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No Angelus de domingo 2 de Agosto, o Papa recorda a memória dos santos destes dias O Papa reza pelo fim
Bento XVI volta a reflectir da violência no Paquistão
sobre o Ano sacerdotal
O dom da vida de Paulo VI permanece na Igreja
meio-dia de 1 de Agosto à meia-noi-
te do dia 2 pode-se obter, sob as
condições habituais, a indulgência
plenária também para os defuntos,
visitando uma igreja paroquial ou
franciscana.
O que dizer de São João Maria
Vianney, que recordaremos a 4 de
Agosto? Proclamei o Ano sacerdotal
precisamente para comemorar o ses-
quicentenário da sua morte. Deste
pároco humilde, que constitui um
modelo de vida sacerdotal não ape-
nas para os párocos, mas para todos No Paquistão, as escolas e as universidades
os presbíteros, prometo falar na cate- cristãs ficaram fechadas por três dias em si-
quese da Audiência geral de quarta- nal de luto, a seguir a um ataque perpe-
feira próxima. Depois, no dia 7 de trado por extremistas islâmicos em Gojra,
Agosto, será a memória de São Cae- no Punjab, que provocou a morte de oito
tano de Thiene, que costumava re- pessoas, entre as quais quatro mulheres e
petir: «Não se purificam as almas uma criança.
com o amor sentimental, mas com o Profunda dor «pelo ataque insensato
amor dos factos». E no dia seguinte, contra a comunidade cristã de Gojra Ci-
8 de Agosto, a Igreja indicar-nos-á ty», que causou a «morte trágica de crian-
como modelo São Domingos, de ças, mulheres e homens inocentes», foi ex-
Recordando os santos, cuja memória é no ano de 1216, depois que teve pressa por Bento XVI numa mensagem –
celebrada nestes primeiros dias de uma visão, enquanto se encontrava quem foi escrito que «abria a boca
para falar com Deus na oração, ou assinada pelo Secretário de Estado, Car-
Agosto, Bento XVI voltou a falar sobre em oração na pequena igreja da deal Tarcisio Bertone – enviada ao Bispo
o Ano sacerdotal, durante o encontro Porciúncula. Jesus, aparecendo-lhe para falar de Deus». Enfim, não pos-
de Faisalabad, D. Joseph Coutts. Na men-
com os fiéis presentes no pátio do na sua glória, tendo à direita a Vir- so deixar de recordar também a
sagem, o Papa dirigiu um apelo a fim de
Palácio pontifício de Castel Gandolfo gem Maria e ao redor muitos Anjos, grande figura do Papa Montini,
que, «em nome de Deus, se renuncie a se-
para o Angelus. pediu-lhe que exprimisse um desejo, Paulo VI, de quem a 6 de Agosto se
guir o caminho da violência, que causa
e Francisco implorou um «perdão celebra o 31º aniversário da morte,
Queridos irmãos e irmãs tanto sofrimento, e que se empreenda a
amplo e generoso» para todos aque- ocorrida precisamente aqui em Cas-
senda da paz», enquanto recomenda forte-
Voltei há poucos dias do Vale de les que, «arrependendo-se e confes- tel Gandolfo. A sua vida, tão pro- mente ao Bispo que encoraje toda a comu-
Aosta e agora com profunda satisfa- sando», visitassem aquela igreja. De- fundamente sacerdotal e rica de nidade diocesana e todos os cristãos no Pa-
ção encontro-me no meio de vós, di- pois de receber a aprovação pontifí- muita humanidade, permanece na quistão, para que dêem continuidade aos
lectos amigos de Castel Gandolfo. Ao cia, o Santo não esperou qualquer Igreja um dom pelo qual devemos pródigos esforços em vista de contribuir
Bispo, ao pároco e à comunidade documento escrito, mas correu até dar graças a Deus. A Virgem Maria, para «construir uma sociedade que, com
paroquial, assim como às Autorida- Assis e, tendo chegado à Porciúncu- Mãe da Igreja, ajude todos os sacer- um profundo sentido de confiança nos va-
des civis e a todos os habitantes de la, anunciou a boa notícia: «Meus dotes a ser totalmente apaixonados lores humanos e religiosos, seja caracteriza-
Castel Gandolfo, juntamente com os irmãos, quero mandar todos vós pa- por Cristo, seguindo o exemplo des- da pelo respeito mútuo entre todos os seus
peregrinos e os veraneantes, renovo ra o Paraíso!». Desde então, do tes modelos de santidade sacerdotal. membros».
com afecto a minha saudação, unida
a um sincero agradecimento pela
vossa recepção sempre tão cordial.
