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2006
24 de abril
Seminário Bilateral de
Comércio Exterior e Investimentos
BRASIL FRANÇA
Federação das Câmaras de Comércio Exterior
Fédération des Chambres de Commerce Exterieur
La FCCE est la plus ancienne Association de classe Convention avec le CONSEIL DES CHAMBRES DE
vouée exclusivement aux activités de Commerce COMMERCE DES AMÉRIQUES, organisme qui repré-
Extérieur. sente les Chambres de Commerce Bilatérales des pays ci-
Fondée en 1950, par João Daudt de Oliveira (homme après: ARGENTINE, BOLIVIE, CANADA, CHILI, CUBA,
d’affaires brésilien responsable de la fondation, en 1945, EQUATEUR, MEXIQUE, PARAGUAY, SURINAM,
de la CNC – Confédération Nationale du Commerce), la URUGUAY, TRINIDAD Y TOBAGO, et VENEZUELA.
FCCE est active depuis plus de 50 ans, sans interruption, Outre plusieurs dizaines de Chambres de Commerce
encourageant et soutenant le travail des Chambres de Bilatérales affiliées à la FCCE dans tout le Brésil, font par-
Commerce Bilatérales, des Consulats Etrangers, des Conseils tir du Conseil de Direction actuel les Présidents des
d’Affaires et des Commissions Mixtes au niveau Fédéral. Chambres de Commerce suivantes: Brésil-Grèce, Brésil-
La FCCE, en vertu de son statut, possède une Paraguay, Brésil-Russie, Brésil-Slovaquie, Brésil-
juridiction nationale, et s’est dotée de Vice-Présidents République Tchèque, Brésil-Mexique, Brésil-BieloRussie,
Régionaux en divers Etats de la Fédération; elle est ac- Brésil-Portugal, Brésil-Liban, Bréisl-Inde, Brésil-Chine.
tive également sur le plan international, par le biais de Brésil-Thailande, Brésil-Italie, Brésil-Indonésie.
«conventions de coopération» conclues avec divers Font partie également du Conseil des Directeurs de
organismes traditionnels des plus crédibles, comme par la FCCE, notamment: Le Président du Comité brésilien
exemple la CCI – Chambre de Commerce Interna- de la CCI – Chambre de Commerce Internationale, Le
tionale, fondée en 1919, avec siège à Paris, et qui possède Président de l’ABCE – Association Brésilienne des
plus de 80 Comités Nationaux dans les 5 continents, et Entreprises Commerciales Exportatrices, Le Président
qui abrite en son sein la plus importante «Cour de l ‘ABIFER – Association Brésilienne de l’Industrie
Internationale d’Arbitrage» du monde, fondée en 1923. Ferroviaire, Le Président de l’Association Brésilienne
LA FÉDÉRATION DES CHAMBRES DE COMMERCE des Terminaux de Containers Maritimes, Le Président
EXTÉRIEUR à son siège a Avenida Général Justo, 307, du Syndicat des Industries Mécaniques et de Matériel.
(dans F immeuble de la CNC – Confédération Nationale Electrique.
du Commerce), et a signé avec cette entité, il y a presque Citons également la présence, au sein du Conseil, de
deux décades, une “Convention de Support Administratif ” divers Consuls et Diplomates étrangers, entre autres, le
et un “Protocole de Coopération Mutuelle”. Consul Général de la République du Gabon, le Consul
Dans un passé récent, la FCCE – FÉDÉRATION DES du Sri Lanka (ex-CeyIan) et le Ministre-Conseiller de
CHAMBRES DE COMMERCE EXTERIEUR a signé une l’Ambassade du Portugal.
LA DIRECTION
DIRECTEURS ÉLLUS POUR LE TRIENNAT 2003/2006
Président
1 er V i c e - P r é s i d e n t
Vice-Présidents
Directeurs
APOIO
A presença francesa: ideais,
costumes e economia
Quando João Augusto de Souza Lima, Presidente da Federação das Câmaras de
Comércio Exterior - FCCE definiu juntamente com o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior - MDIC, o calendário de seminários bilaterais a serem
realizados em 2006, imaginava-se, de fato, que Brasil-França seria um dos certames mais
procurados. Dias antes do seminário, as inscrições encontravam-se encerradas, diante do
impressionante número de confirmações efetuadas. O evento foi disputado por homens
de negócios, investidores, importadores, exportadores, técnicos do setor, políticos,
estudantes e jornalistas, que lotaram o auditório do edifício sede da Confederação Nacional
do Comércio - CNC, no Rio de Janeiro, em 24 de abril de 2006. Do lado brasileiro,
merece destaque o pronunciamento especial do Presidente do BNDES, Demian Fiocca,
que honrou-nos com sua presença durante os trabalhos do seminário.
Impossível não mencionar a colaboração da Câmara de Comércio França-Brasil -
CCFB. Ficam aqui registrados os agradecimentos especiais ao incansável apoio e
dedicação da Diretora da CCFB, Marcia Ribeiro, com quem tive o prazer de trabalhar
na década de 90, no Consulado-Geral da França no Rio de Janeiro.
O interesse, a presença e a influência francesa no Brasil remontam aos tempos das
grandes navegações, quando colônias francesas chegaram a ser fundadas em território
brasileiro. A França Antártica, a França Equinocial e as feitorias em Cabo Frio, no Rio de
Janeiro, são exemplos da presença da França no Brasil. De modo oposto, o Brasil ocupou
a Guiana Francesa, em 1808, devolvendo-a, em 1817, ao governo da França. A influência
francesa se fez sentir, mais adiante, quando os ideais iluministas tiveram, no Brasil, papel
CONSELHO DE
fundamental nos movimentos de libertação. Ainda como exemplo da influência francesa
CÂMARAS DE COMÉRCIO
nos destinos do Brasil, é mister citar o expansionismo do Imperador Napoleão Bonaparte, DAS AMÉRICAS
após a assinatura doTratado de Fontainebleu, que previu a passagem das tropas napoleônicas
de Junot sobre o território de Espanha para adentrar o território de Portugal, e que
culminou com a vinda da Família Real Portuguesa, significando o fim do pacto colonial, Expediente
com a assinatura do Decreto de Abertura dos Portos, em 1808, e o início do comércio
com as nações. Impossível é, também, não citar a influência francesa com a vinda da Produção
Federação das Câmaras de Comércio Exterior – FCCE
Missão Artística, no século XIX. A influência francesa, já no início do século XX, era cada Av. General Justo, 307/6o andar
vez mais forte nos hábitos, costumes e arquitetura; o Rio de Janeiro desejava ser a Paris Tel.: 55 21 3804 9289
e-mail: fcce@cnc.com.br
tropical, e deu início a uma série de remodelações urbanas, por iniciativa do Prefeito
Editor
Pereira Passos, tal qual o Barão de Haussman fizera em Paris, no século XIX. O coordenador da FCCE
Como ex-Adido do Serviço Comercial do Consulado-Geral da França no Rio de Textos e Repor tagens
Janeiro, fui testemunha do interesse cada vez maior da França pelas potencialidades Elias Fajardo
Marlene Custódio
latentes de investimentos e de comércio com o Brasil, que se ampliaram na última Fernanda Pereira
década. A retomada e o reforço dos laços comerciais, financeiros e políticos deu-se no Projeto Gráfico, Edição e Ar te
início dos anos 90, coincidindo com a redemocratização, com as privatizações e com o Estopim Comunicação
processo de abertura comercial implantados pelo Brasil. Hoje, decorridos cerca de 15 Tel.: 55 21 2518 7715
e-mail: estopim@estopim.com
anos, a França possui, no Brasil, cerca de US$ 8 bilhões em ativos. Cerca de 400 Revisão
empresas francesas estão implantadas no Brasil e empregam, aproximadamente, 250 Maria Virgínia Villela de Castro
mil pessoas. Se, por um lado, os investimentos são maciços, por outro, as relações Fotografia
comerciais precisam ser intensificadas: em 2005, a França foi, para o Brasil, apenas o Christina Bocayuva
12o cliente importador e o 7o fornecedor. Espera-se que o Ano do Brasil na França, Secretaria
Maria Conceição Coelho de Souza
realizado em 2005, dinamize, entre outros, o fluxo comercial entre dois países que Sérgio Rodrigo Dias Julio
cultivam séculos de relacionamento.
As opiniões emitidas nesta revista são de
Boa leitura. responsabilidade de seus autores. É permitida a
O EDITOR reprodução dos textos, desde que citada a fonte.
SUMÁRIO
5 2 F Á R M AC O S
seduzir mutuamente”
2 4PAINEL I 5 3TURISMO
SESC
Balanço das relações Turismo Social: Qualidade de vida para todos
bilaterais e do Ano do
5 4HISTÓRIA
Brasil na França
4 3INTERCÂMBIO
SENAC
6 1COMÉRCIO
Portugal redescobre a Bahia Infraero: Logística e eficiência a serviço
do comércio internacional
4 4 C U LT U R A Suframa: Amazonas promove uma revolução
silenciosa pela educação
O cristal francês Paulo Vellinho: um pioneiro da
no Império do Brasil modernização da indústria brasileira
4 6TENDÊNCIA 6 5 R E L A Ç Õ E S B I L AT E R A I S
“França importa produtos com maior
valor agregado” 7 0 C U RTA S
ENTREVISTA
“Temos mais
complementaridade
do que concorrências
comerciais”
Segundo o embaixador francês, o maior problema
na relação com o Brasil é o acesso aos mercados e
não os subsídios dos países europeus
O Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da França no
Brasil, Jean de Gliniasty, foi também embaixador em alguns paí-
ses da África. Nesta entrevista exclusiva, ele esboça a idéia de que
a questão dos subsídios à área agrícola, um dos principais entra-
ves na relação entre Europa e Brasil, será resolvida em 2013,
quando a Europa renunciará aos subsídios neste setor. Ele disse,
ainda, que a problemática atual do comércio exterior pode ser
melhor explicitada por meio da imagem de um triângulo, pois
envolve três vértices. Citando a Organização Mundial de Comér-
cio – OMC, ele afirmou que o Brasil (o primeiro vértice) precisa
abrir mais o seu mercado interno para os produtos industriais e
os serviços. A Europa (o segundo vértice do triângulo) deve me-
lhorar o acesso dos produtos exportados para o seu mercado agrí-
cola. Os Estados Unidos, por sua vez, (o terceiro vértice do tri-
ângulo) devem diminuir os subsídios aos seus produtos, princi-
palmente os da área agrícola.
