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VIDA ORGÂNICA EXTRASOLAR: VIDA EM CAPELLA

PENSAR É TER UM POSICIONAMENTO CRÍTICO A RESPEITO DE CADA UMA DAS


POSSIBILIDADES DE SABER. É SAIR DA IMEDIATEZ DA EXPERIÊNCIA SITUANDO-A COMO
SABER APARENTE QUE NECESSITA SER CRITICADO.

“O tempo das hipóteses desconexas e imóveis passou, como passou o


tempo das experiências isoladas e curiosas. Daqui em diante, a hipótese é
sintese.” (G. Bachelard – O Novo Espírito Científico)

Não vejo a Lógica como uma arte de contenda movida por prazer
efêmero de pompa e de vitória, no modelo dos Gregos Sofistas, e depois
deles pelos Filósofos Escolásticos; vejo-a como uma arte que governa o
Espírito Humano na indagação da sabedoria necessária ou útil à construção
do Conhecimento, onde a opinião subjetiva não encontra espaço além do
que se espera. A reta razão faz-se com o exercício e uso do entendimento.
Em qualquer objeto científico em que se pretenda construir algum
conhecimento, primeiramente se adquirem as idéias das coisas singulares;
depois disto, pouco-a-pouco, se fazem os princípios com a comparação das
idéias, e a prática nos conduz ao raciocínio que permite inalar conclusões.

Nosso objeto científico é a “Vida Orgânica Extrasolar” e as primeiras


idéias necessitam de novas técnicas que estão sendo incrementadas para a
obtenção de dados que têm aumentando de forma acelerada nosso
conhecimento sobre os planetas extrasolares. Os cientistas têm encontrando
um grande número de planetas fora
do sistema solar, até agora a
maioria significativa tem sido de
planetas maiores do que Júpiter,
mas já se tem detectado planetas de
tamanho aproximadamente igual ao
da Terra. Na figura ao lado temos
um disco negro, correspondente a
um planeta descoberto em órbita da
estrela HD49674, na constelação
de Aurigae, a uma distância de 0,05 UA (cerca de 7.500.000 km) desta
estrela. Sua massa corrsponde a cerca de 0,15 da massa de Jupiter ou seja
40 vezes a massa da Terra. Ele não está sozinho, pois, foram encontradas
outas possíveis massas planetárias com uma dimensão semelhante à de
Netuno, planetas gasosos, todos girando em torno da estrela Cancri 55.

Poucas aventuras científicas modernas podem se comparar com as


que estão vivendo os modernos navegadores, que no lugar de embarcações
rústicas, naus e galeras, utilizam-se de modernos telescópios eletrônicos
colocados em órbita da Terra e sem sairem do lugar, munidos de seus
equipamentos, alcançam distâncias inimagináveis que seriam impossíveis
aos limitados sentidos humanos.

“Os caçadores de planetas” estão posicionados em diversas latitudes


e longitudes, nos dois hemisférios e agora também no espaço na estação
orbital tripulada idealizada pelos russos e nas automáticas colocadas em
órbita da Terra .

Telescópio eletrônico em órbita da Terra - Chandra

No dia 13 de junho de 2002, um selecto grupo encontrou, após 15


anos de exaustiva e minuciosa procura, um sistema planetário muito
parecido com o nosso Sistema Solar. A equipe coordenada pelo prof.
Geoffrey Marcy, da University of California, em Berkeley, juntamente com
o Astrônomo Paul Butter, do Carnegie Institution of Washington, fazendo
uso de um telescópio óptico de 3 metros de diâmentro, instalado no Lick
Observatory e operado pela University of California, detectaram pela
primeira vez um planeta muito semelhante a Jupiter em órbita de uma
estrela anã do mesmo tipo espectral e com massa equivalente ao Sol. Um
outro fato que chamou a atenção foi a semelhança entre as distâncias deste
planeta e sua estrela, com a que temos entre Jupiter e o Sol. A descoberta
despertou muito euforia, apesar de já se ter encontrado vários outros
planetas do tipo-Jupiter em órbita de algumas estrelas. Mas existe um fato
que notabilizou a nova descoberta: todos os outros planetas encontrados até
então, possuíam órbitas não circulares, muito alongadas, e estavam muito
próximos às estrelas. São chamados “Jupiteres quentes”; ao contrário do
recém descoberto, sua órbita o coloca praticamente nas mesmas condições
de temperatura que o nosso planeta gigante.

A ilustração, concebida artisticamente


pelos computadores da NASA,
permite uma comparação entre os
dois sistemas: o Solar e o 55 Cancri,
onde foi descoberto o planeta do tipo
Jupiter.

Os astrônomos procuram planetas de algum modo semelhantes à


Terra, e por certo existem muitos – encontrá-los significa muito para o
exobiólogo: a medalha de ouro para a maratona espacial - . Muito mais que
prestígio, seria uma injeção de ânimo portentosa numa maratona muito
mais difícil: a corrida para encontrar o primeiro ser vivo fora do sistema
solar. Vida por certo há em toda parte do universo, mas vida biológica é
algo raro. Os estudiosos da exobiologia sabem que procurar vida, mesmo
nas vizinhanças é algo que pode demandar várias décadas, na previsão mais
otimista. O fato de termos percorrido, nos seis últimos anos, uma distância
imensa na direção certa, não significa ainda garantia de que estejamos no
limiar do encontro tão esperado. A descoberta do primeiro organismo extra-
solar pode ainda estar um pouco distante.

As condições para existir vida em algum lugar do universo


precisam ser as mesmas da Terra?
Existe alguma forma de vida com base numa química ainda
desconhecida do homem?

Segundo Antonio Genovesi, um padre e filósofo italiano do século


XVIII, o ofício do Filósofo é indagar bem as verdades, não uma qualquer,
mas a necessária ou, ao menos, a útil à vida humana. Calar um filósofo é
uma violência sem medidas. Aqui, nossas indagações obedecem também a
um fim útil: a construção do conhecimento verdadeiro que, sem ser
absoluto, abrirá espaços para que outros questionamentos possam ser feito
fazendo avançar a ciência do homem, corrigindo alguns pontos e
levantando outros. A verdade é minha primeira preocupação conceitual,
pois afinal, “A verdade é o caráter essencial de toda REVELAÇÃO.
Revelar um segredo, é dar a conhecer um fato; se a coisa é falsa, não é um
fato e, por coseqüência, não há revelação. Toda revelação desmentida pelos
fatos não é revelação (...)” (A Genese – Allan Kardec: cap. I-03). O
objetivo da Ciência é demonstrar ou negar a informação que se obtém
através de algum meio de observação – utiliza-se de um método - o método
científico.

