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RELATÓRIO PARCIAL I
JUNHO/2008 – REVISÃO 01
Revisão e Aprimoramento das Bases de Dados e Informações sobre a Produção e Consumo de
Commodities Agrícolas
Rev. 01
RELATÓRIO PARCIAL I
Revisão e Aprimoramento das Bases de Dados e Informações sobre a Produção e Consumo de Commodities
Agrícolas – 01
Revisão e Aprimoramento das Bases de Dados e Informações sobre a Produção e Consumo de
Commodities Agrícolas
Rev. 01
QUADRO DE REVISÕES
Revisão e Aprimoramento das Bases de Dados e Informações sobre a Produção e Consumo de Commodities
Agrícolas – 01
Revisão e Aprimoramento das Bases de Dados e Informações sobre a Produção e Consumo de
Commodities Agrícolas
Rev. 01
EQUIPE TÉCNICA
EQUIPE TÉCNICA
SUMÁRIO
SUMÁRIO
QUADRO DE REVISÕES.........................................................................................2
Nº DA REVISÃO.......................................................................................................2
DATA..........................................................................................................................2
VISTO DO COORDENADOR..................................................................................2
EQUIPE TÉCNICA........................................................................................................................1
EQUIPE TÉCNICA........................................................................................................................2
SUMÁRIO......................................................................................................................................3
SUMÁRIO......................................................................................................................................4
LISTA DE TABELAS...................................................................................................................16
LISTA DE FIGURAS...................................................................................................................17
CONSIDERAÇÕES INICIAIS....................................................................................................18
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS..................................................................................................19
Este Relatório Parcial I é o primeiro de uma série de três Relatórios de pesquisa que têm o
objetivo de contribuir para a Perenização da coleta de dados e informações e o aprimoramento do
Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT) realizado pelo CENTRAN no que se refere a
caracterização do transporte nas cadeia de suprimentos de produtos agrícolas, em particular
àqueles considerados como commodities agrícolas......................................................................19
Este Relatório Parcial I considera o trabalho dos primeiro quatro meses de pesquisa e foi
desenvolvido com o intuito de apresentar a importância da agricultura na economia brasileira,
com destaque para os produtos agrícolas mais representativos na economia nacional e que
deveriam ser considerados em primeiro plano em um estudo mais aprofundado sobre suas cadeia
de suprimento e transporte.............................................................................................................19
Por serem termos amplamente utilizados e de forma a facilitar a exposição da pesquisa,
inicialmente, num item de conceituação teórica, serão apresentados os conceito de commodities
agrícolas, lavoura permanente e temporária. Em seguida, destaca-se, sucintamente, a importância
da agricultura na economia nacional.............................................................................................19
Como principal contribuição deste Relatório Parcial, foi realizada uma pesquisa no banco de
dados do IBGE (IBGE, 2007) destacando-se as 10 principais commodities agrícolas, em
quantidade produzida, e que representam mais de 95% da produção agrícola nacional na
atualidade. Estes resultados serão comparados com as commodities já estudadas pelo
CENTRAN, no Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) e por outras fontes
pesquisadas, com destaque, por sua representatividade acadêmica, para o trabalho de Caixeta-
Filho e Gameiro (2001).................................................................................................................19
A partir desta análise, serão escolhidas e hierarquizadas as commodities agrícolas a serem
estudadas quanto ao detalhamento da sua cadeia produtiva e quanto aos fluxos de transporte....19
Neste Relatório Parcial, pela relevância e importância nacional, serão considerados, numa
primeira abordagem, o complexo da cana-de-açúcar, o complexo soja e o milho, conforme
justificativa apresentada no item 4. Para cada uma destas commodities será apresentada a
representação mundial, a situação no país e o mapeamento da cadeia produtiva.........................20
No que se refere à representação mundial foram utilizados dados do Foof and Agricultural
Policy Research Institute, da Universidade de IOWA (FAPRI), para a produção mundial dos
principais países entre os períodos de 2002 a 2007. No que tange a situação nacional, consultou-
se os dados do IBGE quanto aos principais estados brasileiros produtores de cada commodity
agrícola..........................................................................................................................................20
Como uma das etapas deste trabalho era a comparação do banco de dados do PNLT, para a cana-
de-açúcar, grãos de milho e grãos de soja, com a base de dados do IBGE para o ano de 2002.
