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Potencializando a Visão Sistêmica dentro das organizações

Hoje, sabemos que a qualidade de vida das pessoas é uma preocupação


perene dentro do cenário corporativo. Não basta mais investir, apenas, em
novas tecnologias, é preciso compreender e valorizar o capital humano em
todas as suas dimensões. Encontrar o equilíbrio físico, mental e emocional é a
chave para que a relação corpo-mente dos colaboradores interfira
positivamente no desempenho funcional de cada um.

Conhecer as diversas dimensões, significa aportar para a terminologia holística


das relações humanas. Antes de qualquer coisa, analisemos o que significa o
termo Holismo. O primeiro a falar sobre esse tema foi o filósofo sul africano,
chamado J.C. Smuts, em 1926, em seu livro Holism and Evolution. Mas foi o
autor Alfred Adler, que descobriu o estudo e empregou a palavra Holística.
Holística vem do grego holos, que significa “todo”, “inteiro”. É, portanto, um
adjetivo que se refere ao conjunto, ao “todo”, em suas relações com suas
“partes”, à inteireza do mundo e dos seres.

Dentro do cenário organizacional, a visão holística foi quem introduziu aquilo


que hoje chamamos de cultura organizacional. A partir disso, várias teorias
foram criadas a respeito. Comecemos pela teoria x, que parte do princípio de
que o homem não consegue trabalhar, na presença de um sistema autocrático.
A teoria y emprega que o homem trabalha se for motivado, e se lhe forem
dadas condições materiais e de conforto. Analisando-se a primeira teoria,
vemos o ponto de vista da organização; a segunda, só focaliza o ponto de vista
do colaborador. Chegamos, finalmente, à teoria z, que enfatiza a visão
holística. Abraham Maslow evidenciou o fato de as empresas de maior sucesso
e os dirigentes mais respeitados e eficientes serem aqueles que realizam a si
mesmos e cultivam os grandes valores da humanidade, chamado por ele de
metamotivos, onde destacam-se : a beleza, a verdade, a integridade, a
amizade, a harmonia, etc.

A relação corpo-mente quando integrada, faz com que a empresa tenha


melhores resultados, pois a esfera corporativa passa a trabalhar com
indivíduos completos, e não somente, com partes fracionadas. Isso é o que
chamo de Visão Sistêmica Humana: entender-se, conhecer-se, exercitar-se em
todos as dimensões do seu ser, entrando em contato com todos os seus
potenciais. Dentro da Física Quântica, faço menção ao Modelo Holográfico, que
resumidamente significa: o todo se encontra em todas as partes e o
microcosmo reproduz o macrocosmo. Assim funcionam os indivíduos dentro
das organizações. Quando há a ausência do equilíbrio emocional, físico e
mental, estas partes acabam influenciando negativamente umas às outras.
Isso se reflete automaticamente no dia-a-dia do colaborador, ou seja, não
podemos trabalhar a relação corpo-mente como coisas dissociadas.

Mas, de que maneira a relação corpo-mente pode ser potencializada no cenário


empresarial? Notavelmente, torna-se indispensável que haja o entendimento e
o envolvimento da alta cúpula, pois o processo é totalmente cultural. A
mudança de hábitos deve refletir-se de cima para baixo. Programas e
campanhas internas podem ser implementadas, trabalhando-se assuntos
como: ergonomia, qualidade de vida, processos nutricionais, ginástica laboral,
entre outras atividades. Tenho acompanhado situações onde são desenvolvidos
programas que combinam atividades físicas diferenciadas e oficinas mentais
desafiadoras e estimulantes. São momentos onde o indivíduo tem condições de
conhecer-se, integrar-se, sentir novas sensações e despertar para novas
descobertas internas.

Para as empresas, isso significa investir em um ambiente de trabalho mais


sadio que potencialize pessoas mais conscientes e equilibradas. Os resultados
não são passageiros, mas construídos de forma sólida e compensadora. Há
uma melhoria visível no rendimento individual e coletivo, aumentando-se o
controle do nível de stress, diminuindo-se doenças psicossomáticas,
melhorando-se o relacionamento interpessoal, potencializando-se sensações de
alegria e bom humor; e juntamente a isso, o poder criativo, a ousadia e a
inovação acabam sendo fatores diretamente adicionados.

Karine Bighelini é Relações Públicas, Palestrante, Consultora em Comunicação Organizacional e


Sócia–Diretora da Sharing Consultores Associados.

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