Jean de Gliniasty afirmou, ainda, que Brasil e França têm mais
pontos em comum do que áreas de competição no comércio inter-
nacional.
“Somos bastante
parecidos para nos
compreender e bem
diferentes para nos
seduzir mutuamente”
Embaixador Marcos Azambuja analisa o caso de
amor histórico entre os dois países e insere nesse
panorama as relações comerciais
O Embaixador Marcos Castrioto Azambuja, atual Presidente da
Fundação Casa França-Brasil no Rio de Janeiro, participou, como
convidado especial, da abertura do Seminário Bilateral de Comér-
cio Exterior e Investimentos Brasil-França. Grande conhecedor da
realidade francesa, serviu como embaixador do Brasil na França
entre 1997 e 2003. Após seu retorno ao país, foi nomeado Presi-
dente da Fundação Casa França-Brasil e assumiu a coordenação do
programa oficial do Ano do Brasil na França, realizado em 2005.
Atualmente, o embaixador prepara-se para trabalhar em con-
junto com a Embaixadora do Brasil na França, Vera Pedrosa, e com
o Embaixador da França no Brasil, Jean de Gliniasty, para realizar o
Ano da França no Brasil, programado para 2008. Nesta entrevista,
o embaixador fala sobre o que aproxima e o que separa os dois
países na área comercial, mas garante que as duas nações são, antes
de tudo, amigas e cúmplices.
Que avaliação o senhor faz sobre o mesmo na cultura, porque está no valor agre-
Ano do Brasil na França? gado, e nada agrega mais valor a um produto
MA – Minha avaliação é que o Brasil desco- do que a própria cultura. Se juntarmos a um
briu a cultura como o mais valioso dos pro- pedaço de tela, uma moldura e um pouco
dutos de exportação. Tradicionalmente, es- de tinta, a legitimidade deste produto será
tes produtos costumam ser commodities, irrisória. Já uma obra de arte, uma pintura
manganês, ferro etc, porém, o lucro está feita sobre a tela, tem muito mais validade. A
arte agrega valor e a cultura é um bem ex- sulado Geral, no Rio de Janeiro. O turis- cio dinâmico, uma cultura ativa, um inter-
portável. Os mercados estrangeiros, hoje, mo aumentou e tende a continuar aumen- câmbio aeronáutico crescente, do qual par-
têm muito interesse pela produção cultural tando, porque temos semelhanças sufici- ticipam, inclusive, as Forças Armadas. Em
brasileira. O evento foi o início de um ciclo entes para nos entender e diferenças sufi- todas as áreas há essa cumplicidade. O Brasil
e, como parte do seu desdobramento, tere- cientes para despertar nosso interesse. So- reequipou seus velhos Mirages, que conti-
mos algumas saisons, com temporadas na mos bastante parecidos para nos compre- nuam mostrando qualidade. Prova disso é
Alemanha, na Itália e no Japão. Em suma, o ender e bastante diferentes para nos sedu- que estão há 40 anos em serviço.
Brasil entra no ciclo de exportação do bem, zir mutuamente.
do serviço e do produto cultural. Qual a importância da visita do Pre-
Como foi sua experiência nos cinco sidente Jacques Chirac ao Brasil?
Qual é a importância da cultura anos como titular na embaixada do MA – A visita do Presidente Jacques Chirac
para o sucesso internacional do pro- Brasil na França? ao Brasil é mais uma prova de que a ligação
duto francês? MA – Foram anos maravilhosos, que com a França continua. O presidente francês
MA – De fato, o que faz a França ser hoje corresponderam a um momento de grande tem grande admiração por nosso país e pela
um país de importância mundial é a sua cul- aproximação cultural. No mesmo período, iniciativa do Presidente Luiz Inácio Lula da
tura. Nunca teve grande destaque nas ex- houve também a intensificação dos fluxos Silva de solidificar a liderança brasileira na
portações, mas é um país de referência em comerciais e dos investimentos. A França ti- América Latina. O Brasil não se aproxima
todo o mundo. O que faz com que países nha um conjunto antigo de empresas há mui- muito do populismo retórico e demagógico,
como a França, a Itália e a Espanha se mante- to tempo no Brasil, como a Saint-Gobain, um pouco perigoso, dos presidentes Hugo
nham no alto da pirâmide da relevância in- que é a Santa Marina; a Lafarge – Brasil; a Chavez, daVenezuela, e Evo Morales, da Bolí-
ternacional é a cultura de cada um deles. O Cimento Mauá; a Rhodia etc. Posteriormen- via, mas também não pretende acomodar-se
Brasil tem que chegar lá. O interesse em te, houve um novo ciclo marcado pela che- em relação ao passado. O que o Brasil sugere
relação a um país se manifesta na curiosida- gada das grandes montadoras de automó- é o caminho de um reformismo racional, onde
de por seus livros, por sua música, por sua veis, sobretudo Renault e Pegeot-Citroën, e a economia seja bem cuidada e as desigualda-
produção teatral e cinematográfica, enfim, pela presença de uma série de empresas na des sociais tratadas de forma adequada. Esse
por uma série de produtos que sua cultura área de serviços e de alimentação, além da processo começou no governo Fernando
produz. Fazer turismo ou praticar intercâm- presença, em grande escala, do Grupo Henrique Cardoso e continua no atual. Cada
bios estudantis significa consumir esses pro- Accord de hotelaria e viagens, o que é um um põe o tijolo e a obra continua.
dutos. A cultura abre caminho para a imagi- outro reflexo do aumento do fluxo turísti- Atualmente, não há crises entre Brasil
nação e, quando se abrem as portas da ima- co, pois o país passa a ter uma hotelaria de e França. Podemos dizer que o Brasil po-
ginação, são infinitos os corredores, pois a origem francesa. Antigamente, no Brasil, só derá, em breve, fazer parte do fechado clu-
ela não é possível impor limites. existia o hotel Méridien, ligado ao Grupo be de poder mundial. Nesse cenário, é
Air France. Agora temos cerca de 200 hotéis importante realçar o papel da Organiza-
Qual foi a repercussão do Ano do Bra- ou hotéis-residências que estão muito bem ção para Cooperação e Desenvolvimento
sil na França para o turismo nacional? comercialmente. Econômico – OCDE, instituição da qual
MA – Houve um aumento significativo o Brasil é quase membro pleno, que nos
de viagens, não só para o Brasil, mas tam- Existem problemas no relaciona- procura para discutir a organização das
bém para o Rio de Janeiro. A França pos- mento com a França? Quais são eles? regras do jogo econômico.
sui muita cumplicidade com o Brasil, mas MA – Os únicos problemas que temos se
com o Rio de Janeiro, a meu ver, há um situam na área agrícola. O Brasil é um grande Como o senhor tem analisado a atual
caso de amor, pois é a cidade brasileira exportador de alimentos e a França a maior tensão social vivida pela França?
mais procurada como destino turístico. potência agrícola da Europa. Os problemas Como o Brasil pode ajudar?
Além de acolhedora, apresenta forte pre- residem exatamente nisso. O Brasil não com- MA – Eu conheci uma França e um Brasil
sença da cultura francesa, o que favorece pete diretamente com a agricultura francesa duplamente distantes. Havia um afastamento
esse intenso fluxo. Prova disso é o número nem com o mercado francês de qualidade. grande entre os dois países, porque a Fran-
de turistas, hoje, na cidade, bem superior Nós não somos um país de bárbaros, não ça era macroeconomicamente muito ajus-
ao habitual. O Consulado da França no Rio queremos acabar com os queijos franceses, tada e muito racional, e o Brasil um país
de Janeiro é quase uma embaixada. com os azeites ou com os vinhos desta naci- hiperinflacionário e desorganizado. Outra
A presença francesa no Brasil se sus- onalidade. Somos consumidores naturais coisa que nos separava era o fato de a Fran-
tenta sobre uma espécie de triângulo: a dos bons produtos do país. O que o Brasil ça ser um país mono-cultural, monoracial
embaixada política, em Brasília; a embai- não admite é que a França concorra desleal- e monolingüístico, e o Brasil um grande
xada econômica, no Consulado Geral, em mente em terceiros mercados. Nada de mosaico. Hoje, nos aproximamos dos fran-
São Paulo; e a embaixada cultural, no Con- muito grave. Existe, portanto, um comér- ceses em matéria de racionalidade econô-
Disponível em 4 idio
inglês,espanhol e f
Relação
atu
stino
mas: português,
rancês
de exportadores
alizada mensalmente
Seminário Bilateral de
Comércio Exterior e Investimentos BRASIL FRANÇA
Av. General Justo nº 307 – Centro, Rio de Janeiro – RJ – Sede da Confederação Nacional do Comércio – CNC
Da França Antártica à
tecnologia de ponta
Relações culturais, econômicas e políticas entre os dois
países atravessam os séculos com o mesmo vigor
O Ministro Marcio Fortes de Almeida e o Embaixador da França, Jean de Gliniasty. Na platéia, figuras representativas da iniciativa
“
A França não esperou
os anos 90 e a abertura
da economia para se interessar
pelo mercado brasileiro
JEAN DE GLINIASTYN ”
Em seu pronunciamento especial, o
Embaixador Jean de Gliniasty ressaltou o
intenso intercâmbio comercial entre os
dois países. Segundo ele, a França é o séti-
mo fornecedor do Brasil e o décimo se-
gundo destino de produtos brasileiros no
exterior. “Nossa relação é densa, sobretu-
do, pelos investimentos franceses diretos.
A França é o quarto maior investidor no
Brasil com mais de € 8 bilhões em ativos.
Todos os setores estão representados –
da saúde às finanças, passando por indús-
privada, dos governos e da diplomacia de ambos os países acompanham as discussões do seminário. tria tradicional, serviços, novas tecnologias
e o setor agro-alimentar”.
