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ARTIGO ARTICLE 113

O desafio da política de atendimento


à infância e à adolescência na construção
de políticas públicas eqüitativas

The challenge of health care provision


for children and adolescents as part
of equitable public policies

Maria Helena Magalhães de Mendonça 1

1 Núcleo de Estudos Abstract The author analyzes the new social policy shaped by the assimilation of the notion of
Político-Sociais em Saúde,
integral social protection with a view towards equity. The premises marked the social reform
Departamento de
Administração contained in the wording of the 1988 Constitution and in the laws regulating the respective
e Planejamento em Saúde, rights during the 1990s, including public social assistance, health care, and education. The arti-
Escola Nacional de Saúde
cle demonstrates how, in the former context, Brazil’s children and adolescents were subject to
Pública, Fundação Oswaldo
Cruz. Rua Leopoldo Bulhões great vulnerability due to their position in the country’s social structure, aggravated by differen-
1480, Rio de Janeiro, RJ tial access to public goods and services. An analysis of the health care policy for children and
21041-210, Brasil.
adolescents, emphasizing an inter-sectoral approach and redefining social and health programs
mhelenam@ensp.fiocruz.br
and measures in the 1990s, was not intended to be conclusive but did point to some trends in the
reorganization of public social assistance policy for low-income youth, in keeping with gains ob-
tained in social indicators of vulnerability in the areas of health, education, and labor during
the last decade. Still, the author concludes that this policy reorientation renewed the tension be-
tween targeting more vulnerable segments of the population with selective measures as com-
pared to universal and comprehensive access to social protection.
Key words Child Health; Adolescence; Social Assistance; Health Care; Equity

Resumo O trabalho analisou a nova política social que se configurou pela assimilação da no-
ção de proteção social integral com vistas à eqüidade. Os seus pressupostos marcaram a reforma
social contida no texto constitucional de 1988 e nas leis regulamentadoras dos direitos assegura-
dos – assistência social, saúde e educação públicas – nos anos 90. Mostrou-se que, no contexto
precedente, a população jovem no Brasil apresentava situação de grande vulnerabilidade, em
face da sua posição na estrutura social, reforçada pelo acesso diferenciado a bens e serviços pú-
blicos. A análise da política de atendimento para a infância e adolescência, que enfatizou a in-
tersetorialidade e redefiniu os programas e ações sociais e de saúde, nos anos 90, não pretendeu
ser conclusiva, mas apontou algumas tendências na reordenação da política de assistência pú-
blica para o população jovem pobre, compatíveis com alguns avanços dos indicadores sociais de
vulnerabilidade na área da saúde, educação e trabalho na década. Contudo, considerou-se que
essa reorientação renovou a tensão entre a focalização nos segmentos mais vulneráveis, com se-
letividade das ações a serem oferecidas e a universalização com integralidade da proteção social.
Palavras-chave Saúde Infantil; Adolescência; Assistência Social; Assistência à Saúde; Eqüidade

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Introdução A infância e a adolescência