A primeira pergunta tem levado os exobiólogos a aprofundar seus


conhecimentos da vida terrestre, levando-os, inclusive a uma reformulação
do conceito de vida. A existência de alguma forma de vida orgânica está
condicionada à várias outras questões que não podemos desprezar, salvo se
quisermos correr o risco de um mergulho no oceano obscuro da opinião
subjetiva. E a opinião não tem valor científico. Por este motivo nenhuma
resposta científica pode ter o valor de uma opinião. Antes de responder a
primeira pergunta precisamos examinar o conceito biológico de vida. De
acordo com o prof. Oró, autor de uma obra intitulada “Avances de la
Bioquimica” – Salvat, Barcelona, 1977 – pode-se admitir até dez tipos e
definições de vida (nos dias de hoje acrescentam-se mais algumas): vida
inteligente; vida animal; vida vegetal; vida multicelular; vida unicelular, de
células eucariotas (com núcleo visível e desenvolvido); vida subcelular;
virus complexos; virus simples e vida molecular, de uma molécula de DNA
(ácido desoxirribonucleico) que não pode existir em si sem a presença das
enzimas e dos mecanismos necessários para a reprodução do material
genético. Não existe uma definição tão abrangente que possa servir para
todos os conceitos de vida. Conceituar vida tornou-se assim um intrincado
quebra cabeça. Ao responder a pergunta proposta no início deste segmento,
pensamos vida numa dimensão que transcede a tudo que os biólogos
possam definir fazendo uso do conhecimento científico. Mas há algo que
precisamos estar atentos: “Dois elementos ou, se quiserem, duas forças
regem o Universo: o elemento espiritual e o elemento material; da ação
simultânea desses dois princípios nascem os fenômenos especiais que são
naturalmente inexplicáveis, se se faz abstração de um deles, absolutamente
como a formação da água seria inexplicável se se fizesse abstração de um
dos dois elementos constitutivos: o oxigênio e o hidrogênio.” (Introdução –
A Gênese / Allan Kardec). As condições a serem satisfeitas dependem,
portanto, do tipo de vida que se pretende encontrar, de que natureza é;
assim, as condições não precisam ser exatamente as mesmas. Precisamos
determinar com precisão que tipo de vida pretendemos encontrar. Se for
vida biológica, a química não pode ser diferente ou seja, os elementos
químicos forçosamente deverão ser os mesmos, as substâncias poderão
variar em gênero e número de forma incomensurável; afinal, podemos
comparar os seres vivos orgânicos das profundas fossas marinhas – como a
fossa de Java, por exemplo, cerca de 11.000 metros de profundidade – com
os animais terrestres ou dos mares a baixa profundidade? O mesmo se dá,
na devida escala, com os diversos ambientes planetários. Mesmo na
superfície terrestre, encontramos grande diversidade nas formas e na
natureza dos seres vivos: em que se asemelha um gafanhoto com o
homem? Sua química, por certo. Os elementos químicos da base
constitutiva da vida orgânica precisam estar presentes: a química do
organismo precisa existir.

Se besouros não existissem sobre a Terra e


fossem encontrados em algum outro planeta,
extrasolar, sua aparência bizarra por certo
assustaria. No entanto, quando os encontramos
na natureza ou invadindo nossas casas, não
dispertam qualquer temor, mesmo que sua
aparência seja assustadora.

A aparência de um simples gafanhoto também


não é das “melhores”. Sua fisiologia, bem
como a de todos os insetos diferem muito da
humana. Mas há algo comum em todos eles:
sua QUÍMICA que é a mesma para todos os
seres vivos do planeta.

A Química do planeta Terra é a mesma química de todos os outros


mundos existentes no Universo. Suas propriedades podem sofrer variações
e essas variações podem determinar as substâncias existentes em cada
esfera planetária que, por sua vez, poderão determinar a fisiologia da vida
com todos os seus caracteres e aparências. As substâncias básicas da vida
serão as mesmas em qualquer situação. Existe um padrão universal para a
vida e é um erro pensar que esse padrão seja originário ou seja próprio do
planeta onde vivemos: ele pertence ao Universo.
Não é nenhum ser alienígena. Vive em nosso
planeta. “Embora seja ainda um domínio muito
pouco conhecido, as grandes profundidades
oceânicas albergam grande diversidade de formas
de vida, que nos espantam pelas extraordinárias e
singulares adaptações ao meio inóspito que
habitam” (Maria João Correia – Naturlink). Seria
diferente em planetas que reúnem condições ambientais e química propícia
ao desenvolvimento de algum organismo?

Acidentes topográficos do fundo do mar (Naturlink)

Os oceanógrafos consideram “águas profundas” aquelas onde a luz já


não consegue penetrar e que começa no fundo do talude continental –
porção das profundidades marinhas com declive muito pronunciado que
fica entre a plataforma e a margem continental.

Animal cuja aparência terrificante supera a que


atribuimos aos Ets, mas que vive nas grandes
profundidades marinhas.
A zona formada por planices abissais e canhões, alguns montes
submarinos que chegam a atingir a profundidade da zona eutófica,
apresenta uma pressão hidrostática que aumenta em uma atm a cada 10 m
de profundidade. O estudo desta zona é muito difícil e ainda, por incrível
que pareça a muitos, não dispomos de muita tecnologia para sua
observação e coleta de dados. O uso de batiscafos permite estudos ainda
muito superficiais, embora seja o artefato ideal para suportar altas pressões,
limita muito a ação observacional.

Nosso interesse no assunto se circunscreve à demonstração da grande


diversidade da vida planetária que, se comparada com a que o Universo
deve apresentar, se perde como um grão de areia em pleno deserto do
Saara. Toda essa diversidade da vida terrena se apresenta com a mesma
química. Não existe uma química para os seres de superfície e uma outra
química para os seres das fossas marinhas ou das regiões mais profundas
do planeta – a química é sempre a mesma, como em qualquer parte do
Universo.

Dimitri Ivanovich Mendeleev

Considero plenamente respondida a segunda pergunta pela própria


Química. Vou tentar justificar. Não existe outra química se considerarmos a
estrutura da matéria. Precisamos levar em conta dois números importantes.
O primeiro, representado pela letra Z, é o número de prótons no núcleo. Por
exemplo, o número atômico do carbono é 6, portanto, um número inteiro.
O outro é indicado pelo número de prótons mais o número de neutrons,
representado pela letra A e é conhecido como número de massa. Para o
carbono temos A=12. Costuma-se representar o carbono por 12C6. As
propriedades químicas de um elemento são determinadas pelo número
atômico. Assim, para que se tenha o carbono é preciso que se tenha Z=6,
caso contrário não será carbono. Não existe nenhum outro elemento com o
mesmo número atômico. Isto se aplica a todos os outros elementos
químicos. De que modo foi organizada a Tabela Periódica?

A base teórica na qual os elementos químicos estão arranjados


atualmente - número atômico e teoria quântica - era desconhecida na época
de Dimitri Ivanovich Mendeleev. Foi desenvolvida inicialmente não
teoricamente, mas com base na observação química de seus compostos,
permanecendo no formato idealizado por várias décadas. Em 1869,
Mendeleev, que gostava de jogar cartas, vencido pela exaustão depois de
trabalhar três dias e três noites em um problema, adormeceu e sonhou que
distribuia sobre a mesa as cartas e viu surgir no lugar dos naipes, os 63
símbolos químicos conhecidos na época. Ao acordar, acrescentou ao livro
de química orgânica que estava escrevendo, uma tabela com as cartas que
havia criado para cada símbolo, a massa atômica e suas propriedades
químicas e físicas. As cartas foram organizadas seguindo a ordem crescente
de suas massas atômicas. Em 1906, Mendeleev recebeu o Prêmio Nobel
por este trabalho.

Um passo decisivo para a organização da moderna tabela periódica


foi dada, em 1913, pelo cientista britânico Henri Mosseley ao descobrir que
o número de prótons no núcleo de um determinado átomo, era sempre o
mesmo. Fato que o levou a usar essa idéia para o número atômico de cada
átomo. O trabalho de Mosseley motivou uma reformulação na tabela
periódica de Mendeleev, que passou a ser organizada de acordo com o
número atômico, trazendo solução para os problemas que antes existiam
na tabela.

Henri Mosseley

Em 1950 tivemos uma outra alteração significativa com a descoberta


do Plutônio e de toda a série dos actinídios, por Glenn Seaborg outro
Prêmio Nobel. O sistema de numeração dos grupos da tabela periódica
atual é recomendado pela IUPAC (União Internacional de Química Pura e
Aplicada) – utilizam-se algarismos arábicos na numeração que é feita de 1
a 18, da esquerda para a direita, sendo atribuído o grupo 1 aos metais
alcalinos e o 18 o dos gases nobres. Os elementos transurânicos vão do
número atômico 94 até o 102. Já são conhecidos elementos acima do
seabórgio (número atômico 106), mas não há como incluir qualquer outro
elemento abaixo desse, uma vez que a tabela não oferece nenhum espaço e
os números atômicos são números inteiros. Conclusão: não há outra
química!
Algumas moléculas orgânicas têm sido encontrada no espaço
interestelar, o que reforça nossa convicção de que a Terra não ó o único
mundo habitado do Universo, pois sua composição química pode ser
encontrada em pontos diversos e nos mais remotos. São elas:

CH
HCN ácido cianhídrico
HC2N acetileno
H2CO formaldehído
CH4 metano
HCO2H ácido fórmico
CH3CN cianuro de metilo
CH3OH alcohol metílico
CH3C2H metilacetileno
HCO2CH3 formato de metilo
CH3CH2OH alcohol etílico
H(C2)4CN cianotetracetileno
glicoaldehído (precursor de las azúcares ribosa y glucosa).

