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1. INTRODUÇÃO
1.1. PERÍCIA
Conceito: É o exame hábil de alguma cousa, realizada por pessoa habilitada ou perito, para determinado fim,
judicial ou extrajudicial. (GONÇALVES, 1968, p.7).
Utilidade: O conceito pacífico da perícia é que juizes e interessados pedem o testemunho e os subsídios dos
técnicos para decidir e resolver. (D´AUREA, 1962, p. 152).
Pode-se solicitar o procedimento pericial numa ampla e variada gama de situações e para os mais
diversos segmentos do conhecimento humano. Isto pressupõe que, a priori, qualquer situação, coisa ou
fato seja factível de perícia, quando questionada perante juízo ou fora dele.
Exemplos:
- Desapropriação de terras por órgão federal, para construção de rodovia. A desapropriação se
baseia em laudo de avaliação de terras por perito judicial e assistente técnico. Com base no
laudo pericial determina-se o quantum das terras, benfeitorias etc., para a indenização
correspondente.
- Acidente automobilístico com vítimas. O juiz ou a parte interessada podem solicitar nomeação
de perito (engenheiro mecânico), para produção de laudo que constate a existência ou não de
falha mecânica, a fim de provar a quem cabe a culpa do acidente – se ao motorista, por
imperícia, imprudência ou dolo eventual, ou a uma falha mecânica do veículo.
1.2. PROVA
Conceito geral: A prova é a soma dos fatos produtores da convicção, apurados no processo (SANTOS, 1983,
p.13).
Utilidade: A prova visa, como fim último, a incutir no espírito do julgador a convicção da existência do fato
perturbador do direito a ser restaurado. (SANTOS, 1983, p.2).
Na perícia: A busca da verdade formal quanto aos fatos, interessa ao perito, já que a ele será cometida a
responsabilidade funcional de trazê-la para os autos do processo.
Na prática: A prova, no significado comum e geral, visa a demonstração da verdade ao passo que a prova
específica processual civil limita-se à produção da certeza jurídica. (BONUMÁ, João).
Função: A função da prova pericial é a de transformar os fatos relativos à lide de natureza técnica ou científica,
em verdade formal, em certeza jurídica.
Conceito: É a demonstração que se faz - o modo - da existência, autenticidade e veracidade de um fato ou ato.
Juridicamente, é o meio de convencer o juízo da existência do fato em que se baseia o direito do
postulante. Os recursos de que se utiliza a inteligência, para a percepção da verdade, constituem a
prova (SANTOS, Moacir Amaral).
Na prática: A prova tem por finalidade demonstrar a verdade ou não-verdade de uma afirmação. (Milhomens,
Jônatas)
A verdade negativa ou positiva, a cerca dos fatos interessa ao magistrado, quando, ao sanear
determinado processo, percebe estar envolvida matéria técnica, cuja certeza jurídica só pode ser
alcançada mediante produção de prova pericial.
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A favor: “Tendo o magistrado elementos suficientes para o esclarecimento da questão, fica o mesmo autorizado a
dispensar a produção de quaisquer provas, ainda que já tenha saneado o processo, podendo julgar antecipadamente
a lide, sem que isso configure cerceamento de defesa” (jurisprudência CPC T.Negrão, p.413 “22”).
Contra: “Não há julgamento antecipado após deferimento e produção de prova pericial, que conduz à audiência em
que, eventualmente, haverá oportunidade de esclarecimentos do laudo e debate oral de questões suscitadas no
processo”. “A nomeação do perito não é mera faculdade do julgador; é imposição legal, não podendo o juiz voltar
sobre seus passos, para considerar desnecessária a prova.” (jurisprudência CPC T.Negrão, p.414 “22”).
Restrição na perícia: Ao perito não é permitido externar, em seu laudo, sua opinião pessoal sobre o que se
questiona nos autos do processo judicial. Ao Perito cabe unicamente relatar os fatos tal
qual os observou.
Metodologia: Quando a matéria a ser periciada é parcial, alcançável, examina-se tudo, ou seja, a totalidade do
Universo sob exame.
Quando a matéria é demasiadamente ampla, sem possibilidade de alcançar-se o objetivo pela
totalidade, utiliza-se a amostragem, mas com exceção.
Aplicação: Segundo o Art. 333 do CPC, a obrigação de provar cabe: I – ao Autor, quanto ao fato constitutivo de
seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito
do autor.
Fatos Jurídicos: é todo acontecimento, voluntário ou não, que pode ter conseqüências jurídicas ou de conservar,
modificar ou extinguir relação de direito.
(Segundo Amaral Santos, p. 152): FATOS CONSTITUTIVOS – São aqueles que têm a eficácia jurídica de dar vida,
de fazer nascer, de constituir a relação jurídica (ex.: propriedade imobiliária sobre a qual se reclama indenização por
desapropriação); FATOS EXTINTIVOS – são aqueles que têm a eficácia de fazer cessar a relação jurídica (ex.:
prescrição do direito reclamado; no caso do processo de apropriação indireta com indenização da propriedade, a
prescrição se dá em 20 anos, caso o autor – o expropriado – não reclame o seu direito dentro desse prazo); FATOS
IMPEDITIVOS – São aqueles que impedem que decorra de fato o efeito que lhe é normal, ou próprio, e que constitui a
sua razão de ser; FATOS MODIFICATIVOS – são aqueles que, sem excluir ou impedir a relação jurídica, à qual são
posteriores, têm a eficácia de modificá-la:
O Art. 333 do CPC distingue duas modalidade de contestação dos fatos jurídicos constitutivos:
1ª - O réu não só nega os fatos constitutivos articulados pelo autor como também alega fatos que extinguem ou
impedem aqueles.
2ª - o réu reconhece os fatos constitutivos mas alega fatos que extinguem, impedem ou modificam a relação
jurídica.
Conceito: Quem afirma ou nega determinado fato é que tem o ônus, o interesse de oferecer ou produzir as
provas necessárias que entende possam vir a corroborar com as alegações oferecidas.
Na prática: O dever de provar compete a quem alega, ou afirma determinados fatos da causa.
Constatação: Quem busca a proteção da justiça depara com a necessidade de produzir suas provas.
Quem oferece provas mais convincentes fatalmente obterá sucesso.
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LEMBRETES -Art. 339 CPC - ninguém se exime do dever de colaborar com o poder judiciário para o
descobrimento da verdade.
-Art. 335 CPC – “Em falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras de
experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e ainda
as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a esta, o exame pericial” (grifo nosso).
Quem alega, prova. Essa é a máxima judicial, muito embora pareça injusta, às vezes. Siga os exemplos:
- Acidente de trânsito com vítima falta = processo de indenização por danos pessoais (morte);
apelante: a família da vítima; contestação do laudo pericial através de prova testemunhal de
direção perigosa e velocidade excessiva para o local do acidente; reabertura do inquérito
policial para investigação do alegado. Ao apelante cabe o ônus da prova.
- Desapropriação de terras para construção de rodovia federal. O órgão expropriante contesta a
necessidade de reavaliação das terras, por considerar sua avaliação justa com a realidade e,
para tanto, assume igualmente o ônus de provar o alegado, podendo ser mediante solicitação de
perícia judicial.
Conceito: São todos os meios regulares e admissíveis em lei, utilizados para demonstrar a verdade ou falsidade
de fato conhecido ou controvertido ou para convencer da certeza do ato ou fato jurídico.
Objetivamente é todo meio lícito usado pela parte ou interessado na demonstração daquilo que
alega. Subjetivamente, é qualquer meio lícito capaz de levar o juiz a convencer-se da verdade de
uma alegação da parte.
Disposições jurídicas e legais: As disposições nos diversos ordenamentos jurídicos e legais disciplinam a
seguir: “o modo de oferecimento das provas, o momento de sua produção, as linhas mestras de sua
apreciação, cercando os atos respectivos das medidas de segurança indispensáveis ao surgimento
da verdade”. (SANTOS, Moacyr Amaral. P.69).
- O artigo 332, do CPC, dispõe: “todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda
que não especificados neste código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a
ação ou a defesa”.
- O Art. 136 do Código Civil, dispõe: “Os atos jurídicos, a que se impõe forma especial, poderão
provar-se mediante; I - confissão; II - atos processados em juízo; III - documentos públicos e
particulares; IV- testemunhas; V - presunções; VI - exames e vistorias; VII – Arbitramentos”.
- O Art. 122 do Código Comercial, dispõe: “os contratos comerciais podem provar-se: I - por
escritura pública; II - por escritos particulares; III - pelas notas dos corretores, e por certidões
extraídas dos seus protocolos; IV - por correspondência epistolar; V – pelos livros dos
comerciantes; VI - por testemunhas.
Depoimento pessoal: Consiste no interrogatório da parte, pelo juiz, sobre os fatos da causa. Pode ser
determinado de oficio pelo juiz, ou a requerimento da parte. O não comparecimento ou
recusa em depor importa na pena de confissão. A testemunha será interrogada pelo
Magistrado e pelo advogado da parte adversa. (Art. 342 a 354 do CPC).
Presunção: é a ilação e aceitação de certeza obtida de um fato conhecido e provado para se admitir como prova
a existência de um fato desconhecido ou duvidoso. A presunção, faz prova, podendo ser estabelecida
em lei, definindo como verdadeiros certos atos e fatos.
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Exibição de Documentos ou Coisas: O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, poderá determinar a exibição
de documentos ou coisas em poder da outra parte, ou de terceiros. Isso
nos próprios autos ou separados, na forma de medida cautelar. Caso a
parte se negar a exibição, serão admitidos como verdadeiros os fatos que,
por meio do documento ou da coisa, a parte contrária pretendia provar.
Se a negativa for de terceiros, o juiz ordenará a exibição, podendo
determinar a apreensão e a responsabilidade por desobediência. (Art. 355
a 362 do CPC).
Documentos: Documentos são papéis públicos ou particulares, cartas, livros etc. Também são documentos, para
efeitos probatórios, as reproduções mecânicas como fotografia, filme e gravações sonoras. A
cópia do documento deve ser autenticada. Em princípio os documentos devem ser juntados na
inicial, pelo autor, e na contestação pelo réu. (Art. 364 a 399 do CPC).
Testemunhas:Consiste na inquirição de pessoas, alheias aos autos, pelo juiz, acerca dos fatos da lide.
Geralmente ocorre a requerimento da parte. Ambos os advogados poderão manifestar-se,
iniciando-se por aquele que arrolou. Qualquer pessoa pode depor como testemunha, exceto as
incapazes, impedidas ou suspeitas. (Art. 400 a 419 do CPC).
Inspeção Judicial: Consiste na inspeção, in loco, pelo juiz da causa, de pessoas ou coisas, a fim de se
esclarecer sobre fato que interessa à decisão da causa. O juiz poderá ser assistido por
peritos. Concluída a inspeção, o juiz determinará a lavratura de autos circunstanciados,
mencionado tudo o que for útil ao julgamento da causa. (Art. 440 a 443 do CPC).
Perícia: Consiste na elaboração de um laudo sobre os fatos da causa. O laudo é preparado por perito de
confiança do juiz. O trabalho é realizado independente de compromisso (Art. 422 do CPC: “O perito
cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de
compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou
suspeição.”)
A Prova Pericial é disciplinada pelos artigos 420 a 439 e artigos 606 e 607 do CPC Judicial, que é
feita pelo próprio magistrado e se envolver questões técnicas poderá ser assistido por um ou mais
peritos, sendo disciplinada pelos artigos 440 a 443.
O perito não tem a obrigatoriedade de uma formação jurídica, porém para um trabalho há necessidade
em conhecer noções de direito, principalmente quanto ao intuito da prova.
As provas produzidas com a interveniência de perito são qualificadas no Art. 420 do CPC, em quatro
modalidades: a) exame; b) vistoria, c) arbitramento, e d) avaliação.
a) Exame: Envolve a inspeção de pessoas ou coisas com o objetivo de se verificar determinados fatos
relacionados com o objeto da lide.
É a espécie de perícia contábil mais comum, ou seja análise de livros e documentos, podendo
envolver também procedimentos indagativos e investigativos.
b) Vistoria: É o trabalho desenvolvido pelo perito para constatar in loco o estado ou a situação de determinada
coisa, geralmente imóveis.
É a espécie não muito usada na perícia contábil, mais adotada em perícia médica ou engenharia.
Poderá envolver a verificação ou a constatação de situação, coisa, ou fato, de forma circunstancial.
c) Arbitramento: Consiste na fixação de valor, determinado pelo perito para coisas, direitos ou obrigações: é a
estimação do valor em moeda, podendo envolver quantitativos e qualitativos.
“Todo arbitramento pode achar-se cumulado com o exame ou a vistoria, sempre que haja a
necessidade de parecer sobre a qualidade ou a quantidade das coisas, direito ou obrigações
sobre os quais ele versa” (Santos, Moacyr Amaral).
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d) Avaliação: Tem por finalidade a fixação de valor “recebendo essa denominação quando feita em inventário,
partilha ou processos administrativos e nas execuções para estimação do valor da coisa a
partilhar, ou penhor.”
Ordenamento: O Inciso VI do Artigo 282 do CPC determina ao Autor que indique na inicial as provas que
pretende produzir. O Art. 300 do CPC determina que o réu indique as provas que pretende
produzir na sua contestação.
Na prática: Quando as partes não explicitarem as provas que pretendem produzir, mas apenas indicando
genericamente “protestos pela produção de todas as provas em direito admitidas”, o juiz marca
prazo para que especifiquem as provas que pretendem produzir.
b) Na fase de liquidação
Petição inicial: Peça escrita na qual o autor formula seu pedido a autoridade judiciária, expondo os fatos e sua
fundamentação legal contra o réu, dando início ao processo.
Citação: Ato processual pelo qual a autoridade judiciária competente dá conhecimento a pessoa contra a qual é
proposta ação ou que nela tem interesse.
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Contestação: Forma de resposta do réu, na qual este impugna a pretensão do autor formulada na petição inicial.
Audiência de Instrução e Julgamento: Ato solene e público, no qual o juiz instrui o feito e apura as provas,
ouvindo partes, testemunhas e peritos, assiste os debates orais e
profere sentença definitiva, depois, no prazo legal, por escrito ou
verbalmente.
Sentença: Decisão proferida por juiz competente que põe termo ao processo, julgando ou não o mérito da causa.
Recurso: Poder que se confere à parte vencida, ou a outrem, para invocar nova decisão judicial, de órgão
jurisdicional hierarquicamente superior ou obtenção de novo julgamento que revogue o anterior.
I) Apelação: Recurso interposto junto ao juiz da causa, pela parte que se considera prejudicada por sentença
definitiva ou com força igual, proferida por juiz de instância inferior.
II) Agravo: Recurso que se interpõe à instância superior contra decisões proferidas no processo, visando seja
modificada ou reformada a decisão recorrida.
III) Embargos infringentes: Recurso cabível contra acordo proferido em apelação ou ação rescisória, se o
julgamento não foi unânime.
IV) Embargos de declaração: Pedido que se faz ao juiz ou tribunal para que esclareçam dubiedades,
contradições, obscuridades e omissões contidas na sentença, referindo-se o
pedido apenas a sua forma.
V) Recurso ordinário: Recurso interposto ao STF e ao STJ em matérias como “hábeas corpus”e o mandado de
segurança. É o meio pelo qual o vencido pode ter a anulação ou reformulação da
sentença.
VI) Recurso especial: Recurso interposto ao STJ nas causas decididas em única ou última instância da justiça
comum em matérias não constitucionais.
VII) Recurso extraordinário: Recurso interposto ao STJ nas causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida apresentar ofensa a Constituição Federal.
QUADRO DE HIERARQUIA DA
JUSTIÇA ESTADUAL
JUNTAS
ELEITORAIS
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Use o CPC e o CC, e, sempre que necessário embasar a resposta, cite e transcreva o artigo correspondente
para sua sustentação.
Questões:
3. Comente o que são: Fatos Jurídicos, Fatos Constitutivos, Fatos Extintivos, Fatos impeditivos e Fatos
Modificativos.
4. O que estatui o Art. 332 do CPC e onde se insere a perícia como meio de prova?
6. Quais o tipos de prova produzida com participação de perito? Exemplifique cada tipo.
2 O PERITO JUDICIAL
Conceito geral: Perito, de acordo com a etimologia da palavra, significa: “o que é sabedor ou especialista em
determinado assunto”.
Na prática: É toda pessoa que, por seu reconhecido saber (técnico ou científico), ou por ter titularidade
acadêmica específica em determinado tema, se constitui em expert sobre o mesmo, após a prática
comprovada no mesmo.
Conceito específico: Perito Judicial é aquele que, reconhecido o seu saber, é chamado a prestar seus serviços de
expert em determinado assunto, por solicitação ou nomeação da Justiça.
É portanto um profissional habilitado (legal, cultural e intelectualmente) a exercer virtudes
morais e éticas com total compromisso com a verdade.
O Art. 130 diz: “Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas
necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente
protelatórias.”
O Art. 145 diz: “Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz
será assistido por um perito, segundo o disposto no art. 421.”
O Art. 421. Diz: "0 juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo."
(redação dada pela lei nº 8.455, de 24-08-92)."
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A Lei 8.455, de 24 de agosto de 1992, que modificou o art. 427, do Código de Processo Civil, fez
surgir a possibilidade da elaboração de pareceres técnicos contábeis que podem ser requisitados
pelas partes, de modo a instruir a propositura da ação ou da contestação. O art. 427 diz: “0 juiz
poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem
sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar
suficientes.”