nas políticas públicas
Este trabalho apresenta algumas reflexões, fru-
to de estudo da trajetória da proteção social à A percepção mais difundida da criança e do
infância e à adolescência no Brasil republica- adolescente como seres em desenvolvimento no
no, que resultou em uma tese de doutoramen- mundo moderno, foi resultado de um longo pro-
to, e visa abrir espaço dentro do campo da saú- cesso social que envolveu transformações na or-
de pública para um estudo mais aprofundado ganização social, desde o ponto de vista da esfera
do atendimento ofertado à população nestas privada das famílias até a esfera pública da con-
fases de desenvolvimento humano. Sua base, viviabilidade social. A infância e a adolescência
portanto, é um estudo retrospectivo, que anali- entendidas como categorias socialmente cons-
sou a estruturação da política de proteção so- truídas, permitiram a adoção de práticas sociais
cial para entender as tendências observadas no condutoras do processo de formação da identi-
contexto atual. dade sociocultural infanto-juvenil (Ariès, 1981).
Os processos de modernização e democra- Essas práticas foram a assistência, saúde e
tização experimentados no Brasil nas últimas educação que atingiram seu objetivo e se vali-
décadas do século XX, permitiram reordenar a daram como opção ao enfrentamento da ques-
política de assistência social para o conjunto tão social, na medida de sua publicização e lai-
da população, estabelecendo novos parâme- cização, ou seja, conforme adotaram um cará-
tros para a intervenção pública. No campo da ter universal, obrigatório e de responsabilida-
assistência pública, incorporou-se a redefini- de do Estado.
ção da infância e da adolescência como pro- A assistência pública focalizada nos pobres,
cessos sociais de desenvolvimento humano e em qualquer sociedade do mundo ocidental,
se estabeleceu uma dimensão de prioridade à onde predominou um enfoque antiliberal evo-
proteção social dirigida aos jovens, pessoas em luiu a partir da hipótese de que a pessoa em
formação, que exigem atenção específica. formação, devidamente assistida, chega à ma-
A partir dessa priorização o exame das si- turidade pelo exercício do direito de se auto-
tuações de vulnerabilidade da população jo- aperfeiçoar para, então, gozar de sua cidadania
vem no Brasil, que foram sistematizadas no plena ou de um conjunto de direitos que se ar-
início dos anos 90, identificaram diferentes ticulam progressivamente. Esses direitos são
condições de vida entre os jovens, que resulta- apropriados gradativamente pela pessoa em
vam de sua posição na estrutura social combi- seu processo de desenvolvimento.
nada a um acesso diferenciado aos serviços e Para Therborn (1993), os direitos da infân-
bens de assistência pública. cia foram definidos tardiamente e obedeceram
Assim, reorientar os programas e ações so- a uma lógica inversa à definição dos direitos
ciais, em especial aqueles que se destinavam à sociais do homem trabalhador, por não depen-
redução da pobreza, situação em que se encon- der exclusivamente da regulação na esfera da
tra grande parte da população de jovens, pas- produção. A evolução dos direitos sociais coin-
sou a ser uma nova exigência das políticas pú- cidiu com o avanço da sociedade de bem-estar
blicas. A reforma social brasileira nos anos 90 que publicizou a educação e a saúde, estabele-
incorporou a noção de proteção integral e uni- cendo a universalização e obrigatoriedade da
versal com eqüidade, seguindo tendência in- atenção educacional e sanitária aos jovens, co-
ternacional e visando, especialmente, no cam- mo condições mínimas para o desenvolvimen-
po da infância e da adolescência a mudança no to do indivíduo dentro de marcos civilizatórios,
processo de integração social dos jovens. além de outras formas de assistência que con-
Ao analisar esse processo do ponto de vista ferem à família renda e trabalho ou formação
formal está se querendo verificar tendências, para o trabalho, no caso dos jovens.
enfatizar a pertinência do objeto – a proteção São recentes as leis de proteção à criança e
social da infância e da adolescência – e apon- ao adolescente que instituíram a igualdade en-
tar para necessidade de mais estudos cujos re- tre membros legítimos e ilegítimos de uma fa-
sultados aprofundem a análise política da pro- mília, tendo por base o homem, chefe de família,
teção social à juventude no país. permitindo que todos os filhos tivessem acesso
aos bens familiares. O direito, em caso de lití-
gio, de definir quem oferece melhor condição à
criança, também é benefício atual na definição
da guarda ou tutela familiar.
As leis que defendem a integridade, crimi-
nalizando maus tratos físicos e mentais, seja

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pelos pais e ou pelas instituições de assistência A infância e a adolescência