QUESTÕES QUE PRECISAM SER RESOLVIDAS

As questões propostas a seguir, visam verificar se um determinado


sistema estelar, escolhido como alvo de estudo, apresenta ou não
características físicas que possibilitem esferas planetárias onde a vida
orgânica possa se desenvolver. Utilizaremos o sistema Capella como
modelo para nossas considerações, afinal nosso objetivo é mostrar que a
crença nos “exilados de Capella” não passa de um mito.

A estrela está na seqüência principal?

O diagrama de Hertzsprung-Russel (HR), que relaciona temperatura


e luminosidade, tomando o Sol como referência, mostra as regiões
ocupadas pelas estrelas de vários tipos ou populações. Na seqüência
principal encontramos estrelas compostas da População I onde o Sol se
encontra.
A
expressão “população estelar” designa uma coleção de estrelas dotadas de
certas propriedades comuns (físicas ou químicas), ou que obedecem a uma
lei de distribuição bem definida (posições ou velocidades). As estrelas da
População I são mais estáveis, tendo mais chances de possuir planetas em
condições de abrigar a vida orgânica. Alpha-A e Alpha-B aurigae (Capella)
estão fora da seqüência principal, na faixa das gigantes amarelas, mas
outras componentes do sistema ocupam posições diferentes no diagrama –
temos em Capela, estrelas na faixa “White Dwarts”-. No diagrama HR
vemos as posições do Sol e das gigantes amarelas do Sistema Capella.

O fato de não ser satisfeita a primeira condição, ou seja, pertencer à


seqüência principal por si só já constitui uma dificuldade considerável à
existência de vida orgânica em qualquer de suas esferas, pois o item
estabilidade está comprometido. As duas componentes não são
suficientemente estáveis, além de outros fatores negativos que
verificaremos mais adiante.
A estrela possui elementos químicos pesados?

Espectro de Alpha Aurigae ou Capella

Podemos mapear os elementos químicos existentes numa estrela


observando seu espectro. No caso de Alpha Aurigae encontramos
elementos químicos pesados, como podemos ver nos espectros ultravioletas
do RSCVn sistema luminoso binário, Capella (HD34029 – G8III + G0III)
obtido entre 10 e 13 de dezembro de 1992. Foi obtido um espectro rico de
linhas de emissão num tempo de integração de 20 horas, sendo detectado
ferro ionizado identificados como FeXV, FeXVI, FeXVIII extendendo-se
até Fe XXIV. Ainda de acordo com o “extreme ultraviolet spectre” (70-740
angstrons), a medida de emissão para o sistema revela uma distribuição
contínua de temperaturas de plasma entre 1E+05 K a 1E+7,8 K registrando
uma temperatura mínima superficial em torno de 1E06 K até um máximo
de 6E06 K. Com um “electron density diagnostics” baseado em FeXXI
indicando N_ e 4E+11 para 1E+13 cm3 a T_e=1E+07 K. A presença de
ferro ainda não é suficiente, pois a base orgânica universal depende de
outros elementos: “ A vida é o produto cumulativo de interações entre as
muitas espécies de substâncias químicas que constituem as células de um
organismo”. (Neil A. Capbel)

A estrela ou o sistema é estável? A que classe espectral pertence?

Levando-se em conta o
diagrama HR, o espectro e vários
dados colhidos pelas estações
observacionais, concluímos que
Alpha Aurigae não é um sistema que
se pode dizer estável. Os campos de
emissão de plasma estão
configurados na figura ao lado. Não é
preciso ser especialista para entender
o que significam.

Capella é um sistema complexo com duas estrelas amarelas


gigantescas em seu coração, orbitando um centro comum de gravidade a
cada 104 dias. Estes dois não estão sós - eles são acompanhados por pelo
menos oito outras estrelas. A.K. Dupree (1), N.S. Brickhouse (1), G.A.
Doschek (2), J.C. Green (3), e J.C. o Raymond (1)
A questão da estabilidade é muito importante. Convém
aprofundarmos um pouco mais a questão.

As mais conservadoras estimativas sugerem que pelo menos um


terço dos objetos estelares são sistemas múltiplos ou seja têm três ou mais
componentes. Existem estatísticas que asseguram ser os sistemas como o
nosso Sol, bem raros. Não são poucas as estrelas binárias e ternárias,
muitas já foram detectadas inclusive no raio de 50 ly (ly=anos-luz) da
Terra. Formações binárias como as que vemos abaixo são muito comuns.
O exobiólogo para ter êxito em suas pesquisas para encontrar formas
de vida biológica fora da Terra e além do sistema solar, precisa se valer de
alguns critérios fundamentais, que vão desde as condições que possam
possibilitar a formação de cadeias orgânicas, o conhecimento da química
estelar e consequentemente planetária, e a escolha das estrelas com planetas
que deverão ser pesquisadas.
Atualmente a pesquisa tem avançado na caça aos planetas
exosolares. Até bem pouco tempo se pensava que somente estrelas simples
como o nosso Sol fosse orbitado por planetas, mas com modernos
equipamentos observacionais temos obtido imagens surpreendentes de
planetas em sistemas duplos e até triplos, embora não em grande número..

Estudos recentes apresentados na 207ª reunião da Astronomical


Society sugerem que a formação de planetas orbitando sistemas múltiplos é
algo comum. Um dos trabalhos foi realizado por Deepak Raghavan da
Universidade Estadual da Georgia, que afirmou ter detectado com suas
pesquisas, 29 sistemas planerários em sistemas com mais de uma estrela,
dos quais três eram sistemas triplos e os demais em sistemas duplos; isto
após ter examinado com sua equipe 131 sistemas que se suspeitavam serem
múltiplos. Ragahvan utilizou os telescópios ópticos do Cerro Tololo
Interamerican Observatory instalado no Chile.
É muito complicado se pensar em sistemas estelares duplos estáveis
e rodeados de muitos planetas. Um sistema planetária orbitando estrelas
duplas apresenta sempre situações gravitacionalmante muito complexas e
mais se o sistema apresentar três estrelas. As órbitas não têm como serem
estáveis. Até agora todos os planetas encontrados nestes sistemas são
gigantes gasosos jupterianos e não se tem notícia, que sistemas com mais
de três estrelas tenham algum planeta. Mesmo assim ninguém ousa
descartar a possibilidade de existência de planetas até mesmo em sistemas
com quatro ou mais estrelas, mas existe um consenso: não serão estáveis e
dificilmente poderão apresentar vida orgânica. A estabilidade ambiental
começa com a estabilidade orbital, o sistema solar é um exemplo notável
disso. Nossa preocupação vem sendo selecionar sistemas planetários que
possa atender os requisitos necessários ao desenvolvimento da vida
orgânica. Certamente o interesse é maior para sistemas simples como o
nosso Sol, pois inevitavelmente somos levados a considerar o modelo de
vida que temos na Terra. Não relegamos a plano secundário a possibilidade
de que outras formas de vida possam ser encontradas, mesmo porque a
diversidade da vida em nosso planeta é consideravelmente alta – imagine
no Universo. Nosso planeta não detém o privilégio de um sistema de vida
único, de uma química impar, mesmo porque a química é a mesma
encontrada em todas as partes do universo, mesma as mais remotas.

O que se tem discutido muito é o quanto a variabilidade orbital pode


afetar a vida. Sabemos que as perturbações orbitais de planetas em sistemas
de estrelas múltiplas podem ser tão intensas que as condições para a
existência de alguma forma orgânica superior sejam madrastas.
Uma concepção artística do Sistema Solar: um sistema estável

Sistemas múltiplos não foram considerados em


particular, como possiveis objetivos em muitas
listas de alvos pela equipe SETI. Nem mesmo as
estrelas binárias atenderam os critérios de
estabilidade para justificar um investimento de
tempo e de recursos materiais e humanos nas
pesquisas. Continuamos à procura de sistemas
simples.

XMM-Newton Castor e YY Gem


Concepção artistica representando uma
etapa da formação do Sistema Solar com seu
protosol e protoplanetas.