M
arcio Fortes de Almeida iniciou a ciais, assim como a promoção de alguns Segundo o embaixador, a relação bila-
sessão solene de abertura afir- produtos que o Brasil pretende colocar teral é madura e equilibrada, fundamen-
mando que, da série de seminá- no mercado europeu. tada na procura crescente de parcerias
rios promovidos pela FCCE, este, sem O ministro lembrou, também, algu- devido a fatores como o compromisso,
dúvida, era o mais charmoso. “Falar em mas divergências entre os dois países na em longo prazo, das empresas francesas
França tem um quê todo particular para área comercial como, por exemplo, a com o Brasil, mesmo durante turbulên-
os brasileiros.” O ministro lembrou as questão dos subsídios, e concluiu enfa- cias financeiras. As empresas francesas
missões culturais francesas no Brasil do tizando a relação de amizade e carinho en- apreciam a qualidade da mão-de-obra, a
século XIX aos dias atuais, e mencionou tre brasileiros e franceses, segundo ele, amplitude, a profundidade do mercado
as participações daquele país na nossa si- uma realidade vital a ser valorizada. local e a excelente base de exportação que
derurgia, na indústria automobilística, na o Brasil representa em direção aos outros
indústria pesada e em setores como vi- Relação madura países sul-americanos.
nhos, perfumes e queijos. O Embaixador da França no Brasil, Jean Nesse cenário, destaca-se ainda o fato
Do lado brasileiro, afirmou que conti- de Gliniasty, definiu o relacionamento bi- de que, ao contrário do que se pensa, as
nuamos exportando produtos básicos, lateral nos setores econômico e comerci- exportações brasileiras para a França não
mas já temos capacidade para vender bens al com três qualificativos: “é uma relação são essencialmente de produtos primári-
de maior valor agregado. Ressaltou, ainda, antiga, densa e madura, pois é equilibrada os – 40% das exportações brasileiras para
que o evento Ano do Brasil na França, em e baseada, cada vez mais, em parcerias”. a França são de bens intermediários e este
2005, com várias exposições em diferen- Considerando que a França não espe- setor e o de bens de equipamentos são os
tes regiões francesas, incentivou ainda mais rou os anos 90 e a abertura da economia que apresentam maiores taxas de cresci-
a realização de mostras culturais e comer- brasileira para se interessar pelo mercado mento em direção à França.
A presença francesa
A presença francesa no Brasil registra-se gidos das guerras religiosas que então dividi- por Daniel de la Touche desembarcou no
desde os primeiros tempos da colonização am a Europa. Os franceses foram desaloja- Brasil centenas de colonos, construiu ca-
portuguesa até o século XIX. Na era das gran- dos apenas em 1567 pelas forças do Gover- sas e igrejas e levantou o Forte de São Luís,
des navegações portuguesas e espanholas, a nador-Geral Mem de Sá e de seu sobrinho, origem da cidade de São Luís do Mara-
França negou a validade do Tratado de Estácio de Sá. nhão. Foram derrotados por tropas por-
Tordesilhas (que dividiu os territórios desco- tuguesas que os expulsaram em 1615.
bertos entre portugueses e espanhóis) e de- A França Equinocial
fendeu o princípio do direito à posse da terra A segunda tentativa de estabelecer uma Os franceses em Cabo Frio
por quem a ocupasse. colônia ocorreu no Maranhão a partir de Mesmo diante do fracasso dessas posi-
1594. Depois de naufragar na costa ções, nesta época a presença francesa foi ex-
A França Antártica maranhense, os aventureiros Jacques pressiva em outros trechos do litoral, onde
Em 1555, uma expedição comandada Riffault e Charles des Vaux estabeleceram- eles conseguiram manter feitorias, como a
por Nicolau Durand de Villegagnon estabe- se na região e conseguiram o apoio do go- Maison de Pierre, no litoral de Cabo Frio.
leceu uma colônia no interior da Baía de verno francês para a criação de uma colô-
Guanabara, que foi denominada França An- nia, que seria chamada de França Equi- A gravura em buril, e editada em Paris, em
tártica, abrigando protestantes calvinistas fu- nocial. Em 1612, uma expedição chefiada 1698, demonstra o interesse pelo Brasil.
Além dos fluxos comerciais e dos in- Olho no olho importante para estarmos mais unidos e
vestimentos diretos que continuam sen- Após definir o discurso do embaixa- mais fortes, até para ajudar na solução des-
do essenciais, “a capacidade do Brasil e da dor como ‘complexo e completo’, o pre- tas questões que foram colocadas aqui e
França de criar laços de parceria tanto em sidente da sessão, Marcio Fortes de que muitas vezes são a base para a inter-
tecnologias quanto em assuntos referen- Almeida assinalou que, diante das ques- pretação de um relacionamento eventu-
tes à globalização – financiamento do de- tões internacionais sobre subsídio, “a dis- almente não amistoso. E nós sabemos que
senvolvimento e acesso aos remédios – cussão multilateral é uma e a bilateral é isso não existe.”
define uma relação cada vez mais rica e outra; e nós não podemos deixar que a
produtiva entre nossos países”, concluiu questão bilateral seja afetada. Ela passa pelo
o embaixador. livre fluxo de comércio. O olho no olho é
20 de fevereiro RÚSSIA
24 de abril FRANÇA
22 de maio PERU
19 de junho PORTUGAL
17 de julho CHINA
21 de agosto PANAMÁ
18 de setembro SUÉCIA
23 de outubro ESPANHA
13 de novembro FINLÂNDIA
11 de dezembro ALEMANHA
Claudinei Martins, Fábio Martins Faria, Marcio Fortes de Almeida, Jean de Gliniasty, Armando Meziat, Alexis Loyer e Jean-Nöel Gérard.
Para presidir o painel I do Semi- para compor a mesa as seguintes Desenvolvimento do Comércio
nário Bilateral de Comércio Ex- personalidades: o Gerente Regi- Exterior – DEPLA, do Ministé-
terior e Investimentos Brasil- onal de Comércio Exterior do rio do Desenvolvimento, Indús-
França, o Presidente da FCCE, Banco do Brasil, Claudinei Mar- tria e Comércio Exterior –
João Augusto de Souza Lima, con- tins; o Presidente da Câmara de MDIC, Fábio Martins Faria. Fize-
vocou o Secretário de Comércio Comércio França-Brasil, Jean- ram, também, parte da mesa o
Exterior do Ministério do Desen- Nöel Gérard; o Conselheiro Co- Ministro de Estado das Cidades,
volvimento, Indústria e Comér- mercial da Embaixada da França, Marcio Fortes de Almeida e o Em-
cio Exterior – MDIC, Armando Alexis Loyer; o Diretor do De- baixador Plenipotenciário da
de Melo Meziat, que chamou partamento de Planejamento e França, Jean de Gliniasty.
res, pois investimentos deste tipo au- de redução da burocracia – o Brasil é 115º,
mentam a produtividade e a vida do ex- num ranking de 150º, em matéria de pra-
portador brasileiro.” zos para a criação de uma empresa. Ele
lembrou, ainda, a necessidade de o Brasil
Relação bilateral aumentar os investimentos de maneira sig-
Jean-Noël Gérard iniciou sua exposi- nificativa nas áreas de infra-estrutura,
ção afirmando que, como presidente da logística portuária, rodoviária, ferroviária
Câmara de Comércio França-Brasil – e nos setores de saúde e educação.
CCFB, pode dizer que as relações comer- “À frente da CCFB, posso garantir que
ciais entre os dois países estão em um dos o que pressentimos é o otimismo dos nos-
seus melhores momentos. “Após o Ano sos associados em vista das perspectivas
do Brasil na França, realizado em 2005 futuras. A câmara reúne, hoje, 800 em-
com grande sucesso, esperamos que as presas e possui quatro seções (Rio de Ja-
trocas comerciais aumentem, sobretudo neiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais)
entre as pequenas e médias empresas. que, em parceria com os serviços públi-
Após o evento, verificamos que o inter- cos francês e brasileiro, constituem uma
câmbio comercial já se intensificou. É im- grande entrada para novas empresas fran-
96.475
73.084
58.223 60.362
52.994 55.086
51.140
47.747 48.011
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
159.288
191.854
do Brasil
”
FÁBIO MARTINS FARIAN
D
esde 1989, o governo francês convida, anualmente, um O país foi destaque
país para as Saisons Culturelles (Temporadas Culturais). na imprensa
francesa. A Revista
O Ano do Brasil na França (Saison 2005) teve como
Match du Monde
eixo temático a diversidade cultural do Brasil contemporâneo. deu manchete:
O Brésil, Brésils, o Brasil dos múltiplos Brasis, mostrou muito “Brasil dança com o
mais do que futebol e carnaval. futuro – É neste
Foram 436 eventos que ocuparam espaços culturais em 161 país continental
que se decidem os
cidades francesas, reunindo 2,1 mil artistas brasileiros das áre-
próximos desafios
as de teatro, cinema, música, dança, folclore, fotografia, do Planeta”.
gastronomia, literatura, esporte, moda, design e artes plásticas.
A mostra apresentou, também, aspectos de nossas raízes africa-
nas, além de colóquios universitários sobre meio ambiente e a
transformação social do país, aspectos científicos, econômicos
e tecnológicos do crescimento brasileiro, e uma série de semi-
nários e feiras empresariais, governamentais e do terceiro setor.
Estiveram presentes, movimentando o dia-a-
dia dos franceses, desde trios elétricos até a pri-
meira exposição de Tarsila do Amaral, repre-
sentante do Modernismo brasileiro.
O evento foi considerado pelos organizadores
como a maior manifestação cultural sobre o Bra-
sil no exterior. Atraiu um público superior a 15
milhões de pessoas, num país de 60 milhões de
habitantes.
Os produtos e a cultura brasileira estiveram em
todas as esquinas da França. O verde e amarelo inun- dustrial e de câmbio, das linhas de
daram as cidades. Para levar seus valores culturais à investimentos, dos programas de
França, o Brasil investiu R$ 61 milhões, dos quais R$ comércio exterior e, sobretudo, das
20 milhões vieram de promoções do setor privado e possibilidades de reforçar o comér-
o restante do Ministério da Cultura brasileiro. cio bilateral entre os dois países.
O evento impulsionou a venda de produtos brasi- Além de experimentar mercadorias brasileiras, os franceses
leiros e repercutiu nas relações bilaterais com reflexos impor- passaram a ter mais interesse pelo idioma. Houve um aumento
tantes no comércio de bens e serviços, no turismo e na política, de 20% nas matrículas dos cursos de português em território
estreitando as relações. francês e um crescimento de 27% no movimento de turistas
Nas atividades econômicas do evento, destacou-se o Fórum franceses rumo ao Brasil.
