bactéria conseguir ultrapassar a acidez gástrica, ela vai diretamente para o intestino, concorrer com as
bactérias do intestino. Caso, ela suporta e sobrevive ela então, para a parede intestinal, chegando até o
sangue.
Os sintomas só apresentam, quando a bactéria chega ao sangue.
Os primeiros sintomas são: dor de cabeça, falta de apetite, sono agitado, febre longa, tosse,
sangramento no nariz, diarréia, delírios, aumento do fígado.
O tratamento é feito com reidratação e antibióticos adequado com a doença. Caso a doença esteja
muito grave, deverá levar o paciente para internar e fazer hidratação e deverá ser isolado, para que
outras pessoas sejam contaminadas. E depois que o paciente é curado, as bactérias continuam saindo
através da urina e das fezes.
• Furúnculo

Furúnculo é uma infecção da pele causada pela bactéria estafilococos ocasionando a destruição do
folículo pilosebáceo.
A infecção pode aparecer em qualquer parte da superfície corporal, principalmente na região do
pescoço, face, axilas e nádegas, com exceção da palma da mão e planta dos pés.
O uso de substâncias gordurosas na pele fecha o folículo e favorece a infecção, o que,
consequentemente, faz aparecer o furúnculo.
A manifestação do furúnculo é iniciada por um nódulo doloroso, vermelho, inflamatório,
endurecido e quente, centrado por um pelo, onde pode aparecer um pequeno ponto de pus. É eliminada
uma secreção esbranquiçada, popularmente conhecida como “carnegão”.
É denominado de furunculose o aparecimento de furúnculos repetidas vezes.
Quando a pessoa apresenta vários furúnculos próximos uns dos outros o quadro é denominado de
antraz.
O tratamento é feito com antibióticos e a drenagem da lesão é realizada em casos mais dolorosos e
quando a superfície está amolecida. O médico dermatologista é o profissional indicado para realizar
este tratamento e investigar as causas desta doença.

• Hanseníase

A hanseníase, conhecida também como lepra, é uma doença infecciosa provocada pela bactéria
Mycobacterium leprae que se manifesta principalmente na pele e nos nervos. A transmissão da bactéria
ocorre por vias respiratórias, quando o doente fala, pela saliva e por secreções nasais. A bactéria
também pode penetrar na pele se houver contato com a ferida do doente.
O período de incubação da doença é relativamente grande, mas se manifesta até 7 anos depois de
incubada. Se manifesta em diferentes formas:
Indeterminada: é o estágio inicial da doença que facilmente se chega à cura, ocorre principalmente
em crianças. Manifesta-se com uma lesão clara e sensível.
Borderline: é o estágio intermediário da doença. Manifesta-se com mais lesões e manchas grandes
na pele.
Tuberculóide: é uma forma benigna da doença que ocorre quando o doente resiste positivamente à
bactéria. Manifesta-se com poucas lesões que podem ou não apresentar dor e atrofia muscular.
Lepromatosa: é uma forma mais severa da doença caracterizada pela ausência de imunidade à
bactéria. Manifesta-se com grande número de lesões que provocam deformidades, atrofia e inchaço.
Também podem ocorrer alterações nos órgãos internos.
Os sintomas são: perda das sensações como frio e calor, perda dos movimentos, dormência,
manchas mais claras ou avermelhadas na pele, perda de pêlos nas sobrancelhas, diminuição do suor,
aparecimento de nódulos sobre a pele, feridas, perda da força muscular, ressecamento dos olhos.
Depois a doença é diagnosticada por um médico especializado, este prescreve um tratamento
adequado de acordo com o grau da doença a partir de medicamentos específicos. Este tratamento pode
ser realizado em Postos de Saúdes que oferecem os medicamentos gratuitos.
É necessário que as pessoas que mantêm contato com os doentes façam exames para verificar a
presença ou não da bactéria no organismo, tentar não ter contato direto com a pele lesionada do doente.

