COMISSÃO EDITORIAL
Alessandra Masullo - Diaconia
Bart Vetsuypens - Volens
Mathieu Orfinger - Volens/Gacc
Osmar Rufino Braga - Visão Mundial
EQUIPE DE SISTEMATIZAÇÃO
Alessandra Masullo - Diaconia, Arlene Freire - ABRAÇO SISAL, Bart Vetsuypens - Volens,
Daniele Xavier - Conexão de Saberes, Fernando Filho - ACOPAMEC, David Junior - CCJ,
Gerinelson Lima Gonçalves - REFAISA-BA, Maria Micinete - ESCUTA, Mathieu Orfinger - Volens/Gacc,
Osmar Rufino Braga - Visão Mundial, Sandro Silva de Lima - Conexão de Saberes
DIAGRAMAÇÃO E ARTE
Karine Raquel
CAPA
Apoena da Silva
EDIÇÃO DE FOTOGRAFIA
José Cleiton (Carbonel)
REVISÃO
Gerson Flávio
FOTOS
Carlos Alberto, David Junior, Gilmar Raimundo, José Cleiton (Carbonel), Francisco Bomy e Bart Vetsuypens.
APOIO
CESE (Brasil), Tearfund, Christian Aid (Inglaterra), Norwegian Church Aid / OD (Noruega), DISOP, Volens, Zuiddag (Belgica)
IMPRESSÃO
8 de Março Gráfica e Editora
PRODUÇÃO
CCJ - Centro de Comunicação e Juventude
Assessoria de Produção - Karine Raquel
SITE
www.caravanadecomiunicacao.org.br
SITE DE VOLENS
www.volens.be
www.volensamerica.org
Inclui referências.
CDU 316.344.56
CDD 305.5
Percursos juvenis: uma reflexão sobre a percepção e a experiência dos/das jovens na Caravana de
Comunicação e Juventudes.....................................................................................................................35
CARAVANA DE COMUNICAÇÃO
E JUVENTUDES:A Realização de um sonho que virou História..............................................................47
Apoio ........................................................................................................................................................56
Cordel da Caravana..................................................................................................................................58
Referências Bibliografias..........................................................................................................................59
Chegou o dia. Bagagens prontas, listas de nomes conferidas, muito riso e
brincadeira pelos corredores dos veículos, adrenalina em alto grau! Enfim, todos e
todas a postos para a saída dos ônibus. Em um dos estados, o motorista, ainda
tímido, pergunta: 'tudo ok?' 'Tudo ok', alguém da coordenação responde, 'podemos
ir!'. Para umas pessoas, expectativa e ansiedade, para outras, cuidado e atenção,
mas um sentimento era comum: alegria e empolgação de sair pela estrada
chamando as juventudes para construir um outro mundo possível e real para o
Nordeste brasileiro.
Na mala, havia de tudo: coisas pessoais, livros, textos, gravuras, gravadores,
máquinas fotográficas, figurinos, maquiagens, materiais de divulgação das
entidades, um diário para registrar os acontecimentos e as emoções, computadores,
impressoras, filmadoras, letras de músicas, poesias, violão, alfaia, pandeiro,
triângulo e outros instrumentos, cd´s, dvd´s, faixas, pincéis, fita gomada, cartazes,
papel (muito papel - papel madeira, ofício, crepom, celofane, jornal, cartolina... ufa!).
Mas tinha também biscoitos, sucos, bombons, frutas, água, chicletes, pratos,
canecos, torradeira, sanduicheira, garrafa térmica, mergulhão para ferver a água,
protetor solar, repelente de mosquitos, medicamentos diversos, cartões telefônicos,
rádios de comunicação, aparelhos de som, barracas, colchonetes e rede! Tinha
mesmo de tudo, até um bichinho de pelúcia, o Furão!
Cada detalhe não podia ser esquecido, mas quando era, todos e todas assumiam
coletivamente e o problema era então resolvido. Ali não havia mais “cada um ou cada
uma que se cuide”, todos e todas eram responsáveis por si e pelo coletivo. Acordos
foram construídos, responsabilidades compartilhadas e a Caravana de Comunicação e
Juventudes, ousadamente partiu, saindo dos pontos de apoio na Bahia, Pernambuco e
Ceará, mas levando gente de quase todos os estados nordestinos, e de outras partes
do mundo: Bélgica e Noruega.