Econômico França-Brasil. Nele autoridades brasileiras, junta- A divulgação da temporada brasileira na França ocupou espa-
mente com os presidentes de algumas das maiores empresas ço em 15 mil artigos da mídia impressa, em 35 edições especiais
brasileiras e francesas instaladas no Brasil, fizeram um balanço de jornais e revistas, totalizando mais de 8 milhões de exempla-
da nossa economia e mostraram os resultados da política in- res e mais de 82 programas de TV, além de 66 programas de rádio.
Oportunidades de investimentos
e as PPP’s
Infra-estrutura de transportes, saneamento e energia
O painel II do Seminário Bila-
teral de Comércio Exterior e
Investimentos Brasil-França dis-
cutiu temas relacionados à infra-
estrutura de transportes, sane-
amento e energia e às Parcerias
Público-Privadas – PPP’s. Seu
presidente, o Ministro de Esta-
do das Cidades, Marcio Fortes
de Almeida, convidou para com-
por a mesa o Gerente Nacional
de Logística de Carga da Infra-
ero, Ednaldo Pinheiro Santos; o
Coordenador-Geral de Estudos
Ednaldo P. Santos: “o aeroporto é um elo imprescindível na logística do comércio exterior”.
Econômicos e Empresariais da
Superintendência da Zona Fran- tuária, uma empresa pública vinculada ao ladas de cargas pelos nossos 32 termi-
Ministério da Defesa, que administra os nais, sendo os aeroportos de Guarulhos
ca de Manaus – Suframa, José aeroportos brasileiros. “A Infraero está (SP) e Viracopos (Campinas, SP) os prin-
representada em todo o território nacio- cipais terminais, seguidos do de Manaus
Alberto da Costa Machado; a
nal. Em termos de dependências e esta- (AM) e do Galeão (RJ).”
Diretora da Área de Project & ções de navegação aérea, estamos presen- Ednaldo Pinheiro Santos apresentou,
tes da selva amazônica ao Sul do país. Ad- ainda, a Infraero Cargo, empresa especi-
Export Finance da Alstom, ministramos 66 aeroportos, dos quais 32 alizada na área de logística, que atua junto
Christiane Aché; o Diretor de possuem terminais de cargas aéreas. Te- aos 32 terminais, e é responsável pela
mos 78 estações de navegação aérea que maior parte da receita da própria Infraero.
Desenvolvimento de Negócios controlam o espaço aéreo brasileiro. Em “O aeroporto é um elo imprescindível da
2005, passaram pelos nossos aeroportos cadeia logística do comércio exterior. A
do Grupo Suez Energy Interna- 96 milhões de passageiros.” Infraero possui modernos terminais de
tional, Gil Maranhão Neto. O Aeroporto de Congonhas (SP) é o cargas em todos os pontos estratégicos do
número um no ranking de movimenta- país. A receita de carga representa 30% do
Cadeia logística ção, seguido dos aeroportos internacio- faturamento da empresa. Os principais
Ednaldo Pinheiro Santos iniciou seu nais de Guarulhos (SP), Brasília (DF) e destinos destas cargas são a Ásia, a Europa
pronunciamento apresentando a Empre- Galeão (RJ), respectivamente. “Movi- e o continente americano. Os agentes que
sa Brasileira de Infra-Estrutura Aeropor- mentamos, por ano, 1,3 milhão de tone- participam do sistema de carga aérea são
Os modernos terminais da
Infraero equipados com
câmaras frias permitem o
embarque de frutas direto do
produtor para os Estados
Unidos, Ásia e Europa, com
segurança e qualidade.
PPPs em infra-estrutura
A Diretora da Área de Project & Export
Finance da Alstom, Christiane Aché, tra-
tou da participação das PPPs nos investi-
mentos em infra-estrutura. “Essas obras,
de maneira geral, podem ser feitas em fun-
ção das receitas e dos riscos. Se as receitas
e os riscos de um projeto puderem ser
suportados pelo setor privado, entramos
com uma concessão. O poder público não
precisa partilhar absolutamente nada. Vi-
mos isso no Brasil no momento das
privatizações, cujos riscos e receitas po-
deriam ser absorvidos pelo setor privado.
Se isto não for possível, fazemos uma obra
pública, com investimentos tradicionais,
e vamos ver quais as implicações orçamen-
tárias. Quando a relação do risco e da re- Marcio Fortes de Almeida e Christiane Aché.
ceita é parcialmente aceita pelo setor pri-
vado, estamos diante de projetos que po- estamos diante de um caso no qual a PPP entes para participar de uma grande con-
dem sair sob forma de PPP.” se faz necessária. O uso deste tipo de corrência que está ocorrendo no Estado
Segundo a representante da Alstom, equacionamento gera algumas vantagens de São Paulo: a PPP da Linha Quatro. “Será
hoje a infra-estrutura no Brasil é altamente notórias. A primeira delas é que, como efetivamente a primeira PPP de transporte
deficitária, seja no setor de transporte, de existe uma escassez de recursos do poder urbano no Brasil e servirá de modelo. Ela
energia ou saneamento. “Os três são seto- público, é possível abranger mais proje- tem algumas características interessantes:
res em que o Estado não tem capacidade tos. Hoje, o Estado teria o equivalente a é uma PPP patrocinada. Trata-se de uma
orçamentária para fazer todos os investi- um terço de sua infra-estrutura resolvida, estrutura em que, além do governo remu-
mentos necessários. Estas restrições de or- além de poder promover muitos outros nerar o concessionário com as tarifas, há
dem econômica estão intimamente ligadas projetos, priorizando o retorno econômi- um patrocínio do estado. A lei federal das
à legislação de responsabilidade fiscal e à co e social desejados. Outra vantagem é que PPPs é bastante clara em relação aos proje-
limitação do endividamento do setor pú- se aproveita o gerenciamento. A capacidade tos elegíveis, com algumas características
blico. Isso pode parecer, para alguns, como de gerenciar do setor privado é maximizada em termos de prazo. A visão da Alstom é
um aspecto negativo, mas não é. Se, hoje, o por meio das PPPs e, também, há um efe- extremamente realista e sabemos que o
Brasil conseguiu chegar ao nível de rating e tivo compartilhamento de riscos entre o projeto representará, de fato, uma solução;
confiabilidade externa que possui, é graças setor público e o setor privado.” não será uma panacéia. Podemos resolver
a esse controle fiscal. O outro lado da mo- alguns problemas pontuais, e utilizaremos
eda é que, com isso, reduz-se muito o in-
vestimento do setor público. Contudo, essa
dificuldade, aliada à criatividade do legisla-
“ Quando o retorno econômico
é maior que o social e o
pagamento das tarifas não é
a experiência do grupo fora do Brasil.”
Energia
dor brasileiro, muitas vezes inspirado num O Diretor de Desenvolvimento de Ne-
conjunto de leis de outros países, permitiu suficiente, uma PPP se gócios do Grupo Suez, Gil Maranhão Neto,
ao Brasil produzir legislação federal capaz iniciou seu pronunciamento apresentando
de absorver as PPPs em alguns estados.”
Para Christiane Aché, as PPPs vão inau-
gurar um novo tipo de relacionamento
faz necessária
CHRISTIANE ACHÉN ” a empresa. “O Grupo Suez é o resultado da
fusão de duas grandes empresas centenári-
as: a Lyonnaise des eaux, experiente na área de
entre o poder público e o poder privado. Christiane Aché relatou, ainda, que, gra- coleta e tratamento de resíduos, e a Belga
“Quando o retorno econômico é maior ças a um grande número de experiências Tractebel, com grande experiência na área
que o retorno social do projeto e o pa- desenvolvidas pela Alstom em vários paí- de energia e engenharia. Esses dois grupos
gamento das tarifas não é suficiente para ses nas últimas duas décadas, a empresa se fundiram em 1999 e passaram a se cha-
que estas atividades sejam desenvolvidas, acumulou conhecimento e técnica sufici- mar Suez. No Brasil, esse grupo não é con-
solidado, mas se faz presente por meio de no Brasil, estaria entre os 25 maiores grupos concessões que estão a um passo de iniciar
várias marcas conhecidas, como a Tractebel atuantes no país, excluindo-se os conglo- suas construções. Uma delas é a hidrelétri-
Energia, e de algumas concessões como merados empresariais financeiros e estatais. ca de Estreito, no rio Tocantins, dando con-
Água do Amazonas, Água de Limeira, Na área de energia, somos um investidor- tinuidade a nossa atuação na região. Será um
Degremond Engenharia, e a Vega, que pos- operador clássico. Em 1998, adquirimos, projeto de grande porte, construído em par-
sui presença expressiva na área de coleta num leilão de privatização, a Gerasul e nos ceria com a Vale do Rio Doce, a Alcoa e a
de resíduos em São Paulo.” tornarmos o maior gerador privado de ener- Camargo Corrêa. O Outro projeto é tam-
Segundo dados de Gil Maranhão Neto, a gia elétrica do Brasil. Desde então, o grupo bém uma concessão, e chama-se Green
Suez está no Brasil há cerca de 50 anos, com vem crescendo de maneira expressiva. Au- Field. É 100% da Suez, e está previsto para
14 mil funcionários, faturando cerca de 1 mentamos em cerca de 60% a nossa capaci- produzir 241 megawatts. Ambos contarão
bilhão de euros. “Se já estivesse consolidado dade de geração instalada de energia; dete- com o financiamento do BNDES.”
mos cerca de 8% de toda a geração de ener- Sobre PPPs, o diretor de desenvolvi-
gia elétrica instalada do país; temos 13 usinas mento de negócios da Suez declarou que
termelétricas e hidrelétricas espalhadas pelo a melhor parceria é aquela em que o go-
Brasil, e uma base sólida de clientes industri- verno, dentro de suas atribuições, conce-
ais. Fomos precursores do chamado merca- de, regula, fiscaliza e defende a modicidade
do livre no setor elétrico brasileiro, o que tarifária e estabelece linha de financiamen-
facilitou o acesso direto das indústrias aos tos compatíveis com a construção dos
geradores de energia.” projetos de infra-estrutura, favorecendo
Com o primeiro escritório instalado no o investimento de empresas privadas. “Não
Brasil há dez anos, Suez é um grupo franco- poderia ter uma visão diferente, porque
belga de investimentos e, segundo Gil este foi o modelo adotado pela Suez, em
Maranhão Neto, vem acumulando sucesso 1998, com grande sucesso. Se o governo
desde então. Para citar um exemplo, mencio- conseguir criar regras claras, estáveis, es-
nou a usina Cana Brava, construída pelo gru- tabelecer e manter linhas de financiamen-
po. “Investimos cerca de US$ 400 milhões, e to compatíveis com as necessidades deste
ela entrou em operação em 2002, financiada porte, não faltarão investimentos priva-
pelo BNDES. Outros exemplos de sucesso e dos. O mercado brasileiro está repleto de
de capacidade empreendedora do grupo são grandes empreendedores que não se re-
a instalação da primeira usina a se utilizar do cusarão a aproveitar uma oportunidade de
“ Aumentamos em cerca de
60% nossa capacidade
instalada de produção
gás boliviano, em Campo Grande, Mato Gros-
so do Sul, e a usina bioenergética de Lages,
que queima resíduos da indústria madeireira
investimento no setor elétrico, se estas
oportunidades forem condizentes com
modelos de project and finance, com ris-
local, obtendo créditos de carbono.” cos calculados, com regras claras, com
de energia elétrica no país
GIL MARANHÃO NETON ” Com relação ao futuro, Gil Maranhão
Neto deu ênfase a dois projetos. “São duas
proteção de longo prazo ao investidor e
linhas de financiamentos”, concluiu.
