Turma TPN- 6
Ventilação Mecânica
A ventilação mecânica ou ventilação artificial é um método de suporte ventilatório
em que uma máquina movimenta os gases para dentro e para fora dos pulmões,
utilizando pressão negativa ou positiva.
A ventilação mecânica sofre uma grande variação de aplicação técnica em razão
do estado do paciente.
Um mesmo paciente poderá receber modalidades diferentes de ventilação
mecânica, de acordo com sua melhora ou piora, com a fase inicial ou final do período de
intervenção da técnica etc. O desmame do respirador, por exemplo, é um processo q
envolve alterações de modalidade de ventilação mecânica. A ventilação mecânica pode
ser invasiva e não invasiva.
1. Fase Inspiratória
3. Fase expiratória
Objetivo
- reverter a hipoxemia: a ventilação mecânica deve ser instituída quando não é possível
manter uma SaO2 acima de 90%, mesmo após a oferta de oxigênio por máscara. Quando
o paciente mantém uma SaO2 limítrofe, com necessidade de grande esforço respiratório
(taquipnéia, utilização de musculatura acessória da respiração), principalmente quando a
causa hipoxemia não tem perspectiva de resolução rápida, a ventilação mecânica
também deve ser instituída. A presença de instabilidade hemodinâmica deve antecipar o
início da ventilação mecânica nessas situações limítrofes.
- reverter a hipercapnia e a acidose respiratória: em pacientes agudos a retenção de gás
carbônico, levando a acidose respiratória, é indicação de ventilação mecânica. Em
pacientes previamente retentores de CO2, muitas vezes toleramos a hipercapnia e
mesmo a acidose respiratória (pH 7,30 e 7,35). Nesses pacientes a piora do nível de
consciência e do padrão respiratório (taquipnéia, utilização da musculatura acessória da
respiração, respiração paradoxal) são importantes indicadores para a intubação traqueal e
ventilação mecânica.
- reverter ou prevenir atelectasias em pacientes com respiração superficiais (ex: pós-
opreratório, doenças neuromusculares).
- permitir sedação e/ou curarização para realização de cirurgias ou outros procedimentos
na UTI.
- reduzir o consumo de oxigênio em condições graves de baixa perfusão. Nas formas
graves de choque circulatório, mesmo na ausência de indicação gasométrica, a ventilação
mecânica, diminuindo o consumo de oxigênio pelos músculos respiratórios, pode
favorecer a perfusão de outros órgãos (sobretudo coração, sistema nervoso central e
território esplâncnico).
Reduzir a pressão intra-craniana, através de hiperventilação, com necessidade de
monitorização dessa pressão.
- estabilidade torácica em pacientes com múltiplas fraturas de arcos costais.
*Ciclados a tempo
*Ciclados a pressão
A inspiração cessa quando é alcançada a pressão máxima predeterminada. Os
volumes oferecidos variarão de acordo com as mudanças da mecânica pulmonar. A
ventilação-minuto não é garantida.
*Ciclados a volume
*Ciclados a fluxo
*CPAP
Parâmetros programáveis
*Fluxo inspiratório
A importância da escolha do pico de fluxo inspiratório é diferente entre os ciclos
assistidos e os ciclos controlados.
Nos ciclos controlados, a escolha do pico de fluxo determinará a velocidade com
que o volume corrente será ofertado, determinando, conseqüentemente, a relação
inspiração/expiração, para aquela freqüência respiratória, e o pico de pressão nas vias
aéreas. Sendo assim, para um dado ajuste de volume corrente e freqüência respiratória,
um maior pico de fluxo se correlaciona com o menor tempo inspiratório e maior pico de
pressão nas vias aéreas. Nos ciclos controlados, um pico de fluxo entre 40 e 60 l/min é,
em geral, suficiente, procurando-se manter a PIP < 40 cmH2O.
Durante os ciclos assistidos, na escolha do pico de fluxo inspiratório, deve-se
considerar também a demanda ventilatória do paciente. Um fluxo inspiratório insuficiente
determina desconforto e maior trabalho respiratório para o paciente, em função da
manutenção do esforço inspiratório ao longo da inspiração. Em função disso, o pico de
fluxo inspiratório, nos ciclos controlados, necessitará ser maior, em geral entre 60 e 90
l/min. Outra possibilidade de evitar um maior trabalho respiratório pelo paciente, nos ciclos
assistidos, é a combinação de um fluxo de demanda à modalidade volume controlada
(VAPSV), conforme descrito por Bonassa e Amato.
*Ondas de fluxo
Os ventiladores, na modalidade volume controlado, podem ofertar o fluxo
inspiratório em quatro formas (onda de fluxo): quadrada (ou constante), sinusoidal,
acelerada, desacelerada. As ondas de fluxo de padrão acelerado ou sinusoidal são
menos utilizadas, não trazendo vantagens em relação às demais. Entre as duas ondas de
fluxo mais freqüentemente usadas, a quadrada e a desacelerada, concentram-se os
principais estudos.
Em relação ao fluxo quadrado, o desacelerado apresenta menor pico de pressão
nas vias aéreas e melhor distribuição da ventilação (diminuição do espaço morto
fisiológico) quando o tempo inspiratório é mais prolongado. Não existem trabalhos que
demonstrem, de forma definitiva, a superioridade de uma destas ondas de fluxo, desde
que ajustadas para o mesmo volume corrente, a mesma relação entre tempo inspiratório
e tempo total, e o mesmo fluxo médio.
*Sensibilidade
A sensibilidade deve ser compreendida como o esforço despendido pelo paciente
para disparar uma nova inspiração assistida pelo ventilador. O sistema de disparo por
pressão é encontrado na maioria dos ventiladores, sendo recomendado o valor de -0,5 a -
2,0 cmH2O. O sistema de disparo a fluxo pode ser encontrado em ventiladores mais
novos, e parece proporcionar melhor interação com o paciente.
*PEEP
É a aplicação de uma pressão positiva supra atmosférica no final da expiração. Pode
ser aplicada durante a ventilação mecânica ou a ventilação espontânea, sendo então
chamada CPAPPEEP de 5cmH2O tem sido recomendada para manter a CRF e
prevenir atelectasias durante a ventilação mecânica.
A PEEP (3-8 cmH2O) tem sido usada recentemente para reduzir o limiar de carga
inspiratória imposto pela auto PEEP, durante o disparo de uma ventilação espontânea,
em pacientes com obstrução de vias aéreas. Deve-se ter muito cuidado com esses
procedimentos, principalmente com níveis superiores a 5 cm H2O.
Inicia-se com valores de 3 a 5 cm H2O e aumenta-se progressivamente até uma
oxigenação satisfatória ser atingida, o q pode ser definido com uma gasometria arterial
realizada 20 minutos após cada alteração. Quando há níveis superiores a 10cmH2O,
recomenda-se o uso de monitorização com cateter na artéria pulmonar.
Referências Bibliográficas
COSTA, Dirceu. Fisioterapia Respiratória Básica: Editora Atheneu; 1999. São Paulo
MARINO, Paul L. Compêndio de UTI: Editora Artmed; 2º ed. 1999. Porto Alegre
www.cefir.com.br
www.fisiorespiratória.com.br
www.medicinaintenciva.com.br
www.pneumoatual.com.br