Um sistema planetário é um
subproduto natural do processo de
formação estelar – costumo dizer que um
planeta é uma estrela que não deu certo -.
Quando uma nuvem de gás e grande
concentração de poeira cósmica, origina
uma estrela, a conservação do impulso
angular conduz a formação de um disco
planetário ao redor da estrela recém
formada. Com o tempo, seguindo um
processo ainda não muito bem
compreendido, partículas de poeira e gelo
granulado do disco vão se juntando para formar as primeiras sementes
planetárias.

From MIRLIN Star/Planet Formation Page


Vejamos uma seqüência de ilustrações (concepções artísticas com
base em dados acumulados por um computador da NASA) demonstrando o
processo formação de uma estrela e de algum planeta.

Presumivelmente, há cerca de 5,5 bilhões de anos, uma nuvem


interestelar deu origem ao Sol. Era constituída de 99% de hidrogênio e 1%
de elementos mais pesados. Entendemos o Universo como uma fabulosa
“usina de reciclagem” que reutiliza a matéria constantemente – o produto
de estrelas que explodem e “morrem” vem a constituir nuvens que dão
origem a outras estrelas e planetas. Essa matéria é fundamental para a
renovação cíclica do Universo. Um dia uma dessas nuvens frias – com no
máximo 10 K (dez kelvin) de temperatura – sofreu uma perturbação
ocasionada pelo vento gerado pela explosão de uma super nova. A
passagem dessa frente de choque provocou uma agregação de várias partes
mais densas da nuvem. Alguns bilhões de anos ante da formação do Sol,
um número maior de super novas deveria existir nesta região do Universo,
onde toda a matéria existente encontrava-se mais condensada, propiciando
a formação de estrelas muito massivas com um ciclo de vida muito
pequeno. Grandes explosões eram então muito comuns e é bem provável
que o Big Bang não passe de um evento ocorrido num desses tempos, numa
gigantesca formação massiva que encerrava toda a matéria contida na
GIGLÁTICA (formação de bilhões galáxias) que supomos ser o Universo,
mas que pode não passar de uma entre bilhões de bilhões de outras
formações semelhantes.

Todas as formações estelares e planetárias se originam de densas


nuvens de gás e de poeira cósmica – fragmentos em processo de reciclagem
– que vagam em nossa galáxia, como subproduto de explosões estelares-.
Eventualmente a gravidade faz com que as nuvens se precipitem sobre si
mesmas, tornando-se mais compacta, num processo de contração imposta
por forças externas cuja origem suspeitamos ser as ondas de choque que
descrevemos acima. O movimento de rotação das nuvens intensifica, as
quedas materiais, provocando maior densificação em torno de um eixo
(imaginário), onde a velocidade é maior. Ocorre um achatamento e a
nuvem assume a forma de um disco. A ilustração abaixo mostra como isto
ocorre.

A matéria da nuvem flui lentamente para o centro do disco, formando


uma estrela nova que continuará crescendo, formando outros núcleos no
disco, que acabará desenvolvendo outras estrelas e/ou planetas. (Ilustração
– à esquerda: Arte – J. Brau, Universidade Oregon)

Completada a fase que acabamos de descrever, podemos dizer que


temos um proto-Sol ou, se preferirem, uma proto-estrela, com um núcleo
bem quente – 15,6 milhões de graus Celsius. Mais alguns milhões de anos a
estrela começa a emitir luz na faixa de 4.000 a 7000 Å ( 1 Å=1.E-10 m) ou
seja, sua luz tornar-se visível.

Jatos bipolares emergem da proto-estrela (Arte - J. Brau, Univ. Oregon)

É a fase em que nossa proto-estrela pode apresentar uma


condensação central, um disco de acresção, e jatos de matéria
perpendiculares ao disco, além de um extenso envelope de gás e poeira. Ela
continuará se expandindo, através de jatos bipolares, perderá matéria e
energia cinética.
O disco proto-estelar vai se reduzindo à medida que diminuem as
precipitações de materiais sobre a estrela e sobre os protoplanetas quando
eles já existem. Forma-se então, um buraco no disco, perto da estrela pois
grande parte do material foi incorporado ao sistema estelar que se formou.
Na parte externa do disco onde blocos de gelo se condensam, pensa-se que
os “planetesimais” crescem ainda por vários milhões de anos.

Quando um “planetésimo” alcança uma grande quantidade de massa,


por exemplo, 10 vezes a massa da Terra, sua força gravitacional torna-se
suficiente para atrair ainda mais massa gasosa, com a qual é acrecido e
pode culminar com a formação de um planeta gigante gasoso, do tipo
jupiteriano. Em algumas formações planetárias podem ocorrer, diante da
proximidade de uma estrela, que seja atingido por ventos solares suficientes
para que praticamente toda sua massa gasosa seja “arrancada” do planeta e
conduzida para fora, originando assim, planetas rochosos como a Terra.

Com os planetas já formados dentro


do buraco outros ainda poderão se
formar, pois ainda existe matéria
suficiente em expansão. No caso do
sistema solar, para que se confirme o
que foi afirmado, precisamos
encontrar os vestígios da matéria que
ainda existe e que provavelmente
continua se expandindo. Deve existir
ainda no “exterior” do sistema solar
regiões do disco de gelo que iniciou a
condensação que lhe deu origem há
bilhões de anos.
Recentemente imagens obtidas pelo NASA/ESA Hubble Space
Telescope (HST) revelaram uma multidão de tais discos proto-planetários
na constelação Orion, tida como berçário estelar.

Os discos recém descobertos são muito semelhantes aos que


encontramos nas proximidades do sistema solar, o que fortalece a idéia da
existência de planetas estrasolares muito parecidos com o nosso. Somente a
partir dos anos 1990 é que a idéia de se encontrar mundos semelhantes à
Terra ganhou interesse, acendendo as esperanças de se comprovar a
existências de seres vivos extrasolares. Antes, as dificuldades eram
intransponíveis e encontrar algum planeta fora do nosso sistema era tarefa
extremamente difícil, para não dizer impossível.. Planetas são corpos frios
e seus espectros visíveis resulta basicamente da luz que refletem da estrela
– mãe. A relação de luminosidade planeta-estrela é da ordem de 10-9,
portanto, muito baixa para ser captada pelos instrumentos a uma distância
de vários Ly. Um planeta não passava de um minúsculo e obscuro detalhe
indetectável até então.

Constelação de Orion – onde se vemos as 3 Marias – onde se encontra uma


nebulosa de emissão (d) que, em uma imagem ampliada mostra um ninho
de estrelas jovens rodeadas de discos protoplanetários.
Um planeta jupiteriano com parte de sua massa de hidrogênio sendo
varrido para longe pela estrela muito próxima.

A origem da Terra ocorreu há quase 5 bilhões de anos, quando uma


estrela explodiu num canto da Via Láctea, espalhando poeira pelo espaço.
Seguindo um processo muito semelhante ao que descrevemos
anteriormente, a gravidade reunião parte da matéria resultante da explosão
vindo a formar a Terra.

Seis imagens obtidas pelo Voyager-1: mostra alguns aspectos do sistema


solar a 6.4 E+9 km desde a Terra. (NASA/JPL)

Se estivéssemos fora do sistema solar, em algum planeta localizado


em órbita de alguma estrela a uma distância de 30 Ly, focalizando nossa
estrela-mãe, o Sol, perceberíamos fatalmente perturbações dinâmicas que
possibilitariam a descoberta de planetas através de meios indiretos de
observação. Pelo menos era o que se podia pensar até bem pouco tempo.
Este fato foi utilizado por muitos astrônomos para tentar medir o
astronomicamente pequeno movimento orbital (da ordem de um milésimo
de arco de segundos) de uma estrela durante a perturbação sofrida. Mas os
resultados não foram muito animadores e não justificavam o tempo
dispendido. Recorreu-se, então, a uma outra técnica, que consiste em
procurar movimentos estelares induzidos por planetas com base na medida
da velocidade radial da estrela, seguindo a direção da linha de visão. A
grande dificuldade que se encontra neste método é a precisão muita alta
que se exige.
Em 1995 foi descoberto um planeta,
graças ao método da velocidade radial os
astrônomos induziram a presença de um
objeto com 50% da massa de Júpiter,
orbitando a estrela do tipo solar conhecida
como Pegasi 51 (a propósito
apresentamos uma concepção artística do
mesmo, logo acima). Foi o primeiro
exoplaneta descoberto pelo homem, mas
uma supresa estava reservada: o planeta
cumpria uma órbita completa a cada 4,2
dias percorrendo uma órbita de apenas
0,05 AU ou seja 7.500.000 km, muito
menos que a órbita de Mercúrio. O
sistema planetário descoberto não guarda
muita semelhança o sistema solar e não se explica sua formação seguindo-
se o “tradicional” paradigma de formação planetária, não se podia esperar
que um planeta gasoso do tipo jupiteriano pudesse se formar em tais
condições.