aos jovens ( Therborn, 1993), foram adotadas entre os pobres no Brasil
somente nas últimas décadas. Esses direitos,
definidos no âmbito do direito civil, pois regu- No Brasil, a construção histórica da questão da
laram a propriedade e as relações do indivíduo assistência a jovens pobres passou por alguns
na esfera privada, têm uma dimensão social as- momentos: a promulgação do Código de Me-
sociada à liberalização da tutela familiar. nores de 1927 que configurou este campo de
Essa interface definida em lei, deu forma à intervenção; a consolidação da organização da
proteção social integral como paradigma de in- assistência social fragmentada entre o atendi-
tervenção estatal pública junto à infância e à mento aos menores e outras iniciativas de pro-
adolescência. Tal perspectiva embrionária des- teção social para o atendimento da criança, na
de o início do século XX, se materializou em área do trabalho, na normatização de ações
poucos países, que adotaram o regime social- preventivas de saúde e assistência social e na
democrata no período entre as guerras, esten- obrigatoriedade do ensino fundamental no pe-
dendo-se progressivamente no pós-guerras pa- ríodo entre 1930 e 1943; a vigência da Política
ra quase toda a Europa. de Bem-Estar do Menor (PNBEM), entre 1964 e
Em tese, uma proteção social universal e in- 1988, com a criação da Fundação do Bem-Estar
tegral, articulada por sistemas públicos de as- do Menor (FUNABEM); e a formulação e a im-
sistência social, educação e saúde públicas, fa- plantação do Estatuto da Criança e do Adoles-
ria parte de um sistema de proteção social mais cente (ECA), nos anos 90, que consolidou no-
amplo, que, incluindo certas garantias de ren- vas formas de trabalhar com os jovens, já expe-
da mínima, visando o bem-estar social da crian- rimentadas na sociedade por diferentes Orga-
ça dentro das famílias, constituiria um conjun- nizações Não Governamentais (ONGs), espe-
to de direitos formais que o realizariam, elimi- cialmente na área educacional e de formação
nando a pobreza (Draibe, 2000). para o trabalho (Alvim, 1994; Rizzini, 1995; Vo-
Esse fenômeno social recente não se con- gel, 1995).
solidou em termos globais no mundo moder- A redemocratização dos anos 80 implicou
no, e onde foi implantado esbarra atualmente na redefinição das políticas sociais que reorde-
no desafio de ampliar as ações preventivas e de naram o sistema de proteção social a partir de
integração social num contexto de contenção princípios como descentralização, participa-
de gastos públicos. O Estado social em diversos ção social e a universalização da atenção, visan-
países europeus administra suas dificuldades, do reduzir a exclusão social e garantir a eqüi-
experimentado novas estratégias de obtenção dade, no plano dos direitos.
de renda, fora do contrato estável de trabalho, Neste sentido, a política de assistência so-
combinadas a atividades sociais prestadas pela cial na Carta de 88 se integrou ao Sistema de
beneficência ou pelo voluntariado, em serviços Seguridade Social, definindo-se como um con-
próprios ou apoiados no serviço público, que junto integrado de ações de iniciativa pública e
vêm se reorganizando segundo uma nova legi- da sociedade civil, que se voltariam para a pro-
timidade (Castel, 1995; Gorz, 1994; Habermas, teção à família, à maternidade, à infância, à
1997; Rosanvallon, 1995). adolescência, à velhice; o amparo às crianças e
A proposta de proteção integral à criança e adolescentes carentes; a integração dos jovens
ao adolescente foi retomada pela Convenção no mercado de trabalho; a habilitação, reabili-
da Organização das Nações Unidas (ONU), nos tação e integração de pessoas portadoras de
anos 90, a partir do diagnóstico de que o pro- deficiência.
cesso de exclusão do jovem já chegou a limites A política social implícita no ECA, definiu
indesejáveis, indicando a necessidade de ofe- que a ação social das novas agências devia su-
recer às futuras gerações novas condições de perar as condições materiais e oferecer novos
existência e desenvolvimento. Para além das estilos ou comportamentos e atitudes que eman-
desigualdades regionais, a ONU busca apontar cipassem o jovem, percebido como sujeito de
uma dimensão universal para a integração dos direitos.
jovens. A nova política se caracterizou pela modifi-
O Brasil é signatário dessa convenção, que cação da tutela jurídica, substituída pelo com-
repercutiu na reorientação da política que se promisso do Estado em oferecer assistência in-
analisará (IPEA/UNICEF/IPLAN, 1990; ONU/ tegral, pública, gratuita e universal ao jovem
UNICEF, 1990). segundo as necessidades de cada fase de seu
ciclo de desenvolvimento.
A modernização dos processos da infância
e da adolescência no Brasil visou também a re-

