Você está na página 1de 1

Imprimir texto

STJ - O Tribunal da Cidadania


Pena por estupro e atentado violento ao pudor ser recalculada com base em crime nico 15/05/2013 A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justia (STJ) deu provimento ao recurso especial interposto por um homem condenado por estupro e atentado violento ao pudor no Rio de Janeiro, que pleiteava a reviso da pena imposta. O crime foi cometido antes da mudana legislativa que reuniu o estupro e o atentado violento ao pudor em um mesmo artigo do C digo Penal, mas, em razo do princpio da retroatividade da lei mais benfica, a pena ser recalculada. Concurso material Inicialmente, o ru que obrigou a vtima a manter com ele sexo vaginal, anal e oral havia sido condenado pena de 16 anos e 11 meses de recluso, porque a Justia reconheceu o concurso material entre os crimes. No caso, as condutas foram apreciadas separadamente e as penas dos delitos foram somadas. O juiz entendeu que houve dois crimes de estupro (sexo vaginal) e quatro crimes de atentado violento ao pudor (atos libidinosos diversos), e reconheceu a continuidade delitiva em cada espcie de crime, mas no entre uma e outra. A defesa recorreu ao Tribunal de Justia do Rio de Janeiro (TJRJ). Ao julgar a apelao, a corte acolheu a tese de continuidade delitiva entre os crimes de estupro e atentado violento ao pudor, o que resultou em reviso da pena, fixada em sete anos e sete meses de priso, em regime fechado. Crime nico C om base na Lei 12.015, sancionada em 2009, o condenado entrou com recurso no STJ para pedir nova reviso de pena. A desembargadora convocada Marilza Maynard, relatora, entendeu ser devida a qualificao dos delitos como crime nico e o consequente reclculo da pena. Segundo ela, a jurisprudncia do STJ rejeitava a continuidade delitiva entre estupro e atentado violento ao pudor, previstos, respectivamente, nos artigos 213 e 214 do C digo Penal. Aps a Lei 12.015, com a unificao das condutas no artigo 213, sob a mesma denominao de estupro, tornou-se foroso o reconhecimento de crime nico quando o sexo vaginal e outros atos libidinosos so cometidos no mesmo contexto e contra a mesma vtima. O entendimento da relatora, amparado em diversos precedentes do STJ, foi acompanhado de forma unnime pela Quinta Turma. Agora, caber ao TJRJ realizar nova dosimetria da pena, aplicando retroativamente a nova legislao, podendo considerar nesse clculo, quando da valorao das circunstncias judiciais do artigo 59 do C digo Penal, as condutas delitivas diversas da conjuno carnal, mas sem ultrapassar o total da pena anteriormente imposta. O nmero deste processo no divulgado em razo de sigilo judicial. Processos: Imprimir Fechar 1996 - 2013 - Superior Tribunal de Justia. Todos os direitos reservados. Reproduo permitida se citada a fonte

Você também pode gostar