Neste caso, o magistrado pode aplicar o disposto no artigo 330, inciso II, CPC, que diz: "Art. 330.
O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença: I - quando a questão de mérito for
unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova
em audiência; II - quando ocorrer a revelia (art. 319).
O art. 319 diz: "Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo
autor."
Percebe-se, portanto, que pelo atual CPC, não há obrigatoriedade do perito realizar a perícia e
elaborar o laudo em conjunto com os assistentes técnicos, devendo estes ficarem atentos a
conclusão do trabalho e entrega do laudo.
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Perfil legal: O perito goza de fé pública, é lhe pois exigido que ofereça análise e opiniões técnicas no interesse
exclusivo da justiça, sendo sincero, leal e deve espelhar-se no magistrado e lembrar-se que é o
braço direito do juiz na função pericial e deve, por conseguinte ser reto, imparcial, sereno e
verdadeiro.
Qualidade do trabalho: Os requisitos essenciais para que uma perícia seja considerada de qualidade são
basicamente os seguintes: objetividade, precisão, clareza, fidelidade, concisão,
confiabilidade baseada em fatos materiais e pleno atendimento a sua finalidade.
Direito de recusa: O perito deve recusar sua nomeação ou indicação pelos motivos de impedimento e de
suspeição previstos no art. 138, inciso III, do CPC e item 2.6, da NBC-P-2. (os
impedimentos e a suspeição são tratados nos artigos 134 e 135 do CPC).
Sigilo: O perito deve ter o cuidado para não manifestar sua opinião às partes ou a seus representantes legais
durante as diligências, deixando para manifestá-las no laudo.
Substituição: O art. 424 do CPC, diz: "O perito pode ser substituído quando: I - carecer de conhecimento
técnico ou científico; II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi
assinado. Parágrafo único. No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à
corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista
o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.”
Penalização: O art. 147, do CPC, diz: "0 perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas,
responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado por dois (2) anos, a funcionar
em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.”
Dever de sigilo: O item 2.4 da NBC-P-2 diz: "0 perito contábil deve respeitar e assegurar o sigilo do que
apurar durante a execução de seu trabalho, não o divulgando em nenhuma circunstância,
salvo quando houver obrigação legal de fazê-lo, dever que se mantém depois de entregue o
laudo ou terminados os compromissos assumidos.”
Dolo ou má fé do perito: Se for comprovado dolo ou má fé do perito, serão aplicadas a ele sanções de natureza
civil, criminal que resultarão em graves conseqüências de natureza material e ética.
3. HONORÁRIOS PERICIAIS
Normas: O Juiz, Presidente do processo, ao intimar o perito concede-lhe prazo para apresentação de proposta de
honorários e manifestação de aceitação ou não do encargo, que, normalmente, é de 5 dias, mas
também pode ser em prazo superior.
Aceito o encargo de realizar a perícia, o Perito deve formular seu pedido de honorários e pleitear o
depósito prévio.
Conteúdo: O pedido de honorários deve ser fundamentado, indicando o número de horas que o trabalho
demandará, as despesas de viagem se a perícia tiver que ser realizada em outra localidade (fora da
sede da Comarca) e a citação da tabela de referência de honorários periciais do órgão de classe.
MANFREDO KRIECK, brasileiro, casado, contador registrado no CRC-SC sob nª 4.324/O-4, residente e domiciliado
a Rua Itália, 65 em Blumenau-SC, infra assinado, tendo sido nomeado perito nos autos de EMBARGOS À
EXECUÇÃO Nª __________________(_____) em que são partes ________________________, vem a presença de
Vossa Excelência para expor o seguinte:
2. Sejam arbitrados os honorários em R$ 3.150,00 (Três mil, cento e cincoenta reais), conforme demonstrativo (anexo
I).
3. A intimação dos autores para efetuar o depósito prévio dos honorários periciais.
Nestes Termos
Pede Deferimento
______________________
Manfredo Krieck
CRC Nº SC-004.324/ O-4
_____________________
Manfredo Krieck
CRC Nº SC-004.324/O-4
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Norma: Os honorários prévios depositados pela parte em Juízo, ficarão vinculados ao órgão judicial até a
conclusão dos trabalhos periciais.
Adiantamento: O Perito, quando a perícia implicar em dispêndios de locomoção para outras localidades para
sua realização, ou depender de contratação de auxiliares, pode peticionar ao Juiz requerendo o
levantamento parcial dos honorários previamente depositados para custear a perícia.
EXMO.SR.DR. JUIZ FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DE SANTA CATARINA
3.4. LEVANTAMENTO TOTAL DOS
HONORÁRIOS PRÉVIOS
FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro,
Norma: Concluída perícia, o Perito elabora engenheiro civil, residente à rua ABC, n. 123, nesta cidade de
uma petição ao Juiz pedindo a Florianópolis – SC, nomeado por V. Excia. como perito para a
juntada do laudo pericial ao avaliação provisória dos bens constantes do processo no 0000/80,
processo, oportunidade em que Classe V, vem mui respeitosamente requerer se digne determinar o
também pede o levantamento dos pagamento de seus honorários uma vez que o referido laudo foi
honorários prévios. entregue nesse juízo em data de 2X/1X/200X.
N. Termos
Conclusão: A perícia é considerada P. Deferimento
efetivamente concluída, após a
manifestação das partes e eventuais esclarecimentos ou correções por parte do Perito que forem
solicitados pelas partes ou pelo Juiz.
Remuneração: Os honorários podem, portanto, dependendo do critério do Juiz, serem liberados imediatamente
após a entrega do laudo, ou após a manifestação das partes, satisfeitos os esclarecimentos e
correções acima referidas, mediante emissão do competente Alvará Judicial.
ALVARÁ JUDICIAL
Ação: Declaratória
Juiz de Direito
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Norma: Quando o Perito constatar que o trabalho é por demais complexo e ser difícil a estimativa dos
honorários previamente, pode pedir honorários prévios provisórios e ao concluir seus trabalhos
peticionar ao Juiz o arbitramento dos honorários definitivos, requerendo, na oportunidade a intimação
da ou das partes para efetivação do depósito complementar.
Previsão: Existem situações em que o Perito nomeado é solicitado a realizar a perícia as suas expensas e receber
os honorários a final, quer dizer quando o processo for concluído, prática adotada pela Justiça do
Trabalho onde não existe a possibilidade de requerer honorários prévios a não ser em situações
especiais.
Na prática: Os honorários a final são comuns nos processos onde o autor não tem condições de arcar com o
ônus da perícia. Neste caso, se o autor for vencedor da demanda o réu arca com o custo dos
honorários que são incluídos na conta final em nome do Perito. Em caso de insucesso do autor o
Perito não receberá seus honorários.
Facultatividade: Não existe obrigatoriedade do Perito realizar a perícia sem depósito prévio, mas isto pode
fazer com que o Juiz deixe de nomeá-lo para outros trabalhos.
Norma: É normal nas demandas onde a parte, que deve arcar com o ônus da perícia e não tiver condições de
efetuar o depósito prévio integralmente, ser concedido, pelo Juiz, ouvido o Perito, o parcelamento dos
honorários. Este parcelamento, normalmente é feito em duas ou três parcelas, sendo a primeira como
honorários prévios, a segunda na entrega do laudo e a terceira após 30 dias.
Excludente: O Perito não deve aceitar receber os honorários periciais diretamente da parte, mas sim sempre
através de depósito judicial comprovado nos autos. O recebimento dos honorários direto da parte
pode abalar a credibilidade do Perito.
Norma: O Perito pode e deve requerer que os honorários finais sejam creditados diretamente em sua conta
bancária pela parte, mas com comprovação nos autos. Esta comprovação é feita pela parte mediante
petição dirigida ao Juiz comprovando a satisfação dos honorários periciais.
Quando: Surgem situações em que há impugnação do valor dos honorários periciais. Isto também ocorre, às
vezes, quando a parte que deve arcar com o ônus da perícia não tiver interesse na sua realização.
Na prática: Antes de decidir a questão o Juiz, normalmente, ouve o perito, devendo este reavaliar o seu pedido
retificá-lo, se for o caso, ou ratificá-lo. O pedido de honorários deve, portanto, ser elaborado com
muito zelo, com estudo do processo, avaliação do que efetivamente deve ser feito, a fim de que
possa em qualquer momento justificar seu pedido e não sofrer desgastes por ter feito uma proposta
sem os cuidados necessários.
Norma: O Poder Judiciário implantou uma sistemática de recolhimento de custas e valores judiciais através da
denominada GRJ - Guia de Recolhimento do Judiciário e é através desta guia que os honorários devem
ser depositados, ou na conta vinculada do órgão judicial, ou na conta do Perito, conforme o caso. Esta
guia será o comprovante da satisfação dos honorários no processo.
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Na prática: Os Juizes também tem aceitado o depósito diretamente em conta de poupança, vinculada ao Juízo
respectivo, nos casos de honorários prévios ou na conta bancária do Perito, nos casos de honorários
pagos após a conclusão da perícia. As normas do Tribunal, contudo, determinam que todo e
qualquer pagamento deve ser feito através da GRJ.
Conceito: Plano de Trabalho em perícia contábil é a previsão, racionalmente organizada, para a execução das
tarefas, no sentido de garantir a qualidade dos serviços, pela redução dos riscos sobre a opinião ou
resposta.(A Lopes de Sá)
Método: O plano de trabalho consiste em planejar, meticulosamente, o que deve ser pesquisado para produzir o
laudo, tendo portanto estreita relação com a proposta de honorários.
Na prática: O mais prático é montar a estrutura do laudo pericial e na resposta dos quesitos colocar o que e
como deve ser efetuada a pesquisa, que livros devem ser consultados, que documentos devem ser
juntados, etc.
Esta cautela agilizará o trabalho e evitará que o perito efetue a pesquisa e depois tenha que refazê-la
por falta de dados.
Cuidados: O perito não pode errar, tem para isto que precaver-se de todos os meios a seu alcance. O erro do
perito pode levar a falsa prova e prejudicar um dos demandantes.
Norma: O perito quando tiver alguma dúvida técnica deve antes de efetuar a diligência (pesquisa) procurar
dominar a matéria objeto da perícia, nem que para isto busque auxílio de colegas e faça uma parceria
para executar o trabalho.
Prevenção: O que não deve fazer é dirigir-se ao estabelecimento para efetuar as diligências sem estar seguro do
que vai pesquisar e como vai fazê-lo, esta precaução é necessária para não perder a autoridade como
perito.
Preparo: Antes de iniciar os trabalhos o Perito deve estudar o processo para que domine a tese que está sendo
demandado, isto fará com que ao dirigir-se ao estabelecimento para efetuar as diligências mostre
autoridade sobre o assunto, o que lhe facilitará o trabalho.
4.2. DILIGÊNCIA
Conceito: É a fase do trabalho pericial que consiste em buscar os elementos necessários a produção do laudo
pericial.
Retirada dos autos: É feita diretamente em cartório mediante petição ou controle do próprio cartório. Há
situações onde o advogado retira os autos e os cede ao perito, em confiança.
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5. O LAUDO PERICIAL
Conceitos: É a peça técnica, pela qual o Perito faz o seu pronunciamento dos fatos e eventos que foram
submetidos a sua apreciação, propiciando certeza jurídica quanto a matéria fática. É a peça técnica
pela qual comunica ao Juiz e as partes o resultado de seu trabalho.
Segundo Moacyr Amaral Santos, Laudo Pericial: “consiste na fiel exposição das operações e
ocorrências da diligência, com o parecer fundamentado sobre a matéria que lhe foi submetida.”
Conteúdo: O laudo pericial é um peça técnica que não segue um padrão rígido, a sua forma e estrutura
dependem muito da capacidade criativa do Perito, mas deve ter, no mínimo, a seguinte estrutura:
Características: O Perito, ao escrever o laudo, precisa usar de todo seu poder de síntese, já que o laudo não deve
ser uma peça de leitura cansativa, deve ser didático e de visual agradável. As respostas aos
quesitos não devem ser lacônicas, mas sempre bem fundamentadas e alicerçadas em
documentos e/ou registros contábeis, evitando-se, desta forma, dúvidas na leitura.
Conclusividade: Não basta o Perito responder aos quesitos das partes, há necessidade que faça a sua conclusão.
A conclusão do Perito, não deve adentrar ao mérito da demanda, mas sim, fazer uma síntese do
que comprovou na perícia para facilitar o entendimento do laudo e do que está sendo
questionado e, trazer a luz informações atinentes a demanda mas que não foi abordado pelos
quesitos.
Complementaridade: Muitas vezes os quesitos não são suficientes para esclarecer, tecnicamente, a demanda,
devendo o Perito, em suas conclusões, prestar os esclarecimentos adicionais necessários,
sem, contudo, extrapolar sua pesquisa além do que está sendo questionado nos autos, ou
seja, deve manter seu trabalho circunscrito ao objeto da perícia.
Independência: O Perito é o auxiliar do Juiz, não podendo, por conseguinte, intimidar-se em oferecer a sua
conclusão técnica. Deve sempre ter em mente que a competência dele está adstrita ao
levantamento da verdade fática, que seu laudo transformará em verdade jurídica. O laudo pode
ser comparado a uma sentença, sempre levantará os fatos que, quase sempre, beneficiará
apenas uma das partes.
19
5.3. QUESITOS
Fulano de Tal, já qualificado
Conceito: Quesitos são indagações de natureza etc., etc., vem respeitosamente
técnica ou científica efetuadas pelas Partes à presença de Vossa
Excelência para apresentar os
e/ou pelo Magistrado a serem respondidos
quesitos abaixo para que o
pelo Perito com objetividade, justificação, ilustrado Perito os responda,
rigor tecnológico, precisão e clareza. para esclarecimento do
requerente, acerca do exato
valor de sua propriedade
5.3.1 QUESITOS IMPERTINENTES expropriada:
Conceito: Quesitos suplementares (artigo 425 do CPC) são indagações efetuadas pelas partes e/ou pelo
Magistrado, no curso da diligência pericial, ou seja, enquanto a perícia não estiver concluída. Após a
conclusão da perícia não podem mais ser feitos quesitos suplementares mas apenas esclarecedores.
Complemento: Os quesitos suplementares, geralmente, são provocados pelo Assistente Técnico de uma das
partes, uma vez que este, quando acompanha de perto o trabalho pericial, pode constatar que os
quesitos formulados pelo seu cliente não esclarecem adequadamente determinada questão,
quando então sugere a quesitação suplementar.
5.4. LAUDO
5.4.1 CONSENSUAL
Conceito: Laudo consensual é aquele elaborado em conjunto com os Assistentes Técnicos, ou uma equipe de
peritos e assinado por todos sem ressalvas, ou seja, chegam a um consenso sobre a matéria objeto da
perícia.
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Conceito: Com o advento da Lei 8.455/92, surgiu o denominado parecer do Assistente Técnico, que pode ser
concordante com o laudo pericial ou discordante. Este parecer, contudo, nada mais é do que o laudo
do Assistente Técnico, onde demonstra e comprova os eventuais equívocos ocorridos no laudo do
perito e procura defender seu cliente. Este laudo é denominado de laudo discordante ou parecer
discordante.
5.4.3 INSUFICIENTE
Conceito: É aquele onde as opiniões não são satisfatoriamente esclarecedoras para quem requereu ou dele vai
necessitar como prova, neste caso é aconselhável outra perícia – neste caso a segunda perícia rege-se
pelas mesmas formalidades da primeira, não anulando esta.
Requerimento: CPC – “Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente técnico,
requererá ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo as
perguntas, sob forma de quesitos.”
Prazo: “Parágrafo único. O perito e o assistente só estão obrigados a prestar os esclarecimentos a que se
refere este artigo, quando intimados cinco (5) dias antes da audiência.”
LEIS E DOUTRINAS - A lei permite, nesta oportunidade, quesitos elucidativos, destinados a esclarecer as
respostas dadas; não quesitos novos, sobre matéria não suscitada anteriormente (RT
649/135, JTA91/287).
Os esclarecimentos não podem ser prestados por precatória (RT 649/135, JTA
92/287).
RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS - Sempre que o perito não estiver absolutamente seguro sobre o pedido de
esclarecimentos das partes, deve exigir o cumprimento do parágrafo único
do artigo 435, que lhe faculta silenciar se não foi intimado no prazo de 5
(cinco) dias antes da audiência.
Importante: O pedido de esclarecimento das partes deve sempre ser respondido por escrito para que não haja
insegurança do perito na audiência. Vale lembrar que os procuradores das partes estão
acostumados ao ambiente do judiciário (austeridade da sala de audiências com presença do juiz,
das partes e seus procuradores), o mesmo não acontecendo com o perito, que raramente é intimado
a comparecer às audiências, o que pode trazer-lhe desconforto e provocar insegurança das suas
respostas, razão pela qual deve sempre levar as respostas por escrito.
Como a perícia contábil tem que fundamentar seu trabalho em fatos, os esclarecimentos em
audiência são normalmente difíceis de serem atendidos, haja vista, que na maioria das vezes há
necessidade de nova pesquisa e averiguações.
Na maioria das vezes os esclarecimentos sobre o laudo é feito sob a forma de diligência, ou seja, o
juiz remete o processo com o laudo ao perito para que este se manifeste sobre as “impugnações
e/ou pedido de esclarecimentos das partes”.
Muitas vezes o perito no afã de ver-se livre do desconforto da audiência procura responder às
partes sem a necessária fundamentação, o que pode comprometer a sua imagem profissional.