Destaca-se que não foram encontradas diferenças significativas de valor, conforme Ítem 5. .....20
Revisão e Aprimoramento das Bases de Dados e Informações sobre a Produção e Consumo de
Commodities Agrícolas – 01 4
Revisão e Aprimoramento das Bases de Dados e Informações sobre a Produção e Consumo de
Commodities Agrícolas
Rev. 01
o crescimento foi 37% acima do PIB e no período entre 1990 e 2007 foi de 40%. Isto prova que
pelo menos desde os anos 90, o crescimento do agronegócio vem superando o da economia.....25
Fonte: MAPA (2008)....................................................................................................................25
4 AS COMMODITIES AGRÍCOLAS.........................................................................................26
4 AS COMMODITIES AGRÍCOLAS..........................................................................................27
Para elaborar este tópico que é a base deste relatório, foram confrontadas três fontes de dados e
informações: o Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT)2, ano 2005, o capítulo
Movimentação Rodoviária de Produtos Agrícolas Selecionados, do livro Transporte e Logística
em Sistemas Agroindustriais (Caixeta-Filho e Gameiro, 2001), e a base de dados do IBGE
(2007), conforme o Anexo 1. Na Tabela 4.1, são apresentados os produtos considerados nestas
três fontes de dados destacando-se que, para o caso do IBGE (2007), foram considerados apenas
os 10 primeiros produtos hierarquizados em ordem decrescente de quantidade produzida no ano
de 2006..........................................................................................................................................27
Legenda: Frutas e Hortaliças: abacaxi, banana, laranja, mamão, manga, melancia e tomate......27
Fonte: IBGE (2007), PNLT (2005) e Caixeta-Filho e Gameiro (2001)........................................27
Entende-se que, para um estudo mais detalhado sobre as cadeias produtivas e os esquemas de
transporte das commodities agrícolas no Brasil, deve-se estabelecer uma ordem de prioridade
para sua abordagem. .....................................................................................................................27
Baseado na Tabela 4.1, propõe-se que o estudo se inicie pelo complexo cana-de-açúcar,
complexo soja e milho, pois são os únicos produtos que aparecem, ............................................27
recursivamente, nas três fontes de dados. Entende-se que desta forma se estará valorizando a
importância relativa destas commodities na economia nacional e melhor contribuindo para a
perenização dos dados e informações do PNLT............................................................................28
Por aparecem em duas da referência selecionadas, participando das 10 culturas mais expressivas
na base de dados do IBGE (2007) e da descrição apresentada em Caixeta-Filho e Gameiro
(2001), entende-se que, em um próximo trabalho, devam ser estudadas as seguintes
commodities: complexo laranja, arroz, banana, feijão, tomate e café. Estas culturas já fazem
parte de um estudo de cadeia produtiva apresentado a cerca de 10 anos (Caixeta-Filho e
Gameiro, 2001) e acredita-se que suas cadeias produtivas possam ser mais facilmente atualizadas
do que para de que não se tem melhores informações...................................................................28
Finalmente, por somente aparecem em uma das fontes de pesquisa; mandioca, batata-inglesa,
trigo e algodão (IBGE, 2007 ou Caixeta-Filho e Gameiro, 2001) propõe-se seu estudo numa
terceira etapa de trabalho, iniciando-se por aquelas que já foram estudadas por Caixeta-Filho e
Gameiro (2001). Por não se caracterizarem como commodities agrícolas, não serão estudados o
leite e o gado bovino......................................................................................................................28
Passa-se então ao detalhamento preliminar das commodities escolhidas....................................28
4.1 COMPLEXO DA CANA-DE-AÇÚCAR................................................................................28
Historicamente a cana-de-açúcar é um dos principais produtos agrícolas do Brasil, sendo
cultivada desde a época da colonização. Do seu processo de industrialização obtém-se como
produtos o açúcar, nas suas mais variadas formas e o álcool (anidro e hidratado). Segundo
Copersucar (2006), da produção de cana-de-açúcar na safra de 2005/06, a metade foi destinada
para produção de açúcar e a outra metade para produção de etanol. Nesta safra, segundo MAPA
(2007) foram produzidas 12,65 milhões de toneladas de etanol e 26,21 milhões de toneladas de
açúcar.............................................................................................................................................28