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construção da imagem da família brasileira, de- mília, incluindo os próprios adolescentes. É en-
volvendo-lhe a responsabilidade de criar e edu- tre a população de zero a 6 anos que se encon-
car seus filhos, a partir de suas condições ma- travam as maiores ocorrências da condição de
teriais. Assim, prioritariamente a criança deve indigência, sendo sempre mais intensa na Re-
permanecer junto aos pais, exigindo que as po- gião Nordeste do país.
líticas foquem o ambiente social onde se inse- A dimensão rural do fenômeno chama a
rem crianças e adolescentes, para atender à ne- atenção para a estrutura familiar sendo maior
cessidade do grupo familiar. A política de aten- na faixa de zero a seis anos, e na condição de
dimento passa a ser centrada não só no indiví- membro de família estruturada de modo mo-
duo mas no alcance de suas relações sociais, se- noparental, com chefia feminina que participa
jam os demais membros familiares, sejam as co- do mercado de trabalho.
munidades onde eles vivem (Mendonça, 2000). A chefia feminina apareceu proporcional-
Essas novas definições esbarraram em al- mente maior entre os adolescentes de 15 a 17
guns constrangimentos nos primeiros anos da anos, indicando que a ruptura do vínculo con-
década de 90. O setor social de assistência foi jugal e o isolamento da mulher podem estar as-
desmontado pelas reformas liberais imple- sociados às dificuldades de garantir a reprodu-
mentadas, sem que se definissem novos pro- ção da prole, colocando-a no circuito do mer-
gramas e ações que abordassem as desigualda- cado de trabalho.
des sociais dado à vulnerabilidade dos jovens O abandono escolar entre a população in-
brasileiros no âmbito local. digente infanto-juvenil total era bastante ele-
A situação de indigência desse grupo social, vado – 1,6 milhões (26%) de crianças na faixa
no Brasil, divulgada pelo governo (IPEA/IPLAN, de idade com freqüência escolar obrigatória,
1993), já no período pós-impeachment do Pre- estavam fora da escola, sendo maior a propor-
sidente Fernando Collor, apontava para sua dis- ção de crianças indigentes sem freqüentar es-
tribuição espacial, para a configuração familiar cola no meio rural e nas regiões metropolitanas.
das crianças e adolescentes indigentes e para o A proporção de jovens que não freqüenta-
grau de participação dos jovens de 7 a 14 anos vam a escola alcançava 60% entre os jovens de
nas instituições sociais – escola e trabalho – e 15 a 17 anos. Essa situação variava bastante
permitiu estabelecer os parâmetros da focali- conforme a condição de domicílio, sendo sem-
zação das políticas que poderiam ser adotadas. pre mais grave no meio rural. Entre os jovens
A revisão dessas relações sociais se apoiou, de 15 a 17 anos, 23% eram analfabetos e 20 %
sem dúvida, na discriminação dos grupos por tinha ensino básico (quatro primeiras séries)
faixas etárias ligadas aos principais ciclos de vi- concluído.
da, em face da percepção de diferentes neces- Essa baixa escolaridade somada a não fre-
sidades e da exigência de diferentes formas de qüência à escola repercute nas condições de
ação durante o processo de desenvolvimento inserção no mercado de trabalho e de supera-
individual e social: a primeira infância (pré-es- ção da pobreza, agravada pela precocidade em
colaridade), a infância (escolarização) e ado- que este grupo ingressa no mercado para com-
lescência (escolarização mais capacitação pro- plementar a renda familiar ou buscar seu pró-
fissional). prio sustento. A condição de trabalho era mais
O contingente de miseráveis na população freqüente no meio rural, onde estavam maio-
total brasileira estava em 1990 na ordem de 32 res taxas de ocupação para essa faixa etária.
milhões, entre os quais 15 milhões eram crian- Isto constitui uma situação desfavorável,
ças e jovens entre zero e 18 anos (IPEA/IPLAN, em especial para as crianças, pela deterioração
1993). Portanto, a incidência de jovens em si- do trabalho infantil, com baixíssima remune-
tuação de indigência correspondia a cerca de ração, associada à família como unidade eco-
25% da população infanto-juvenil, que era de nômica produtora neste setor e até ao trabalho
45 milhões. escravo.
A indigência infanto-juvenil como um fenô- Ao analisar a participação do jovem entre
meno urbano, se destacava nas áreas metropo- 10 e 14 anos no mercado de trabalho, e a rela-
litanas e nas maiores concentrações como o Rio ção entre a freqüência à escola e a apartação
de Janeiro (471 mil) e em São Paulo (327 mil) na dessa etapa de socialização, observou-se que a
Região Sudeste, seguidos por Recife (283 mil) e situação dos jovens entre os 10 e 14 anos esta-
Fortaleza (229 mil) na Região Nordeste. va longe de garantir condições de desenvolvi-
Os índices de indigência se reduziam com o mento integral aos mesmos.
aumento da idade das crianças, o que pode es- Estudos mais recentes atualizam essa reali-
tar associado a uma capacidade de gerar rendi- dade permitindo observar onde e como o de-
mentos por parte dos diversos membros da fa- senvolvimento humano se expressou com maior