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Postura: O perito deve sempre ter em mente que: primeiro, a parte não beneficiada pelo laudo procurará
desacreditar seu trabalho, razão pela qual deve utilizar-se de toda formalidade que a lei lhe faculta
para prestar os esclarecimentos; segundo, da sua atuação na audiência dependerá as novas nomeações
para funcionar como perito. O Perito não deve ficar preocupado em provocar, se for o caso, uma nova
audiência, é melhor isto do que prejudicar-se profissionalmente, perante as partes que podem ser seus
futuros clientes e perante o juiz que o nomeará ou não para futuras perícias.
Quando: A impugnação de laudo pericial pode ocorrer por ter o Perito incorrido, efetivamente, em equívoco,
levantado pela parte que esse erro prejudica. Muitas vezes a impugnação ocorre, porque o laudo
demonstra a inexistência do direito de uma das partes. É normal o Juiz ouvir o Perito em qualquer
uma das situações acima, quando há a oportunidade de retificação e/ou ratificação do laudo pericial.
Norma: O Juiz, em observância ao artigo 427 do CPC estabelece o prazo em que o laudo deve ser entregue. O
Art. 433 (alterado pela Lei 8.455/92) estabelece: “o perito apresentará o laudo em cartório no prazo
fixado pelo juiz pelo menos vinte dias antes da audiência de instrução e julgamento.”
Condição: A entrega do laudo com atraso, contudo, não elimina seu poder de prova, conforme julgados de
nossos Tribunais, não pode ser obstada a juntada do laudo pericial nos autos, embora já decorrido o
prazo fixado pelo magistrado. Esclareça-se, contudo, que o seu poder de prova somente existirá se
juntado antes da realização da audiência de instrução e julgamento.
Penalidade por atraso: A entrega do laudo com atraso, pode, acarretar sérias penalidades ao Perito, tais como: I
- multa arbitrada pelo Juiz; II - comunicação ao órgão de classe.
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4. Cabe ao perito judicial recusar o encargo profissional a ele solicitado pelo juiz? Com base em que?
5. Cabe ao perito esclarecer em juízo sobre eventuais dúvidas, quando solicitado a fazê-lo sobre matéria
do seu conhecimento, comparecendo em audiência? Que art. do CPC embasa sua resposta?
6. Pode um perito judicial manifestar opinião às partes (ou a seus representantes), sobre a matéria em
questão, antes da emissão do seu laudo?
7. Cite os artigos e seus respectivos teores, no que tange a: (1) substituição do perito; (2) penalização do
perito por dolo ou culpa.
11. O que significa “Quesito” e quais suas duas formas tipificadas? Ilustre sua resposta.
13. Em que situações e quais os esclarecimentos que podem ser solicitados ao perito, após a emissão do seu
laudo? E qual o prazo legal da intimação antes da audiência de oitiva do perito e/ou assistente técnico?
14. Quando da solicitação de esclarecimentos ao perito (e/ou ao assistente técnico), estes devem responder
àqueles verbalmente ou por escrito? Fundamente sua resposta.
15. Pode haver impugnação do laudo pericial? Se pode, com base em que argumentos?
16. O perito deve fazer um Plano de Trabalho antes de iniciar a perícia solicitada? Se positivo, quais seus
principais passos (cite suscintamente).
17. Pode o perito, em caso de dúvidas técnicas (ou científicas), valer-se do auxílio de colegas para elucidar
essas dúvidas?
6. PERÍCIAS CONTÁBEIS
6.1. INTRODUÇÃO
Contexto: Perícia contábil é um dos gêneros de prova pericial, ou seja, uma das provas técnicas à disposição das
pessoas físicas ou jurídicas, que serve como meio de prova de determinados fatos contábeis
controvertidos.
“É o exame hábil de alguma coisa realizada por perito, para determinado fim judicial ou
extrajudicial”.
Objetivo: “A perícia é pois, o exame hábil com objetivo de resolver questões contábeis, ordinariamente
originárias de controvérsias, dúvidas e de casos específicos determinados ou previstos em lei”
(Reinaldo de Souza Gonçalves).
Aplicação: A perícia contábil, além de ser de aplicação usual na solução de controvérsia é aplicação obrigatória
em determinados casos como Processos judiciais que demandam apuração de haveres.
Característica: A Perícia contábil se caracteriza como incumbência atribuída a contador, para examinar
determinada matéria patrimonial, administrativa e de técnica contábil e asseverar seu estado
circunstancial.
Comparativos: São as duas especializações da ciência da Contabilidade, exigindo por isso mesmo, uma
diversificada gama de conhecimentos por parte dos profissionais, conhecimentos esses que
estejam acima da média dos demais.
Embora haja alguma semelhança nos procedimentos, a auditoria e a perícia são bem diferentes
quanto aos seus objetivos e finalidades.
Finalidades distintas: A auditoria tem por finalidade principal a Certificação dos Registros Contábeis quanto a
sua veracidade, expondo os resultados a que chegou em RELATÓRIO DE
AUDITORIA.
Conceito formal: “A perícia contábil é o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de
laudo sobre questões contábeis, mediante exame, vistoria, indagação, investigação,
arbitramento, avaliação ou certificação.” (Resolução nº 858 de 21.10.99 do CFC).
Atuação: O exercício profissional de perito contábil pode realizar-se sob duas formas: a primeira quando o
profissional é nomeado perito do juízo pelo magistrado e a segunda quando é indicado como
assistente técnico de uma das partes.
Atribuição exclusiva: A função de Perito Contábil é privativa de bacharel em ciências contábeis e dos
equiparados legalmente (antigos guarda-livros, equiparados a contadores).
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Base legal
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
da
atribuição: Anteriormente a vigência do Decreto Lei nº RECURSO ESPECIAL NO 5.302 – SÃO PAULO (90.0009666-9)
9.295/46, a matéria era disciplinada pelo RELATOR: MINISTRO EDUARDO RIBEIRO
Artigo 72 do Decreto nº 20.158, de 30 de RECORRENTE: H T MENEZES E CIA/LTDA/E OUTROS
junho de 1931, dispunha: “Somente os RECORRIDO: BANERJ – BANCO DE INVESTIMENTOS S/A
Este dispositivo pode ser correlacionado com os artigos 381, 993 e 1003, do CPC, dispõem:
“Art. 381. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos livros
comerciais e dos documentos do arquivo.” “Art. 993. Parágrafo único: o juiz determinará que
se proceda: I - ao balanço do estabelecimento, se o autor da herança era comerciante em nome
individual; II - a apuração de haveres, se o autor da herança era sócio de sociedade que não
anônima. “Art. 1003. Parágrafo único: No caso previsto no artigo 993, parágrafo único, o juiz
nomeará um contador para levantar o balanço ou apurar os haveres.”
Norma legal vigente: Atualmente o Conselho Federal de Contabilidade disciplina a perícia contábil através da
NBC-T-13 e normas profissionais de perito contábil através da NBC-P-2, aprovadas pelas
Resoluções 857 e 858, ambas de 21 de outubro de 1999.
Na prática: Em processos que versam sobre falências e concordatas, o julgador apela para as perícias contábeis
como embasamento para seus julgados. Tal prática tem fulcro na previsão contida na Lei no 7.661,
de 21 de junho de 1945 e suas alterações posteriores, cujos teores reforçam o uso do contador como
expert para ditas perícias.
6.3.1.1 Falência
Sá destaca, ainda, as seguintes fontes de
Conceito: De acordo com Lopes de Sá (1997:142), a falência é insolvência: “problemas de desvio e ocultação de
decorrente de um estado de insolvência ou total bens, simulações de dívidas, administrações
incapacidade do empresário em pagar suas ruinosas por incompetência, administrações
obrigações. Tal situação de incapacidade tem propositadamente feitas para prejudicar sócio ou
variadas fontes, dentre elas se destacando a intenção terceiros, locupletamento ilícito, em suma, causas
de fraude contra terceiros. de força maor, fortuitas, propositadas, etc.”.
Quem pode requerer: qualquer credor, independentemente de sua qualificação (pessoa física ou jurídica), desde
que possuidor de garantias reais, penhor, hipoteca; e os possuidores de crédito
privilegiado (o fisco e os empregados da empresa).
Processo de Falência solicitado por Credor (com base em Lopes de Sá, 1997:145)
Título de
Crédito
Petição
Protesto Crédito da
Procuração Junta Comercial
Sentença
Transitada
Juiz da Jurisdição
Credor Nomeação
Dois Peritos
Escrita do Escrita do
Devedor Credor
Laudo Pericial
26
Quem escolhe o Perito Contador: Dentre outras tantas atribuições, cabe ao Síndico a escolha pelo Perito
Contador, embora deva manter-se, sempre, o princípio da confiança do
juiz no Perito escolhido (como é a praxe em todos os casos de escolha do
Perito).
Origens dos créditos: O Perito Contador, nos casos de falência promovida por credores, deverá analisar a
veracidade dos créditos, sua escrituração, os documentos vinculados aos registros, e
datas (de emissão e vencimento). Alguns fatores que originam créditos, segundo Sá
(1997:144):
“Créditos operacionais
• venda de mercadorias
• venda de equipamentos
• venda de serviços
• venda de imobilizações utilizadas
• venda de direitos de produção, etc.
Financiamentos
• empréstimos a curto prazo
• empréstimos a longo prazo hipotecários
• arrendamentos mercantis
• debêntures
• empréstimos mediante cauções de títulos
• suprimento de caixa ou para fornecimento de materiais
• suprimentos por conta de aumento de capital, etc.”
Autofalência: Quando solicitada pelo devedor, situação em que também o Perito Contador possui essencial
importância, principalmente na constatação de crime falimentar. De acordo com Lopes de Sá
(1997:146), são os seguintes os documentos a serem juntados pelo devedor, nestes casos:
6.3.1.2 Concordata
Conceito: “é um processo pelo qual um comerciante ajusta com seus credores o modo de pagaar-lhes o que
lhes deve, quando não há condições para efetuar os pagamentos como anteriormente havia sido
convencionado” (Ramalho, 1993:263).
Uso da Perícia Contábil: De acordo com Ornelas (1992:07), dentre as atividades que podem ser executadas
pelo Perito Contador (por designação do comissário/síndico da concordata), podem
ser listadas as seguintes:
Laudo Contábil na Concordata: De acordo com Coimbra (1979:78), o perito, ao elaborar o laudo contábil,
“deverá fazê-lo o mais circunstanciado possível, demonstrando, afinal, se a
concordatária possui ou não condições patrimoniais e econômico-
financeiras que lhe proporcionem os meios necessários para cumprir a
promessa feita a seus credores. [...] Deverá apresentar a posição econômico-
financeira e patrimonial, com os respectivos índices de liquidez, sem levar
em conta o valor global do seu ativo imobilizado, pois grande parte dele, ou
mesmo a sua totalidade, é composta de bens imprescindíveis às atividades
industriais e comerciais da concordatária”.
O perito fará a averiguação de posse material ou patrimonial, visando mensurar uma pensão.que será-
atribuída.
Pode ocorrer em razão de morte de sócio, morte de mulher de sócio, dissolução de sociedade, em suma,
nos casos em que se torna necessário apurar os direitos” de alguém em uma massa patrimonial.
Pode se dar, também, quando um sócio se retira ou é expulso da sociedade ou tem outros direitos
decorrentes de amortização de suas quotas de capital ou ações.
A ação do perito é complexa e não se limita apenas às contas do sócio mas também as da sociedade em
seu comportamento comparativo e prospectivo.
Nas ações que visam discutir o prejuízo da minoria sobre uma incorporação, cujos valores são
contestáveis, discutíveis, o perito deve começar pelo valor da escrita, pelo valor do critério empregado para
avaliar bens patrimoniais.
O juiz pode determinar a “Busca e Apreensão”, como exemplificado nos seguintes casos:
• Violação de estatuto.
• Liberalidades excessivas.
• Suspeitas de irregularidade.
• Ausência prolongada de distribuição de resultados.
• Avaliação de bens.
Cabe ao perito examinar a irregularidade ou suspeita indicada; e se necessário, ampliar seus trabalhos
de modo a conhecer as razões e realizar exames de balanços de empresas congêneres da mesma praça.
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Quando o autor de uma causa pede a condenação de uma pessoa a abster-se de algum ato, ou tolerar
uma atividade, ou a prestar fato que não pode ser realizado por terceiro, pode fazer constar da petição inicial a
“cominação de pena pecuniária”, caso não venha a cumprir a sentença exarada.
O perito tem que dar relevância aos fatos tanto do réu como do autor, partindo de pesquisas distintas,
uma vez que essa matéria comporta contestação.
Embora as notas promissórias sejam consideradas como um autêntico “contrato aberto”, onde
dificilmente se discute a causa debendi, ou seja, a origem da dívida, elas são geradoras de perícias contábeis.
Como a prova testemunhal não é aceita para a prova da dívida, apela-se para outro tipo de prova, em que,
naturalmente, a perícia tem seu campo de importância.
É estabelecido pelo Código Civil Brasileiro que se duas pessoas forem, ao mesmo tempo, devedor e
credor uma da outra. as duas obrigações extinguem-se até que se compensem. Esta lei motiva, discussões e
ensejam perícias para que se estabeleçam as provas da possibilidade, da justiça ou da irregularidade de
compensações pretendidas.
Tais perícias envolvem muitos aspectos particulares quanto às formalidades e possibilidades de fraudes
e abusos de diversas naturezas.
Questões em juízo motivam perícias freqüentes sobre os pagamentos feitos por “consignação”, ou
“entrega de valores para garantir pagamentos”. Isto porque, se feito legalmente, o depósito extingue a obrigação.
As perícias exigem do perito não só o exame da conta e do valor depositado, mas também de todas as
formalidades pertinentes e estabelecidas em lei claramente.
A desapropriação pode, por exemplo, atingir imóveis comerciais, “em prosperidade”, como também
imóveis muito valorizados que, como investimento em fábrica ou loja, se tornam inadequados para fornecer uma
taxa de retorno do capital condizente com o tipo de mercadoria ou produto que representa sua atividade.
O perito, com sua capacidade de trabalho, tem condições de realizar estudo sobre as questões.
29
A dissolução de uma sociedade ocorre de acordo com o previsto em lei e a mesma pode dar-se
automaticamente ou pode ser requerida.
Quando um sócio sai da sociedade por interesse dos demais, precisa ressarcir-se do que lhe é impedido,
mesmo que tenha contribuído para o impedimento.
Nesse caso ocorre a apuração de haveres e pode, também, incluir cálculos de fundo de comércio
imaterial, se provada que a exclusão beneficia mais aos remanescentes.
Pode ocorrer, também, do próprio sócio acautelar-se e requerer a produção antecipada por exibição de
meios que levem à avaliação de sua parte, antes que os fatos amadureçam e a escrita possa ser preparada para
prejudicá-lo na exclusão.
Há casos em que a sociedade exclui apoiada apenas em suposta omissão e desinteresse do sócio, mas
nem sempre os Tribunais aceitam e dão provimento a pedido de anulação de assembléia onde se deu a exclusão.
Os efeitos sobre a riqueza são medidas que só a Contabilidade, com segurança, pode oferecer meios de
prova e, por isso, a perícia se torna imprescindível.
A perícia pode ser requerida para impor embargo à alienação de bens, para que não se consumem as
vendas em prejuízo, especialmente em processos falimentares.
O objetivo é comprovar o evento e seus danos através de exame contábil. É possível detectar,
contabilmente, todas as ocorrências, a partir de exames de valores (preços) e de funções dos bens como garantia
ou uso adequado.
A penhora pode recair sobre estabelecimento e tantos bens quanto necessário para garantir o pagamento
de dívida. Um avaliador comum provavelmente não terá a competência necessária para determinar avaliações
patrimoniais que demandam conhecimentos específicos de Contabilidade.
Ao perito, conhecedor da ciência patrimonial, conhecedor dos objetos que se visa alcançar com sua
tarefa, deve esclarecer, de forma enfática, o “critério de avaliação” e quais as restrições que podem ser opostas
aos diversos aspectos do mesmo valor.
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A ação cautelar para o produção de provas, baseada na exibição de livros e documentos é um vigoroso
meio auxiliar encontrado no trabalho do perito contábil.
O requerimento de exame de livros e documentos pode visar a produção de “prova antecipada” ou para
convencer-se sobre dúvidas que um sócio possui. Cabe esclarecer que, todo sócio, mesmo minoritário (a partir de
5% de participação no capital social), tem direito a exigir a exibição de livros e documentos que comprovam os
registros contábeis.
A exibição dos livros pode também ocorrer para provar negócios realizados, fornecimentos, liquidez,
certeza de créditos, legitimação de falência, entre outras necessidades.
O papel do perito é a verificação de todos os aspectos, recebendo, para tanto, a proteção necessária e
devendo garantir-se de que não ocorrerão riscos durante o processo de levantamento, sugerindo, posteriormente,
medidas de conservação necessárias e advertindo sobre os riscos que estão ameaçando os bens.
A falta de cumprimento do fornecedor pode gerar causa ou ação ordinária para compelir ao
cumprimento do prometido.
As prerrogativas do comprador podem gerar processos na Justiça, sendo a perícia necessária para
comprovar toda a transação e, geralmente, para calcular as perdas decorrentes.
O perito convocado ou designado deverá induzir uma fórmula de cálculo a partir dos fatores que devem
ser considerados como componentes do valor imaterial de um capital e que lhe garante lucros futuros.
Trata-se de um trabalho pericial delicado, uma vez que visa a produção de provas onde tudo repousa no
campo da prospecção.
Em tese, uma autuação fiscal deriva de um trabalho de verificação contábil, mas nem sempre tal
verificação está fundamentada em critérios que a própria lei determina.
