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Conselho Nacional de Justiça


 

PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO n. 200910000013922


 

Requerente: Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional de Mato Grosso


Requerido: Juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de Cáceres/mt
 

DECISÃO
 
Trata-se de Procedimento de Controle Administrativo manejado pela OAB-
Seccional do Mato Grosso, alegando que as Portarias 07/2008 e 03/2009 do
magistrado da 2ª Vara Criminal da comarca de Cáceres-MT, teria violado a
Constituição e o Estatuto da Advocacia, ao limitar horário de entrada do advogado no
estabelecimento prisional, limitar o número de advogados a serem atendidos de uma
única vez e ao limitar em 40 minutos o tempo máximo de entrevista do advogado com
o preso.
 
Discorreu, em extensas razões, sobre os artigos de lei que as Portarias estão
a ofender e terminou pedindo liminar para suspender a eficácia de tais atos até
julgamento final deste PCA.
 
O Conselheiro Relator, por prudência, solicitou informações ao Magistrado,
que as prestou defendendo os atos impugnados.
 
É o relatório. Decido:
 
Compete-me, apenas, como Relator designado, analisar o pedido de liminar
formulado pela Requerente, já que o processo é da relatoria do Conselheiro

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representante do Ministério Público Federal que, em despacho inaugural,


entendeu ser necessário ouvir o magistrado requerido antes de apreciar a cautela
solicitada.
 
Sem examinar o mérito do presente procedimento, não vislumbro a
presença dos requisitos legais autorizadores para a concessão da liminar.
 
Não há fumus boni juris na medida em que, em leitura da portaria
combatida, vejo que se trata apenas de disciplinamento das regras para visitação dos
presos, por motivos de interesse público, bem delineados pelo Requerido em suas
informações.
 
A visita dos advogados não está proibida, o que seria realmente um
absurdo. Contudo, o Juiz responsável pelo cumprimento da ordem no estabelecimento
prisional procura garantir mais segurança para todos através de uma
melhor estrutura organizacional no seu dia-a-dia.
 
Também não vislumbro o periculum in mora porque não antevejo
prejuízos irreparáveis aos advogados e consequentemente aos seus clientes até o
deslinde do presente procedimento, já que os atos ora questionados, foram editados
em dezembro de 2008 e março de 2009, ou seja, 06 e 04 meses atrás, portanto, depois
de decorrido muito tempo para se alegar prejuízo irreparável ao desempenho do seu
oficio ou aos direitos dos seus clientes.
 
O que parece ter sido afetado foi a possibilidade de visitar os presos a
qualquer hora e sem limite de tempo. Esta situação, com certeza, será debatida a
exaustão e decidida quando do julgamento do mérito deste processo.
 
Caso haja um episódio que caracterize os elementos ensejadores da medida
liminar, certamente o pedido deverá ser reapreciado.
 
Ante todo o exposto, indefiro o pedido de liminar, devendo a Requerente
se manifestar sobre as informações prestadas pelo Requerido, no prazo de 10(dez)
dias.
 
Brasília, 25 de junho de 2009

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MARCELO NOBRE
Conselheiro

Esse Documento foi Assinado Eletronicamente em 26 de Junho de 2009 às 00:30:36

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