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sensibilidade, atuando sobre os fenômenos de centes entre 15 e 17 anos tem-se 60% de fre-
vulnerabilidade crescentes no período de 1970 qüência em 1992, passando-se a 78,5% em 1999.
a 1990. Assim, alguns indicadores medidos no A análise preliminar destes dados aponta-
intervalo entre os anos de 1992 e 1999 apresen- ram algum impacto da vigência de normas le-
taram uma pequena queda (IBGE, 2000). gais que exigem a presença obrigatória na es-
O setor saúde contribui para este quadro cola do jovem até 14 anos; proíbem o trabalho
com os indicadores de saúde e longevidade – infantil e inibem a incorporação precoce do jo-
esperança de vida ao nascer e taxa de mortali- vem entre 12 e 14 anos, fase em que ele pode
dade infantil – que vêm mostrando uma contí- ser apenas sujeito de treinamento, estando ex-
nua e progressiva melhora nestas duas déca- cluído do mercado formal.
das, associada aos investimentos realizados na Mesmo reduzidos o trabalho infanto-juve-
infra-estrutura de serviços de saúde e sanea- nil e a não escolarização em seus distintos e ne-
mento e ao aumento da cobertura. Ao longo gativos aspectos – evasão, baixa escolaridade e
dos anos 90, aprofundou-se a definição mais analfabetismo – se somam à falta de capacitação
precisa de programas de saúde para a popula- profissional para compor a problemática enfren-
ção total e para grupos específicos como a mu- tada por essa população, também marcada pe-
lher, a criança e o adolescente, entre outros, la fome e desnutrição, que prejudicam sua saú-
que inclusive adotaram uma perspectiva mais de, além da violência, que afeta sua existência.
coletiva e preventiva. Os riscos inerentes a estas precárias condi-
No entanto é ainda na área de saúde que se ções de vida caracterizadas pela fragilidade do
observam indicadores que expressam forte- núcleo familiar e fracasso da escola como agen-
mente os riscos que afetam a população jovem tes socializadores de base, e pelas vivências de
entre 15 e 19 anos, como a taxa de mortalidade rua, se traduzem em muitas situações de risco
proporcional por causas de óbitos. Para o Brasil para a infância e a juventude, que são formas
temos que em 1992, 63% dos óbitos entre jovens de exploração que as sociedades desenvolvidas
eram por causas externas, sendo a menor taxa já conseguiram controlar, e que permanecem
da Região Norte (52%), enquanto no Sudeste como desafios para a política de atendimento
(69%) ultrapassou a média nacional. Em 1999, à juventude no Brasil.
esses percentuais continuam a crescer sendo a A exclusão que se observa ainda pressiona
taxa para o Brasil de 68%, enquanto o Sudeste os jovens a formas negativas de integração, le-
tem 73% e a Região Norte 62% (IBGE, 2000). vando alguns até mesmo a carreira de infrator,
Evidencia-se também que a taxa de ativida- onde esbarram com a marginalização jurídico-
de total entre os jovens teve pequena variação policial. Esta mais ainda faz parte de um pro-
entre 1992 (61,5%) e 1999 (61,0%). No entanto, cesso político que tem como efeito reforçar a
é significativa a queda para o grupo de 10 a 14 exclusão do processo decisório, que ordena a
anos, de 22% em 1992 chega a 17% em 1999. vida social, política e econômica e a sua não in-
Para o grupo de 15 a 17 anos, a variação é de tegração social (Luz, 1993).
54%, em 1992, para 45% em 1999. Essa variação
se dá em todas as unidades da federação e nas
regiões metropolitanas (IBGE, 2000). A política de atendimento à infância
A queda no emprego das crianças e adoles- e à adolescência
centes pode indicar a redução da incorporação
precoce dos jovens, contudo os maiores de 18 O governo que tomou posse, em 1995, estrutu-
esbarram com poucas oportunidades de ab- rou sua política no campo social privilegiando
sorção no mercado de trabalho, qualquer que o planejamento em torno das ações sociais bá-
seja sua qualificação profissional. Isto se agra- sicas, e se propondo a organizar a sociedade ci-
va nas camadas populares com baixa escolari- vil para a ação substitutiva ao Estado na esfera
dade e sem especialização técnica, indicando social, em especial, quanto à política sanitária,
uma tendência de exclusão dessa população. à erradicação do analfabetismo e à formação
A taxa de escolarização apresenta uma ele- do jovem para o trabalho.
vação em todas as faixas de idade que com- Duas foram as vertentes das políticas do
põem tradicionalmente a população de estu- governo federal voltadas para a juventude, vi-
dantes. Esse aumento se dá especialmente en- sando alterar o quadro já descrito. Uma foi a
tre crianças de 5 e 6 anos, mostrando em 1999 Política de Promoção e Proteção Integral da In-
maior freqüência à pré-escola (71%), que em fância e da Adolescência, apresentada desde
1992 (54%). Para a faixa de 7 a 14 anos observa- 1995, pelo Ministério da Justiça, simultanea-
se que 87% freqüentavam a escola em 1992, ta- mente ao desmonte das estruturas herdadas da
xa que sobe para 96% em 1999. Para os adoles- Política Nacional de Bem-Estar do Menor, já al-