Velocidade radial [vr (km/s)]: é a sua velocidade de aproximação,


ou afastamento, na direção da linha de visada. É obtida a partir do
deslocamento Doppler das linhas espectrais.

A ilustração seguinte mostra a alteração do comprimento de onda da


luz proveniente de uma estrela, quando um planeta se movimenta numa
órbita definida ao redor do centro de massa do sistema. Observe o desvio
para o azul ou para o vermelho devido ao movimento de aproximação ou
de recessão da estrela. Foi exatamente o que levou à descoberta do primeiro
exoplaneta.
Variação temporal da componente vr sen(i) da velocidade radial da estrela 51 Peg.
(Marcy e Buttler – 1995)

Uma tentativa para justificar a existência de planetas do tipo “Jupiter


quente”, pode ser a que sugere a previsão feita nos anos 80, em que um
planeta gigantesco foi formado nas regiões esteriores do disco
protoplanetário e que poderia migrar para o interior devido às interações
gravitacionais. Esta migração orbital pode explicar a presença de planetas
gasosos gigantes nas proximidades das estrelas do sistema a que se
encontra atrelado. Mas há alguns problemas ainda a resolver: por exemplo,
não temos resposta que nos faça compreender como a migração pode ser
detetida, a ponto do planeta não mergulhar dentro da estrela. Observações
recentes sugerem que a precipitação de planetas a ponto de serem
“devorados” pelas estrelas podem de fato acontecer, como migração orbital
ou como resultado de interações gravitacionais com outros planetas ou
estrelas dentro da mesma formação. Algumas evidências muito fortes de tal
evento foram encontradas: é o que denuncia a presença do isótopo 6 do
Lítio na estrela HD82843. Este frágil isótopo é destruído muito facilmente
a mais ou menos 1,6E+6 °C, durante as fases evolutivas iniciais da
formação da estrela, quando a protoestrela é completamente convectiva, e o
material de superfície ainda pouco aquecido misturado profundamente com
o interior estelar o que não acontece quando a estrela atinge etapas mais
avançadas em sua linha evolutiva. Desse modo podemos concluir que,
levando-se em conta a presença do 6Li, como acontece em HD82843, é
explicado pelo simples fato de um planeta ou de um material planetário –
que pode ser constituído até por mais de um planeta- tenha sido englobado
pela estrela durante algum momento de sua vida.

Foram descobertos até agora, usando técnicas de velocidade radial de


alta precisão, cerca de 70 exoplanetas. Estas descobertas incluem sete
sistemas multiplanetários, entre eles citamos os que foram encontrados
orbitando a estrela μ Andromedae. Mais uma vez observamos um número
significativo de planetas econtrados do tipo jupiteriano, como o planeta
gigante de 51 Pegasi.

Todas essas considerações são importantes para entendermos o que


se passa no sistema Alpha Aurigae (Capella). Foi preciso revisarmos as
teorias que lidam com a formação planetária e sua evolução. A ignorância
do mecanismo das formações estelares e planetárias tem motivado muitas
lendas a respeito deste sistema que se apresenta à vista dos astrônomos
como sendo de extraordinária complexidade, uma vez que se trata de uma
formação muito jovem e que ainda não teve o tempo devido para a
formação de planetas.
Na década de 1950 toma força a hipótese da nebulosa de Kant-
Laplace para a origem do sistema solar, quando passou a se considerar as
composições químicas planetárias e suas variações. Precisávamos descobrir
o que restou da nuvem de gás e poeira que deu origem ao Sol e aos planetas
do sistema. Segundo Edgeworth (1880-1972) e Gerald Kuiper, a nebulosa
solar não poderia ter terminado abruptamente e que deveria existir vestígios
dela além da órbita de Netuno. De fato os vestígios existem e constituem a
nuvem de Oort, muito além da região planetária que vemos esquematizada
na figura acima. O Cinturão de Kuiper é um reservatório de cometas de
curto período, onde mais recentemente foram encontrados corpos celestes
importantes a história da formação do sistema solar.

Concepção artística do Cinturão de


Kuiper, com o Sol brilhando ao fundo.
(JHUAPL/SwRI)

Temos então uma explicação satisfatória para a origem do sistema


solar, mas um outro ponto nos causa ainda insatisfação, é o que tem a ver
com as excentricidades orbitais. Enquanto os planetas principais em nosso
sistema apresentam órbitas bem regulares, elipticas e quase circulares,
muitos dos planetas exosolares apresentam órbitas muito alongadas. Isto
pode ser o resultado da interação entre planetas e um sistema
multiplanetário. Existem algumas evidências que mostram essa relação: as
ressonâncias orbitais.

Outro ponto que nos temos proposto examinar é o limite da massa


planetária para os gigantes jupiterianos. Embora o método da velocidade
radial que temos feito aplicar tenha uma sensibilidade consideravelmente
elevada para planetas massivos, a distribuição observada sobe de modo
muito rápido para o domínio dos planetas de pequena massa . Observamos
que, se traçarmos um diagrama estabelecendo uma escala de massas
planetárias vamos observar que a distribuição encontra-se, por hora, zerada
para planetas do tipo 10.Mjupiter.

CNRS-LUTH, Observatório de Paris

Grupos de astrônomos têm se dedicado à busca de planetas em


estrelas massivas e suspeita-se que eles podem se formar em órbita de
estrelas com massa de até 70.MSol.

Planetas podem estar a formar-se em estrelas até 70 vezes a massa do Sol.


Crédito: NASA/JPL-Caltech/R. Hyrt/SSC
Ao contrário do que algumas
pessoas pensam algumas estrelas não
conservam a mesma massa que
possuiam em sua formação. Existem
estrelas que são acompanhadas por
outras, que estão tão próximas que
chegam a provocar intensas “marés”
uma na outra.

A foto ao lado fiz passar por um


filtro para minimizar a luminosidade.
Percebe-se a o efeito da maré de uma
sobre a outra. Afinal, estão afastadas
por 0,7 UA.

Esta influência gravitacional pode se


manifestar como uma faixa de
matéria que flui da estrela de maior
massa para a de menor. Embora a diferença entre as massas de Alpha Aa e
Alpha Ab não seja muito grande, algo em torno de 0,4 M Solar, observamos o
caminho de massa de uma para outra. Acontece como nas binárias cerradas
onde a velocidade de ambas é alterada. Geralmente a estrela que cede
massa se estabiliza e passa a evoluir mais lentamente e a que recebe
precipita sua evolução. Esta última pode inclusive saltar algumas etapas
evolutivas muito rapidamente, antecipando em algumas dezenas ou
centenas de milhares de anos.

Até bem pouco tempo pensava-se ser uma estrela dupla, mais
recentemente foram encontradas mais sete estrelas com massas variadas (de
0,3 a 1) da massa solar. As gigantes amarelas sugeririram a duplicidade que
foi revelada pelo espectroscópio do Lick Observatory em 1889. A
identificação da estrela dupla se deve a J. A Anderson com a utilização do
Interferômetro aplicado ao telescópio de Monte Wilson em dezembro de
1919. A visão que se tinha em 1938 quando surgiu a obra “A Caminho da
Luz” obra atribuída à psicografia de Francisco Cândido Xavier e que
introduziu no Brasil o mito dos exilados de Capella, era exatamente a de
uma estrela dupla e bem comportada a ponto de abrigar uma humanidade
superior à terrena.
Na figura acima temos uma comparação entre as dimensões de
diversas estrelas com o Sol. E entre elas encontra-se Alpha Aa Capella,
distante cerca de 42,2 Ly.