• Impetigo

O impetigo é uma infecção provocada por dois tipos de microrganismos que atacam a camada mais
externa da pele, o Staphylococcus aureus e Streptococcus. Normalmente se manifesta em crianças de
até cinco anos, porém pode ocorrer em qualquer idade. É caracterizada por pequenas bolhas (em
alguns casos podem aparecer bolhas grandes) com pus que aparecem pelo corpo, principalmente no
nariz, axilas, virilha, atrás do joelho e outras áreas de dobras da pele que se rompem e formam lesões
cobertas por uma crosta espessa.
O contágio é feito de uma criança infectada para outra, sendo favorecido por cortes ou qualquer
outro tipo de trauma na pele que facilitam o desenvolvimento dos microrganismos. O diagnóstico
normalmente é feito por meio de exames de sangue que comprovam a existência do microrganismo no
corpo da criança que apresenta as bolhas purulentas na pele.
O tratamento consiste na ingestão de antibióticos e na utilização de pomadas sobre as lesões. Para
prevenir tal infecção é importante lavar bastante as mãos da criança, limpar qualquer ferimento
existente e usar antisépticos que amenizam as chances dos microrganismos serem transmitidos.

• Leptospirose

A leptospirose ou doença do xixi de rato é uma doença infecciosa provocada pela bactéria
leptospira. A bactéria entra no organismo através da pele, através da ingestão de alimentos e/ou bebidas
contaminadas e através do contato direto com o solo contaminado, após a penetração no organismo age
nos rins, fígado e musculatura. O rato é o principal transmissor da doença, pois se contaminado libera a
bactéria pela urina podendo contaminar o homem e também os animais domésticos.
Durante o período de incubação da doença, que pode chegar até duas semanas, pode ocorrer de forma
isolada: febre, fotofobia, calafrios, dor muscular, dor de garganta, conjuntivite, mal-estar e após tais sintomas,
que podem permanecer até sete dias, aparece novos sinais como dor intenso na panturrilha, icterícia, hemorragia
e insuficiência renal que leva à morte cerca de 20% dos doentes infectados.

Após diagnóstico médico, este inicia o tratamento utilizando antibióticos, como a doxiciclina ou a
penicilina para combater a bactéria. Há chances de cura se for diagnosticada a tempo.
Deve-se evitar contato com águas de esgoto, enchentes, alagamentos, bem como o contato com o
solo sem luvas e botas de borracha. Também é importante não deixar lixo acumulado em casa e nas
proximidades para não atrair os roedores. Os animais domésticos devem ser vacinados duas vezes ao
ano e se constatar que um animal está doente é necessário informar a vigilância sanitária para que esta
tome providências a fim de evitar epidemias.

• Meningite

A meningite é uma inflamação das meninges (membranas que revestem o sistema nervoso central, a
medula espinhal e o encéfalo). Pode ser de origem viral, bacteriana, fúngica, por protozoários,
substâncias químicas ou por células tumorais. Quando as meninges são invadidas, os leucócitos são
direcionados para as meninges e o conflito entre estes e os invasores provocam a inflamação.
Manifesta-se de várias formas dependendo da idade do paciente, do tempo de permanência da
doença, da resposta ao tratamento e do tipo do causador da enfermidade.
A meningite mais comum é a provocada por vírus, mas a que provoca mais preocupação entre os
médicos são as bacterianas, pois podem deixar sequelas no cérebro ou se não tratada a tempo leva o
paciente à morte. Pode ser transmitida quando um doente fala, tosse, espirra ou beija uma pessoa.
Os sintomas são: cefaléia intensa, falta de apetite, rigidez na nuca, mal-estar, náuseas, vômitos,
febre alta e persistente, agitação psicomotora.
O tratamento deve ser iniciado o quanto antes para que o doente não fique com nenhuma sequela.
Consiste na aplicação de antibióticos por via oral ou endovenosa, dependendo do tipo.
Para prevenir a doença é necessário que aqueles que têm contato com um doente utilizem máscaras
e antibióticos.