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teradas na gestão no primeiro governo demo- mecanismos de proteção como bolsa-escola,


crático pós-constituinte. bolsa-alimentação, que reproduzem as expe-
Esta se definiu pelo propósito de focalizar riências realizadas no plano municipal, no pro-
nas situações, ditas especiais, de erradicação cesso mais geral de responsabilização do Esta-
do trabalho infantil e de controle das formas de do, e que reconhecidamente não têm alcança-
violência e prevenção do uso de drogas por me- do seu objetivo de inserir no mercado de tra-
didas socioeducativas. Além de fomentar a im- balho, as famílias pobres pelo constrangimen-
plementação dos Conselhos e Fundos de Defe- to imposto aos investimentos econômicos, em-
sa dos Direitos descentralizados. Este, apesar bora melhorem as condições de vida pelo con-
de sua relevância para a problemática não foi o sumo de diversas mercadorias.
alvo especial deste trabalho, valendo apenas Ao servirem de alívio ao sofrimento das fa-
destacar que os recursos administrados pelo mílias, aumentando sua baixa renda, reforçan-
Conselho e Fundo de Defesa da Criança e Ado- do o trabalho doméstico (não remunerado) das
lescente se destinavam à proteção especial, e mulheres chefes de família, oferecendo recur-
preservaram o caráter residual da política de sos sociais e mantendo os jovens na escola, com
assistência da PNBEM, sem ingerência nos re- melhor rendimento, responderam talvez, em-
cursos setoriais da política social básica. bora não se tenha avaliação mais apurada, por
Outra vertente foi o Programa Comunidade uma renovação na solidariedade/reciprocida-
Solidária que se dirigiu prioritariamente ao jo- de dentro do núcleo familiar de baixa renda,
vem, indigente e vulnerável a situações de ris- pensado como grupo social, e mesmo na comu-
co social, por meio de uma série de programas nidade onde essa forma de sociabilidade é
setoriais com ênfase em saúde, educação, ge- mais espontânea.
ração de renda e trabalho. O trabalho com a comunidade, ao melho-
As duas vertentes da política de atendimen- rar as condições de vida local, deram margem
to apontadas, partiam do pressuposto que sua à abertura de espaços para fora, ampliando os
intervenção devia ser focalizada e que as ações níveis de solidariedade social e as condições de
objetivavam reverter situações especiais ou de viabilização da democracia, por ampliar a par-
risco social, que afetavam a população-alvo. As ticipação presente e futura.
ações eram definidas como homogêneas, não No caso da saúde da criança e do adoles-
considerando diferenças entre os diversos gru- cente se priorizou todo um conjunto de ações
pos ou reações em face das intervenções. O que básicas de saúde, com base nos princípios da
as diferenciava era o locus onde elas ocorriam integralidade e universalidade, já definidos no
e os agentes que as deslanchavam (Volpi, 1999). âmbito da saúde pública desde os anos 80. No
O Comunidade Solidária colocou-se como novo contexto, essa atenção se voltava para gru-
um programa articulador e promotor de inte- pos de risco, em sua intercessão com critérios
gração institucional e de intersetorialidade. seletivos definidores de pobreza e indigência.
Buscava unificar os recursos públicos na área Contudo, preservava seu objetivo maior de as-
de assistência pública, focando as populações segurar as condições necessárias à manuten-
de áreas territoriais mais necessitadas social- ção e reprodução da vida humana saudável.
mente. A prioridade era expandir as ações so- O Comunidade Solidária definiu sua inter-
ciais para áreas não cobertas nos estados e mu- venção no cuidado com a saúde no âmbito do
nicípios, e por mecanismos que não implicas- Programa Saúde da Família (PSF), em sua fase
sem aumentos futuros nos gastos governamen- inicial em que se privilegiava a implantação em
tais, que se denominou formalmente de parce- áreas de maior risco social. Essa intervenção
rias (Mendonça, 2000). indicou um caráter emergencial das ações e foi
Na Agenda Básica do Comunidade Solidá- realizada a partir de novas práticas e profissio-
ria constava a implementação de “programas nais de saúde que compuseram a equipe da
inovadores”, desenvolvidos em parceria com Saúde da Família.
entidades privadas e que passariam a ser refe- O PSF contém em sua essência característi-
rências para políticas públicas, especialmente cas como: ênfase na atenção à família e não ape-
na área da educação de jovens, destacando-se nas ao indivíduo; visão ativa de intervenção em
os Programas de Alfabetização Solidária, Capa- saúde, buscando-se agir sobre a mesma pre-
citação de Jovens e Universidade Solidária, que ventivamente e organizando a demanda; inte-
vêm sendo testados como projetos-piloto, ava- gração com a comunidade e enfoque multipro-
liados e aperfeiçoados, a fim de serem progres- fissional e interdisciplinar (Levcovitz & Garri-
sivamente ampliados. do, 1996). Este último era fundamental para
O campo institucional se ampliou mesmo construção de conhecimento sobre os grupos
que de forma fragmentada. Surgiram aí novos prioritários, especialmente no caso do jovem.

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Nessas práticas destacaram-se as ativida- no processo de reprodução social e cultural dos