O sonho de transformar o mundo, que já era vivenciado no cotidiano de cada jovem
e de cada entidade ali presente, ganhava a estrada. Foram mais de 4.000km animados
por cortejos, oficinas educativas, apresentações culturais, festas, cine-debates,
mobilizações, panfletagem, seminário, visitas às comunidades, entrevistas, audiências
públicas, denúncias, grafitagens nos muros das cidades, registros áudio-visuais,
depoimentos, fotos... No fim do caminho, a última parada, o Fórum Social Mundial, em
Belém do Pará.
Foram 18 dias de muito sol e muita chuva, dias de calor e noites de frio! Momentos
de cansaço e euforia! Tempo de reflexões, debates políticos, de capacitações, de
planejamentos, de avaliações, de busca de recursos financeiros, de descobertas de
limites e possibilidades, de medo e de coragem, de dúvidas e certezas. Mas, sobretudo
foram momentos de muitos aprendizados, aprendizados estes que gostaríamos de
compartilhar aqui, com vocês. Por isso, apresentamos esta revista, cujo conteúdo está
organizado em artigos elaborados por integrantes da Caravana que, a partir de um
processo coletivo de sistematização, compartilham textos, poesias, fotos, ilustrações e
reflexões teóricas sobre as experiências vividas antes, durante e depois da Caravana
de Comunicação e Juventudes.
Esperamos que a leitura seja inspiradora e reveladora do potencial das juventudes
e que os saberes construídos nessa experiência possam continuar embalando nossos
sonhos e nosso projeto de um outro mundo possível.
Comissão Editorial
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Conheci um mundo de
informações nos livros
que estavam em
exposições nos
estandes do FSM.
(Alessandro Chinelles)
No total foram 200 jovens, divididos equilibradamente entre homens e mulheres, de faixa etária entre
16 a 29 anos, oriundos e oriundas das áreas rurais e urbanas dos Estados do Ceará, Pernambuco, Bahia,
Alagoas, Rio Grande do Norte e Piauí, engajados e engajadas em projetos sociais, ONGs, movimentos,
redes e organizações juvenis1. Na sua maioria, os/as jovens participantes da Caravana possuíam ou
estavam cursando o ensino médio.
1. Os/as jovens de que estamos falamos pertencem ou estão ligados e ligadas a Movimentos de Juventudes – Grupo Jovem Geração
Futuro, Grupo de Jovens Fala Sério (Ceará), Rede de Jovens do Nordeste - RJNE, Pastoral de Juventude do Meio Popular, Rede de
Resistência Solidária, Centro Popular de Cultura e Comunicação (Fortaleza-CE), Coletivo Gambiarra Imagens, IntegraSol, Projeto
Crescendo no Morro, Projeto Peixearte, Grupo Pé no Chão, Caranguejo Uca; a Entidades Ambientalistas e pela reforma agrária –
Movimento dos Sem Terra – MST; a Organizações Não-Governamentais, Centros de Defesa dos Direitos Humanos e entidades de
defesa do direito à comunicação – Escola de Formação Quilombo dos Palmares - EQUIP, Grupo de Apoio às Comunidades Carentes -
GACC, Obra Kolping do Nordeste (Ceará e Piauí), Visão Mundial (Ceará, Alagoas e Rio Grande do Norte), Centro de Comunicação da
Juventude - CCJ, Diaconia (Ceará e Pernambuco), Volens, MSD/ASD; a Entidades ligadas ao mundo do trabalho – Sindicato dos
Trabalhadores Rurais (STR), Serviço de Tecnologia Alternativa – SERTA; a Redes Sociais – Rede de Jovens do Nordeste, Rede de
Resistência Solidária; a Organizações de Mulheres e organizações pela livre orientação sexual – Movimento de Mulheres
Trabalhadoras Rurais do Nordeste - MMTR-NE; a Organismos governamentais ligados aos setores populares – Programa
Conexões de Saberes (projeto de extensão comunitária da UFPE);
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Nas andanças pelas cidades nordestinas, tivemos contato e mergulhamos de cheio nas situações de
exclusão vivida pelos/pelas jovens. Conhecemos e debatemos as condições sociais em que vive a maioria
dos/das jovens das periferias e das áreas rurais da região. Muitos dos problemas sociais que caracterizam a
condição social das juventudes foram tematizados pelos/pelas jovens da Caravana nas oficinas, mobilizações e
atividades realizadas. Dialogando com algumas pesquisas, compartilhamos alguns desses temas e questões
abordadas durante o percurso da Caravana.