Representação das órbitas DE Alpha Aa e Ab em torno de seu centro


de massa, e o Sol para comparação. A diferença entre o Sol e as duas
componentes gigantes de Capella é suficiente para denotar a diferença
abismal entre seu sistema e o que habita os homens.
A classe espectral de Capella

CLASSIFICAÇÃO ESPECTRAL

O - AZUIS E BRANCAS: 35.000 K


B - BRANCO AZULADA : 20.000 K Capella é do tipo espectral G8III e
A – BRANCAS: 10.000 K G0III (se levarmos em conta tão
F – BRANCO AMARELADAS: 7.000 K
G – AMARELAS: 6.000 K
somente as duas gigantes amarelas)
K – ALARANJADAS: 4.000 K
M – VERMELHAS: 2.500 a 3.000 K

Posição de Capella no mapa


estelar

Os astrofísicos têm procurado respostas a uma série de perguntas


sobre a física e a química de Capella, analisando sua formação espectral.
São muito importantes nestre trabalho as conhecidas leis de Kirchhof que
procuramos resumir aqui:

1) Um corpo opaco quente, sólido, líquido ou gasoso, emite um espectro


contínuo.
2) Um gás transparente produz um espectro de linhas brilhantes (de
emissão). O número e a posição destas linhas depende dos elementos
químicos presentes no gás.

3) Se um espectro contínuo passar por um gás à temperatura mais baixa, o


gás frio causa a presença de linhas escuras (absorção). O número e a
posição destas linhas depende dos elementos químicos presentes no gás.

Espectro de Capella
Hidrogênio

Hélio

Oxigênio

Cabono

Nitrogênio

Espectro do Sol

Identificando as linhas de cores podemos saber a que elemento


químico encontra-se associado, como no exemplo acima.

Por que e como fazer essas medidas?

Grandeza Método Por quê


Química Espectral Evolução
Temperatura Lei de Wien Classificação
Campo Magnético E. Zeeman Estudo do Sol
Velocidade Radial E. Doppler Dinâmica
Rotação E. Doppler Manchas
Fluxo Fotômetro Planetas
Raio LeT Classificação
Idade Indireta Evolução
Distância Paralaxe Escalas
Massa L. Kepler Evolução
Detalhes da análise espectral de Capella

Detalhes da presença de ferro em Capella


Modelos de espectros de estrelas de acordo com a classe espectral
As leis de Kirchhoff

A estrela tem idade suficiente?

É um outro ponto muito importante: uma estrela pode ser ou muito


jovem ou muito velha para fornecer a quantidade exata de energia a um
planeta que possa abrigar alguma forma de vida orgânica. Se for muito
jovem não terá tido tempo suficiente para desenvolver a química necessária
à vida. Mais do que isso: pode não ter tido tempo suficiente para
“amadurecer” quimicamente os planetas em sua órbita, ou seja, o ciclo vital
não estará completo e as cadeias orgânicas não estarão formadas. Sabemos
que o primeiro elo da cadeia quimico-orgânica evolutiva está situado na
matéria interestelar, constituída primitivamente de hidrogênio. As
transformações termonucleares no interior das estrelas deverão estar
completas para que outros elementos possam ter-se originado, sem as quais
não teremos carbono, nitrogênio, oxigênio, etc. E, consequentemente, a
combinação destes elementos organogênicos não ocorrerá para originar
moléculas simples. Em muitas nuvens estelares temos encontrado tais
moléculas e até mesmo, moléculas biológicas mais complexas. Por certo
outras etapas ficam também comprometidas: a evolução protobiológica, ou
seja, mecanismos responsáveis pela interação entre proteinas e ácidos
nuclêicos que acabam por resultar na primeira molécula com capacidade
de auto-reproduzir-se. E evolução biológica, tal como ocorreu em nosso
planeta há mais ou menos 3,5 bilhões de anos e que chegou até o ser
humano, não tem como ocorrer sem que o primeiro elo se estabeleça.

O Sol com cerca de 6 bilhões de anos é


considerada uma estrela de idade mediana e é
estável. Teve tempo suficiente para realizar
todos os cíclos – se um planeta rochoso estiver
na posição certa, dificilmente deixará de
completá-los. E foi o que aconteceu: a Terra
reúne todas as condições.

Diferentemente, Capella é uma estrela muito jovem, sua idade


estimada é de 525 milhões de anos. Mas seu ciclo de vida será muito menor
do que o do Sol, pois possui aproximadamente 2,7 Msol . A outra
componente apresenta massa 2,4 Msol . As outras estrelas do sistema são
anãs brancas, anãs vermelhas e uma anã marron, que é na verdade uma
proto-estrela e suas massas são consideravelmente menores do que a massa
solar. Seu ciclo de transformações termonucleares ainda não se completou,
mas alguns elementos químicos importantes já existem e algumas
combinações podem ser detectadas: uma nuvem de poeira e moléculas de
água foram encontradas. Mas não é suficiente. Muito provavelmente
Capella não terá tempo para completar todas as etapas, pois uma de suas
componentes caminha rapidamente para o fim. Mostra sinais que a
aproximam de uma supernova. A outra componente já demonstra os
mesmos sinais, embora não tão visíveis – tem massa um pouco menor, vai
mais devagar. Há um outro fato a considerar: não possui formação
planetária.

Alpha Aa Capella

Os telescópios eletrônicos estão sendo equipados com instrumentos


de precisão cada vez maior e pouco-a-pouco minúsculos planetas estarão
sendo detectados, e o alcance ultrapassará em breve o raio de 500 Ly.
Atualmente planetas do tamanho de Júpiter podem ser encontrados na
periferia dos 100 Ly.

Estrelas turbulentas, não estáveis,


geralmente, despejam a grandes
distâncias jatos de plasma a elevadas
temperaturas. Inviabiliza qualquer forma
de vida orgânica, mesmo porque a
quantidade de Raio X seria mortal.

Uma estrela agonizante ou explodindo


levaria consigo qualquer formação
planetária e produziria então, uma
“reciclagem” de quase totalidade da
matéria ao seu alcance.

Dependendo do tamanho e da massa


da estrela, jatos de plasmas podem
ultrapassar em muito de 200 UA e sua
temperatura pode superar milhões de
graus Kelvin.
É indispensável que a estrela tenha condições de formar planetas

Sem planetas a vida orgânica é impossível, portanto, a atenção dos


astrônomos volta-se para os sistemas que apresentam as condições
satisfatórias ao desenvolvimento de planetas. Nem todas as estrelas
possuem planetas. Capella é um sistema que ainda não teve tempo
suficiente para desenvolver planeta. Há também planetas que não possuem
estrelas: são chamados de planetas errantes, também aí a vida é muito
improvável – astrônomos do Observatório Europeu Austral, instalado no
Chile, descobriram recentemente uma dupla de planetas desgarrados ou
seja, sem estrela-mãe. Os dois planetas permanecem ligados um ao outro
pela força gravitacional, têm massa 7.MJupiter e foi detectado a 400 Ly do
nosso sistema solar. Seus descobridores, Ray Jayawardhana (Universidade
de Toronto) e Valentin Ivanov (Observatório Europeu Austral) divulgaram
a descoberta no site “Science Express” da revista “Science”, cujos
créditos atribuímos a informação. Uma descoberta recente mostra que
existem planetas errantes, isto é sem estrelas.

Uma recriação de dois planetas errantes,


sem a presença de uma estrela-mãe.

Créditos: Observatório Europeu Astral


(EFE/ESO)
A ilustração abaixo mostra o esquadrinhamento feito pel o Hubble
Space Telescope, no sistema cúmulo globular M22 em busca de sinais
luminosos, por efeito “micro-lente” procendentes de estrelas de segundo
plano. (Por Zolt Levay – STScl)

Foi utilizando este procedimento que os dois planetas errantes foram


encontrados. A seguir exibimos um esquema mostrando, mais
precisamente a técnica utilizada.
Quando uma estrela de fundo é observada mediante o efeito “micro-
lente”, brilha e se escurece durante um tempo determinado que depende da
massa, distância e velocidade da lente utilizada.