• Pneumonia

A pneumonia é uma inflamação localizada nos alvéolos dos pulmões que pode ser provocada por
vírus, bactérias, fungos, parasitas ou por reações alérgicas. Esta inflamação enche os pulmões de pus,
muco e outros líquidos que atrapalham o bom funcionamento dos alvéolos, além de promover o risco
de espalhar esta inflamação para outros órgãos do corpo, já que o oxigênio não chega em quantidade
suficiente ao sangue, provocando o mal funcionamento das células do organismo.
Desenvolve-se quando uma pessoa inala microorganismos que chegam aos pulmões, quando as
bactérias existentes na boca se proliferam e são aspiradas para os pulmões, quando uma infecção
localizada em outra região do organismo se alastra pelo sangue e chega aos pulmões. O fator que mais
desencadeia a doença é a bactéria Pneumococo, que marca os 50% dos casos de pneumonia.
Os sintomas são: febre alta, suor intenso, tosse, calafrio, falta de apetite, mal-estar, confusão mental,
dor no peito, alterações na pressão arterial, respiração ofegante, aceleração do pulso, prostração,
secreção (catarro) amarelo-esverdeado e outros.
A pneumonia pode causar derrame pleural que é o acúmulo de líquidos nas pleuras e bacteremia que
é provocada quando as bactérias caem na corrente sanguínea.
O tratamento para a pneumonia varia de acordo com o seu agente causador. Em casos de pneumonia
provocada por bactérias ou fungos utilizam-se antibióticos. Em casos de pneumonia provocada por
vírus utilizam-se medicamentos apenas para combater as dores dos sintomas.

• Sífilis

A sífilis é uma doença infecciosa ocasionada pela bactéria Treponema pallidum, uma espiroqueta de
transmissão essencialmente sexual ou materno-fetal.
Manifesta-se em três estágios: primária, secundária e terciária.
Entre a segunda ou terceira semana após a relação sexual desprotegida com pessoa infectada, a
doença manifesta-se com ínguas nas virilhas e ferida nos órgãos sexuais. Essas não apresentam dor,
prurido ou ardência. A ferida desaparece depois de um tempo sem deixar cicatriz, proporcionando à
pessoa um falso indício de que está curada.
Se não for tratada a doença evolui para o segundo estágio, que se inicia de seis a doze semanas após
o contágio. Os sintomas desse estágio são: feridas por todo o corpo, manchas contagiosas na palma da
mão e sola do pé, queda de cabelo, febre, dor no corpo, dor de cabeça, falta de apetite, verrugas em
volta do ânus.
No terceiro estágio, complicações mais sérias como cegueira, problemas cardíacos, paralisia,
doença cerebral podem aparecer.
O período médio de incubação é de 21 dias, podendo variar de 3 a 90 dias.
A transmissão da sífilis é por meio de relações sexuais sem o uso do preservativo, transfusão de
sangue e durante a gestação.
O diagnóstico é feito através de exame de laboratório para comprovar a presença do Treponema.
O antibiótico penicilina, oral ou injetável, é o mais indicado no tratamento da sífilis. Eritromicina
ou tetraciclina também podem ser indicadas. As relações sexuais devem ser suspensas até o término do
tratamento.
Como a sífilis é uma doença sexualmente transmissível, a forma de preveni-la é utilizando o
preservativo em todas as relações sexuais.

• Sífilis Congênita

A sífilis congênita é a transmissão do Treponema pallidum por via transplacentária. Essa ocorre
quando a mãe não tratada ou inadequadamente tratada infecta o bebê. Dependendo do tempo em que a
mulher foi infectada, ela pode correr o risco de ter um natimorto ou do bebê morrer logo após o parto.
As manifestações da sífilis congênita incluem alterações radiográficas, dentes de Hutchinson
(incisivos centrais superiores espaçados e com um entalhe central); bossa frontal; nariz em sela;
maxilares subdesenvolvidos; hepatomegalia (aumento do fígado); esplenomegalia (aumento do baço);
anemia. A morte por sífilis congênita geralmente decorre da hemorragia pulmonar.
Alguns dos exames solicitados para o diagnóstico da sífilis congênita são: hemograma completo,
raios-X de ossos longos e exame do líquido céfalo-raquidiano (LCR).
A sífilis congênita é classificada em recente, quando os sintomas aparecem nos dois primeiros anos
de vida, sendo mais evidentes do 1º ao 3º mês e tardia, quando os sintomas manifestam a partir do
segundo ano.
Nos primeiros dias de vida a sífilis congênita pode ser confundida com infecções como rubéola,
toxoplasmose, herpes, posteriormente pode ser confundida com sarampo, catapora, escarlatina.
A prevenção da sífilis congênita consiste em um pré-natal adequado, já que é uma doença de fácil
prevenção desde que a mulher infectada seja tratada imediatamente.
Antes da gravidez a sífilis pode ser prevenida através do uso de preservativos, diagnóstico precoce
em mulheres em idade fértil, em seus parceiros, realização do teste VDRL em mulheres que tenham
intenção de engravidar.