Os quesitos de uma perícia, neste caso, devem ser orientados no sentido de contestar e buscar anular as
conclusões que motivaram as notificações de lançamentos.
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A perícia é aceita, em juízo, como prova nas ações que reclamam indenização pertinente das mesmas.
A causa do dano enseja a análise dos efeitos e estes a mensuração das indenizações, objetos básicos de
um laudo pericial em tais questões.
A perícia é aplicada nos levantamentos de haveres partilháveis. por efeito de morte de sócio ou de
titular de firma individual. A partilha pode ocorrer com normalidade ou gerar litígios.
São objetos de perícias contábeis os atos delituosos, notadamente as fraudes contra o patrimônio.
As perícias são realizadas para formar prova, em processo de natureza penal, para apurar
responsabilidades sobre danos a serem ressarcidos.
Na liquidação, quando evocados direitos em juízo, quer contra o liquidante, quer de herdeiros de sócio
falecido contra os demais sócios ou a própria sociedade, quer por terceiros que se sentem prejudicados pela
formação de liquidação, ocorre freqüentemente, a necessidade da perícia.
O método a ser adotado na perícia das liquidações depende do tipo de prova que se quer produzir e se o
interesse é do credor ou dos sócios ou seus herdeiros.
Perícias de alta qualidade técnica são necessárias quando as questões judiciais envolvem a indenização
por lucros que uma pessoa deixa de ter, em razão de impedimentos que outra lhe impôs.
Os lucros cessantes podem ser gerados por ação do Poder Público, por ações de outras empresas
fornecedoras ou clientes, por ação de uma associada e, principalmente em ressarcimento de seguros específicos,
na ocorrência de sinistro.
A perícia precisa provar “o que se deixou de ganhar em determinado tempo em razão de um ou mais
atos praticados por terceiros e que infringiram tais danos”.
Nas medidas cautelares a metodologia da perícia contábil deve seguir o interesse de verificar qual o
direito ameaçado ou qual o receio de lesão a direito que tem o postulante.
• alimentos provisionais
• arrolamentos de bens
• busca e apreensão
• caução real ou fidejussória
• homologação de penhor legal
• protesto e apreensão de títulos
• seqüestro
• etc.
Quando partes competentes elegem alguém (também capaz) para decidir sobre questões de natureza
patrimonial (e só sobre elas), dá-se o poder de um Juiz Togado a uma pessoa — nisto consiste a medida
coercitiva do Juízo Arbitral. Nesse caso, a perícia se rege pela forma normal de produção de prova.
A ação de Prestação de contas é proposta quando alguém tem o direito de exigir que outrem lhe preste
contas, porque tem o direito assegurado de exigi-las, e tal prestação não ocorre, ou ocorre com defeitos e
simulações.
O perito contábil é necessário para a “produção de provas”, diante da exibição ou apresentação das
contas.
Quando a rescisão contratual provoca danos, a perícia é fundamental para a apuração dos mesmos.
6.3.2.29.1. Introdução:
Em aspectos gerais, a perícia contábil na Justiça do Trabalho se assemelha com outros tipos de perícia.
Em relação à operacionalização da Justiça do Trabalho, além de se levar em consideração que cada caso é um
caso e exige técnicas e procedimentos diferenciados, é o aspecto dos honorários periciais que recebem o
tratamento diferenciado em relação às outras Justiças, como veremos mais adiante.
As reclamações que são postuladas nas escritas das empresas, normalmente são vinculadas aos registros do
empregado, salários e direitos inerentes às relações trabalhistas. Este é um grande campo de atuação pericial,
embora, em geral, sejam perícias relativamente simples.
6.3.2.29.2. Habilitação:
O perito contábil, como discorremos, na esfera judiciária é um profissional de confiança do magistrado, portanto,
a este compete a sua nomeação nos autos, necessário assim, como condicionante, que o mesmo esteja habilitado
para tanto.
O profissional para ser nomeado pelo juízo, nas Juntas de Conciliação e Julgamento, necessita encaminhar seu
currículo à Secretaria, na pessoa do seu diretor, que o arquiva em uma pasta, e a coloca a disposição do
magistrado, o qual quando da necessidade da prova pericial escolhe o profissional de sua confiança nesta.
Necessário expor que formalmente, tal procedimento bastaria para o profissional ser nomeado e começar a
realizar a atividade pericial, entretanto, na prática é muito difícil o Juiz nomear um profissional sem conhecer o
seu trabalho. Este ciclo inicial na Justiça de Trabalho é muito difícil de ser superado. Assim, ao iniciante cabe,
em primeiro lugar, ter calma e paciência, e esperar uma oportunidade de mostrar o seu trabalho, o que pode ser
abrandado mediante o exercício de atividades que o tornariam mais conhecido, como a de assistente técnico, por
exemplo.
33
O perito contábil necessita estar sempre em constante atualização do seu saber e, para responder os quesitos
formulados ou então elaborar os cálculos de liquidação deve, ainda, possuir conhecimentos mais específicos
sobre os seguintes assuntos:
Salutar, afirmar que é relevante e indispensável o exame detalhado do conteúdo dos autos - inicial, contestação,
documentação anexada - para que se possa obter subsídios a elaboração do plano de trabalho a desenvolver no
momento das pesquisas, diligências e verificações que serão realizadas a fim de executar o laudo pericial.
Ocorre após o trânsito em julgado (em outras palavras, quando encerra o prazo para qualquer recurso da decisão,
que pode ser Sentença - 1ª Instância - ou Acórdão - 2ª Instância - ou Recurso de Revista - 3ª Instância) da
decisão proferida pelo juiz.
A partir do ano de 1994, as partes passaram a ser intimadas para apresentarem o cálculo de liquidação de
sentença, graças à Lei 8898 de 29 de junho de 1994, que reformulou o CPC.
Antes desta Lei, o cálculo era efetuado pela contadoria da Unidade Judiciária, o qual, conforme conhecimento de
todos, na maioria das vezes, não é bacharel em Ciências Contábeis. Este fato tinha como conseqüência, sem
considerar o aumento do volume de trabalho, a demora no cumprimento dos atos processuais, sendo a maior
finalidade desta lei, resolver este problema.
Apresentado o cálculo por uma das partes, a outra é intimada para se manifestar no prazo de dez dias, sob pena
de preclusão (em outras palavras, o silêncio será interpretado como concordância).
Vimos aí, que o perito pode auxiliar o autor, o réu, ou ainda ser nomeado pelo Juízo.
O perito poderá ser nomeado para diligenciar junto à empresa ré, matriz ou sua filial, para na verificação de
documentos, observar a existência da incidência de Comissões sobre Vendas, Comissões sobre Produção,
ocorrência de Horas Extras, bem como se este valores devidos foram pagos devidamente, devendo inclusive
apresentar o cálculo do valor da diferença a ser paga, caso desta forma ocorra.
A Remuneração dos peritos é um dos aspectos mais espinhosos no estudo do procedimento do dissídio
individual de cognição, graças a uma conjunção perversa de fatores, que seriam fáceis de remover, mas
persistem até hoje. São eles as omissões da lei trabalhista e civil, em matéria de despesas obrigatórias das partes,
a ausência de busca de soluções para os impasses que surgem.
A CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) é a Lei que rege a Justiça do Trabalho.
E nos casos não previstos na CLT, deverão ser seguidos a Constituição Federal, o Código do Processo Civil,
Código Civil, Penal e outros.
Na CLT, não há menção de como seriam pagos ou quem seria o responsável pelos honorários periciais, logo, em
relação aos honorários, segundo o CPC, deveria ocorrer o depósito dos honorários antes do início dos trabalhos
periciais.
Porém o TST (Tribunal Superior do Trabalho), emitiu o Enunciado TST 236, que é uma súmula jurisprudencial:
“A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão relativa ao
objeto da perícia.”
Desta forma, seria necessário esperar o resultado da perícia para se determinar quem seria o responsável pelos
honorários do perito.
O art. 789, § 4º, da CLT esclarece: “As custas serão pagas pelo vencido depois de transitada em julgado a
decisão ou, no caso de recurso, dentro de cinco dias de sua interposição.”
Ou seja, quem determina quem é a parte sucumbente na perícia, é o Juiz. E essa determinação só estará na
Sentença. E só após o trânsito em julgado desta decisão bem como das decisões dos recursos que porventura
possam ser interpostos, é que se iniciará a cobrança dos créditos apurados, honorários e demais despesas
processuais.
Na interpretação deste Enunciado, percebe-se que mesmo que a parte seja vencedora na lide, mas sucumbente no
objeto da perícia, deverá suportar os honorários periciais.
Não deixando ainda de mencionar que se a parte é assistida por sindicado, terá a assistência judiciária gratuita.
Isto significa que a empresa pode ser vencedora na perícia, mas se ao autor for deferido pelo menos um dos seus
pedidos, a ré deverá arcar também com os honorários do perito.
Vale salientar que cada caso é um caso e que não há nada definido sobre o assunto, podendo as partes recorrerem
a decisões do TRT e do TST, cada caso será analisado individualmente. E neste aspecto há de se frisar que o
resultado da decisão depende do posicionamento da autoridade judicial que irá decidir a questão.
Em alguns casos isolados, a autoridade judicial deferiu honorários provisórios ou antecipação de honorários, mas
sobre estas decisões foram interpostos recursos, que ao serem julgados, abriram jurisprudência para os casos
semelhantes.
Um caso muito comentado em relação a este assunto é o julgamento do RO 2888/86 no TRT 9ª Região (Paraná),
onde a 1ª Turma, não conseguindo definir de quem seria a responsabilidade de pagar os honorários de perito do
juízo, concluiu por excluí-los da condenação.
Este recurso foi interposto pela ré, onde ela afirmava que não deveria arcar com os honorários periciais, visto
que o autor fora o sucumbente no objeto da perícia.
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Já o autor afirmava que o que conta para a determinação da sucumbência seria o resultado da decisão da causa,
sendo ela Procedente em Parte, logo a ré deveria arcar com os honorários.
É um resultado até humorístico visto que até gerou o artigo, publicado por João Fassbender Teixeira, “E o perito
foi condenado a suportar os próprios honorários.”
O que se pode afirmar com certeza é que não há nenhuma certeza absoluta quanto à responsabilidade do
pagamento dos honorários do perito na justiça do trabalho.
Nos últimos anos (no máximo dois), ocorreram mudanças nas legislações que são aplicadas à Justiça do
Trabalho, que de certa forma, ou melhor, conseqüentemente, aumentaram o campo de atuação do perito
contador.
a) Rito Sumaríssimo
Introduzido pela Lei 9957 de 12/01/2000, determina que em todas as ações cujos valores das causas sejam
inferiores ao resultado de quarenta salários mínimos, o autor, na sua peça inicial, deverá quantificar e informar o
valor correspondente a cada pedido.
Isto significa que o autor deverá apresentar o cálculo já ao ingressar com a ação.
Como a grande maioria dos advogados não têm noção de cálculos, acabam recorrendo a um perito e este por sua
vez, como não foi nomeado pelo juízo, receberá seus honorários no momento da entrega dos cálculos ao
advogado, que anexará o cálculo à petição inicial.
Nos processos onde o valor da causa é superior a quarenta salários mínimos, o rito se chama ordinário, e o
cálculo será efetuado depois do trânsito em julgado das decisões proferidas.
A Lei 10.035, de 25 de outubro de 2000, instituiu que a parte ou perito que apresentar o cálculo deverá calcular
também, a contribuição fiscal e previdenciária incidente. Antes dessa lei, nos autos em que não haviam a
comprovação de tais recolhimentos, simplesmente os órgãos responsáveis eram cientificados. Como na maioria
das vezes, não havia muito o que fazer por parte destes órgãos, o governo então instituiu esta lei, que visa a
execução da parcela que não foi comprovada nos autos, principalmente a previdenciária.
Em tempo, quanto ao Imposto de Renda ainda não segue tal procedimento, mas, segundo o pensamento dos
juristas mais experientes, isto é só uma questão de tempo.
Desta forma, o perito ficou mais valorizado, visto que mesmo com o cálculo das verbas deferidas em sentenças e
acórdãos com razoável grau de simplicidade, as partes, ou seja, os advogados das partes ficam receosos ao ter
que calcular o IR e o INSS e então peticiona ao juiz para que este designe um perito para tal.
Na fase de execução trabalhista, o prazo para embargar a penhora efetuada era de cinco dias.
Com a Medida Provisória 2.180-35 de 24 de agosto de 2001, este prazo aumentou para trinta dias, sendo desta
forma, maior o prazo da empresa executada impugnar os cálculos, tendo tempo inclusive para recorrer a um
perito contábil.
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Na prática: Fraude se refere a “um ato intencional por parte de um ou mais indivíduos da administração,
empregados, ou terceiras partes, que resulta em uma representação errônea das demonstrações
financeiras. A fraude pode implicar: manipulação, falsificação ou alteração de registros ou
documentos” (idem, ibidem).
Norma: De acordo com a Norma Internacional de Auditoria emitida pelo IAPC, Declaração NIA11, item 3, a
fraude pode identificar: a) malversação de ativos; b) supressão ou omissão de efeitos de transações nos
registros ou documentos; c) registro de transações sem substância; d) Má aplicação de políticas
contábeis (idem, ibidem).
Na perícia: O perito contador, a pedido do juiz, procede ao exame das demonstrações financeiras,
fundamentando na prova pericial, a existência ou não de qualquer uma das características de
fraude (manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos).
Na prática: Ocorrente em casos de falência, a prova pericial contábil pode auxiliar o convencimento do juiz
quanto a provável crime falimentar (falência fraudulenta), o que, em ocorrendo, muda a seara de
julgamento do pleito (do cível para o criminal).
Também no Código Civil a fraude é Art. 147 (CPC). “O Perito que, por dolo ou culpa,
anotada, como consta na Lei de prestar informações inverídicas, responderá pelos
Falências, Título XI, art. 187 – veja prejuízos que causar à Parte, ficará inabilitado, por 2
página anterior – (dos crimes (dois) anos, a funcionar em outras perícias e
falimentares). incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.”
Na legislação tributária, é oportuno Art. 342 (CP). “Fazer afirmação falsa, ou negar ou
citar o dispositivo que se refere ao calar a verdade, como testemunha, perito, tradutor
Perito pela ocultação da verdade ou ou intérprete em processo judicial, policial ou
fuga ao cumprimento do dever em administrativo ou em juízo arbitral”.
face da possibilidade de resultarem
daí danos a alguém ou à sociedade, como prevê o art. 147 do CPC, o qual, por sua vez, é
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complementado pelo teor do art. 342 do Código Penal. A lei penal considera cúmplices as pessoas
que, direta ou indiretamente, prestarem auxílio para a execução de crimes originários de fraude,
impondo as sanções. De acordo com Rizzo (INPG, “Fraudes em Contabilidade”, 2001, p. 29),
“Via de regra, uma grande fraude envolve várias pessoas, quase sempre de serviços correlatos e,
quando isso ocorre, a fraude tende a perdurar, caso não existam controles adequados de revisão
(auditoria)”.
Na prática: Não deve se confundir “erro” com “fraude”. Enquanto o primeiro é uma ação involuntária (sem
intuito de causar dano), a segunda é tipificada pela premeditação (o dolo), constituindo-se, ambos,
de características diferentes.
a) Capital Circulante (são as mais freqüentes e fáceis de praticar; a maioria passa pelo Caixa da empresa;
b) Ativo Permanente (imobilizações técnicas e de rendimento; redução ou aumento de valores, seja qualitativa
como quantitativamente; as fraudes no Ativo Permanente são de menor freqüência; o perito deve observar
esta possibilidade especialmente em casos de falência e concordata);
c) Passivo de Dívidas (direcionadas ao prejuízo de credores, como: fornecedores, bancos, financiadores, sócios e
associados; o perito deve pesquisar a origem e a aplicação desses recursos supostamente fraudados);
d) Patrimônio Líquido (geralmente falsas integralizações de capital; fraude onerosa em decorrência do
pagamento de tributos, a não ser quando é feito com intuito de compensar perdas, caso em que fica livre de
ônus);
e) Custos (intentam a alteração de lucros ou a sonegação de cargas tributárias; alteração de custos para
“mascarar” preços; valores aplicados em bens duráveis e imputados como custos indevidamente, já que se
referem a imobilizações);
f) Despesas (de ampla abrangência – despesas administrativas, comerciais, financeiras, tributárias e
extraordinárias – praticamente são as mesmas que se processam no caixa, para extravio de dinheiro).
g) Vícios documentais:
✓Falsidade: O vício praticado por falsidade refere-se a existência simbólica do documento, sem a ocorrência
da transação.
✓Adulteração: Consiste em “alterar-se” um documento verdadeiro, de transação verdadeira.
A competência de um documento está em sua autenticidade, quer como documento em si, quer
perante a realidade dos fatos.
h) Vícios de registros: Há a possibilidade do documento ser autêntico, mas o registro ser viciado, como por
exemplo, os registros duplos, entrelinhas, omissão de registro, etc.
Nos caso dos registros por computação, o uso de códigos facilita a prática dos vícios de registros.
i) Vícios de Demonstrações Contábeis: O perito deve acautelar-se quanto aos vícios que podem ser cometidos
nas demonstrações contábeis (Balanço e Apuração de Resultados, basicamente). São, geralmente, de
classificação de grupos.
Ao periciar a situação da empresa por análise de balanços e demonstrações, deve-se produzir seus próprios
demonstrativos, pois tanto a lei quanto a empresa podem estar colaborando para obtenção de falsas medições
de riquezas.
j) Defeitos de Individualização: E a particularização, ou seja, descrever algo em todas suas particularidades de
modo que seu todo seja inconfundível.