Compartilhamos da visão de Abad (2002), quando defende que, em toda a análise sobre a juventude,
devemos considerar as diferenças entre condição e situação juvenil. O autor explica que, na condição juvenil,
encontramos a multiplicidade de formas com as quais a sociedade pensa e configura o ciclo da vida chamado
“juventude”, tomando-a sob a visão biológica, muitas vezes descontextualizando o viver juvenil. É na situação
juvenil, segundo ainda o mesmo autor, que encontramos as questões especificas que se somam à vida dos/das
jovens, destacando-se: os conflitos de classe social, a construção social das relações de gênero, as
particularidades étnicas, os contextos regionais, diferenças de estilos de vida, inclusive entre jovens que vivem
nas áreas urbanas e rurais.
As populações juvenis, no Nordeste, na faixa etária de 15 a 24 anos, segundo dados do PNAD/2005, totalizam
10.511.736, representando 21% da população do Brasil. Considerando-se os dados do IBGE/2000, que trabalha
com a faixa etária de 15 a 29 anos, temos então no Nordeste 13.916.033 jovens, sendo 49,5% homens e 50,5%
mulheres. A maior parte das populações juvenis vive nas áreas urbanas, pois somente 29% dos/das jovens vivem
nas áreas rurais.
O Nordeste, no Brasil, ainda figura como a região mais desigual do país, segundo dados da Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF), divulgados recentemente. Na região, os ricos ganham mais de 11,8 vezes que os
pobres, acima da média do Brasil, que é de 10 vezes mais.
Essa realidade se reflete na condição e situação dos/das jovens, onde 5% se encontram nas classes
socioeconômicas A e B; 16% estão na C; e a grande maioria, 79%, nas classes D e E, ou seja, 11 milhões de
jovens encontram-se nas classes D e E.
A segregação social dos/das jovens do Nordeste, em grande medida, vai impactar o viver juvenil,
determinando sua condição e situação socioeconômica, política e cultural. É o que constatamos durante todo o
percurso da Caravana quando verificamos o viver juvenil nas áreas de saúde, educação, trabalho e renda, cultura
e lazer.
Uma das coisas que se constata é que os/as jovens estão mudando o seu comportamento, buscando novos
valores, referências e construindo novas trajetórias, porém essa autonomia não significa independência total,
visto que prolongam sua permanência no espaço familiar. Já a saúde juvenil é algo preocupante e envolve um
conjunto de relações e direitos: sexuais e reprodutivos, assistência médico-hospitalar, situações de violência,
práticas de lazer, esportes, cuidados com o corpo, práticas de risco, consumo de álcool, fumo e outras drogas,
dentre outras. Mas, não há estatísticas e estudos oficiais que articulem todas essas situações. Um aspecto muito
particular e importante diz respeito à saúde sexual e reprodutiva, onde é constatado um crescimento da
fecundidade juvenil em relação à fecundidade total no país, com reflexos nos índices de maternidade nas idades
de 15 a 19 anos
Um dos grandes problemas que marca a juventude brasileira é o analfabetismo, que atinge 11,1% da
população de mais de 15 anos de idade. No Nordeste, o índice chega a ser cinco vezes maior, comparado com
outras regiões do centro-sul do país. No total, são quase 550 mil analfabetos jovens, a maior parte concentrada
nos estados do Ceará, Pernambuco, Bahia e Maranhão. Os dados mostram que estes jovens vivem nas áreas
rurais da região, pertencem a famílias também analfabetas e de baixo poder aquisitivo.
3. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), gerido pela Secretaria de Vigilância da Saúde do Ministério da
Saúde (2005).
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No presente trabalho, de forma bastante resumida, procuramos apresentar e refletir sobre a condição juvenil
no Brasil e no Nordeste, socializando e compartilhando informações e análises dos problemas sociais vividos
pelas juventudes nordestinas, dialogando com as pesquisas mais recentes, voltadas para as questões e
interesses desses segmentos.