des de promoção social e de educação em saú- jovens, que já se observara para a consolidação
de, segundo um agravo ou uma dada proble- da infância: a escola e a família, às quais cada
matização, a partir de trabalho de campo junto vez mais se agregam outras instituições face as
à comunidade e à população cadastrada, clas- transformações nelas ocorridas.
sificada por critérios etários ou de agravos. No momento em que o PSF, como estraté-
Para crianças se acionou os princípios já di- gia de reorganização dos sistemas de saúde, se
fundidos e exitosos dos programas de atenção expande para os grandes centros urbanos é im-
integral à criança e à mulher em sua fase repro- portante observar em que medida sua forma
dutiva. No caso do adolescente, cuja procura de atendimento atinge esse segmento social
por atenção restringe-se a constatação de al- em suas complexas necessidades.
gum mal-estar súbito quase sempre ainda me- Os problemas que afetam os jovens pare-
diado pela família ou pela escola, deu-se ênfa- cem muito mais complexos do que a estratégia
se às ações apontadas pelo Programa de Saúde da Saúde da Família possa indicar, embora
do Adolescente (PROSAD), que não visam o uma aproximação talvez possa garantir a eficá-
adoecimento e sim tratar temas que podem cia, eficiência de seu trabalho perante as co-
promover a saúde dos jovens, prevenir riscos e munidades facilitando a articulação com ór-
engajá-los na luta por sua cidadania. gãos e instituições não setoriais, ampliando seu
As ações básicas reunidas no PROSAD co- leque de intervenções e melhorando seu de-
brem crescimento e desenvolvimento, sexuali- sempenho.
dade e saúde reprodutiva, saúde mental, pre- Os jovens urbanos têm tido seus laços de
venção de acidentes, violência, maus tratos pe- dependência familiar (econômica e afetiva) es-
la família e instituições, já desenvolvidas nos tendidos, ao mesmo tempo que sua cultura ju-
serviços de saúde tradicionais, sendo estimula- venil os coloca em uma série de conflitos com
da a sua realização fora das unidades de saúde, outras gerações que convivem no mesmo do-
em parceria com outras instituições de assis- micílio. Conflitos que são mais intensos quan-
tência e na comunidade. do percebem algum controle sobre sua mobili-
Na esfera da vida privada, os programas de dade, daí a relevância da ação se estender ao
assistência médico-social, voltados para o jo- meio social onde vivem.
vem, objetivam principalmente prevenir novos
problemas que interferem no processo de inte-
gração como o uso abusivo de drogas e a se- Considerações finais
xualidade com riscos. Essas intervenções mu-
daram a direcionalidade das práticas sociais A modernização no campo social se instaurou
anteriores, estimuladoras da autonomia, e dão por um processo gradativo de intervenção nas
legitimidade e eficácia à promoção da adesão relações sociais dirigido à transformação da
em oposição à resistência, ou seja de um maior pessoa em indivíduo, ou seja, à construção de