Os problemas na individuação ocorrem quando, propositadamente com o interesse de confundir, se omitem
dados importantes à identificação.
O perito precisa verificar se os dados dos documentos estão de acordo com os dados dos registros (porque,
por falhas de individuação, podem não estar).
k) Defeitos de Clareza: Clareza é “evidência” aquilo que é “inteligível”. A clareza exige que o registrado esteja
ao alcance de quem o consulta, com compreensão sem dificuldades.
Obstrui-se a clareza adotando-se termos de interpretação duvidosa, utilizando-se de expressões que são
inventadas ou criadas para suprirem uma situação de dúvida, em suma, prejudicando o entendimento fácil.
l) Defeitos de Codificação: A fraude é usual na troca de códigos.
O perito deve estar atento na identificação correta do Código que representa, ao fato que é objeto de seu
exame e para a qual foi requerida a sua opinião.
Códigos semelhantes facilitam a ocorrência de fraudes.
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3) Quem pode ser perito contábil? Fundamente com o histórico legal dos diplomas regulamentadores.
4) De acordo com a NBCP – 2, em quais casos o perito contador está impedido de executar perícia
contábil?
5) Quais os principais fatores que embasam o estabelecimento de honorários, por parte do perito contador?
6) De acordo com a Resolução no 858/99, os quais os fatores relevantes que devem ser considerados no
planejamento para execução dos trabalhos periciais?
7) Que norma da Resolução no 858/99 define os procedimentos de perícia contábil? (Cite a norma e o
conteúdo da mesma).
8) Conceitue “Laudo Pericial” e indique em que norma da Resolução no 858/99 está contido esse conceito.
9) A quem cabe, com exclusividade, a preparação e a redação do parecer pericial contábil e qual a norma
da Resolução no 858/99 que a institui?
11) Qual a norma que determina o uso do contador como perito nos processos que versam sobre falências e
concordatas?
12) Em caso de falência, a quem cabe a escolha do perito-contador e qual é o princípio que permanece em
validade, independentemente do responsável por tal escolha?
13) Conceitue “Fraude”, de acordo com a NBC T11, item 11.1.4.1, e cite os artigos do Código Penal que a
abordam. Ilustre com um exemplo de fraude.
15) Qual a diferença fundamental entre “erro” e “fraude”? Ilustre, ambos, com exemplos.
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7. ARBITRAGEM
É um método de resolução de conflitos prevista na Lei nº 9307/96, que pode ser utilizada para a solução dos
impasses decorrentes da interpretação dos contratos, onde um terceiro, neutro e imparcial, e que não esteja
vinculado a qualquer das partes em conflito, decidirá a controvérsia fundamentando-se nas regras de direito.
De acordo com a lei da arbitragem, qualquer conflito ou controvérsia relacionada a direitos disponíveis, ou seja,
direitos que as partes possam livremente dispor, pode ser resolvido por meio da arbitragem.
Apesar da necessidade da inclusão no contrato da cláusula que prevê que os futuros litígios dele originados serão
solucionados por arbitragem, a lei permite que mesmo sem essa previsão a arbitragem pode ser utilizada. Basta
que as partes concordem com esta alternativa de solução de conflitos, e assinem um compromisso arbitral, na
presença de duas testemunhas ou por escritura pública, e estipulem a convenção de arbitragem.
A arbitragem pode ser operacionalizada de forma institucional, ou seja, quando a cláusula compromissória, ou o
compromisso arbitral, prever que o procedimento arbitral será administrado por uma instituição arbitral,
seguindo seu regulamento preestabelecido ou, então de forma "ad hoc" ou seja, quando as partes fixarem de
comum acordo as regras e formas de administração do procedimento arbitral naquele caso específico, ou as
regras determinadas pelo próprio árbitro, independentemente das regras de uma instituição arbitral.
Porém, em ambas as formas, serão sempre respeitados os princípios jurídicos determinados pela lei, tais como:
igualdade das partes, independência e imparcialidade do árbitro, etc., ressaltando-se, ainda, que o
procedimento poderá ser conduzido por árbitro único (arbitragem expedita) ou por tribunal (03 ou mais árbitros,
porém sempre em número ímpar).
O processo de Arbitragem é mais analítico e formal que a Mediação. Entretanto, nunca com a formalidade do
Judiciário, por essência há que ser muito mais simples, caso contrário não faria sentido. Este processo é
conduzido também por uma terceira parte - neutra - chamada para decidir o impasse - o Árbitro. Na Arbitragem
há pelo menos uma audiência em que as partes apresentam testemunhas, relatos, depoimentos, provas e
acusações.
O Árbitro limita-se a conduzir a sessão, ouvir as partes e recolher as evidências para a sua decisão que pode
ocorrer em até 06 meses. Dessa decisão não cabe recurso. A decisão de um Arbitro somente poderá ser
impugnada em raríssimos casos em que fique comprovado que o Arbitro tenha cometido alguma falta na
condução do processo arbitral, mas nunca em relação ao mérito da sua decisão. No Brasil, a Lei 9.307 permite, a
possibilidade de Ação de Nulidade, junto ao Judiciário, porém não permite o recurso, o que significa que o juiz
não julgará o mérito, ele poderá inclusive mandar arbitrar novamente e até nomear o Arbitro.
1
c) Quando as partes não estipulam PRAZO, (o artigo 23º) convenciona o prazo de 6 (seis) meses para ser
proferida a Sentença Arbitral.
d) PRORROGAR o prazo estipulado inicialmente da Sentença Arbitral de comum acordo entre as partes em
litígio e o Juiz Arbitral.
e) CONCILIAÇÃO (artigo 21º parágrafo 4º): O Juiz Arbitral antes do início do procedimento, tentará a
CONCILIAÇÃO das partes em conflito, aplicando-se no que couber, o artigo 28º desta Lei.
redigir uma CONVENÇÃO Arbitral Simples, se convir, inclusive dispensar a Eleição dos Árbitros, a escolha
do local de JUÍZO ARBITRAL, LEI SUBSTANTIVA APLICÁVEL, Idioma, poder JULGAR por
eqüidade, o Direito, estipular o Rito Processual.
7.3.2. ECONOMIA:
a) As partes em litígio negociam acertando os honorários de Juizes Arbitrais, Advogados e outras CUSTAS
decorrentes do Juízo Arbitral.
b) A maior economia representa o tempo fixado pelas partes para ser proferida a Sentença Arbitral ou pelo
(artigo 23º), esse prazo será no máximo de 6 (seis) meses. O maior ÔNUS imposto as partes em litígio
Judicial Comum (ESTATAL) tem sido exatamente o tempo de Duração dos Processos.
RUI BARBOSA anotou que “A Justiça atrasada não é Justiça, senão injustiça, qualificada e manifesta porque
a dilação ilegal nas mãos de julgador contraria o direito escrito das Partes, e assim, as lesa no Patrimônio,
Honra e Liberdade”.
7.3.3. SIGILO:
b) A característica principal de um Juízo Arbitral e o SIGILO sendo uma regra universal para os LITÍGIOS DE
NATUREZA COMERCIAL de grande monta.
d) Num JUÍZO ARBITRAL o processo é sigiloso, preservando as informações reservadas de maneira exclusiva,
as partes em litígio com Laudos Periciais, Laudos Técnicos, etc.
a) COMPETÊNCIA: porque, nenhum JUIZ (Árbitro) será se não for dentro de sua absoluta especialidade e
experiência de trabalho, ao Contador conhecimentos de Contabilidade, ao Médico de Medicina, ao
Engenheiro Civil de Construções, ao Economista de Finanças, e outros profissionais com conhecimentos e
experiências em Importação, Exportação, e assim por diante.
b) Os CONFLITOS patrimoniais disponíveis quando submetidas a JUSTIÇA COMUM são decididas ao final
de penosas e prolongadas práticas de prova pericial técnica, adotando-se o chamado laudo desempatador do
"Perito do Juiz" muitas vezes de competência discutível porque simplesmente o perito em menção e de
inteira confiança do Juiz Togado, em vista que exigir do magistrado que, para decidir os processos de sua
alçada, tivesse que ter conhecimentos relativos a Contabilidade, Medicina, Construções, Economia,
Importação, Exportação, etc., isso seria desumano.
c) As partes em conflito poderão escolher, cada um, Juizes (árbitros) com conhecimentos exclusivos ou
específicos da matéria em conflito.
7.3.5. DEMOCRACIA:
a) As partes em litígio convencionam com liberdade se o Juízo Arbitral será de Direito ou eqüidade nos usos e
costumes e nas leis internacionais de comércio.
41
b) Ou ainda conforme Regulamentos de uma entidade Institucional ou órgão arbitral e sendo processado o
litígio de acordo com tais Regras.
c) Quando as Partes estabelecem na cláusula compromissória, ou em outro contrato a forma especifica para o
início de Juiz Arbitral (ARBITRAGEM).
a) Porque as coisas do comércio devem ser tratadas sem a liturgia, paramentação ou ainda Protocolos próprios
nos Processos do Judiciário Comum, excelências e majestades a parte, o que se busca numa relação
comercial é o resultado. Trata-se de Processos absolutamente desburocratizados, sem autuações, vistas,
carimbos, prazos e recursos desnecessários.
7.3.7. TOLERÂNCIA:
a) As partes em conflito podem e devem adotar os meios pacíficos e civilizados, com isso obtém-se
imparcialidade e capacidade técnica no conflito em questão.
b) PRESERVA as relações entre as partes em Conflito mesmo se tratando de direito disponível e de Juízo
insujeito as regras do processo tradicional, são grandes as possibilidades das partes serem um tanto mais
tolerantes, inclusive optando por uma CONCILIAÇÃO no curso do processo, é muito grande.
7.3.8. CONFIANÇA:
c) Maior compromisso e por conseqüência cria maior confiança entre as partes em conflito.
d) Aponta para frente em lugar de se deter no passado, apresenta-se como porta de entrada do Brasil para a
Política Mundial da "GLOBALIZAÇÃO" da economia, ou seja, a “internacionalização” dos muitos
interesses comerciais num mundo sem fronteiras.
e) O Juízo Arbitral (ARBITRAGEM) é também sob certos aspectos, uma claríssima resposta para neologismos,
como, por exemplo, o chamado "direito alternativo" tão órfão de conceitos como a conhecida incerteza de
sua receptividade pelo sistema Jurídico Tradicional Brasileiro. Ainda nesta linha de observação, a opção
pelo Juízo Arbitral (ARBITRAGEM) certamente será a melhor alternativa que as partes em conflito vão
procurar para fugir da eventual adoção de um ameaçador "efeito vinculante", eufemismo adotado pelo Poder
Judiciário estatal para desafogar o sistema arcaico sobre os casos novos da mortalha sempre fria da
Jurisprudência Velha.
f) Para efeitos de legislação Penal os Juizes (árbitros) ficam equiparados aos funcionários públicos logicamente
no exercício de suas FUNÇÕES ou em conseqüência delas.
g) DISPENSA: A homologação do Laudo (ou decisão) Arbitral na Justiça Comum (artigo 18º) o controle do
laudo se dá por ação de nulidade ou embargos do devedor (art. 33º e seu parágrafo 3º).
h) A SENTENÇA: Proferida pelo Juiz Arbitral de fato e de direito não fica sujeita a recurso a Justiça Comum
(artigo 18º) uma vez condenatária constitui título executivo judicial igualando-se à sentença de Justiça
Comum (Artigo 31º).
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Ao elaborar os mais diversos contratos incluir sempre uma cláusula compromissória que torne compulsória a
utilização Arbitral e Solução de futuros conflitos, acatando desde já os regulamentos de um ÓRGAO
ARBITRAL INSTITUCIONAL ou uma Entidade especializada previamente escolhida.
Qualquer conflito decorrente do presente contrato inclusive no que tange a sua execução ou interpretação serão
resolvidos definitivamente conforme os regulamentos de ARBITRAGEM de uma Entidade ou Instituição
legalmente constituída.
Qualquer conflito decorrente do presente contrato inclusive no que tange a sua execução ou interpretação serão
resolvidos definitivamente conforme os regulamentos de ARBITRAGEM de uma Entidade ou Instituição
legalmente constituída. A parte que não ACATAR a instituição do Juízo Arbitral, havendo concordado e
assinado a cláusula compromissória, inclusive levando a outra parte a tomar providência legal determinada no
Artigo 7º da Lei nº 9.307, de 23/09/96, arcando com uma multa de 10% dos, valores acertados ou contratados,
sem prejuízo de assistir a parte prejudicada, o direito de exigir o cumprimento exclusivo dessa obrigação nos
termos dos artigos 273 e 461 do Código de Processo Civil, inclusive mediante nomeação de terceiro como
representante do ausente, às expensas deste, e/ou da instauração de Juízo Arbitral à sua revelia.
O mecanismo da arbitragem, cujo benefício econômico é indiscutível, tem sido considerado como a maneira
mais eficiente para a solução de disputas, evitando os entraves típicos dos processos judiciais, que normalmente
implicam na necessidade de vários anos de tramitação de uma ação judicial para que se tenha a decisão
definitiva, passível de execução.
A lei nº 9.307/96 de 23 de setembro de 1996, veio modificar substancialmente o Código de Processo Civil,
colocando à disposição da sociedade um meio ágil de solucionar controvérsias, através de árbitros escolhidos
pelas partes, de forma independente, conferindo ao processo brevidade, sigilo, além de evitar a apreciação do
tema pelo Judiciário, algo muitas vezes desnecessário, para a resolução de conflitos ou disputas oriundas de
negócios contratados por particulares.
A lei de Arbitragem será utilizada em conflitos que tenham por objeto Direito Patrimonial e concede às partes a
faculdade de escolher as regras do Direito a serem aplicadas no processo arbitral, tais como princípios gerais do
Direito, usos e costumes e regras internacionais de comércio, respeitados os bons costumes e a ordem pública .
Com o advento da Lei não há mais distinção, em termos contratuais, entre "cláusula arbitral ou compromissória"
e "compromisso arbitral", já que ambos podem ensejar a instauração do juízo arbitral. Ao contrário do que
ocorria anteriormente, quando só se reconhecia a eficácia do compromisso arbitral, hoje, ao contratar, as partes
podem estipular convenção de arbitragem tanto numa "cláusula arbitral", tendo em vista serem, cada qual,
isoladamente, dispositivos suficientes para constituir a arbitragem, já que ambos são autônomos em relação ao
contrato no qual estão inseridos, permitindo, assim, a execução específica.
Pela nova Lei, a sentença arbitral, que deverá ser proferida em 6 meses (se outro prazo não for estipulado pelos
contratantes), produz efeitos idênticos ao de uma sentença judicial transitada em julgado e a condenação de uma
delas pode ensejar, de imediato, um processo de execução perante o Judiciário. O mesmo conceito aplica-se às
arbitragens internacionais, as quais estão sujeitas , pela nova Lei, ao reconhecimento e execução no Brasil, uma
vez homologadas pelo Supremo Tribunal Federal, sendo desnecessária a homologação pelo juiz do país onde a
sentença arbitral foi proferida, como ocorria anteriormente.
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Outro aspecto de relevância diz respeito à pessoa do árbitro, cuja nomeação cumpre às partes, que poderão optar
por um ou mais, desde que em número ímpar . Deverá ser pessoa de reconhecida capacidade técnica e,
evidentemente, gozar da confiança das partes.
A sentença arbitral é passível de argüição de nulidade perante o Poder Judiciário nos casos de comprovada
irregularidade do procedimento, como, por exemplo, nos casos em que os árbitros estiverem impedidos de atuar
em decorrência de conflito de interesses ou em casos de prevaricação, concussão ou corrupção passiva, e ainda,
se verificado o desrespeito aos princípios do contraditório e da igualdade das partes.
7.6. MEDIAÇÃO
7.6.1. INTRODUÇÃO
Mediação é um método extra-judicial de resolução de conflitos onde um terceiro, neutro e imparcial, mobiliza as
partes litigantes para acordo. O mediador ajuda as partes a identificar, discutir e resolver as questões do conflito,
transformando o paradigma adversarial em cooperativo.
Por meio de técnicas específicas, dividindo características com a psicologia e negociações legais, o mediador
ajuda as partes a reestabelecerem o processo de comunicação e a avaliarem objetivos e opções, conduzindo a um
termo de entendimento para mútua satisfação. Desta forma, não é um procedimento impositivo, não tendo o
mediador, ao contrário de outros métodos (arbitragem ou tribunais, por exemplo), nenhum poder de decisão
sobre as partes. Estas decidirão todos os aspectos em questão, facilitadas pelo mediador, mantendo assim
autonomia e controle das decisões pertinentes ao seu caso. O acordo resultante, de mútuo consentimento, poderá
ser formalizado em termos de contrato legal. Ainda, o acordo engloba pautas relacionais no presente e no futuro,
bem como compõe e dispõe de aspectos particulares de cada caso em várias dimensões.
Mediação inicia-se a qualquer momento. Pode ser aplicado preventivamente, durante o conflito ou em casos de
procedimentos judiciais já instalados, como também para readequar posições resultantes de acordos previamente
estabelecidos que não estejam sendo satisfatórios para uma ou ambas as partes.
7.6.3. APLICAÇÃO
É aplicável em vários campos de conflito, tais como: familiar, divórcio, comercial, empresas familiares,
sucessões, empresarial, trabalhista, educacional, comunitário, hospitalar, meio ambiente, Mercosul, etc. Ainda,
pode ser realizada em contextos específicos como prisões, casas para menores, sistema judiciário, drogadição,
violência, algumas situações criminais, etc. As pesquisas mundiais de resultados da utilização da mediação
apontam para um número cada vez maior de campos e atuações.