Na Caravana de Comunicação e Juventudes tivemos a oportunidade de conhecer e compartilhar as situações
e os problemas apresentados neste trabalho. Debatendo e analisando essas situações e problemas com as
juventudes nordestinas, é possível apontar algumas conclusões que elas sugerem e desafiam: que é grave a
condição de segregação em que vivem os/as jovens nordestinos/nas, materializada no alto índice de
analfabetismo e no grande número de jovens que abandonaram a escola para trabalhar; no crescente número de
desempregados/das, estrangulando a situação familiar e impedindo a construção da independência juvenil; no
alto índice de violência, cuja situação, além de criminalizar os jovens, indica a existência de um etnocídio das
juventudes pobres das periferias das cidades nordestinas; na exclusão digital.
Apesar dessa situação, com esperança pudemos verificar que os/as jovens têm um potencial político, criativo
e artístico-cultural muito grande, através do qual podem refazer sua condição e (re)construir novos projetos de
vida, reinventando as relações sociais estabelecidas na sociedade.
A Caravana, através de um jeito inovador de resgate, mobilização e promoção da participação juvenil,
mostrou que os/as jovens têm poder para reverter esse quadro, fortalecendo as diversas formas de diálogo com a
sociedade e com o estado, superando e vencendo preconceitos, afirmando os direitos das juventudes,
construindo políticas de/com/para as juventudes.
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A mobilização social (MS) foi um dos importantes eixos estruturadores da Caravana de Comunicação e
Juventudes e, como tal, precisa ser refletida, analisada de modo a extrairmos os seus significados e
impactos. O presente texto propõe-se a fazer uma reflexão sobre o processo de mobilização social da
Caravana, explicitando seus significados, a fim de compreendê-lo na sua concepção e prática.
O texto está organizado em duas partes: na primeira, procuramos caracterizar a MS na e da Caravana,
destacando seus aspectos teórico-práticos; na segunda, apresentamos alguns de seus impactos,
principalmente na vida dos/das jovens e das comunidades visitadas. Na conclusão, elencamos alguns
significados e aprendizagens, extraídos das reflexões feitas na primeira e na segunda parte do trabalho.
“
Os preparativos para a execução das atividades da
Caravana se iniciaram em 2008, com um ano de
antecedência. Várias entidades, ONGs, movimentos, etc.,
aderiram à ideologia da Caravana e apoiaram a mesma.
No período de formação da juventude que estaria
protagonizando a Caravana, realizamos várias reuniões;
debatemos sobre temas que estariam sendo abordados
nos pontos de parada (cidades); e qual metodologia
seria utilizada. Além de identificarmos o perfil da
juventude e o que se faria para sua participação efetiva”
(Joana D´arc).
O depoimento desta jovem é significativo do que representou esta etapa da mobilização social. Vimos que
os/as jovens integrantes da Caravana sabiam que estavam ali com uma missão, uma tarefa político-pedagógica:
debater os temas e as questões juvenis e levar os olhares, os gritos e esperanças dos/das jovens até o Fórum
Social Mundial.
Vários momentos foram criados, nos estados, visando discutir temas como: protagonismo, participação
política e identidade juvenil; trabalho e juventudes; sexualidade, gênero e etnia; direito à educação; meio
ambiente e desenvolvimento sustentável, dentre outros. Da mesma forma, foram realizadas várias oficinas de
preparação e vivência desses temas nas comunidades dos jovens, pois era preciso experimentar a discussão,
fazer o exercício pedagógico e metodológico, enfim, era necessário preparar-se bem para mergulhar nas
realidades e contextos das cidades nordestinas, pontos de paradas da Caravana, e facilitar/mediar as discussões
e reflexões.
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As ações educativas, realizadas de diferentes formas e linguagens, foi o ponto alto da MS na e da Caravana
de Comunicação e Juventudes. Esta dimensão da MS articulou quatro aspectos muito importantes: a inserção
comunitária nas realidades locais; a discussão política e comunitária dos temas da Caravana a partir do contexto
local; a socialização e a partilha coletiva; a entrega de um “produto” à comunidade.