Através da Figura 4.1, pode-se perceber a evolução do volume de produção de cana-de-açúcar e
de açúcar refinado no Brasil entre as safras de 94/95 e 06/07. No caso da cana-de-açúcar, o
crescimento no período foi de 76% e para o açúcar foi de 160%..................................................29
29
4.1.1 Representação Mundial........................................................................................................29
Segundo dados da FAPRI (2008), conforme Figura 4.2, o Brasil é o maior produtor mundial de
cana-de-açúcar, com quase 30% (427 milhões de toneladas) da produção mundial de 2007. Neste
mesmo ano, aparece em segundo lugar à Índia, com quase 21% da produção mundial e num
terceiro lugar distante a China, com pouco menos de 7% da produção mundial..........................29
Esta distribuição percentual relativa dos produtores é muito semelhante à encontrada em 2002.
Porém, o Brasil foi o único país que apresentou expressivo crescimento neste período, passando
de 23,79% da produção mundial para 29,71%..............................................................................29
Tanto o continente africano como os Estados Unidos apresentam produções inexpressivas de
cana-de-açúcar...............................................................................................................................29
A União Européia e a Rússia não apresentam dados para 2002 e em 2006, pois segundo dados da
FAPRI nesses anos não houve produção de cana-de-açúcar. Foram mantidas as legendas para
demonstrar que foram analisadas as produções desses países.......................................................30
30
Conforme a Figura 4.3, percebe-se que o Brasil, com quase 20% e a Índia, com pouco mais de
15%, são responsáveis por mais de 35% da produção mundial de açúcar. Outro dado importante
é que, mesmo não tendo uma produção de cana-de-açúcar, a União Européia produz 10% do
açúcar mundial...............................................................................................................................30
No período, tanto o continente africano, quanto a China e os EUA diminuíram a sua participação
na produção mundial de açúcar. A África reduziu em 8,22%, a China em 5% e os EUA em quase
6%..................................................................................................................................................30
31
Percebe-se, através da Figura 4.4, que o volume dos estoques nacionais de açúcar refinado é
irrisório, representando somente 1% (270 mil toneladas) do estoque mundial, isso se deve grande
exportação deste produto, o alto consumo interno e o entendimento de que a indústria do açúcar
está consolidada para uma produção anual em níveis que atendem aos mercados nacional e
internacional..................................................................................................................................31
Segundo dados da FAPRI (2008), o Brasil é o maior exportador mundial de açúcar refinado no
mundo (quase 20 milhões de toneladas), isso teoricamente reflete os baixos índices de estoque
comparado com o mundo..............................................................................................................31
A Índia, país que possui percentualmente maior representatividade no estoque mundial de
açúcar, com 20,43% em 2007, segundo dados da FAPRI (2008), apresentou um volume de
exportação em torno de 10% do volume brasileiro para o ano de 2007. Fato que caracteriza sua
produção quase que totalmente direcionada ao mercado interno, como também é o caso da União
Européia. Para os outros países ou regiões os níveis de estoques são semelhantes níveis de
produção........................................................................................................................................31
32
4.1.2 Situação no País....................................................................................................................32
A área plantada de cana-de-açúcar cresceu 20%, entre 2002 e 2006, ultrapassando para mais de
6 milhões de hectares. No mesmo período, a produção da cana-de-açúcar cresceu mais de 25%
(IBGE, 2007). Este fato demonstra que a eficiência produtiva desta cultura cresceu 25% no
período...........................................................................................................................................32
Segundo o IBGE (2007), os 10 principais produtores de cana-de-açúcar no país, em ordem de
importância, são: São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Alagoas, Goiás, Pernambuco, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Bahia. Estes estados representam juntos, mais de 94% da
produção nacional e mais de 93% da geração de valor com o complexo açúcar (Figura 4.5)......32