controle sobre o cotidiano dos jovens. identidades, que se inicia nas famílias e foi as-
Esse paradoxo é problema que, de fato, foi re- sumido pelo Estado, especialmente frente às
forçado pelo aumento da expectativa de vida, pe- classes populares. Portanto, a modernização
lo envelhecimento da população, que estendeu repercutiu de imediato na categoria família,
a existência para além do que se convencionou provocando sua renovação.
como vida ativa, seja produtiva ou de criação A incorporação do enfoque de desenvolvi-
dos filhos, o que tanto pode aumentar as frus- mento social na reforma social brasileira, que
trações individuais como exige também a busca se consolidou nos debates constituintes dos
de novas escolhas de renovação do acordo social anos 80, permitiu tratar os problemas da infân-
entre homens, mulheres e suas diversas gerações. cia e adolescência como fenômenos sociais de-
Hoje, a liberação das relações homem-mu- correntes do contexto onde se inserem.
lher, pais-filhos esbarra principalmente na luta A exigência de inclusão da política de assis-
contra o desemprego em geral e, em especial, tência social na agenda das políticas públicas,
juvenil, podendo-se observar um recuo tático visando a uma intervenção nos grupos de risco
através de medidas sociais que mantêm os jo- social em seu próprio ambiente, família e co-
vens afastados do mercado de trabalho por mais munidade, rompeu com a perspectiva de assis-
tempo, ou incluindo-os simbolicamente em tência meramente individualizada, indicando
programas que combinam renda mínima e uma intenção de alargar o alvo a ser atingido
consumo de serviços sociais. no processo de desenvolvimento social.
Essas novas estratégias destacam, de toda Esse desenvolvimento que deveria desem-
forma, a existência de duas instituições básicas bocar em uma nova política de assistência so-

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cial no contexto da seguridade social se frus- O desafio que fica para as agências que exe-
trou na década de 90. Assim temos que: cutam a política de atendimento é expandir for-
• Os benefícios materiais ofertados aos jo- mas alternativas e mais democráticas de agir,
vens e às famílias, voltados para sua inserção que reforcem mais os vínculos institucionais
autônoma no mercado, frente aos limites im- dos jovens e trabalhem a iniciativa do indiví-
postos ao crescimento econômico e ao aumen- duo, para que ele elabore projetos para seu pró-
to do desemprego na reestruturação produtiva prio desenvolvimento, além de valorizar a livre
desencadeada nos anos 80, ainda são residuais; escolha e manifestação da vontade do jovem
• A garantia do acesso dos jovens a serviços so- diante dos efeitos da crise econômica e social,
ciais, promovendo e acompanhando seu desen- que atinge a todos.
volvimento, ainda não é universal, tendo-se mes-
mo nesta década reforçado sua focalização.

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