Além das 7 componentes que se juntam a Alpha Aa e Alpha Ab,


encontramos um disco protoplanetário

Existem duas teorias principais para a formação de planetas:


fragmentação do disco proto-planetário [Alan Paul Boss (1951-), 2003,
Astrophysical Journal, 599, 577] ou acréscimo de massa dos planetesimais
[Shigeru Ida (1960-) & Douglas N.C. Lin, 2004, Astrophysical Journal].
Neste último artigo, Ida e Lin propõem a existência de um "deserto de
planetas" com massas entre 10 MTerra e 100 MTerra, e distâncias menores que
3 UA, já que os planetesimais crescem rapidamente e migram para
distâncias maiores se formados na região mais interna.

Fotos de discos proto-planetários, obtidos com o Telescópios Espaciais


Hubble (HD 107146, a 88 anos-luz e com cerca de 50 a 250 milhões de
anos) e Spitzer (AU Mic, a 32 anos-luz e com 12 milhões de anos).

O processo evolutivo das estrelas ainda precisa ser bem


compreendido até que possamos explicar como o Sol e seus planetas
chegaram ao estágio atual, possibilitando à Terra todas as condições para
ser a morada da vida na fase orgânica. Quanto mais observamos outros
sistemas, mais nos convencemos que condições muito especiais são
necessárias ao desenvolvimento de organismos uni e multicelulares. Duas
perguntas podem ser feitas no critério de seleção dos objetos que irão
compor nossa lista de pesquisa em busca da vida orgânica. Considerando-
se um sistema múltiplo, poderia formar algum planeta? Uma vez existindo
um ou mais planetas, suas órbitas são suficientemente estáveis para que
possa ter condições de pressão, temperatura, força gravitacional, atmosfera
apropriada, niveis de radição adequados, sem o qual a vida orgânica não
seria viável?

Durante os últimos anos e principalmente a partir do ano 2000, tem-


se intensificado os estudos para ver respondida a primeira pergunta. Antes
de prosseguir precisamos esclerecer bem o conceito de estabilidade orbital.

A existência de vida baseada na química do carbono e oceanos de


água depende certamente de propriedades planetárias, algumas das quais
acabamos de citar e outras como atividade geológica, estabilidade climática
e bioprodutividade, podem ser acrescentadas. Além das quais há que se
considerar as condições da estrela ou do conjunto de estrelas, no caso de
sistemas múltiplos, como por exemplo massa, idade, metalicidade e órbita
galática, para que se possa configurar uma zona circum-estelar que possa se
considerar habitável, com uma probabilidade aceitável. A pesquisa vem
fechando o círculo em torno de vínculos cada vez mais restritivos às
propriedades planetárias capazes de sustentar biosferas numa escala de
tempo necessária à evolução de vida complexa. Os astrônomos precisam de
um processo de otimização para a seleção de estrelas-alvo. Sem essa
otimização é impraticável o exame de todas as estrelas ao alcance, pois
somam muitos milhões delas. Futuras missões espaciais inerferométricas
como a da NASA (TPF) ou da European Space Agency que utilizam a
interferometria no infravermelho para encontrar vida fotossintética em
planetas extrasolares, descobrindo atmosferas planetárias, estudando sua
composição química, fora do equilíbrio termodinâmico; como aconteceu
recentemente com o Osiris – onde foram detectados hidrogênio e Carbono.
Descoberta que foi feita pelo telescópio espacial Hubble. O planeta Osiris
foi descoberto em 1999 por uma equipe liderada pelo astrônomo francês
Alfred Vidal-Madjar. Trata-se de um planeta do tipo jupiteriano, onde a
vida orgânica é bastante improvável em decorrência de sua temperatura em
mais de 1000ºC. Das estrela estudadas na periferia de 33 ly do Sol,
verificou-se que, num levantamento bem satisfatório e que poderíamos
considerar completo, cerca de 10% a 30% das 182 estrelas examinadas, são
do tipo solar ou de um tipo bem próximo do solar, isto se levarmos em
conta as luminosidades, temperaturas, composição química, massas (na
faixa de 0.7 a 1.2), multiplicidade, idade magnética e órbitas galácticas.

A órbita planetária é determinada como estável se não houver


nenhuma variação significativa em seus parâmetros característicos, como
por exemplo, o eixo principal e a excenricidade. É ideal uma órbita de
baixa excentricidade. Certamente o que nos interessa mesmo é verificar se
não ocorrem alterações muito profundas na excentricidade, o que seria fácil
de notar.
A estabilidade vem sendo estudada mais profundamente a partir de
1977, com Szebehely e Zare, dois estudantes que examinaram o problema
do ponto de vista da topologia das Hill's zero-velocity surfaces. Se uma
superfície de velocidade zero permanece fechada em torno dos
componentes de um sistema binário, uma pequena massa não tem como
escapar se a superfície permanecer fechada ao redor de todo o corpo e um
corpo externo não pode entrar na região de interação. Mas se a superfície
abre ( Szebehely considera a primeira abertura, um ponto neutro entre os
componentes do sistema binário), então há possibilidade de troca ou de
escapamento, aí então o sistema é classificado como instável – é condição
suficiente -, o que não quer dizer que qualquer sistema instável permita
escapamento de massa. Portanto não é uma coisa tão simples que permita
uma generalização, pois há variáveis complexas que podem alterar a
variabilidade ou a estabilidade de um binário, algumas das quais a natureza
deste trabalho não permite aprofundar dada a exigüidade de espaço. Fica
suficientemente esclarecido que perturbações nas órbitas planetárias
contrariam a possibilidade de que qualquer forma de vida orgânica possa se
manifestar-se presente. Este foi um dos motivos do descarte pelo SETI.
Mas existem outros. A astronomia e a química já determinaram que a água
é uma molécula largamente distribuída no Universo e o carbono tem uma
grande capacidade de logação com outros átomos, permitindo a formação
de extensas cadeias moleculares. O padrão biológico encontrado na Terra é
universal, portanto não é exclusividade do nosso planeta.

"A vida é o produto cumulativo de interacções entre as muitas espécies


de substâncias químicas que constituem as células de um organismo".
Neil A. Campbel

Podemos resumir as condições para que um planeta possa


desenvolver vida orgânica, como se segue:

Estrella de larga vida - descartamos Capella por ser muito nova (cerca
de 525 milhões de anos)

Existencia de Planetas com órbitas estáveis estables (consequentenebte


com temperaturas estables) – não existem planetas em Capella

Água líquida – encontramos moléculas de água numa região, de


concentração de poeira e gases, protoplanetária nas proximidades de
Capella – fato comum em sistemas múltiplos.
Elementos pesados– C, N, O, etc.

Proteção atmosférica suficiente para impeder a radiação ultravioleta.


Capella é uma fonte de raio x, dez mil vezes mais intensa do que a que
encontramos em nosso Sol.

Convém compararmos a zona de habitabilidade – que não


significa garantia de existência de vida orgânica – do sistema solar com
Alpha Centauri (suas três componentes) e Capella. Iniciaremos pelo Sol.

A zona de habitabilidade solar inclue apenas três planetas: Venus,


Terra e Marte. Embora alguns satélites de Jupiter e Saturno possa se
suspeitar de alguma condição de vida orgânica no estágio inferior. Leva-se
em conta, para a delimitação dessa zona, fatores que possam garantir
estabilidade de temperatura, e proteção às radiações do Sol, por exemplo,
as variações de raios X e ultravioletas, entre outros.

OS PLANETAS SOLARES DA ZONA HABITÁVEL:

Planeta Vênus

Massa: 0.81 MTerra

Raio equatorial: 0,95 . RTerra

Pressão Atmosféria: 92 atm.

Composição atmosférica: CO2 (96%), N2 (3%)

e 1% de outros gases.

A composição atmosférica de Venus, gera um efeito estufa,


responsável por sua elevada temperatura, 462 ºC.
Primeira imagem em cores
da superfície venusiana.