• Terçol

O terçol (ou hordéolo) consiste em uma inflamação das glândulas Zeis e Mol, localizadas nas
pálpebras, bem próximo aos cílios: resultado da infecção por bactérias do tipo estafilococos ou
estreptococos. Diferencia-se do calázio, pois este último é uma inflamação da glândula de Meibômio e
não é infeccioso. Ambos podem afetar indivíduos dos dois sexos e de todas as idades.
Dor, calor e rubor são algumas de suas primeiras características notáveis. Lacrimejamento, inchaço
e desconforto ao piscar surgem aproximadamente um dia depois. Na maioria dos casos, regride
espontaneamente em um prazo de três dias, com cura completa em uma semana.
Pomadas ou colírios antibióticos, indicados pelo médico, aliados a compressas úmidas de água
quente (alternadas com de água fria), além de reduzirem o desconforto, aceleram o processo de cura e
evitam possíveis complicações.
Em situações em que a inflamação não cessa em até duas semanas ou piora, pode ser necessária a
drenagem cirúrgica do pus, com auxílio de agulhas. Vale ressaltar que o perfuramento da lesão só pode
ser feito pelo médico, caso exista tal necessidade.
É importante não tocar a inflamação com as mãos e tão pouco coçar os olhos, a fim de evitar a
contaminação do olho saudável e impedir o agravamento da lesão. Maquiagens e lentes de contato
devem ser evitadas neste período.
Há controvérsias se uma pessoa com terçol pode transmiti-lo a outro indivíduo sem que esse tenha
contato com a inflamação.
Lavar a região com xampus de pH neutro ajuda a desobstruir o poro afetado, além de manter a
limpeza local.

• Tétano

O tétano é uma doença infecciosa provocada pela exotoxina liberada pela bactéria Clostridium
tetani. É encontrada sob forma de esporos em fezes, na terra e plantas que são introduzidas no
organismo a partir de lesões na pele. A toxina liberada age principalmente nas células motoras do
sistema nervoso central após o período de incubação que varia de 03 a 21 dias, bloqueando a
transmissão dos impulsos inibidores dos neurônios resultando em espasmos.
Pode ser prevenida através de vacinas que imunizam o organismo contra a bactéria. A imunização é
dividida nas seguintes doses:

1ª dose → 1º dia
2ª dose → 30º dia
3ª dose → 60º dia
4ª dose → 10 anos após última dose
5ª dose → 10 anos após última dose
6ª dose → 10 anos após última dose

A vacinação é extremamente importante para que os leucócitos contidos no organismo e


responsáveis pela destruição de corpos estranhos estejam preparados para conter a bactéria caso haja
contaminação pela mesma.
Os sintomas são: espasmos musculares, convulsões, asfixia, rigidez no abdome, pescoço, costas,
suor excessivo, febre e taquicardia.

O tratamento consiste em introduzir no organismo antibióticos, relaxantes musculares, sedativos


(para não induzir espasmos musculares) e aplicação do soro anti-tetânico para casos onde há
necessidade de combater a doença mais rapidamente. É extremamente importante evitar os estímulos
colocando-os em locais tranquilos, confortáveis e de fácil observação.