Bernardo Feldberg, Varso Toppjian, Paulo D’Arrigo Vellinho e Pierre-Michel Fauconnier discutem as ações empresariais francesas no Brasil.
O
As oportunidades são muitas, e ex-Presidente do CONCEX e Di- que eles têm dado à empresa. Apresen-
retor-Conselheiro do Conselho tou, em detalhes, as razões que fizeram
as iniciativas empresariais da Superior da FCCE, Paulo D’Arri- sua empresa decidir-se a investir na in-
França têm sido bem sucedidas go Vellinho, presidente do painel III, con- dústria automobilística brasileira. Depois
ao desenvolvê-las, com a inten- vidou para compor a mesa os seguintes fez um balanço dos cinco primeiros anos
expositores: o Presidente da PSA Peugeot de atividade após os investimentos e, fi-
ção de ocupar um espaço impor-
Citröen do Brasil, Pierre-Michel Faucon- nalmente, apresentou algumas perspecti-
tante na relação bilateral entre nier; a Diretora Geral do Laboratório vas e expectativas.
os dois países. Estas foram algu- Servier do Brasil,Varso Toppjian; e o Dire- “Quando o grupo decidiu investir no
mas das conclusões do painel III tor Conselheiro da Carlson Wagonlit – Brasil, em 1997, as vendas da Peugeot
Grupo Accor, Bernardo Feldberg. Citröen no mundo estavam em torno de 2
do Seminário Bilateral de Co- milhões de veículos por ano, incluindo 950
mércio Exterior e Investimentos Indústria automobilística mil veículos vendidos fora da Europa Oci-
Brasil-França, dedicado à visão Pierre-Michel Fauconnier falou sobre dental. Nos últimos números, estavam in-
os investimentos realizados pelo grupo cluídos 9 mil veículos de duas marcas ven-
empresarial nos setores auto- PSA Peugeot Citröen no Estado do Rio didas no Brasil, ou seja, nosso grupo teve
motivo, farmacêutico e turístico. de Janeiro e no Brasil e sobre o retorno uma participação de 0,5% sobre o merca-
do total de 1,9 milhão de veículos vendi- estrutura portuária, representada principal- industriais foram criados no Pólo Auto-
dos anualmente no Brasil.A primeira e prin- mente pelo Porto de Sepetiba, e uma es- mobilístico de Porto Real. Quanto às ven-
cipal razão para investir aqui, então, era ter trutura rodoviária, com aVia Dutra, encon- das, chegaram a uma participação de 5,5%
acesso a um dos principais e mais promis- tramos boas condições para abastecer os no mercado brasileiro, com a perspectiva
sores mercados automobilísticos do mun- componentes, para fabricar peças e tam- de passar, em 2006, a 100 mil veículos.”
do. Ao mesmo tempo, encontramos, ao bém para distribuir e exportar para os ou- Neste cenário, o presidente da Peugeot
chegar no Estado do Rio de Janeiro, condi- tros países da América Latina. Em terceiro Citröen do Brasil destacou a contribuição
ções bastante favoráveis: um terreno doa- lugar, tivemos a possibilidade de usar uma de uma parceria bem sucedida com o
do para a construção de nossa fábrica e in- mão-de-obra bem qualificada e motivada, Governo do Estado do Rio de Janeiro,
centivos financeiros competitivos. No do- uma vez que criamos, em parceria com o segundo ele, fundamental para alcançar o
mínio logístico, por meio de uma boa infra- Senai, um centro de formação e seleção de desempenho atual do grupo no estado e
pessoal para nossa indústria. Em quarto
lugar, encontramos um tecido de fornece-
dores da indústria automobilística já insta-
lados dentro de um perímetro geográfico
“ O crescimento das vendas
e os resultados esperados para
a indústria automobilística
razoável, além de estarmos perto de gran-
de parcela do mercado. “
O presidente da Peugeot Citröen do
Brasil informou que, depois de cinco anos
brasileira são promissores
PIERRE-MICHEL FAUCONNIERN ”
produzindo veículos na sua fábrica em no país. “As perspectivas para os próxi-
Porto Real, região do Pólo Industrial de mos anos são de aumentar as vendas a fim
Resende, no Estado do Rio de Janeiro, o de gerar mais resultados positivos, o que
balanço de investimentos do grupo é bas- não foi o caso até o ano passado. O cresci-
tante positivo. “O investimento industrial mento esperado das nossas vendas e os
direto é da ordem de US$ 750 milhões, resultados esperados para a indústria au-
considerado razoável para sustentar um tomobilística brasileira, hoje considerada
potencial de construção de 150 mil veí- bastante competitiva, são promissores.
culos por ano, e para lançar, dentro de um Estas perspectivas só se confirmarão na
prazo de cinco anos, quatro modelos no- medida em que nosso grupo for capaz de
vos. Além disso, outras empresas do gru- lançar, no Brasil, novos modelos e ver-
po, que vieram a se constituir no seu bra- sões em ritmo acelerado. Vejo aqui uma
“ Encontramos fornecedores
já instalados e estamos
perto de uma grande
ço logístico, iniciaram atividades no Esta-
do do Rio de Janeiro e em outras regiões
do Brasil. São elas a GEFCO do Brasil, e
atuação importante da Embaixada da Fran-
ça e das missões comerciais: ajudar a criar
um contexto favorável dentro da indús-
uma fábrica de assentos, com sua fábrica tria automobilística para nosso maior de-
parcela do mercado
PIERRE-MICHEL FAUCONNIERN ” just in time, instalada no pólo tecnológico
de Porto Real. Mais de três mil empregos
senvolvimento. Para isso, dois temas de-
veriam ser trabalhados. O primeiro seria
Dentro de cinco anos, a Peugeot Citröen do Brasil pretende lançar... ...quatro novos modelos de automóveis no mercado brasileiro.
O
Vice-Presidente Executiva da Asso- Presidente do BNDES, Demian BNDES desembolsou US$ 5,9 bilhões em
Fiocca, analisou as exportações financiamentos às exportações. Esse apoio
ciação de Comércio Exterior do Bra- brasileiras em seu pronunciamen- se divide entre as fases de produção para
sil – AEB, Lúcia Maldonado; a Dire- to e transmitiu a visão desta instituição so- embarque, e de comercialização, chama-
tora da Área de Project & Export bre a atual conjuntura econômica do Bra- da de pós-embarque, que constitui a ven-
sil. Ele destacou a diversificação das áreas da propriamente dita. Utilizando os finan-
Finance da Alstom, Christiane Aché; de atuação do banco, que vem trabalhan- ciamentos do BNDES, os exportadores
o ex-Presidente do Concex e Dire- do em setores considerados importantes podem pagar a prazo. Em 2005, este fi-
tor-Conselheiro do Conselho Supe- e prioritários para a economia brasileira. nanciamento alcançou, em dólares, um
“Um deles é, claramente, o setor de ex- índice de aumento na ordem de 52%. O
rior da FCCE, Paulo D’Arrigo portações, que há algumas décadas foi apoio ao setor de bens de capital – que
Vellinho; a Diretora Geral do Labo- motivo de preocupação – não propria- representou 68% do apoio desembolsa-
ratório Servier do Brasil, Varso mente por causa das exportações, mas por do para bens de exportações – virou uma
conta da nossa balança de pagamentos. O tradição do BNDES”.
Toppjian; e o Diretor Conselheiro da
banco procura fazer parte do esforço que Segundo o presidente do banco, o fi-
Carlson Wagonlit, do Grupo Accor, o Brasil tem realizado para mudar o cená- nanciamento beneficia linhas de máqui-
Bernardo Feldberg. rio das suas contas externas. Em 2005, o nas industriais, aparelhos de telecomuni-
Augusto Carreira (vice-presidente da Câmara portuguesa) e Carlos Amaral (presidente do Conselho Regional do Senac e da Federação do
Comércio do Estado da Bahia) assinam convênio.
N
o dia 9 de março, o Senac/BA e a nária Baiana em Lisboa (no restaurante do acordo de cooperação. “Por duas vezes,
Câmara Portuguesa de Comércio Hotel Dom Pedro). o Senac realizou festivais gastronômicos
no Brasil -Bahia assinaram, na Casa De acordo com Manoel Augusto no Hotel Dom Pedro, em Lisboa, e em
do Comércio, em Salvador, um acordo de Duarte Carreira, vice-presidente em exer- ambas tivemos grande sucesso. O que
cooperação mútua que visa promover e cício da Câmara, o acordo ainda pode di- não me admira, visto que Bahia e Portu-
executar investimentos e fortalecer a re- namizar a realização de eventos bilaterais gal são irmãos”, disse. “No que depender
lação comercial entre os dois países. que resultarão na ampliação do comércio da Federação do Comércio da Bahia, es-
O convênio abre espaço para que as entre o Brasil, mais especificamente, a ses laços de união só se fortalecerão”,
instituições promovam seminários, con- Bahia, e Portugal. Dado o grande número completou.
ferências, feiras, exposições, além de or- de empresários portugueses com negó- Já Marina Almeida, diretora do Senac/
ganizar missões e encontros de negócios cios já instalados na Bahia, principalmente BA, aproveitou para salientar que o acor-
em ambas as regiões. A parceria também na área hoteleira, as expectativas de novos do é um desdobramento de alguns tra-
permitirá que os empresários associados investimentos são muito boas: “Não pos- balhos que a Instituição já vinha desen-
à Câmara Portuguesa tenham o acesso fa- so ainda prever o volume de investimen- volvendo além-mar. Dessa forma, o
cilitado aos serviços do Senac, como cur- tos para o futuro próximo, mas além dos Senac vai ampliar a oferta de produtos,
sos preparatórios de culinária, garçons, empresários lusos que aqui já estão, te- levando a gastronomia e promovendo
animadores e camareiras. O primeiro fru- mos muitos outros interessados em vir intercâmbios educacionais, incluindo ar-
to dessa aliança será a realização dos festi- para a Bahia”. tes plásticas e artesanato locais. “Enfim,
vais gastronômicos Semana de Culinária Na ocasião, o presidente da Federação vamos levar um pouco da cultura baiana
Portuguesa ,em Salvador (no restaurante da do Comércio da Bahia, Carlos Amaral, para lá e trazer um pouco da portuguesa
Casa do Comércio) e da Semana de Culi- declarou sua satisfação em assinar esse para cá”, conclui.