Sonda Venera 13

(01/03/1982)

A atmosfera de Marte é bastante


diferente da atmosfera da Terra.
É composta principalmente por
dióxido de carbono com
pequenas porções de outros
gases. Os seis componentes mais
comuns da atmosfera são:

• Dióxido de Carbono (CO2): 95.32%


• Azoto (N2): 2.7%
• Árgon (Ar): 1.6%
• Oxigénio (O2): 0.13%
• Água (H2O): 0.03%
• Néon (Ne): 0.00025 %

Marte é o sétimo maior planeta do sistema solar e o quarto


a partir do Sol:

distâncias do Sol: 227.940.000 km (1.52 AU)

diâmetro:6.794 km

massa: 6,4219E23 kg,


A Ciência, nos dias de hoje, já descarta a possibilidade de vida
orgânica no planeta Marte.

Paisagem marciana fotografada pela sonda "Mars Pathfinder"


A ilustração acima mostra o sistema triplo Alpha Centauri, onde
temos as componentes: Alpha A Centauri, Alpha B Centauri e Alpha C
Centauri – conhecida também como Próxima. No esquema vemos as
órbitas seguras para o posicionamento de possíveis planetas. As duas
componentes maiores estão afastadas por 11 UA=1,65E+9 km. Próxima
encontra-se a 13.000 UA =1,95E+12 km. A área verde é a “área da vida”
em A e B, ou se preferirem: são áreas seguras. Para que um planeta tenha
alguma condição de abrigar alguma forma de vida orgânica é preciso que
esteja nessa área.
No sistema Capella a coisa é muito mais complicada pelo fato de ser
um sistema de múltiplas estrelas (até agora foram detectadas 9 delas, sendo
a última colocada a uma distância de 1 Ly do par principal). Se em algum
tempo existiu qualquer planeta em órbita do par principal, este, além de
não ter tido tempo para desenvover a química necessária a qualquer forma
de vida orgânica, teria sido calcinado e transformado em cinzas ainda em
sua infância. Atualmente a zona de habitabilidade fica restrita a um
cinturão, além da “zona da água” para Aa e Ab, que se encontra bem
distante da média orbital das duas estrelas, algo em torno de 8,7 UA
(1.3E+9 km) – numa faixa orbital equivalente à que se poderia encontrar
entre Jupiter e Saturno. Em relação a Ab poderíamos situar essa zona a 7.8
UA (1.17E+9 km), sendo a diferença, a distância entre Aa e Ab. Mas a zona
de habitabilidade estaria ainda muito mais distante – ao redor de 12.5 UA
(1.88E+9 km) fora do binário. Examinando-se essas faixas nenhuma
formação planetária foi encontrada. O “Caçador de Planetas” (Kepler), que
será colocado em órbita no próximo ano (2007) poderá jogar uma pá de cal
na possibilidade de existência de planetas com alguma forma de vida
orgânica no sistema.

NASA – Observatorium

R. Ciardullo – WFPC2, HST, NASA.

As estrelas anãs brancas do Sistema


foram formadas fora do gás estelar de Aa
e Ab, com ligeira semelhança ao que
ocorreu com a nebulosa planetária de
NGC 2440.

As estrelas Aa e Ab Aurigae perderão muito de sua massa atual, em


decorrência dos ventos estelar intensos que sopram frequentemente para
fora seus envelopes exteriores grande quantidade de massa de hidrogênio e
de hélio e uma pouca massa de elementos mais pesados como carbono e
oxigênio, despejando-as no espaço interestelar como nebulosa planetária.
Resulta daí a observação que temos feito da nebulosa protoplanetária que
poderá daqui há alguns milhões de anos resultar na formação de algum
planeta, quando Aa e Ab poderá não mais existir, visto que evoluem
rapidamente para uma supernova – é provável que venham a evoluir para
anãs brancas, mais fracas em brilho e sem ocorrência de fusão
termonuclear. Não podemos esquecer que estrelas massivas como as
componentes binárias de Capella, evoluem muito mais rapidamente que
estrelas anãs como o nosso Sol, não dando tempo a que venham a ser
orbitadas por planetas suficientemente maduros para a ocorrência de vida
orgânica.

Em 1936 foi confirmada a existência da componente Alpha Aurigae


C ou H. Trata-se de uma anã vermelha do tipo M1V, assim classificada no
diagrama espectral-luminosidade, descoberta por Ragnar Furuhjelm. Tem
aproximadamente 0.3 MSol a 0. 4 MSol e 1.2 a 1.4 da luminosidade do Sol.
Carl Steams comprovou que a luminosidade visual de C combinada com a
de uma outra componente, D ser em torno de 0.1 da que se observa no Sol.
De acordo com Robert Burnham Jr (1931-1993), este binário foi
denominado frequentemente como “Capella H” porque as letras B e G
foram usadas para denominar as estrelas fracas do campo que não são
limitadas gravitacionalmente pelo par principal, mas que fazem parte do
mesmo sistema. As estrelas C e D têm a seguinte localização:
05:17:23.7+45:50:23 (ICRS2000). Em 1975, Dieter Heintz de Wuff, no
novo sexto catálogo de órbitas visuais de estrelas binárias, informa que as
estrelas C e D apresentam uma separação média de aproximadamente 48.1
UA ou seja 7.2E+9 km (a=3.72 segundos de arco) com um movimento
orbital de excentricidade zero (e=0) ou seja, circular, com um período de
aproximadamente 388 anos e uma inclinação orbital de 65,0º segundo a
perspectiva da Terra. A zona de habitabilidade de C seria centrada em torno
de 0.11 UA = 16500000 km quase a metade da distância que separa o
planeta Mercúrio do Sol, cumprindo um período orbital de apenas 24.4
dias. O catálogo cita ainda, algumas designações úteis para um estudo mais
aprofundado sobre o par binário C e D: G1 195 A. G96-29, LTT 11622,
AC+45217-363ª, 3841 H.

© MRAO Cambridge, COSTA

NASA

CAPELLA Aa e Ab – DISTANTES 0.73 UA


Alpha Aa e Ab são binárias massivas e espectroscópicas, sendo a
primeira mais maciça, um pouco menos quente, que a segunda. Ambas
apresentam indícios claros de que se encontram a um passo de ascender à
fase de gigante vermelha. Povavelmente evoluiram de estrelas do tipo-um,
duas anãs massivas com pequena diferença de massa entre elas. A estrela
Aa começou a fusão de seu heliun interno no carbono, segundo o que
indica sua reduzida concentração de lítio – significa diluição do envelope
estelar inteiramente convectivo -, conclusão tirada por Pilachowski e
Sowell em 1992. Entretanto, Aa demonstra possuir uma corona mais
aprofundada, quente e muito mais variável do que a apresentada por Ab. Os
espectros extremos ultravioletas, conforme podemos observar (ver o
diagrama CAPELLA – HIGH RESOLUTION GRATING SPECTRSCOPY) Aa e Ab
indicam a presença de linhas de emissão de ferro (Fe XV ao Fe XXIV). As
duas estrelas apresentam uma luminosidade combinada de 150 a 160 vezes
a do Sol. Imagine a intensidade da luz solar, do meio dia do Rio de Janeiro
em pleno verão, multiplicada por 150.

Primeira imagem direta de um


planeta extrasolar – objeto 2M
1207.

Trata-se de um planeta de
massa 5.MJupiter

A estrela-mãe é 25 vezes mais


massiva que Júpiter. Trata-se,
portanto de uma anã marron
(QG Lupi)

O planeta encontra-se a 100 UA


da estrela.
Detalhes de QG Lupi.

De acordo com o que acabamos de examinar, vemos como


extremamente improvável a possibilidade de existência, nos dias atuais, e
de ter existido em épocas remotas, seres inteligentes em Capella.

Capella tem idade suficiente? Não. Tem apenas 525.106 de anos


É Estável? Não, pois é um sistema múltiplo
Possui elementos pesados? Sim, Foram detectados Fe e C
Possui planetas detectados? Não
Possui zona habitável? Sim, mas sem planetas.
Possui proteção contra radiação? Não. Emite 10.000 vezes mais raio X

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