7.6.4. VANTAGENS
É rápido, ágil, econômico, flexível e particularizado a cada caso, possibilitando às partes manterem autonomia e
controle do procedimento; viabiliza acordos onde todos "ganham" e o sentimento de justiça; possibilita dispor
de pendências do passado e promover reposicionamento para construção de futuro mais harmônico, evitando
desgastes, novas ações judiciais e aumento do conflito.
O método da mediação requer treinamento específico para qualificar profissionais para o exercício desta prática,
uma vez que a mediação pode ser exercida por profissional oriundo de qualquer profissão. É totalmente
desaconselhável sua realização por profissionais sem o devido treinamento.
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Advogados-
Quem controla Partes Árbitros/ advogados
tribunal
Dois anos ou
Tempo Poucas semanas Poucos meses
mais
Custos Nominais ou baixos Moderado Substancial
(disputas comerciais podem custar
mais)
Responda corretamente a questão e mencione também o dispositivo da Lei 9.307 de 23.09.96 que dispõe
sobre arbitragem (artigo, parágrafo e item).
8) A ausência de uma parte, impedirá que o árbitro ou juízo arbitral profira a sentença?
12) Qual o prazo que a parte interessada tem para pedir esclarecimentos sobre a sentença arbitral?
13) A sentença arbitral tem o mesmo efeito de uma sentença proferida pelo Judiciário?
14) Qual o prazo para demandar contra uma sentença judicial para vê-la anulada?
18) O que se faz necessário para que uma cláusula compromissória tenha eficácia em um contrato de adesão?
21) Qual o artigo da Lei 9.307/96 que estabelece o que deve constar do compromisso arbitral?
25) A revelia de uma parte impedirá que seja proferida a sentença arbitral?
46
ANEXO 1
CONSIDERANDO que o Grupo de Estudo de Perícia Contábil recebeu inúmeras colaborações coletadas dos
Contabilistas que participaram das Audiências Públicas realizadas em diversos Estados e Capital do País;
CONSIDERANDO que o Grupo de Estudo de Perícia Contábil obteve do Grupo de Trabalho das Normas
Brasileiras de Contabilidade a aprovação de sua proposta de reformulação da NBC P 2 – Normas Profissionais
de Perito Contábil;
RESOLVE:
Art. 1º - Reformular o teor da NBC P 2 – Normas Profissionais de Perito Contábil, conforme anexo a esta
Resolução.
2.1. CONCEITO
2.1.1 Perito é o Contador regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a
atividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e
experiência, da matéria periciada.
2.2.1 O Contador, na função de perito-contador ou perito-contador assistente, deve manter adequado nível de
competência profissional, pelo conhecimento atualizado de Contabilidade, das Normas Brasileiras de
Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente as aplicáveis à perícia, da legislação relativa à
profissão contábil e das normas jurídicas, atualizando-se permanentemente, mediante programas de
capacitação, treinamento, educação continuada e especialização, realizando seus trabalhos com a
observância da eqüidade.
47
2.2.1.1 O espírito de solidariedade do perito-contador e do perito-contador assistente não induz nem justifica a
participação ou a conivência com erros ou atos infringentes das normas profissionais e éticas que regem
o exercício da profissão.
2.2.3 A nomeação, a escolha ou a contratação para o exercício do encargo de perito-contador deve ser
considerada como distinção e reconhecimento da capacidade e honorabilidade do Contador, devendo
este escusar-se dos serviços, por motivo legítimo ou foro íntimo, ou sempre que reconhecer não estar
capacitado a desenvolvê-los, contemplada a utilização do serviço de especialistas de outras áreas,
quando parte do objeto da perícia assim o requerer.
2.2.4 A indicação ou a contratação para o exercício da atribuição de perito-contador assistente deve ser
considerada como distinção e reconhecimento da capacidade e honorabilidade do Contador, devendo
este recusar os serviços sempre que reconhecer não estar capacitado a desenvolvê-los, contemplada a
utilização de serviços de especialistas de outras áreas, quando parte do objeto do seu trabalho assim o
requerer.
2.3. INDEPENDÊNCIA
2.3.1 O perito-contador e o perito-contador assistente devem evitar e denunciar qualquer interferência que
possam constrangê-los em seu trabalho, não admitindo, em nenhuma hipótese, subordinar sua
apreciação a qualquer fato, pessoa, situação ou efeito que possam comprometer sua independência.
2.4 IMPEDIMENTO
2.4.1 O perito-contador está impedido de executar perícia contábil, devendo assim declarar-se, ao ser
nomeado, escolhido ou contratado para o encargo, quando:
c) o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou em linha colateral
até o segundo grau, estiver postulando no processo;
d) tiver interesse, direto ou indireto, imediato ou mediato, por si ou qualquer de seus parentes,
consangüíneos ou afins, em linha reta ou em linha colateral até o segundo grau, no resultado do
trabalho pericial;
2.4.2 Quando nomeado em Juízo, o perito-contador deve dirigir-lhe petição, no prazo legal, justificando a
escusa.
2.4.3 Quando indicado pela parte, não aceitando o encargo, o perito-contador assistente deve comunicar ao
Juízo, a recusa, devidamente justificada.
2.4.4.1 Constatarem que os recursos humanos e materiais de sua estrutura profissional não permitem assumir o
encargo, sem prejuízo do cumprimento dos prazos dos trabalhos nomeados, indicados, escolhidos ou
contratados; e
48
g) no caso do perito-contador assistente, o resultado que, para o contratante, advirá com o serviço
prestado, se houver.
2.5.2.1 Elaborar orçamento fundamentado nos fatores constantes do item 2.5.1 desta Norma;
2.5.2.2 Requerer por escrito o depósito dos honorários, conforme o orçamento ou pedido de arbitramento;
2.5.2.3 Requerer a complementação dos honorários, se a importância previamente depositada for insuficiente
para garanti-los; e
2.5.2.4 Requerer, após a entrega do laudo, que o depósito seja liberado com os acréscimos legais.
2.5.3 O perito-contador requererá a liberação parcial dos honorários, depositados em Juízo, sempre que
houver a necessidade, devidamente justificada.
2.5.4 O perito-contador pode requerer o custeio das despesas referentes ao deslocamento para a realização
do trabalho fora da comarca em que foi nomeado.
2.5.5 Quando se tratar de indicação pelas partes, escolha arbrital ou contratação extrajudicial, devem o
perito-contador e o perito-contador assistente formular carta-proposta ou contrato, antes do início da
execução do trabalho, considerados os fatores constantes no item 2.5.1 desta Norma e o prazo para a
realização dos serviços.
49
2.6 SIGILO
2.6.1.1 O dever de sigilo subsiste mesmo na hipótese de o profissional se desligar do trabalho antes de
concluído.
2.8.2 O perito-contador pode requerer ao juiz a indicação de especialistas de outras áreas que se fizerem
necessários para a execução de trabalhos específicos.
CONSIDERANDO que o Grupo de Estudo de Perícia Contábil recebeu inúmeras colaborações coletadas dos
Contabilistas que participaram das Audiências Públicas realizadas em diversos Estados e Capital do País;
CONSIDERANDO que o Grupo de Estudo de Perícia Contábil obteve do Grupo de Trabalho das Normas
Brasileiras de Contabilidade a aprovação de sua proposta de reformulação da NBC T 13 – Da Perícia
Contábil;
RESOLVE:
Art. 1º - Reformular o teor da NBC T 13 – Da Perícia Contábil, conforme anexo a esta Resolução.
Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.
13.1.1 A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinado a levar à
instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, mediante
laudo pericial contábil, e ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e
profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
13.1.1.1 O laudo pericial contábil e ou parecer pericial contábil têm por limite os próprios objetivos da perícia
deferida ou contratada.
13.1.2 A perícia contábil, tanto a judicial, como a extrajudicial e a arbitral, é de competência exclusiva de
Contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade.
13.1.3 Nos casos em que a legislação admite a perícia interprofissional, aplica-se o item anterior
exclusivamente às questões contábeis, segundo as definições contidas na Resolução CFC n.º 560/83.
13.1.4 A presente Norma aplica-se ao perito-contador nomeado em Juízo, ao contratado pelas partes para a
perícia extrajudicial ou ao escolhido na arbritagem; e, ainda, ao perito-contador assistente indicado ou
contratado pelas partes.
13.2 PLANEJAMENTO
13.2.1.1 O planejamento pressupõe adequado nível de conhecimento específico do objeto da perícia contábil
deferida ou contratada.
13.2.1.2 A perícia deve ser planejada cuidadosamente, com vista ao cumprimento do prazo, inclusive o da
legislação relativa ao laudo ou parecer.
13.2.1.2.1 Na impossibilidade do cumprimento do prazo, deve o Contador, antes de vencido aquele, requerer
prazo suplementar, sempre por escrito.
13.2.1.3 O planejamento deve considerar, ainda, os seguintes fatores relevantes na execução dos trabalhos:
a) o conhecimento detalhado dos fatos concernentes à demanda;
b) as diligências a serem realizadas;
c) os livros e documentos a serem compulsados;
d) a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de perícia a serem aplicados;
e) a equipe técnica necessária para a execução do trabalho;
f) os serviços especializados, necessários para a execução do trabalho;
g) os quesitos, quando formulados; e
h) o tempo necessário para elaboração do trabalho.
51
13.2.1.4 O planejamento deve ser revisado e atualizado sempre que novos fatos o exigirem ou recomendarem.
13.2.1.5 Quando do planejamento dos trabalhos deve ser realizada a estimativa dos honorários de forma
fundamentada, considerando os custos e a justa remuneração do contador.
13.2.2.1 Nos casos em que não houver publicação oficial da concessão do prazo suplementar, deve o perito-
contador comunicá-la aos peritos-contadores assistentes.
13.2.3.1 O contrato de honorários deve ser elaborado com base no planejamento realizado.
13. 3 EXECUÇÃO
13.3.1 O perito-contador assistente pode, tão logo tenha conhecimento da perícia, manter contato com o perito-
contador, pondo-se à disposição para o planejamento e a execução conjunta da perícia. Uma vez aceita
a participação, o perito-contador deve permitir o seu acesso aos trabalhos.
13.3.3 Para a execução da perícia contábil, o perito-contador e o perito-contador assistente devem ater-se ao
objeto do trabalho a ser realizado.
13.3.6 O perito-contador e o perito-contador assistente utilizar-se-ão dos meios que lhes são facultados pela
legislação e das normas concernentes ao exercício de sua função, com vista a instruírem o laudo pericial
contábil ou parecer pericial contábil com as peças que julgarem necessárias.
13.3.7 O perito-contador e o perito-contador assistente manterão registros dos locais e datas das diligências,
nomes das pessoas que os atenderem, livros e documentos examinados ou arrecadados, dados e
particularidades de interesse da perícia, rubricando a documentação examinada, quando julgarem
necessário.
13.3.8 A execução da perícia quando incluir a utilização de equipe técnica, deve ser realizada sob a orientação
e supervisão do perito-contador e ou do perito-contador assistente que assumiram a responsabilidade
pelos trabalhos, devendo assegurar-se que as pessoas contratadas estejam profissionalmente capacitadas
à execução.
13.3.10 O perito-contador assistente que assessorar o contratante na elaboração das estratégias a serem
adotadas na proposição de solução por acordo ou demanda cumprirá, no que couber, os requisitos
desta Norma.
13.4 PROCEDIMENTOS
13.4.1 Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo
pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e
52
13.4.1.2 A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma
circunstancial.
13.4.1.3 A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto da perícia.
13.4.1.4 A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil o
que está oculto por quaisquer circunstâncias.
13.4.1.7 A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.
13.4.1.8 A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo perito-contador,
conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a este profissional.
13.4.2.2 O perito-contador assistente não pode firmar em laudo ou emitir parecer sobre este, quando o
documento tiver sido elaborado por leigo ou profissional de outra área, devendo, nesse caso,
apresentar um parecer contábil da perícia.
13.5.1 O laudo pericial contábil é a peça escrita na qual o perito-contador expressa, de forma circunstanciada,
clara e objetiva, as sínteses do objeto da perícia, os estudos e as observações que realizou, as diligências
realizadas, os critérios adotados e os resultados fundamentados, e as suas conclusões.
13.5.1.1 Havendo quesitos, estes são transcritos e respondidos, primeiro os oficiais e na seqüência os das
partes, na ordem em que forem juntados aos autos.
13.5.1.2 As respostas aos quesitos serão circunstanciadas, não sendo aceitas aquelas como “sim” ou “não”,
ressalvando-se os que contemplam especificamente este tipo de resposta.
13.5.1.3 Não havendo quesitos, a perícia será orientada pelo objeto da matéria, se assim decidir quem a
determinou.
13.5.1.4 Sendo necessária a juntada de documentos, quadros demonstrativos e outros anexos, estes devem ser
identificados e numerados, bem como mencionada a sua existência no corpo do laudo pericial contábil.
13.5.2 A preparação e a redação do laudo pericial contábil são de exclusiva responsabilidade do perito-
contador.
53
13.5.3 O laudo pericial contábil será datado, rubricado e assinado pelo perito-contador, que nele fará constar a
sua categoria profissional de Contador e o seu número de registro em Conselho Regional de
Contabilidade.
13.5.4 O laudo pericial contábil deve sempre ser encaminhado por petição protocolada, quando judicial ou
arbitral. Quando extrajudicial, por qualquer meio que comprove sua entrega.
13.6.1 O parecer pericial contábil é a peça escrita na qual o perito-contador assistente expressa, de forma
circunstanciada, clara e objetiva, os estudos, as observações e as diligências que realizou e as
conclusões fundamentadas dos trabalhos.
13.6.1.1 O parecer pericial contábil, na esfera judicial, serve para subsidiar o Juízo e as partes, bem como para
analisar de forma técnica e científica o laudo pericial contábil.
13.6.1.2 O parecer pericial contábil, na esfera extrajudicial, serve para subsidiar as partes nas suas tomadas de
decisão.
13.6.1.3 O parecer pericial contábil na esfera arbitral, serve para subsidiar o árbitro e as partes nas suas
tomadas de decisão.
13.6.2 A preparação e a redação do parecer pericial contábil são de exclusiva responsabilidade do perito-
contador assistente.
13.6.3 Havendo concordância com o laudo pericial contábil, ela deve ser expressa no parecer pericial contábil.
13.6.4 Havendo divergências do laudo pericial contábil, o perito-contador assistente transcreverá o quesito
objeto de discordância, a resposta do laudo, seus comentários e, finalmente sua resposta devidamente
fundamentada.
13.6.5 Havendo quesitos não respondidos pelo perito-contador, o perito-contador assistente a eles responderá
de forma circunstanciada, não sendo aceitas respostas como “sim” ou “não”, ressalvando-se os que
contemplam especificamente este tipo de resposta.
13.6.6 Não havendo quesitos, o parecer será orientado pelo conteúdo do laudo pericial contábil.
13.6.7 Sendo necessária a juntada de documentos, quadros demonstrativos e outros anexos, estes devem ser
identificados e numerados, bem como mencionada sua existência no corpo do parecer pericial contábil.
13.6.8 O parecer pericial contábil será datado, rubricado e assinado pelo perito-contador assistente, que nele
fará constar a sua categoria profissional de Contador e o seu número de registro em Conselho Regional
de Contabilidade.
13.6.9 O parecer pericial contábil deve sempre ser encaminhado por petição protocolada, quando judicial e
arbitral, e por qualquer meio que comprove sua entrega, quando extrajudicial.
54
ANEXO 2
MODELOS DE PETIÇÕES
LAUDOS
55
PROPOSTAS DE HONORÁRIOS
56
NÚMERO DO PROCESSO :
AUTOR (ES, A, AS) :
RÉU (RÉUS, RÉ, RÉS) :
Florianópolis,
Perito do Juízo
57
PROCESSO:
ÓRGÃO:
REQUERENTE:
REQUERIDO:
1. HONORÁRIOS
2. MATERIAL
3. OUTROS CUSTOS
RESUMO
Honorários 9.272,00
Material aplicado 92,00
Outros custos -
TOTAL 9.364,00
58
Requerente: (autor)
Requerido: (réu)
1. procedeu-se à leitura dos autos do processo e ao exame da documentação juntada, no sentido de buscar
elementos que permitissem identificar o que demandam as partes;
2. os trabalhos periciais, como emana do que consta dos autos, abrangerão o período de ______,
envolvendo aspectos técnicos e contábeis;
3. portanto, para cumprir o mandato de perito judicial, consubstanciado em laudo pericial contábil a ser
oferecido, será necessário realizar diligências à sede _______, onde serão compulsados os livros
mercantís e respectivo suporte documental e demais procedimentos periciais inerentes ao
desenvolvimento do trabalho pericial contábil;
4. as horas profissionais estimadas nas várias fases do trabalho pericial, como demonstrado em anexo, que
redundou na presente proposta de honorários provisórios, foram valorizadas levando em consideração
os padrões estabelecidos pelo Conselho Regional de Contabilidade deste Estado.
Termos em que
P. Juntada e Deferimento
OFÍCIO DE ENCAMINHAMENTO
DO LAUDO PERICIAL
PROCESSO NO _______________
RECLAMANTE: ______________
RECLAMADO: _______________
Termos em que,
Pede Deferimento.