HENRIQUE DO AMARALN
crise provocada em vários continentes pela sobre a atividade exportadora brasileira. terno é uma estratégia contínua. Não é
gripe aviária, provocou diminuição nas “Hoje, eu sou extremamente otimista mais uma aventura. Isto faz parte da pró-
exportações, embora o setor continue com relação ao futuro das exportações pria cultura da empresa, que não está mais
crescendo. A tendência é acontecer algo brasileiras no seu conjunto. O esforço e exportando excedentes. Eu poderia di-
parecido com a carne bovina: um primei- o progresso feitos por empresários e go- zer que nossas empresas não estão mais
ro impacto negativo e, depois, no decor- verno são visíveis e, de certa forma, paradas, esperando que seus produtos
rer do ano, os ajustes concorrem para que irreversíveis. Anteriormente, o empre- sejam comprados. Elas têm-se pautado
não haja uma repercussão negativa no es- sário brasileiro olhava a exportação ape- pelo incentivo à venda, colocando a ex-
forço exportador brasileiro.” nas como uma alternativa, ou seja, ex- portação como uma alternativa viável e
Por conta de tudo isso, o secretário de portava quando houvesse ocasião. Hoje, rentável, o que produz efeitos benéficos
comércio exterior do MDIC faz questão essa atividade já faz parte do seu progra- em toda a sua atuação, seja no mercado
de afastar o pessimismo de suas análises ma e a venda voltada para o mercado ex- interno, seja no externo.”
Brasil e França
“ A Câmara de Comércio
França-Brasil observa um maior
interesse de pequenas e médias
empresas sobre oportunidades
de negócios com o Brasil
JEAN-NOËL GÉRARDN ”
“Pouco a pouco vamos colher os be-
nefícios desse evento. Muitos franceses,
homens de empresas, inclusive, que mal
conheciam a potencialidade do Brasil
como mercado, passaram a ter um novo
olhar para o país. Com a realização, em
2008, do Ano da França no Brasil, tenho
certeza que este processo se completará
e faremos ainda mais negócios.”
Parcerias
O Presidente Federal da Câmara de
Jean-Noël Gérard considera bem-vindas as iniciativas de cooperação entre os dois países. Comércio França-Brasil cita como promis-
sores, dentro da relação bilateral, os seto-
O
Presidente Federal da Câmara de “O comércio entre o Brasil e a Fran- res automobilístico, de indústria farmacêu-
Comércio França-Brasil – CCFB, ça vai muito bem, mas pode crescer ain- tica, de turismo e de cultura. Ele menciona
Jean-Noël Gérard, falou à revis- da mais. Temos algumas dificuldades que ainda, como muito importantes nesse con-
ta da FCCE sobre a importância das rela- podem e serão superadas com diálogo e texto, as parcerias da Embraer com em-
ções bilaterais e do trabalho que a câma- com acordos que já estão sendo discuti- presas da aviação francesa, como a Dassault
ra vem desenvolvendo para incrementar dos. Neste sentido, toda e qualquer ação Aviation e a European Aeronautic Defence
os negócios entre os dois países. A troca que possa contribuir para este avanço é and Space Company – EADS, líder mun-
de experiências é, segundo ele, o maior sempre bem-vinda e qualquer incenti- dial nos segmentos aeroespacial e de defe-
objetivo a alcançar, inclusive em encon- vo é positivo.” sa. A EADS tem demonstrado interesse em
tros como os seminários promovidos Segundo Jean-Nöel Gérard, a reali- intensificar a aproximação com a Embraer
pela FCCE. zação do Ano do Brasil na França – uma na área de aviões militares.
“Esta é uma iniciativa de cooperação Um outro setor que se beneficiou do que, segundo ele, é uma prova de que re-
muito positiva, pois a Embraer é, hoje, tal- Ano do Brasil na França foi o de turismo. almente vale a pena investir no Brasil a
vez, a maior empresa produtora de aviões As estatísticas ainda não são oficiais, mas a longo prazo.
de médio porte do mundo. Quanto às mídia especializada tem divulgado um au- “A logística é um setor que está em
empresas francesas no Brasil, posso citar mento de cerca de 20% na procura do grande desenvolvimento e tem tido um
o Carrefour, no setor de distribuição de Brasil, como destino turístico, por parte crescimento de 15% ao ano no Brasil.
alimentos; a Accord, em hotelaria e turis- dos franceses, após o evento. Nesse setor, o país tem graves proble-
Perfil da Diretora-Geral
Varsenik Toppjian, mais conhecida
como Varso, nasceu em Alepo, Síria.
Viveu no Líbano, e na França. Seu
curso universitário a conduziu à tese
de Neurofisiologia, após já ter obtido
diploma de farmácia. No plano pro-
fissional, sua carreira se desenvolveu
da seguinte forma:
Assistente de pesquisa na Univer-
sidade Americana do Líbano de
1971 a 1972;
Assessora científica dos Laborató-
rios Servier no Líbano de 1972 a
1976 ;
Professora de química do ensino
A diretora-geral do Grupo Servier do Brasil diante da fábrica em Jacarepaguá. complementar de 1972 a 1975;
Adjunto operacional do Oriente
Próximo e Turquia dos Laborató-
O
complexo industrial do Servier América Latina, com grande potencial de
está instalado em uma área de crescimento e de desenvolvimento eco- rios Servier de 1976 a 1978;
76.000 m2 no bairro de Jacarepaguá, nômico. Por esse motivo, o país veio a se Diretora regional do Oriente Pró-
no pólo farmacêutico da cidade no Rio de constituir em uma das prioridades do Gru- ximo e Turquia dos Laboratórios
Janeiro. Neste complexo, estão concentra- po Servier na América Latina. A indústria Servier de 1978 a 1982;
das a unidade de fabricação, a sede adminis- farmacêutica vem intensificando seus in- Diretora internacional de forma-
trativa e o centro de pesquisa terapêutica da vestimentos na área de produção, com a ção e marketing dos Laboratórios
América Latina.Todas estas unidades empre- inauguração de uma nova fábrica, que ser- Servier de 1982 a 1985;
gam, hoje, 335 trabalhadores. virá para abastecer o mercado brasileiro e, Diretora-geral do Servier do Bra-
As atividades essenciais do Grupo Servier também, os mercados da América Latina. sil, desde 1985.
do Brasil Ltda. são as seguintes: fabricação e Segundo a Diretora-Geral do Grupo
comercialização de medicamentos desenvol- Servier do Brasil Ltda, Varso Toppjian, “a entre eles Coversyl, Coversyl Plus e
vidos pelo grupo; atividades pré-clínicas em nossa filial Servier do Brasil faz parte do Natrilix SR para o tratamento da hiper-
farmacologia por meio de contratos de pes- grupo BRIC da matriz, que reúne países tensão arterial; Diamicron MR, para o
quisa com universidades e hospitais; estudos considerados de grande potencial: Bra- tratamento do diabetes tipo 2; Daflon
na área clínica em pesquisa & desenvolvimen- sil, Rússia, Índia e China. Nossa linha de 500, para o tratamento de doença veno-
to (P&D); acompanhamento da fármaco-vi- produtos é ética e todos são frutos de sa e de doença hemorroidária; e Vastarel
gilância dos medicamentos em fase de estu- nossa pesquisa. Mais de 25% do fatu- para o tratamento da angina do peito.
dos e dos que já se encontram à disposição ramento mundial da Servier é destinado O Grupo Servier está preparando, para
dos médicos e dos pacientes. à pesquisa e desenvolvimento de novas os próximos dois anos, o lançamento de
moléculas. Temos, hoje, à disposição da três medicamentos inovadores: Protos, para
Grande mercado classe médica e dos pacientes, uma am- o tratamento de osteoporose, Procoralan,
O Brasil é o 12º mercado farmacêuti- pla linha de medicamentos que respon- para o tratamento de isquemia cardíaca, e
co do mundo e o principal mercado da dem às necessidades da saúde pública, Valdoxan, para o tratamento de depressão.
Estrasburgo
instaladas e é conectado
Alsásia
com 18 países, cujo Paris
Colmar
mercado é calculado em
torno de 400 milhões de
Mulhouse
pessoas. França
Estrasburgo, Colmar, Mulhouse
e Haguenau são importantes
construção naval, pelo setor metal-me- pólos industriais da Alsásia.
cânico, pelo setor automotivo e pela in-
dústria farmacêutica. Ele citou como
exemplo os casos de duas empresas for-
tes estabelecidas em território fluminense:
a Wolkswagen, que hoje já está exportan-
do veículos para diversos países, e a Ciferal,
Sophie Antipolis, na área de influência Provence
especialista na fabricação de ônibus com
da cidade de Nice, é considerada um Côte d’Azur
ampla gama de clientes no mercado ex- grande centro de pesquisa e Nice
terno. Ambas as empresas estão criando desenvolvimento.
um terceiro turno de trabalho para aten- Saint Tropez, balneário francês muito
Saint Tropez
der à demanda crescente. ligado à cidade de Búzios e ao turismo.