Ainda da Figura 5, percebe-se que o estado de São Paulo, isoladamente, representa quase 60%
da produção e da geração de valor do complexo cana-de-açúcar, destacando a sua importância
neste setor econômico....................................................................................................................32
33
Segundo a Figura 4.6, utilizando dados da UDOP (2008), os 10 principais produtores de açúcar
no país, em ordem de importância, são: São Paulo, Alagoas, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco,
Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Estes estados
representam juntos, mais de 98,67% da produção nacional..........................................................33
34
No próximo item Mapeamento da Cadeia se explicado porque há uma diferença de importância
entre os estados produtores de cana-de-açúcar e os produtores de açúcar....................................34
4.1.3 Mapeamento da Cadeia.........................................................................................................34
A Figura 4.7, elaborada com base Caixeta-Filho e Gameiro (2001), D Agosto (2004) e UDOP
(2008), descreve o mapeamento da cadeia produtiva de cana-de-açúcar e do açúcar brasileiro,
para consumo interno e para a exportação.....................................................................................34
35
As Tabelas, 4.1, 4.2 e 4.3, referenciadas na Figura 4.7, representam um primeiro esforço na
caracterização dos volumes produzidos e consumidos de cada estágio da cadeia produtiva........35
Fonte: UDOP, 2008. Modificado pelo Autor................................................................................36
Na Tabela 4.1, observa-se o volume de produção de todos os estados brasileiros. Percebe-se que
entre os 10 primeiros há um predomínio dos estados da região Sudeste, Centro-oeste e Nordeste,
cada região com três estados, e um único estado da região Sul. Não há significativa produção de
cana-de-açúcar nos estados da região Norte..................................................................................36
O trajeto da cana-de-açúcar ocorre entre a área de plantio (fazenda) para a usina. As distâncias
percorridas são normalmente curtas, com a utilização de estradas de terra, quando a usina sé
localizada dentro da área da fazenda. Para distâncias mais longas, que não ultrapassam 30 km,
pode haver necessidade de utilização de alguma rodovia pavimentada (Caixeta-Filho e Gameiro,
2001)..............................................................................................................................................37
Não há estocagem de cana-de-açúcar para evitar perdas por inversão de sacarose,
principalmente nas épocas mais quentes do ano (Caixeta-Filho e Gameiro, 2001)......................37
Fonte: UDOP, 2008. Modificado pelo Autor................................................................................38
Observando-se a Tabela 4.2 percebe-se que o grau de importância entre as regiões produtores de
cana-de-açúcar e de açúcar. Analisando conjuntamente as Tabelas 4.1 e 4.2 pode-se concluir que
os principais estados produtores de cana-de-açúcar e açúcar são os mesmos, o que diferencia
uma tabela da outra é a percentual representativo de cada um. Desta forma sabe-se quais estados
tem a produção direcionada para o açúcar e quais tem para o álcool............................................38
Após ser produzido o açúcar será transportado para quatro destinos: Indústria Alimentícia, setor
Atacadista, setor Varejista e para Exportação. Para o consumo interno, Indústria Alimentícia,
setor Atacadista, setor Varejista, segundo Caixeta-Filho e Gameiro (2001), a distribuição é feita
predominantemente pelo modo rodoviário. Analogamente, quando houver uma transferência ou
distribuição do setor Atacadista para o Varejista o transporte será feito predominantemente pelo
modo rodoviário............................................................................................................................39
A análise do transporte para o consumo interno, direcionado à Indústria Alimentícia, setor
Atacadista, setor Varejista não faz parte do escopo deste trabalho, por se tratar de análise de
transporte de carga geral................................................................................................................39
No ano de 2006, segundo dados do MDIC, o Brasil exportou 18.756.943 toneladas de açúcar. As
exportações ocorreram quase que totalmente pelo modo marítimo. Menos de 0,1% da exportação
se deu pelo modo rodoviário, através da fronteira na cidade de Uruguaiana. No ano de 2006
também foram exportadas 2 toneladas pelo modo aéreo, através do aeroporto de São Paulo,
porém para efeito de análise esse caso foi desconsiderado. .........................................................39