Perito __________________
CRC-(estado) ________
61
Natureza do Processo:
Número do Processo:
Requerente:
Requerido:
Blumenau,
Perito do Juízo
62
A) OBJETO
O presente laudo tem como objetivo apresentar o resultado da perícia realizado nos livros e documentos
Contábeis dos Litigantes.
C) CONCLUSÕES DO PERITO
As contabilidades dos Litigantes não se prestaram ao exame pericial, tendo a perícia que
ater-se aos dados dos autos e outros, avulsamente conseguidos, com as partes, obrigando o Perito a processar, em
computador, todo o fornecimento de combustíveis feito pelo Embargado ao Embargante.
1. Todo o fornecimento de combustíveis feito pelo Auto Posto Ltda. à Empresa Agência
de Viagens e Turismo Ltda., conforme está demonstrado no anexo 1, ascendeu a 97.570,31 (noventa e sete mil,
quinhentos e setenta vírgula trinta e um) litros de óleo diesel, o que corresponde, nesta data, a R$ 32.198,20
(trinta e dois mil, cento e noventa e oito reais e vinte centavos), adotando-se o valor do litro de diesel praticado
pelo Embargado de R$ 0,33 (trinta e três centavos).
4. Nenhum controle contábil da venda de combustíveis a prazo foi feito pelo Auto Posto
Ltda., limitando-se a juntar as Notas Fiscais, somá-las e subtrair os valores pagos pela Embargante, sem indicar
de que forma foram feitos, se em cheque ou em dinheiro. A contabilidade registrava o fornecimento de
combustíveis como sendo à vista;
5. Também pela Embargante nenhum controle contábil foi feito. Nem sequer a dívida
com o Posto foi contabilizada, sendo usual repassar cheques de terceiros ao Embargado para amortização parcial
da dívida, sem exigência de qualquer recibo correspondente, recebendo apenas as Notas Fiscais brancas, sem que
estas, no entanto, indicassem a sua quitação;
c) Para levantar os pagamentos feitos, na falta de documentos formais, teve a perícia que
socorrer-se das anotações, de próprio punho do Embargado, através da fita da máquina de calcular do
Embargado, e pesquisar cópias dos cheques fornecidos pelo Embargante, tudo demonstrado no anexo II.
Se aceita a tese de que a Nota Promissória constante dos autos contém o valor da dívida
pelo fornecimento de combustíveis acrescido dos encargos motivados pelos empréstimos bancários tomados pelo
Embargante, nos deparamos com o seguinte quadro:
1. A dívida atualizada pelo equivalente diesel, que, como já dissemos, embute a correção
monetária acrescida da margem de lucro, na data do Laudo, é de R$ 9.315,79 (nove mil, trezentos e quinze reais
e setenta e nove centavos);
2. O valor da Nota Promissória acostada às fls. 6 dos autos nº639/93, convertida para
reais, corresponde a R$ 88.383,83 (oitenta e oito mil, trezentos e oitenta e três reais e oitenta e três centavos);
65
a) O valor da Nota Promissória acostada às fls. 6 dos autos nº 639/93, convertida para
reais, corresponde a R$ 88.383,83 (oitenta e oito mil, trezentos e oitenta e três reais e oitenta e três centavos);
c) Pelos documentos e anotações constantes dos volumes I, II. e III. do processo nº692/93
mais as cópias dos cheques apresentadas pelo Embargante, conclui-se que durante o período de janeiro de 1992
até a presente data, foram feitas amortizações no montante de R$23.643,16 (vinte e três mil, seiscentos e
quarenta e três reais e dezesseis centavos).
Blumenau,
Perito do Juízo
66
PROCESSO Nº:
REQUERENTE:
REQUERIDO:
1. OBJETO - Determinação dos prejuízos ocasionados à Construtora Norancal Ltda, decorrentes da rescisão do
contrato de empreitada, celebrado entre o Departamento de Estradas e Rodagens de Santa Catarina - DER/SC e a
empresa Autora, em 15/05/86, que tinha o objetivo de executar serviços de terraplanagem, pavimentação
asfáltica, drenagem, obras de arte correntes e serviços complementares na Rodovia SC 469, trecho Modelo BR-
282, numa extensão de 9.134m, cuja execução deveria obedecer ao projeto final de engenharia fornecido pela Ré
na fase de licitação da referida obra.
2. QUESITOS FORMULADOS PELAS PARTES - Em atenção ao despacho de fls. 161, apenas a autora fez
a indicação de assistente técnico, deixando, entretanto, de formular quesitos.
5. CRONOLOGIA DOS FATOS - Em razão da não formulação dos quesitos pelas partes litigantes
procedemos um apanhado cronológico dos acontecimentos que envolveram a questão:
O contrato de empreitada, denominado DJ-022/86, foi celebrado em 15.05.86, pelo valor original global de Cz$
14.704.799,46, com cláusula de reajuste nos termos do Decreto Lei nº 2.284. Vide documento de fls. 07 a 1 2
dos autos.
A autorização para iniciar a execução dos serviços foi dada pelo DER/SC em 06.06.86, conforme doc. de fls.13
dos autos.
68
A primeira medição dos serviços executados, foi feita em 01.07.86, no valor histórico de Cz$ 107.860,71, ainda
sem o cálculo do reajuste contratual. Tais dados constam do doc. de fls. 23 dos autos.
A ordem de paralisação temporária foi emitida pelo DER/SC em 03.04.87, conforme doc. de fls. 14 dos autos.
Em 04.02.88, o DER/SC comunicou à empresa que desejava rescindir, amigavelmente, o contrato, solicitando o
posicionamento da mesma a respeito do assunto. Vide doc. de fls. 17 dos autos.
Em 22.04.88, foi celebrado o Termo de Resilição de Contrato. Vide doc. de fls. 51 dos autos.
Ainda em 22.04.88, o DER/SC fez a Medição Final Resilitória, que atingiu um valor original de Cz$ 234.463,92,
que é um dos itens da presente indenização. Vide doc. fls.23 dos autos.
Em 14.03.91, a empresa Autora ingressou com a presente Ação Ordinária Indenizatória contra o DER/SC.
Em 09.07.93, a Ré foi condenada em 1a instância ao pagamento da indenização reclamada, valor a ser aferido
em liquidação de sentença por arbitramento, com juros legais a partir da citação (02.04.91) e correção monetária
a partir do ajuizamento da ação (14.03.91). Ver doc. fls. 101 a 108 dos autos.
Em decisão de 2a instância, datada de 24.05.94, acostada aos autos às fls. 150 a 153, ficou mantida a sentença de
1º grau, mas com a aplicação da correção monetária a partir da liquidação de sentença (fls. 149 a 153 dos autos).
6. CÁLCULO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO - Ficou assegurado à Autora, através de decisão judicial, "o
pagamento da indenização reclamada", abrangendo os seguintes itens:
De acordo com a proposta técnica da Autora, ao participar da concorrência para a execução do trecho rodoviário
já mencionado, cuja cópia estamos anexando ao laudo (doc. 02), nada consta com relação a custos de
mobilização de canteiros de obras e equipamentos.
Para o estabelecimento do valor da mobilização convém esclarecer que, em todas as licitações, o DER/SC tem
por norma divulgar os índices que compõem o BDI - Benefícios Diretos e Indiretos, indicando, dentro deste, um
percentual equivalente a 2,00% (dois por cento), destinado a mobilização de canteiros de obras, máquinas e
equipamentos (vide documento 02, anexo, fornecido pelo DER/SC).
Com a componente mobilização e desmobilização está inserido no valor total da proposta, e tendo sido já pago a
primeira medição, e também pelo motivo de que o valor da medição resilitória é um dos itens do presente
arbitramento a aplicação do referido percentual de 2,00% (dois por cento) só será calculado sobre a diferença, ou
seja, sobre o saldo remanescente do valor do contrato.
Aplicando o percentual de 2,00% (dois por cento) sobre o valor remanescente do contrato, teremos:
que é o valor arbitrado para a mobilização e desmobilização do canteiro de obras, máquinas e equipamentos, a
preços originais.
Para o arbitramento do valor atual do presente item, buscamos uma relação entre valores unitários de materiais e
serviços relacionados na medição resilitória, em comparação com os preços atuais que constam da tabela
fornecida pelo DER/SC, cuja cópia estamos anexando (doc. 04).
VALOR VALOR
ITEM SERVIÇO/MATERIAL ORIGINAL ATUAL ÍNDICE
51140 Escavação mecânica 2a Categoria Cz$ 30,00 R$ 4,17 7,19
67200 Corpo BSTC 80 c/laje e enrocamento Cz$ 633,25 R$ 100,06 6,82
72550 Boca para BSTE diam. 80 normal Cz$ 1.752,80 R$ 215,05 8,15
55100 Escavação vala 3a categoria Cz$ 274,81 R$ 33,73 8,12
59650 Dreno tipo I Cz$ 138,41 R$ 19,00 7,28
60100 Drenotipo IX Cz$ 31,41 R$ 3,65 8,60
53030 Decapagem de jazida Cz$ 14,95 R$ 2,08 7,18
61400 Saída p/ drenos profundos – tubo Cz$ 85,86 R$ 13,30 6,45
ÍNDICE MÉDIO 7,41
Apenas para aferição do resultado acima obtido, procuramos obter informações junto ao DER/SC, através do
Engenheiro Wilson Espernau, ocasião em que o mesmo esclareceu que o preço para construção de rodovias em
trechos sem acidentes topográficos acentuados é da ordem de R$ 220.000,00 por Km, valor esse também
utilizado pelo BIRD como limite máximo para a concessão de empréstimos para os órgãos públicos. Como o
trecho de rodovia objeto da presente ação é de 9,134Km, o índice médio de 7,41 pode ser considerado como
correto, já que o valor atualizado daquele trecho rodoviário, atinge R$ 1.984.453,00, compatível com os valores
de mercado correntes.
Voltando ao valor original da mobilização, já calculado a preços originais de Cz$ 287.725,00, temos que
atualizá-lo, aplicando o índice de 7,41 já referido. Assim, teremos:
Vmobil = R$ 38.829,00
(trinta e oito mil, oitocentos e vinte e nove reais), que é o valor atual arbitrado para a mobilização e
desmobilização dos canteiros de obra, máquinas e equipamentos.
Os equipamentos e máquinas ficaram parados e à disposição da obra, aguardando uma definição do DER/SC, no
período compreendido entre 03.04.87 a 22.04.88, quando foi quebrado o contrato.
O DER/SC deve indenizar, portanto, o valor de locação das máquinas e equipamentos colocados à disposição da
obra, por um período de 385 (trezentos e oitenta e cinco) dias, cuja relação de material consta da proposta
original da Autora, quando de sua participação na concorrência em questão.
As máquinas, equipamentos e veículos, suas marcas, tipos e quantidades, constam da proposta original da autora,
cuja cópia fornecida pelo DER/SC estamos anexando (doc. 02).
A relação das máquinas e equipamentos que teriam sido colocados à disposição da obra, de acordo com a
proposta da autora (doc. 02), quando da sua participação da referida licitação, é a seguinte:
Como não há comprovação nos autos de que todos esses equipamentos foram colocados à disposição da obra
durante a execução dos serviços nela realizados, a perícia excluiu da relação acima os seguintes itens:
A exclusão desses itens foi motivada em virtude de que o somatório dos valores da primeira parcela e última
parcela resilitória atinge a Cz$ 342.334,53, a preços originais, o que representa, aproximadamente, três meses e
meio do cronograma físico-financeiro (doc.02).
71
O cronograma físico de utilização das máquinas e equipamentos, prevê o início de alguns deles dentro dos
primeiros quatro meses, e outros fora de tal período. Os materiais que teriam que ser utilizados a partir do quarto
mês do cronograma físico-financeiro foram excluídos por não ter sido utilizados.
A relação dos equipamentos, máquinas e caminhões colocados à disposição da obra, suas quantidades, tempo de
disponibilidade e valores unitários locativos constam do quadro a seguir:
O valor de locação das máquinas e equipamentos colocados à disposição da obra durante o período em que a
mesma esteve paralisada por ordem do DER, foi de R$ 667.766,00 (seiscentos e sessenta e sete mil, setecentos e
sessenta e seis reais), arbitrado a preços atuais.
Vale esclarecer que o tempo de locação de 385 dias eqüivale a 2.200 horas, considerando-se um turno semanal
de trabalho de 40 horas.
A tabela atualizada de valores locativos de máquinas e equipamentos rodoviários, fornecida pelo DER/SC (doc.
03), apresenta preços diferenciados para horas produtivas e improdutivas. No caso presente, como as máquinas e
equipamentos ficaram à disposição da obra, porém paralisados naquele período de 385 dias, consideramos os
valores locativos unitários inseridos no quadro anterior, como horas improdutivas.
6.3. CÁLCULO DO VALOR DA MEDIÇÃO DE 22.04.88. - Trata-se da medição final resilitória, ocorrida em 22.04.88,
que não foi paga pelo DER/SC.
De acordo com os documentos de fls. 22 a 28 dos autos, a medição final atingiu um valor de Cz$ 234.463,92
(duzentos e trinta e quatro mil, quatrocentos e sessenta e três cruzados e noventa e dois centavos) a preços originais.
Para o arbitramento do valor atual da medição resilitória, aplicamos o índice já calculado de 7,41, obtido da
relação entre os valores originais e atuais.
Vresilitório = R$ 31.641,00
(trinta e um mil, seiscentos e quarenta e um reais), que é o valor arbitrado para o pagamento da medição resilitória.)
72
6.4. CÁLCULO DOS LUCROS QUE DEIXOU DE AFERIR - O valor total do contrato foi de Cz$
14.704.799,46, a preços da data da proposta, ou seja, de 04.12.85.
Para o cálculo dos lucros que a empresa deixou de auferir, é necessário, inicialmente, que seja deduzido do valor
contratado o montante relativo à primeira parcela que foi recebida pela Autora, no valor histórico de
Cz$107.870,61, e mais, o valor da 2a e última medição de 22.04.88, não recebida pela Autora, mas inserida no
item 5.3, no valor histórico de Cz$ 234.463,92.
Portanto, a parte do contrato que o DER/SC deixou de cumprir, sobre o qual a Autora deixou de auferir lucros,
foi a seguinte:
- Valor contratado........................................................... Cz$ 14.704.799,46
- Valor da 1a medição..................................................... Cz$ 107.870,61
- Valor da medição final.................................................. Cz$ 234.463,92
Valor Remanescente..................................................... Cz$ 14.362.466,00
Para a determinação dos lucros que a empresa deixou de auferir, que deverá ser calculado sobre o valor
remanescente do contrato, utilizamos um percentual de bonificação que é divulgado pelo próprio DER/SC, que
para o ano de 1986 foi de 38,32%, praticado pelas empresas empreiteiras do ramo de construção civil, na área de
construção de estradas, conforme consta dos documentos em anexo, fornecido pela ACEOP- Associação
Catarinense dos Empreiteiros de Obras Públicas (doc. 05).De acordo com publicações do DER/SC, cujo material
faz parte integrante de todas as licitações, o percentual de lucro da empresa é um dos componentes do BDI,
sendo fixado em 12,00% (doc.01).
Assim sendo, o valor a ser calculado a título de lucro que a empresa deixou de auferir, a preços originais de proposta, será:
Vlucro = Cz$1.538.835,64
Vlucro = R$ 207.670,13
(duzentos e sete mil, seiscentos e setenta reais e treze centavos), que é o valor arbitrado, a título de lucro que a
autora deixou de auferir.)
CONCLUSÃO FINAL - O valor final arbitrado, em observância a r. sentença e acórdão, atualizados até 1º de
maio de 1996, é de R$ 1.312.983,92 (um milhão, trezentos e doze mil, novecentos e oitenta e três reais e noventa
e dois centavos), conforme abaixo espelhado:
ESPECIFICAÇÃO VALOR
Mobilização e desmobilização 38.829,00
Paralisação de máquinas e equipamentos 667.766,00
Medição final resilitória 31.641,00
Lucros que deixou de auferir 207.670,13
SOMA 945.906,13
Juros legais de 0,5% am desde 02/04/91 de 30,93% 292.757,95
SOMA 1.238.664,08
Honorários advocatícios de 6% 74.319,84
VALOR TOTAL 1.312.983,92
Florianópolis,
73
Processo nº:
Controle:
Natureza da ação:
Inventariante:
Inventariado:
MANFREDO KRIECK, perito do juízo, já qualificado nos autos acima identificados, havendo
concluído os seus trabalhos, lavra o presente laudo, consubstanciado nos seguintes termos:
1. DILIGÊNCIA
A diligência foi efetuada nas sedes da empresa LEONARDO, estabelecida no Município de Rancho
Queimado, e da sociedade em nome coletivo & CIA, estabelecida na Rua Constâncio Krummel, 932 e 980, em
São José, com depósitos fechados à Rua Joaquim de Campos, s/n, em Santo Amaro da Imperatriz, na Rua Geral,
s/n em Rancho Queimado.
2. & CIA - Constituída sob o regime jurídico de sociedade mercantil em nome coletivo,
conforme contrato social arquivado na Junta Comercial do Estado.
A sociedade foi constituída com o objeto de atuar no comércio de bebidas e outros produtos de
interesse da sociedade.
75
A) DOCUMENTOS:
CAPITAL SOCIAL - oito mil cruzeiros (Cr$ 8.000,00), Alterado para Quinhentos mil cruzeiros
(Cr$ 500.000,00), em 26 de setembro de 1978. Em 01/09/88, foi alterado para Quinhentos mil cruzados (Cz$
500.000,00).