• Tifo
O tifo é causado pela bactéria Rickettsia prowazekii, esta por sua vez é um parasita intracelular que
não se reproduz fora das células hóspedes. É uma doença epidêmica transmitida pelo piolho humano
do corpo.
O tifo indica também doenças infecciosas assinaladas por dores de cabeça, calafrio, febre, dor no
corpo e nas articulações, manchas vermelhas que perseveram por duas ou três semanas. Está
relacionada com a falta de higiene e pobreza.
Ao excretar suas fezes, o piolho libera bactérias que entram em contato com o corpo humano
através de feridas. As bactérias se reproduzem no interior das células e o período de incubação é de 10
a 14 dias.
Os sintomas são: dores nas articulações e na cabeça, febre alta, que pode provocar delírios, e
erupções cutâneas hemorrágicas.
O diagnóstico é feito através de exame laboratorial e o tratamento é realizado à base de antibióticos
como as tetraciclinas.

• Tuberculose

A tuberculose é uma grave doença provocada pelo bacilo de Koch, cientificamente chamado de
Mycobacterium tuberculosis. Apesar de ser considerada uma doença pulmonar, por atacar os pulmões
em 85% dos casos, pode se manifestar nos olhos, rins, cérebro, ossos e em outros órgãos que ocorre
com maior freqüência na região pleural, linfátia, agênito-urinária, miliar e osteo-articular.
É altamente contagiosa, pode ser transmitida pelo ar quando um doente fala, espirra e tosse
liberando grande quantidade da bactéria. A doença se desenvolve e se reproduz nas áreas mais
oxigenadas do organismo e somente transmite a doença se o bacilo estiver nos pulmões.
Quando o bacilo chega ao organismo pode permanecer nele sem provocar a doença, o que se
conhece como período latente que acontece quando o sistema imune estiver funcionando
perfeitamente. O período latente pode se tornar ativo a qualquer momento dependendo somente da
diminuição do sistema de defesa.
Os sintomas são: tosse crônica, febre, suor noturno, dor no tórax, perda de peso, cansaço fácil,
sangramento ao tossir ou espirrar, fraqueza, falta de apetite.
O tratamento para a tuberculose é realizado com a combinação de vários medicamentos que tem a
duração de seis meses aproximadamente. A combinação de medicamentos pode provocar náuseas,
vômitos e dores abdominais. Mesmo melhorando no primeiro mês de tratamento, o doente não deve
abandonar o tratamento, pois pode novamente ter a doença só que com a bactéria resistente ao
tratamento.
A melhor forma de prevenir a doença é imunizando o organismo contra ela através da vacina BCG.
Essa torna o organismo resistente à bactéria em até 80%.

• Tracoma

Tracoma é uma doença oftálmica altamente contagiosa, de etiologia bacteriana, causadora de


comprometimentos na córnea e na conjuntiva. Provoca fotofobia, dor e lacrimejamento, podendo levar
à cegueira.
É causada pela bactéria Chlamydia trachomatis e é transmitida por contato direto com os olhos,
nariz e secreções bucais de indivíduos afetados, ou então através de objetos que tiveram em contato
com essas secreções.
Esta oftalmopatia é de natureza crônica.
A bactéria possui um período de incubação de 5 a 12 dias, depois dos quais o indivíduo apresenta
sintomas de conjuntivite ou irritação ocular.
Os sintomas incluem:
→Corrimento ocular
→Pálpebras inchadas
→Triquíase
→Inchaço dos nódulos linfáticos junto aos ouvidos

Se não for tratada adequadamente com antibióticos orais, os sintomas poderão escalar e causar cegueira,
resultado da ulceração e cicatrização da córnea. A cirurgia também pode ser necessária para tratar de
deformações das pálpebras.

Bibliografia
• Mundo Educação - http://www.mundoeducacao.com.br/doencas/doencas-por-bacterias
• Wikipédia – http://pt.wikipedia.org/wiki/tracoma
• – http://pt.wikipedia.org/wiki/escarlatina
Colégio Estadual Dr. Feliciano Sodré
Aluna: Mariana Fernandes da Silva
Turma: 2002
Nº: 25
Disciplina: Biologia
Professor: Jânio

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