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MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

Gabinete da Secretária de Estado dos Transportes

INTERVENÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA

A SECRETÁRIA DE ESTADO DOS TRANSPORTES

Eng.ª Ana Paula Vitorino

por ocasião da Assinatura de

AUTO DE CONSIGNAÇÃO DA CONSTRUÇÃO DO TERMINAL DE


CRUZEIROS DE STA APOLÓNIA

Terminal de Cruzeiros de Sta Apolónia – 19 de Abril de 2007

(vale a versão lida)

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Senhor Presidente e Administradores do Porto de Lisboa,


Senhoras e Senhores Convidados,

O porto de Lisboa faz parte da história marítima mundial pelo importante papel que sempre
desempenhou nas rotas de comércio internacionais.

Tal facto conduziu ao desenvolvimento das suas infra-estruturas ao longo dos séculos sendo de
destacar, em finais do século XIX, o lançamento das grandes obras de melhoramento da zona
entre a Torre de Belém e Santa Apolónia, local onde hoje nos encontramos.

E começo por esta referência histórica porque este é, precisamente, o ano do centenário da
Administração do Porto de Lisboa, que nasceu por ordem do Rei D. Carlos I, um rei apaixonado
pelo mar e pela oceanografia.
E não há melhor forma de homenagear o passado do que apostar no Futuro!

O Governo tem no sector marítimo-portuário uma forte aposta da sua política de transportes e que
se encontra traduzida nas Orientações Estratégicas para o Sector Marítimo-Portuário.

Neste documento consagramos, definitivamente, uma visão estratégica para o sector, assente no
reforço da centralidade Euro-Atlântica de Portugal, no forte aumento da competitividade do
sistema portuário nacional e do transporte marítimo; e na disponibilização ao sector produtivo
nacional de cadeias de transporte competitivas e sustentáveis.

E é neste contexto que definimos o perfil dos principais portos nacionais, numa vertente de
especialização e complementaridade.
E são estes perfis que servem de base às decisões relativas ao investimento público nos diversos
portos nacionais, que deixam de ser decisões casuísticas e passam a ser decisões enquadradas
num adequado planeamento e numa adequada estratégia, tendo como objectivos a maximização
da rentabilidade económica e social desses mesmos investimentos.

Permitam-me que relembre aqui hoje o perfil traçado para o Porto de Lisboa:

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- A aposta na vertente multi-funcional do porto;


- A consolidação da sua posição na carga geral, em particular na carga contentorizada,
através de uma aposta na optimização e modernização das infra-estruturas;
- A promoção de uma melhor integração na área urbana envolvente; e
- O reforço da posição de primeiro porto de cruzeiros do continente, tornando-o uma
referência nas rotas turísticas internacionais.

Ora, a obra de “Reabilitação e Reforço do Cais entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco” , que
hoje consignamos, vem concretizar estas orientações e ajudar a capturar a visão enunciada.

Como é sabido o turismo é hoje uma das principais actividades económicas Portuguesas,
representando cerca de 11% do PIB e de 10% do emprego nacional.

Os portos têm um papel importante na captação e valorização do turismo nacional, contribuindo


para diversificar mercados emissores e produtos turísticos.

Portugal capta hoje cerca de 14% do volume de passageiros em cruzeiros turísticos registados na
Península Ibérica, uma posição relevante, atendendo á posição relativa da economia portuguesa e
espanhola e seus respectivos PIB’s.

O Porto de Lisboa, com cerca de 271 mil passageiros movimentados durante 2006 é o 1º porto de
passageiros do continente, representando mais de 42% do total nacional e 5,2% do total Ibérico.

Estes números fazem do Porto de Lisboa, o 6.º Porto Ibérico de passageiros, num total de 30.

Os valores relativos ao tráfego de passageiros em Lisboa relativos a 2006 representam um


crescimento impressionante de 13,1% relativamente ao ano anterior, o que associado ao
crescimento na ordem dos 60% registado durante o 1º trimestre de 2007 mais do que justifica as
expectativas de este ano se ultrapasse a fasquia dos 300 000 passageiros.

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Este crescimento espelha bem o desenvolvimento da actividade dos cruzeiros a nível mundial
motivado pelo aumento do número de navios no mercado e da sua capacidade e,
consequentemente, pelo aumento do número de turistas que elegem os cruzeiros como “destino”
de férias, o que mais que justifica a razão desta nossa aposta estratégica neste segmento de
actividade portuária.

Sendo uma actividade turística, a sazonalidade é uma das suas características. Contudo, estamos
a assistir nos dias de hoje a um prolongamento da época dos cruzeiros, que vai agora de Março
até ao final do ano, o que permite rentabilizar de uma forma mais eficaz as infra-estruturas
associadas a este negócio.
Lisboa apresenta, neste contexto, vantagens competitivas inegáveis, designadamente se
pensarmos no clima ameno que aqui se regista durante todo o ano.

E é para se marcar uma posição de futuro na indústria dos cruzeiros que se torna hoje urgente
adaptar a oferta dos serviços portuários e logísticos às necessidades do mercado e às exigências
dos operadores.

E esta obra vem responder a este desafio, assentando em tês objectivos fundamentais:

- Em primeiro lugar, beneficiar as condições de recepção de navios de cruzeiro e seus


passageiros e tripulantes;
- Em segundo lugar, permitir a reorganização espacial do Porto de Lisboa, disponibilizando a
área dos actuais terminais de Alcântara e Rocha do Conde d’Óbidos para a operação de
contentores – o principal eixo de crescimento do tráfego mundial de mercadorias; e
- Em terceiro lugar, melhorar a integração urbana, concentrando o tráfego de navios de
cruzeiro numa zona nobre da cidade, com melhoria da qualidade do serviço oferecido aos
turistas que nos chegam por via marítima.

Estes são objectivos a atingir e que justificam este investimento de 45 milhões de euros, dividido
em três fases, e que conta com uma comparticipação comunitária de cerca de 40%.

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Apesar de sabermos que Lisboa nunca deixará de ser um porto de escala para os navios de
cruzeiro, quer pela sua tradição, quer pela sua posição geográfica e atractivos turísticos, a grande
competitividade desta indústria exigiu da nossa parte uma forte aposta neste investimento que
hoje consignamos.

Ao contrário dos destinos, os navios deslocam-se facilmente. No futuro o que vencerá e marcará a
diferença é a qualidade de um destino e o seu posicionamento no mercado.

É a este desafio que estamos a responder!

Para terminar gostaria de cumprimentar a SOMAGUE e a SETH e garantir-lhes que terão da parte
da APL um dono da obra atento e eficiente.

À APL gostaria de transmitir as minhas felicitações pela forma profissional e empenhada como
têm concretizado as orientações do Governo.

Muito Obrigado pela vossa atenção.

5/5

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