Siderurgia fluminense
Na siderurgia, o secretário mencionou mais dois pólos com capacidade para 1,5 “Desde que estou no governo do esta-
investimentos da ordem de US$ 3 bilhões milhão de toneladas de produtos siderúr- do, a Michelin já fez, aqui, três investimen-
em território fluminense. Recentemente, o gicos cada um e investimentos de aproxi- tos, entre eles uma fábrica de pneus de
Grupo Gerdau anunciou seu projeto de in- madamente de US$ 1,5 bilhão. A compa- 2,60 m de diâmetro para uso em minera-
vestir aproximadamente R$ 1,4 bilhão no nhia ainda está decidindo em que região ção. A L’Oreal, empresa francesa especi-
Estado do Rio de Janeiro, até 2007. A inicia- fluminense vai localizar esses dois pólos. alizada em produtos de beleza, cuja sede
tiva envolve a ampliação da capacidade pro- Então, se todos esses investimentos se para a América Latina fica no Rio de Janei-
dutiva da Gerdau Cosigua e a construção da concretizarem, o Estado do Rio de Janei- ro, agora está ampliando, também, a sua
uma nova usina de aços especiais no Pólo ro se transformará no maior produtor de central de distribuição para todo o conti-
Siderúrgico de Santa Cruz, que receberá o aço da América Latina.” nente latino-americano.”
nome de Gerdau Aços Especiais Rio. Isso
aumentará a atual capacidade produtiva do Indústrias farmacêutica e naval Novos convênios
grupo das atuais 1,2 milhão de toneladas de Outro setor destacado pelo secretário O Secretário de Estado de Desenvolvi-
aço por ano para 2,6 milhões de toneladas foi o farmacêutico, com empresas como a mento Econômico do Rio de Janeiro está
por ano nas suas duas unidades. Salus Biotec, que em breve vai inaugurar coordenando, em 2006, a organização de
“Neste momento, contamos com a uma fábrica em Campos, no Norte flumi- uma missão que levará um grupo de em-
ampliação da Gerdau Cosigua, com um nense. Ele mencionou, ainda, alguns im- presários fluminenses à região francesa da
investimento de cerca de US$ 180 mi- portantes fornecedores para a construção Alsácia, considerada a segunda província
lhões, e também com a criação da nova naval relacionada ao petróleo, como a mais rica do país. Esta missão está sendo
usina siderúrgica da Cosigua, dedicada aos Wellstream, que produz tubos flexíveis montada em parceria com o Centro Inter-
aços especiais, na qual serão investidos em para plataformas petrolíferas e a Shulz, que nacional de Negócios – CIN da Federação
torno de US$ 360 milhões. Podemos fa- fabrica válvulas de segurança. das Indústrias do Rio de Janeiro – FIRJAN,
lar, também, na ampliação da Usina de Barra Falando sobre a relação das empresas com o Sebrae-RJ e com a Confederação
Mansa, no interior fluminense, na qual fluminenses com a França, Maurício Nacional da Indústria – CNI. A iniciativa é
serão aplicados cerca de R$ 180 milhões. Chacur garantiu que ela tem sido bastante fruto de uma parceria com a Câmara de
Por sua vez, a Companhia Siderúrgica Na- produtiva, principalmente no que se re- Comércio França-Brasil, a Câmara de Co-
cional – CSN, já anunciou a construção de fere aos investimentos. mércio e Indústria de Paris – CCIP, e a Câ-
“O Rio de Janeiro é
altamente industrializado,
com densidade econômica
comparável à de muitos
países da Europa
MAURÍCIO CHACURN ”
mara de Comércio e Indústria do Baixo
Reno. O evento reunirá, na cidade francesa
de Estrasburgo, empresas e instituições dos
setores de software, de auto-peças e trens,
de biotecnologia, de produtos farmacêuti-
cos, de metrologia e de turismo rural.
“Além de Estrasburgo, os integrantes
da missão conhecerão outros três pólos
industriais da Alsácia, nas cidades de Col-
mar, Mulhouse e Haguenau. Localizada no
conhecido cruzamento dos grandes eixos Marcio Fortes, Hugues Goisbault, Demian Fiocca e Maurício Chacur, na Sessão de Encerramento.
do comércio europeu, a Alsácia atrai inves-
tidores de várias partes do mundo.Ao todo, Hugues Goisbault, Cônsul-Geral da geral. Seu primeiro compromisso
são 600 empresas internacionais instaladas
em terras alsacianas. A posição geográfica
França no Rio de Janeiro, estava há oficial no Brasil foi, justamente, par-
privilegiada coloca a região como um cen- apenas uma semana no Brasil quan- ticipar do Seminário Bilateral de Co-
tro gravitacional dos mais concorridos do do concedeu esta entrevista à revis- mércio Exterior e Investimentos
mundo. Ela é conectada com 18 países com
ta da FCCE. Antes de exercer esta Brasil-França. Para ele, esse evento
padrão de consumo de primeiro mundo,
que juntos representam um mercado con- função, atuava profissionalmente em foi de extrema importância, pois
sumidor de 400 milhões de pessoas” Paris, no Ministério de Relações Ex- considera que os países que dele par-
Uma outra região francesa com a qual
teriores, onde tinha o cargo de au- ticiparam mantêm uma importante
a secretaria de desenvolvimento tem man-
tido contato é Sophie Antipolis, na área de ditor e trabalhava como inspetor relação comercial.
Laços de amizade
“Como todos sabem, existe uma re-
lação bastante estreita entre o Presiden- Hugues Goisbault, considera o Brasil um parceiro essencial na área de trocas comerciais.
te Jacques Chirac e o Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Em 2005, durante a interesse que despertou em segmentos “É natural que a ampla divulgação dos
realização do Ano do Brasil na França, o empresariais, em exportadores e impor- diferentes aspectos da cultura brasileira e
Presidente do Brasil foi o convidado es- tadores franceses. da rica diversidade natural que este belo
pecial do governo francês por ocasião das “Um sinal concreto desse sucesso país pode proporcionar a qualquer visi-
celebrações do 14 de Julho, em Paris, pode ser percebido nas Câmaras de Co- tante esteja despertando o interesse de
quando foi recebido na tribuna oficial, mércio França-Brasil, junto às quais as quem ainda não conhece o Brasil.”
como convidado de honra, para celebrar médias e pequenas empresas francesas
a forte amizade que existe entre nossos
países, nossos dois povos e nossos dois
presidentes.”
têm demonstrado grande interesse em
conhecer e exportar para o mercado bra-
sileiro, que é, para nós, um destino co-
“ A França tem um território
modesto, comparado ao
brasileiro, mas é um grande
mercial essencial. É por isso que nosso
“ O Brasil conseguiu a
maior repercussão de público
e despertou o interesse
Ministério do Comércio Exterior incluiu
o Brasil no grupo dos 25 países mais im-
portantes para as trocas comerciais e os
mercado consumidor
H U G U E S G O I S B AU LT N ”
investimentos franceses. Sabemos que Feliz por estar servindo, neste mo-
dos exportadores franceses
H U G U E S G O I S B A U LT N ” este interesse pelo Brasil não é uma coi-
sa nova, mas o curioso, agora, é verificar-
mos que ele se estende às pequenas e
mento, no Rio de Janeiro, para ele uma
das mais belas cidades do mundo, o côn-
sul define seu papel como o de um agente
Sobre o Ano do Brasil na França, o médias empresas. Apenas por essa mu- facilitador. Define-se, ainda, como um in-
Cônsul-Geral Hugues Goisbault lem- dança já podemos perceber que o even- termediário interessado em estimular,
brou que os brasileiros não foram os pri- to foi muito bem sucedido.” em todos os segmentos sociais,um mai-
meiros a serem homenageados com uma O Cônsul-Geral da França no Rio de or número de contatos e aquecer as re-
programação semelhante. O Brasil, en- Janeiro considera que uma das áreas onde lações econômicas entre os dois países.
tretanto, foi o país que conseguiu a maior mais se pode sentir e mensurar o resulta- “Nosso papel é fazer com que a Fran-
repercussão, tanto em termos de públi- do do evento de 2005 é, certamente, a de ça seja cada vez mais conhecida neste
co – com presença significativa em to- turismo. Algumas análises preliminares grande país. Vamos demonstrar que, ape-
dos os eventos realizados e mobilização demonstram que a procura pelo destino sar de termos um território modesto
de personalidades dos meios universitá- Brasil em agências e empresas de aviação quando comparado ao brasileiro, somos
rio, econômico e político – quanto pelo francesas aumentou cerca de 20%. um grande mercado.”
A
Infraero, empresa que administra os
aeroportos do país, tem um papel 32 66
importante na estrutura de logística terminais de aeroportos
para o comércio exterior. A empresa carga
gerencia 66 aeroportos, dos quais 32 pos-
suem terminais de carga aérea. Desses 32,
quatro são grandes terminais de carga aé-
rea chamados de hubs, a saber: o Aeropor-
to Internacional de São Paulo (Gua-
rulhos); o Internacional de Campinas
(Viracopos); o de Manaus (Eduardo Go-
mes); e o do Rio de Janeiro (Galeão). Pe-
los terminais destes quatro aeroportos A Infraero tem 33 anos,
passam 80% do total de carga operada na
importação e na exportação, por via aérea
é vinculada ao
brasileira. Ministério da Defesa e
Para Ednaldo Pinheiro Santos, Gerente
Nacional de Logística de Carga da Infraero, armazena 1,6 milhão
96 milhões
“a empresa disponibiliza para os exporta- de toneladas de cargas de
dores toda uma infra-estrutura adequada, passageiros
de primeira linha, que não fica a dever a aéreas por ano
nenhum outro país com perfil exportador.
Em qualquer um dos terminais já citados a
operação é feita de forma eficiente, com
1,6 milhão de
qualidade e com muita agilidade.”
toneladas de
Empresa pública com 33 anos de atu-
carga/ano
ação no mercado, a Infraero é vinculada
ao Ministério da Defesa e armazena 1,6
milhão de toneladas de cargas aéreas
por ano. Ela tem como meta encerrar
2006 com, aproximadamente, R$ 800
milhões em receita de carga, um dos
setores considerados mais rentáveis.
Nos últimos anos, os produtos que
mais apresentaram movimentação de
carga internacional foram celulares e
aparelhos eletrônicos. A empresa vem
desenvolvendo um trabalho de divul-
gação de seus recursos operacionais e
tem participado ativamente de eventos
ligados ao comércio exterior.