ABERTURA DE FILIAL - Em 09/09/88, foi aberta uma Filial com destaque de capital de Cem
mil cruzados (Cz$100.000,00), instalada na Rua Sebastião Lentz, 185, Praia Comprida, no município de São
José - SC.
Em 28/06/89, foi transferido o endereço da Filial para a Rodovia BR 101 Km 210, no Bairro Santo
Antônio, no Município de São José, onde funciona em prédio de propriedade de & CIA.
CAPITAL SOCIAL - Sessenta mil cruzeiros novos (NCr$ 60.000,00), subscrito da seguinte forma:
Trinta mil cruzeiros novos (Ncr$ 30.000,00) pelo sócio LEONARDO ; seis mil cruzeiros (Ncr$ 6.000,00) pelo
sócio ARNO; seis mil cruzeiros (Ncr$ 6.000,00) pelo sócio WALDIR JOÃO seis mil cruzeiros (Ncr$ 6.000,00)
pelo sócio ADELMAR ; seis mil cruzeiros (NCr$ 6.000,00) pelo sócio NÉLIO DA SILVA CAMPOS e seis mil
cruzeiros (NCr$ 6.000,00) pelo sócio NELSO RODOLFO WEISS.
FALECIMENTO - A Cláusula 13a do Contrato Social prevê: "No caso de falecimento de um dos
sócios, os seus herdeiros ou sucessores exercerão, em comum, os direitos do falecido, mas far-se-á uma apuração
de haveres do sócio pré-morto, a fim de ser levado a inventário, cabendo a sua sucessão a quem, por partilha, for
nomeado".
1a Alteração, firmada em dezembro de 1969, pela qual é alterado o capital social para NCr$
90.000,00 (noventa mil cruzeiros novos), assim distribuído: LEONARDO , Ncr$ 33.500,00 (trinta e três mil e
quinhentos cruzeiros novos); ARNO, ADELMAR, WALDIR JOÃO , NÉLIO DA SILVA CAMPOS E NELSO
WEISS Ncr$11.300,00 (onze mil e trezentos cruzeiros novos) cada.
2a Alteração, firmada em 14 de maio de 1970, pela qual é alterado o capital social para Ncr$
140.000,00 (cento e quarenta mil cruzeiros novos), assim distribuído: LEONARDO, Ncr$ 49.150,00 (quarenta e
nove mil, cento e cinqüenta cruzeiros novos); ARNO, ADELMAR, WALDIR JOÃO, NÉLIO DA SILVA
CAMPOS E NELSO WEISS NCr$ 18.170,00 (dezoito mil, cento e setenta cruzeiros novos) cada.
3a Alteração, firmada em 15 de dezembro de 1972, pela qual é aumentado o capital social para Cr$
274.000,00 (duzentos e setenta e quatro mil cruzeiros), com destaque de Cr$ 50.000,00 (cinqüenta mil cruzeiros)
para a filial de Imbituba criada nesta alteração. O capital social é assim distribuído LEONARDO , Cr$ 97.270,00
(noventa e sete mil, duzentos e setenta cruzeiros); ARNO , ADELMAR , WALDIR JOÃO , NÉLIO DA SILVA
CAMPOS E NELSO WEISS Cr$ 35.340,00 (trinta e cinco mil, trezentos e quarenta cruzeiros) cada.
4a Alteração, firmada em 26 de setembro de 1978, pela qual é alterada a Cláusula 12a que passou a
ter a seguinte redação: "A sociedade terá uma sede "Matriz" em são José, neste Estado à rua Benjamim Gerlach,
235, uma "Filial" em Imbituba, neste Estado, à rua Nereu Ramos, 894, e Depósitos Fechados nos Municípios de
Alfredo Wagner; à rua geral, s/n, e Rancho Queimado, à rua Geral, s/n, todos neste Estado”.
76
A participação acionária final, após as alterações contratuais, na data do falecimento de Leonardo, era a seguinte:
B. LIVROS
Diários, razão, Livro de Apuração de Lucro Real, Livro Fiscal de Saídas, Livro Fiscal de Entradas,
Livro de Registro de Inventário.
4. COMENTÁRIOS PERICIAIS
Como a contabilidade somente mantêm registros fiscais, sem qualquer controle mais apurado de interesse
gerencial, o Perito realizou um levantamento da situação física dos Ativos e Passivos das Empresas, permitindo,
desta forma apontar com total precisão os haveres do “de cujus”.
5. RESPOSTA A QUESITOS
6. APURAÇÃO DE HAVERES
Como a contabilidade não registrou todos os valores econômicos de que se compõem a substância ativa do
Patrimônio da indústria em análise, foi procedida a uma completa atualização da substância Patrimonial para
colocá-la a preço de mercado, conforme está espelhado nas Planilhas I a XXV e abaixo resumido:
1. Pelo Balanço levantado pela perícia, Planilhas I e X, há Patrimônio Líquido no valor de R$ 2.459.362,48 (dois
milhões quatrocentos e cinqüenta e nove mil trezentos e sessenta e dois reais e quarenta e oito centavos), na
firma & Cia. Ltda, do qual o sócio falecido participava de 35,50% porcento conforme consta do contrato social
original e posteriores alterações;
2. Pelo Balanço levantado pela perícia, Planilhas XV e XXV, há Patrimônio Líquido no valor de R$ 134.899,06
(cento e quatro mil oitocentos e noventa e nove reais e seis centavos), na Firma LEONARDO, da qual o
inventariado era único dono;
3. Desta forma, os haveres do “de cujus” na data de seu falecimento seriam da ordem de R$ 1.007.972,74 (um
milhão sete mil novecentos e setenta e dois reais e setenta e quatro centavos), a preço de 30 de novembro de
1995.
4. Efetuando-se a partilha do valor dos Patrimônios Líquidos das Empresas, conclui-se cabe a cada heideiro o
valor abaixo estampado:
HERDEIRO VALOR
Arno 201.594,55
Sônia 201.594,55
Adelmar 201.594,55
Mirian 201.594,55
Maurene 201.594,55
Total 1.007.972,74
Florianópolis,
Perito Judicial
77
LAUDO
VISTORIA CRIMINAL
78
Termos em que,
Pedem deferimento
Local,
__________________________________ ______________________________
PERITO(A) PERITO(B)
79
LAUDO PERICIAL
Ab initio iniciando o cumprimento da determinação de perícia contábil exaradas às fls. 19 e 20 nos termos do
item 2.1. da NBC.T, examinamos do ponto de vista estritamente técnico, o conteúdo das diversas peças dos
autos, notadamente quanto à documentação a eles apensada, constando desse exame, que, para bem cumprir o
encargo a nós confiado, havia necessidade de consultarmos outros elementos, tais como análise através de
endereços eletrônicos e literatura, pessoas qualificadas na área de provedores para exararmos o parecer pericial
contábi1.
A primeira vistoria para detectarmos através do endereço eletrônico, foi feito com as peritas nomeadas e os Srs.
(a) ____________________, assistente técnico da requerente, __________________ representante da
Requerente e a procuradora da ré _________________________ escritório da perita onde editamos
documentos anexo.
OBJETO DA PERÍCIA
A inicialmente citada decisão que determinou a realização da prova pericial contábil fê-lo nos seguintes termos.
“Defiro o pedido de vistoria criminal na Empresa _________________ com sede nesta cidade, na rua
_____________________________, nº ______________________ bairro ________________, inscrita no CNPJ sob o
nº ___________________ , com o intuito de se verificar se a mesma vem se utilizando da marca
"bygshow".”
Para melhor compreensão e esclarecimentos dos quesitos formulados pelas partes, considerando que se trata de
matéria adstrita, achamos por bem, conceituarmos os termos empregados através de fontes bibliograficas citadas,
os seguintes termos.
INTERNET- O conceito que está ao alcance de todos nos diz que lnternet é a rede mundial de computadores.
Ou de outra forma, a Internet consiste na interligação de milhares de redes de computadores do mundo inteiro,
através da utilização dos mesmos padrões de transmissão de dados, os chamados protocolos. Graças a essa
uniformização na transmissão das informações, as diversas redes passam a funcionar como se fossem uma só,
possibilitando o envio de dados e até mesmo de sons e imagens a todas as partes do mundo, com uma
considerável eficiência e rapidez.
DOMAIN - O endereço de cada computador conectado à Internet é determinado por um código numérico. Tal
endereço é chamado nome de domínio ou domain name, que é representado por uma série de palavras, para
uma maior facilidade de memorização. A tradução dos endereços IP (numéricos) para seus correspondentes em
palavras é feita pelo protocolo DNS (Domain Name System), um dos vários disponíveis na Internet. Os nomes
de domínio são determinados de acordo com um sistema de níveis múltiplos, dentre os quais podemos destacar
os Top Level Domains (TLDs), que são o primeiro grupo de caracteres após o último ponto do nome de domínio
propriamente dito (algo como www.your_company). Alguns exemplos de TLDs são "com", que significa que o
usuário se dedica a atividades comerciais, "gov", que significa que o usuário é um departamento do Estado,
"org", que indica se tratar o usuário de um órgão não governamental, ou outro similar. Outros TLDs indicam o
país de origem do usuário. Assim, "br" significa Brasil, "ca" significa Canadá, "fr" significa França, e assim por
diante. O nome de domínio é concedido em função da ordem de prioridade da formulação do pedido perante a
organização competente para o registro dos nomes de domínio de um país ou região, pois os nomes de domínio
devem ser únicos para que seja eficaz o funcionamento da rede e a localização exata dos seus inúmeros usuários.
A Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) é o órgão encarregado de realizar o
registro dos domínios no Brasil.
QUESITOS RÉU
Queiram o Sr (a) Perito (a) examinarem os contratos sociais e atividades exercidas pela Requerida. Feito isso
queiram responder os quesitos:
1) Analisando as atividades da Requerida, queiram o (a) Sr (a) Perito (a) responderem se a empresa exerce
alguma atividade ligada diretamente ao público consumidor, revendedores ou representantes em serviços
relacionados a venda de mercadorias pelo sistema de catálogo por mala direta, venda porta-a-porta, venda em
loja ou reembolso postal?
R. Analisando o contrato social e posteriores alterações, a Empresa requerida tem como objeto social as
seguintes atividades:
R Sim, tendo em vista o item "d" do quesito anterior, o qual, no entanto, não esclarece através de que meio são
exercidas as atividades. Portanto, potencialmente ambas poderiam disputa o mesmo mercado e suas
atividades podem ser consideradas similares.
3) Esclareçam o (a) Sr (a) Perito (a) em conformidade com apurado acima, se atividade exercida pela Requerida
poderia desviar clientela da Requerente, em seu favor?
R. Sim. Vislumbra-se a possibilidade acima citada, uma vez que se trata da comercialização de produtos afins.
Além disso, utiliza-se, coincidentemente ou não, o mesmo nome, "byg show", no domain name.
4) Queiram o (a) Sr. (a) Perito (a) responderem, qual a resposta encontrada na Internet quando acessaram-se
com a finalidade de pesquisar a utilização do termo "byg show", ao atenderem e responderem a pergunta de
número 02 da Requerente? Queiram ainda, informarem o (a) Sr. (a) Perito (a) se encontraram algum “site” na
Internet de propriedade da Requerida? E ainda, queiram as Sr(a). Peritas responderem se a requerente trouxe
aos autos provas da existência de algum “site”?
R.
- Quando do acesso Internet com a finalidade de pesquisar a utilização do termo "Big Show a reposta
encontrada é a seguinte “dominio bygshow.COM.Br não está disponível" anexo 01.
- Não, as pesquisas não localizaram nenhum "site" de propriedade da requerida, com domain name "big
show"
- A requerente trouxe aos autos o "site" às fls. 16.
5) Queira o Sr(a) Perito(a) responderem em conformidade com o artigo 1º do Código Penal Brasileiro, se há na
legislação atual alguma previsão que tipifique qualquer inscrição na Internet como crime?
R. Segundo dicção do art. 1º do Código Penal Brasileiro, não há crime sem lei anterior que o defina, e não há
pena sem prévia cominação legal. Até o momento atual, não foi promulgada qualquer lei que discipline
aspectos penais envolvendo a Internet. Além disso, o diploma que reúne as disposições penais no Brasil-
Código Penal - não tipifica qualquer inscrição na Internet como crime. Se não há lei prevendo uma
determinada conduta como crime, inexiste crime.
81
6) Tendo em vista a resposta acima, queiram o (a) Sr.(a) Perito (a) responderem, se há permissão de emprego
analógico na lei penal? E ainda, mas no campo cível, se estariam presentes os elementos indispensáveis para
a configuração de algum ato de concorrência ilícita, conforme as alegações da Requerente nos autos desta
ação, quais sejam:
g) Intenção objetiva de desvio;
h) Comprovação da confusão;
i) Erro dos consumidores;
R. A analogia é a atividade pela qual se aplica hipótese prevista em lei a uma hipótese semelhante sem previsão
legal. A analogia no Direito Penal não constitui fonte de direito, mas uma forma de auto-integração da lei.
Tendo em vista o princípio da legalidade do crime e da pena (art. 1º), não se admite o emprego da analogia
para se criar uma infração penal ou se estabelecer a sanção penal, que seria a chamada pelos doutrinadores
jurídicos analogia in malam partem, utilizada para prejudicar o agente da infração.
Entretanto, não há vedação à aplicação da analogia in bonam partem, que objetiva beneficiar o agente, pois
não contraria o princípio da legalidade do crime e da pena).
7) Queiram o (a) Sr.(a). Perito (a) informarem qual a natureza jurídica da marca e da Internet?
R. A natureza jurídica da marca é o de um direito de propriedade. A natureza jurídica dos possíveis direitos
inseridos na Internet, tal como domain name, ainda está sendo discutida por especialistas em todo o mundo.
Alguns entendem que possui a mesma natureza da marca, qual seja, direito de propriedade, implicando na
aceitação de todos os seus consectários. Outros, afastam qualquer similaridade com a marca. Em reunião, o
Comitê Gestor da Internet esclareceu que esse assunto é recente e vem sendo discutido em todo o mundo,
mas não existe ainda um consenso sobre como os domínios Internet devem ser tratados.
8) Tendo em vista a resposta acima queiram esclarecer o (a) Sr.(a) Perito (a) se a propriedade conferida no
registro de uma marca é sobre o próprio sinal ou sobre a aplicação do sinal em determinado produto,
mercadoria ou serviço?
R. A propriedade conferida no registro de uma marca é sobre o próprio sinal. Marca é um sinal distintivo capaz
de diferenciar um produto ou serviço de outro.
9) Esclareçam o (a) Sr. (a) Perito (a), se o nome de domínio ou marca que não pressupõe serviço idêntico ou
similar, infringe algum direito de terceiro?
R. Não, pois a proteção não é geral, mas limitada a classes, dentro das atividades efetivas e lícitas dos
requerentes, salvo a marca notória, que pode ter proteção especial, em todas as classes.
10) Queiram o (a) Sr (a) Perito (o) responderem quando se deu a concessão do registro da marca da Requerente?
E, antes deste período a Requerente já detinha alguma exclusividade sobre a aplicação da marca sobre os seus
serviços? Esclareçam o (a) Sr.(a) Perito (a) quais as especificações dos serviços a que se referem o registro
817.921.397 em conformidade com a petição protocolada pela Requerente em 16 de abril de 1997.
- As especificações dos serviços que se referem o registro 817.921397 são Serviços auxiliares ao
comércio de mercadorias, inclusive à importação e a exportação. Classe dos produtos e serviços
40.15.
QUESITOS DO AUTOR
1) Queiram o Perito (a) do juízo informar-se a Requerente é a proprietária da marca "byg show", registrada no
Instituto Nacional da Propriedade Industrial-INPI, conforme o Certificado de Registro expedido, em
29/10/96, com depósito desde 29/07/94, sob o nº 817.921.397, sendo-lhes assegurado o uso exclusivo de todo
território nacional, nos termos do art. 129, da Lei Federal nº 9.279/96?
82
R. De acordo com o certificado de registro às fls. 13 dos autos, em 29.10.96, data da concessão, a marca
nominativa "BYG SHOW" é de propriedade da autora, sendo-lhe assegurado o uso exclusivo de todo
território nacional, nos termos do art. 129, da Lei Federal nº 9.279/96.
2) Queira do juízo constatar a existência, nos dados cadastrais da PRST COMÉRCIO LTDA do registro, na
“INTERNET”, do “domain-name” “bigshow.com.br”.
R. Através da pesquisa via Internet do endereço eletrônico HTTP:// registro fapesp.br, constatou-se que há
domain BIGSHOW. Com.br. cadastrado nos servidores DNS CEBOLINHA.PONTOCOM.COM BRE NO
SERVIDOR HORACIO.PONTOCOM.COM.BR. (anexo 2)
4) Queiram os Peritos do juízo informar quem reproduziu a marca "bygshow" no aludido "domain-name”
existente na "Internet”?
• Diante do disposto, entendem as peritas que as atividades de acordo com os objetos sociais poderiam ser
confundidas, induzindo o consumidor a erro.
R. Na constituição da sociedade, a sócia majoritária era a empresa PRST COMÉRCIO LTDA até a 5ª alteração
contratual registrada na JUCESC sob n0 42201112098.87 EM 10.02.93, quando houve cisão e passou a ser sócia
majoritária a Empresa ANAGYSA S/A.
7) Queiram os Peritos do Juízo informar quem são os responsáveis pela empresa- Requerida e por sua sócia
quotista majoritária?
R. Entendem o perito (a) que as questões supra são suficientes para dirimir as dúvidas entres as partes, no
entanto, o perito (s) colocam-se a disposição para esclarecer eventuais dúvidas.