Obrigado também pela vossa proxi-
midade espiritual, que muitos me Saudação do Santo Padre no concerto da Bayerisches Kammerorchester Bad Brückenau
demonstaram quando em Les Combes
me aconteceu o pequeno acidente no
pulso da mão direita. Nesta hora, tocamos o bem e o belo com o nosso coração
Caros irmãos e irmãs, o Ano sa-
cerdotal que estamos a celebrar «Toda a criação está repleta de celência, prezado Senhor Mayer, nos
constitui uma preciosa ocasião para promessas» ressaltou o Papa no final do ofereceu magistralmente.
aprofundar o valor da missão dos concerto em sua honra a 2 de Agosto, no Foi comovedor observar como, de
presbíteros na Igreja e no mundo. A pátio interno do Palácio pontifício de um pedaço de madeira, deste instru-
este propósito, da memória dos san- Castel Gandolfo. mento, flui todo um universo de músi-
tos que a Igreja nos propõe diaria- ca: o insondável e o jubiloso, o sério e
Ilustre Senhor Decano Kemmer o faceto, o grandioso e o humilde, o
mente vêm-nos pontos de reflexão Distintos músicos
úteis. Nestes primeiros dias do mês diálogo interior das melodias. Pensei:
Queridos amigos como é magnífico que num pequeno
de Agosto, por exemplo, recordamos
alguns deles que são verdadeiros mo- Hoje, pela primeira vez depois de pedaço criativo se esconde tal promes-
delos de espiritualidade e de dedica- um concerto tão bonito, não pude sa, que o mestre pode libertar. E isto
ção sacerdotal. Ontem foi a memória aplaudir com vigor. Portanto, estou significa que toda a criação está reple-
litúrgica de Santo Afonso Maria de ainda mais feliz por poder manifestar ta de promessas e que o homem recebe
Ligório, Bispo e Doutor da Igreja, ao Senhor Albrecht Mayer e aos músi- o dom de folhear este livro de promes-
grande mestre de teologia moral e cos da Bayerisches Kammerorchester Bad sas, pelo menos por um pouco. Na mi-
modelo de virtudes cristãs e pasto- Brückenau o agradecimento e a admi- nha opinião, esta tarde convida-nos
rais, sempre atento às necessidades ração de todos os presentes. De igual não só a conservar as forças naturais
religiosas do povo. Hoje contempla- modo, agradeço ao Decano Kilian que nos ajudam a fazer sobressair as
mos em São Francisco de Assis o Kemmer as suas palavras de saudação, energias físicas, que são uma promessa
amor ardente pela salvação das al- bem como a todos aqueles que organi- da criação, mas também a conservar
mas, que cada sacerdote deve nutrir zaram e tornaram possível este concer- as promessas mais profundas que esta
constantemente: com efeito, celebra- to em Castel Gandolfo. Para nós, na- música nos indicou, na vigilância do
se o chamado «Perdão de Assis», turalmente, a grande fascinação desta
que ele obteve do Papa Honório III, tarde foi o som do oboé que Vossa Ex- CONTINUA NA PÁGINA 3
Quando se banaliza a vida
Existe uma triste tendência que, pouco a pouco, se está impondo nalguns aspectos da
cultura contemporânea: a banalização. Desde a vida até à morte, tudo parece submetido
a um mero processo simplificativo que tende a encerrar cada coisa numa esfera privada
sem alguma referência às outras. Deste modo, contudo, a consciência adormece e torna-
se progressivamente incapaz de emitir um juízo sério e verídico.
A aplicação da pílula ru4-86 como técnica abortiva foi uma solução para remediar a
recuperação de capitais investidos após a verificação da falência da experimentação que
fora prefixada. Já este pormenor "banal" diz muito sobre a finalidade de algumas
pesquisas que são realizadas nos laboratórios. Esquecer que a ciência e a pesquisa
tecnológica devem ter como primeira finalidade promover a vida e a sua qualidade
significa um inevitável deslize, com a consequência de colocar em primeiro lugar a sede
do lucro e não a salvaguarda da natureza. Os anúncios sobre a neutralidade da ciência
ressoam nalguns momentos especiais com o único fim de dar valor a um produto mais
que de recordar a importância fundamental que a pesquisa representa. Não podemos ser
cúmplices dessas situações, denunciadas com coragem por Bento XVI na sua última
encíclica Caritas in veritate, quando é a vida humana que está em jogo.