A inserção comunitária nas realidades locais
Os/as jovens se dividiram e, em grupos, mergulharam no contexto local, momento em que visitaram as
famílias, outros e outras jovens, crianças, organizações. Foi o momento do “ver a realidade”, escutar os clamores
das pessoas, identificar suas potencialidades, sua força organizativa e suas fraquezas/problemas. Foi o
momento de “tirar o véu” da realidade, de “deixar-se invadir” pela cultura local, compartilhar a vida dos/das jovens
e do povo do lugar.
A discussão política e comunitária dos temas da Caravana a partir do contexto local
As realidades conhecidas e vividas pelos jovens e pelas jovens naquele momento, viraram temas nas oficinas
e os temas da Caravana ganharam contextualização a partir dos problemas detectados na inserção na vida das
comunidades. Um jovem da Caravana relata sua experiência nas oficinas:
No dia 20/01/2009 todos os grupos da Caravana fizeram suas visitas (inserção na comunidade) e
facilitaram as oficinas. À noite, todos se reuniram na praça para fazer a socialização das oficinas.
No dia 21/01/2009, logo pela manhã, fizemos o “mural da juventude”, onde a Caravana deixou um
muro todo grafitado. Em seguida, seguimos para um encontro com as autoridades locais. Pela
parte da tarde, fizemos a avaliação da Caravana (Joana D´arc).
Foi um momento de muita troca e de partilha entre os/as jovens e as comunidades. Aqui, a MS cumpre um
papel fundamental: ajudar as pessoas e suas comunidades a discutirem suas realidades, a problematizar sua
condição, a valorizarem suas potencialidades, a afirmarem a importância de sua presença no mundo. O
depoimento dessa jovem é esclarecedor do que representou este momento:
(...) Aconteceram com sucesso. O público que atingimos, foi além da juventude, chegando até as
crianças, adultos, idosos... E, através dessas oficinas, conseguimos visualizar as problemáticas da
juventude local. Após a oficina, plantamos uma árvore, representando “a muda da mudança”. À
noite, os jovens apresentaram para a cidade os resultados das oficinas na Praça da Matriz, através
de dramatizações, textos, poemas, músicas e relatos. Eles externaram o que estavam sentindo e
vivenciando em suas comunidades. (Joana D´arc)
As oficinas educativas realizadas pelos jovens e pelas jovens foram ricas de produção de idéias e propostas,
construídas coletivamente e socializadas em forma de “produtos”.
Aprendemos que toda MS causa algum tipo de impacto na vida das pessoas e na realidade comunitária, enfim
na vida social. Não foi diferente com a MS na e da Caravana.
Podemos dizer que os processos mobilizadores da Caravana impactaram não só a vida dos jovens e das
jovens que participaram desta ação, mas a realidade das comunidades por onde a Caravana passou.
Os principais impactos foram os seguintes:
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A MS na e da Caravana assumiu o imaginário de algo mais amplo e nos pôs em processo de mobilização,
colocou-nos na construção de um outro mundo, despertou-nos para a busca e construção de novas formas de
intervenção sociopolítica e cultural. Ensinou-se que é urgente irradiar esperança, energia e amor aos
excluídos/excluídas de nosso país, invisíveis para os poderes públicos e para muitas ONGs, movimentos e
instituições.
Concluímos este texto, apresentando uma frase de um jovem caravaneiro, cujo conteúdo nos remete à força e
ao poder da MS vivenciada na Caravana de Comunicação e Juventudes: “Sozinhos, somos fracos e frágeis, mas,
unidos, somos a força e a decisão do país” (Luis Rufino Neto).
25
1. Territórios simbólicos e de resistência na cidade: grafias da pichação e do grafite in Revista Terra Plural, vol. 2 num. 2 (2008)
27
2. Gilles Deleuze, Félix Guattari, Mille plateaux. Capitalisme et schizophrénie 2, Paris, Éd. de Minuit, 1985.
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Aqui estão relacionadas todas as Oficinas da Caravana de Comunicação e Juventudes que foram
realizadas durante o caminho e no FSM. Todos os seus facilitadores e facilitadoras foram jovens
integrantes da Caravana. Elas são uma mostra da riqueza de abordagens potencializada pela
Caravana, junto às organizações do meio popular, por onde ela passou.
Rádio- Novela
Objetivo: Aprender as técnicas de montar uma rádio novela. Produzir uma rádio novela sobre um dos temas da
Caravana.