“Os seminários de comércio exteri- plano de obras que tem como objetivo
or, especialmente os patrocinados pela modernizar a infra-estrutura aero-
FCCE, são muito importantes para a portuária brasileira para os próximos
Infraero, porque por meio deles pode- dez anos. Um dos investimentos pre-
mos discutir, informar, dar conhecimen- vistos é a ampliação do terminal do
to aos técnicos do comércio exterior e Aeroporto Salgado Filho, em Porto
mostrar a estrutura que colocamos à Alegre.
disposição em nossos terminais. Pode- “Porto Alegre é um terminal que vem
mos, também, interagir com organismos crescendo, se desenvolvendo e por isso
responsáveis pelo comércio exterior lhe dedicamos um projeto de instalação
brasileiro, como o Ministério de De- de um novo terminal de carga, cuja cons-
senvolvimento, Indústria e Comércio trução deve começar, provavelmente, em
Exterior e equipes especializadas de ou- 2007. Sem dúvida, o terminal do Salgado
SUFRAMA
Amazonas promove uma revolução
silenciosa pela educação
Empresas e governo do estado investem em qualificação de mão-de-obra e na
formação de capital intelectual para agregar valor aos produtos da região
e Investimentos Brasil-França e concedeu Manaus.” abriga hoje mais de 30 mil alunos em cur-
à revista da FCCE uma entrevista na qual sos de graduação, especialização, mestrado
destaca a importância do trabalho realiza- Investimento no ensino e doutorado. Além disso, em função da
do na formação deste capital intelectual. Somada aos investimentos do Gover- legislação sobre informática, as empresas
Segundo ele, o Amazonas passa por uma no do Amazonas, uma parte das taxas pa- têm que destinar 5% de seu faturamento
revolução silenciosa neste campo. gas pelas empresas que atuam na região é líquido para investimentos em pesquisa e
“Do final da década de 90 para cá, quan- destinada à criação e manutenção da Uni- desenvolvimento. Deste percentual, 2,7%
do se percebeu a necessidade de agregar versidade do Estado do Amazonas, que podem ser usados pelas próprias empre-
300.000
E
m 2005, a França registrou um flu-
xo de comércio de praticamente
200.000
US$ 1 trilhão (US$ 955 bilhões). A
corrente de comércio francesa foi a quin-
ta maior corrente de comércio mundial e 100.000
o país se aproximou do seleto grupo dos
países em que a soma das exportações e 0
importações supera essa marca. Pela or-
dem decrescente, os países são: Estados
Unidos (US$ 2,637 trilhões), Alemanha -100.000
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
(US$ 1,745 trilhão), China (US$ 1,422 Fonte: OMC
trilhão) e Japão (US$ 1,112 trilhão).
Com exportações de US$ 459 bilhões,
a França foi o quinto exportador mundi- Importações da França
al, de acordo com dados elaborados pela Principais produtos – 2005 – participação %
OMC. A França está abaixo, somente, da
Alemanha, EUA, China e Japão como Veículos Maquinaria
maior exportador, e respondeu por 4,4% automotores elétrica
das vendas externas mundiais. 10,4% 8,9%
Máquinas e Aeronaves
No ranking dos maiores importadores equipamentos 5,4%
mundiais, a França se colocou na sexta 12,6%
posição, com um total de US$ 496 bi- Plásticos
3,6%
lhões, respondendo por 4,6% das com-
pras mundiais em 2005, superado apenas Químicos
por EUA, Alemanha, China, Japão e Rei- orgânicos
no Unido. 3,3%
Combustíveis
A balança comercial francesa é tradici- 12,8%
onalmente equilibrada com uma tendên- Demais
produtos
cia de déficit nos últimos três anos. Entre 43,1%
1990 e 2005 registraram-se oito superávits
e oito déficits, sendo o maior destes regis-
trado em 2005: déficit de US$ 36,6 bi-
lhões. O maior superávit obtido foi em Fonte: Global Trade Atlas
Veículos
automotores
13,0% 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Fonte: Global Trade Atlas Importação da França Exportação da França
ica
ia
sia
nido
Uni stados
aixo
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anh
Chin
Suiç
Itál
Rús
Bélg
dos
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Alem
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Chin
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oU
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Mar
País
Ranking da França nas exportações brasileiras Ranking da França nas importações brasileiras
2005/2004 – US$ milhões FOB 2005/2004 – US$ milhões FOB
Ordem País Valor '% Part% Ordem País Valor '% Part%
Os produtos de relevância na pauta que Exportações brasileiras para a França por fator agregado
mais cresceram em exportações para esse 2005/2004 – US$ milhões FOB
mercado, no comparativo de 2005 com
2004, foram: aviões (de zero para US$ 19 Variação % 2004/2005:
milhões); óleo de rícino (de zero de US$ 1.501 Básicos: + 9,0%
1.377 Semimanfaturados: + 7,4%
7,3 milhões); carne de peru congelada Manufaturados: + 27,4%
(+583,8%, para um total de US$ 7,5 mi-
lhões); motores e turbinas para aviação
(+580,2%, para um total de US$ 30,6
milhões); partes e peças de aviões 811
(+452,1%, para US$ 39,4 milhões); ins- 636
trumentos e aparelhos de medida e verifi-
cação (+356,2%, para US$ 14,5 mi-
lhões); veículos de carga (+234,6% para 182
169
US$ 5,9 milhões); vidros de segurança
(+199,4%, para US$ 5,5 milhões); ferro-
ligas (+141,0% para US$ 9,8 milhões);
Básicos Semimanufaturados Manufaturados
aparelhos eletromecânicos ou térmicos de
uso doméstico (+130,9%, para US$ 8,5 2004 2005
Fonte: MDIC/SECEX
milhões); e borracha sintética ou artificial
(+87,0%, para US$ 9,6 milhões).
Do lado da importação, o Brasil ad-
quiriu da França quase que a totalidade da pauta em produtos que foi responsável por 32,1% das exportações nacionais, con-
industrializados, 99,4% do total. tribui com 17,6% das vendas à França. Mesmo assim, foi o maior
Os principais itens comprados pelo Brasil, do mercado fran- estado exportador ao País. As demais principais unidades da fe-
cês, foram: autopeças (9,9% do total), medicamentos, (5,8%), deração que realizaram vendas ao mercado francês foram: Minas
partes e peças de aviões (5,5%), compostos heterocíclicos (4,4%), Gerais (participação de 14,6% no total), Paraná (14,0%), Pará
circuitos integrados (3,7%), motores para automóveis (3,4%), (11,0%), Bahia (7,4%), Santa Catarina (5,8%), Mato Grosso
instrumentos e aparelhos de medida e verificação (3,3%), com- (5,7%), Espírito Santo (4,5%), Rio Grande do Sul (4,2%) e Mato
postos de funções nitrogenadas (2,9%), bombas e compresso- Grosso do Sul (3,1%). Os demais estados brasileiros foram res-
res (2,7%) e rolamentos e engrenagens (2,2%). ponsáveis por 12,2% das exportações nacionais para a França.
As exportações brasileiras para a França são bem distribuídas Diferentemente do que ocorre com a exportação, as impor-
entre as unidades da federação. Em 2005, o estado de São Paulo, tações brasileiras de produtos franceses são concentradas em
Minérios
de ferro
Petróleo
em bruto
Madeira
serrada
Motores para
veículos
Camarão
congelado
Farelo de soja
Móveis
Café em grão
Soja em grão
Celulose
compras de produtos originários da França, 5,2% (+184 empre-
sas) a menos que em 2004 (3.547 empresas).
Principais estados importadores da França Principais produtos importados pelo Brasil da França
2005 – US$ milhões FOB 2005/2004 – US$ milhões FOB
661
157
327 148
120
100
92 88
116 113 77
99 73
69 63 61
50 31 30
Instrumentos e
aparelhos de
verificação
Partes e peças
para aviões
Compostos
heterocíclicos
Circuitos
integrados
Motores para
veículos
Bombas e
Compressores
Rolamentos e
Engrenagens
Autopeças
Medicamentos
Compostos de
funções
nitrogenadas
Rio Grande
do Sul
Paraná
Amazonas
Distrito
Federal
Santa
Catarina
São Paulo
Rio de
Janeiro
Espírito
Santo
Minas
Gerais
Bahia
Demais
185
146 143
112 105
77
Rio Grande
do Sul
Paraná
Pará
Santa
Catarina
Espírito
Santo
São Paulo
Bahia
Mato
Grosso
Mato Grosso
do Sul
Minas
Gerais
Demais
2004 2005
Exportadores Importadores
Casa França-Brasil, projetada por Grandejean de Montigny, no século XIX. Museu do Ipiranga, em São Paulo.
Resultados Guillaine transita com grande 31º cliente e o 26º França, em 2005, quando a
A empresa francesa competência. Vivendo entre fornecedor da França. cultura brasileira ocupou
Cetelem chegou ao Brasil em Rio e Paris, Guillaine Querrien Com a retomada do teatros, galerias de arte e feiras
1996 numa parceria com o tem na flora brasileira, em crescimento de vendas no de negócios, em todas as
cartão Carrefour. Em 2006, especial no cenário do Jardim setor aeronáutico, considerada grandes cidades francesas, o
registrou, aqui, um Botânico, do Rio de Janeiro, muito boa, a corrente Ano da França será um evento
crescimento de 400% e hoje uma de suas fontes de comercial entre os dois países cultural, com
administra cerca de 1,1 inspiração. A gravadora e se fortalece. Os bens de desdobramentos nas áreas do
milhão de cartões emitidos mestra Anna Letycia assim equipamento constituem o turismo, da pesquisa, dos
no país. O seu cartão Aura é define seu trabalho: “Envolvida primeiro lugar na exportação negócios e universitária. A
usado para financiar compras com a densidade exuberante da França para o Brasil, data, inicialmente prevista para
em redes como a FNAC, da mata brasileira, esta artista chegando a 40%. Em seguida 2008, depende do calendário
Fotóptica, Colombo e francesa olha em sua volta e vêm os bens intermediários internacional do Brasil, mas o
Telhanorte. Segundo o devolve, através de suas (26%), e depois os bens de responsável pelo Setor de
Diretor Georges Régimbeau, gravuras, num olhar seletivo, consumo (15%) e os produtos Difusão Cultural do
“é parte de nossa estratégia uma paisagem árida e seca, da indústria automobilística Consulado, no Rio de Janeiro,
investir em países como o parece que se volta para o (12%) Bertrand Rigot Muller, não
Brasil, a Rússia, a Índia e a serrado, para a caatinga, onde a Os principais produtos tem dúvida do sucesso do
China”. natureza é mais agreste.” exportados pelo Brasil para a empreendimento.