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Bactérias Presumivelmente Diazotróficas com Crescimento Diferenciado in

vitro, isoladas de Florestas de Araucaria angustifolia.


1 2 3
Leandro H. G. Tizato , Rafaela de F. Neroni e Elke J. B. N. Cardoso
1
Graduando em Engenharia Agronômica – ESALQ/USP, Bolsista FAPESP.
2
Mestranda em Solos e Nutrição de Plantas – ESALQ/USP, Bolsista FAPESP.
3
Professora Titular - Departamento de Ciência do Solo, ESALQ/USP, Bolsista
CNPQ.
1. Objetivos O meio de cultura JNFb mostrou-se ineficiente
para o crescimento de bactérias de raízes nes-
A partir do isolamento de bactérias diazotrófi- te caso, mostrando que bactérias do gênero
cas de ecossistemas de A. angustifolia, foi veri- Herbaspirillum ou similares não estão presen-
ficado o crescimento de algumas bactérias em tes nas raízes.
meios semi-sólidos e semi-específicos, sem N Verificou-se que, mesmo sem crescimento
combinado, que não apresentavam película bateriano proveniente de raiz no meio JNFb, o
característica do crescimento das bactérias número total de isolados de raiz foi maior que o
para as quais os meios foram descritos. número de isolados de solo.
O objetivo deste trabalho foi estudar a capaci- Nota-se também que a área de reflorestamen-
dade de crescimento destes microrganismos to, composta quase que exclusivamente por A.
em meio sem nitrogênio combinado e, portanto, angustifolia, apresentou o menor número total
a possibilidade destes também serem diazotró- de isolados.
ficos.
Tabela 1: Número de isolados de diazotróficos com
2. Material e Métodos crescimento diferenciado nos meios semi-sólidos
NFb, LGI e JNFb, obtidos de amostras de solo e
O isolamento foi feito a partir de amostras de raízes.
raízes desinfestadas e solo coletados em abril Solo Raízes Desinfestadas
Área JNFb NFb LGI JNFb NFb LGI Total
de 2006, no Parque Estadual de Campos do NF 1 3 3 0 9 5 21
Jordão, em três áreas: floresta nativa com pre- R 3 0 4 0 2 5 14
dominância de araucária (NF); reflorestamento RF 2 7 1 0 3 5 18
Total 6 10 8 0 14 15 53
de araucária (R); e reflorestamento de araucá-
ria impactado por queima em 2001(RF).
As amostras foram diluídas em solução salina 4. Conclusão
(10-2 a 10-5) e adicionadas (0,1mL de cada dilu- Confirmou-se a capacidade de crescimento
ição) nos meios semi-sólidos NFb (para Azospi- desses microrganismos em meio sem nitrogê-
rillum spp.), LGI (A. amazonense) e JNFb (Her- nio e, portanto, há grande possibilidade de
baspirillum). serem diazotróficos. Porém, essa característica
As bactérias que foram capazes de crescer nos será confirmada por análises como a redução
meios semi-sólidos, sem a formação de pelícu- do acetileno e por estudos moleculares.
la característica, foram então repicadas para Pode-se inferir a partir desses dados que
verificação da capacidade de crescimento. existem novas espécies de bactérias
Após 8 repicagens nos meios semi-sólidos sem diazotróficas associadas a A. angustifolia.
N combinado, as culturas foram riscadas em
meio BDA para confirmação da pureza dos 5. Referências Bibliográficas
isolados.
[1] DOBEREINER, J.; BALDANI, V.L.D.;
3. Resultados e Discussão BALDANI, J. I. - Como isolar e identificar
bactérias diazotróficas de plantas não-
Pela Tabela 1, verifica-se que o maior número leguminosas. – EMBRAPA-CNPAB (1995).
de isolados foi obtido na área de floresta nativa. [2] CARDOSO, E. J. B. N.; TSAI, S. M.;
Isto poderia ser explicado pela maior diversida- NEVES, M. C. P. – Microbilogia do Solo;
de vegetal da área, bem como pela maior esta- Sociedade Brasileira De Ciência do Solo.
bilidade deste ecossistema. (1992).

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