Fonte: Portal AliceWeb (2008). Modificado pelo Autor..............................................................39
4.2 COMPLEXO SOJA.................................................................................................................40
A soja se constitui na maior fonte de óleo vegetal e de proteína, tanto para a alimentação humana
como animal. O grão de soja contém mais proteína do que o ovo. O óleo de soja é utilizado na
fabricação de margarina, maionese, molhos, óleo para fins culinários e na confecção de tintas e
sabão. (Costa e Manica,1996)........................................................................................................40
4.2.1 Representação Mundial........................................................................................................40
A soja como commodity está associada a um complexo produtivo que envolve o grão de soja, o
farelo de soja e o óleo de soja. Para um adequado tratamento deve-se dividir a abordagem nos
elementos deste complexo.............................................................................................................40
4.2.1.1 Grãos de Soja.....................................................................................................................40
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, com mais de 26% da produção mundial,
ficando somente atrás dos EUA. O terceiro país em produção é a China com mais de 7% (16,5
milhões de toneladas). As produções de Índia, Rússia e União Européia juntas representaram
4,2% da produção mundial no ano de 2007, conforme representa a Figura 4.8............................40
41
Conforme a Figura 4.9, percebe-se uma mudança de posição entre os EUA e o Brasil como líder
em volume de estoque de grãos de soja. O Brasil é líder com quase 30% do estoque mundial de
grãos de soja. A China possui o terceiro maior estoque mundial de grãos de soja, com mais de
8% dos estoques mundiais. Índia, União Européia e Rússia juntas possuíam 2,49% dos estoques
mundiais no ano de 2007...............................................................................................................41
42
Segundo dados da FAPRI (2008), o Brasil é responsável por 42,2% do volume de exportação
mundial de grãos de soja, sendo o responsável por mais de 28 milhões de toneladas
movimentadas................................................................................................................................42
4.2.1.2 Farelo de Soja....................................................................................................................42
Da Figura 4.10 percebe-se que por causa das importações de grãos, a China e a União Européia
têm importante papel no volume de produção de farelo de soja. Brasil e EUA por serem os dois
maiores produtores mundiais de grãos de soja, continuam tendo destaque na produção de farelo
de soja totalizando mais de 38% de toda produção mundial desse produto. A Índia e a Rússia não
possuem níveis significantes de produção de farelo......................................................................42
Por meio da Figura 4.11, visualiza-se que, apesar de estar em segundo lugar em produção de
farelo de soja, a China não possui estoque de farelo. Isto se deve a sua grande população, com
mais de 1,3 bilhões de pessoas, o que gera uma enorme demanda por alimentos. Outro ponto
importante é o nível de estoque brasileiro, o Brasil tem quase 20% dos estoques de farelo de soja
mundial, só perdendo para a União Européia com quase 22%. Pode-se concluir que a União
Européia importa bastante grão de soja, pois ela não é uma grande produtora dessa commodity e
a sua importação é diretamente transformada em farelo, pois seu nível de estoque de grãos é
baixo, conforme demonstrado na Figura 4.9. Índia, Rússia e os EUA possuem juntos quase 8%
dos estoques mundiais de farelo de soja........................................................................................43
44
Segundo dados da FAPRI (2008), o Brasil responde por mais de 25% do volume de exportação
mundial de farelo de soja, com mais de 12 milhões de toneladas.................................................44
4.2.1.3 Óleo de Soja.......................................................................................................................44
Pelo fato do óleo de soja, assim como o farelo de soja, ser um subproduto do grão de soja,
mantém-se uma equivalência na representatividade destes produtos, grãos, farelo e óleo de soja,
pelos países Os três primeiros produtores são continuam sendo EUA, Brasil e China, com mais
de 60% da produção mundial de óleo de soja, conforme pode ser visto na Figura 4.12. .............44
45
Da Figura 4.13, é possível perceber que os EUA e o Brasil possuem a metade do estoque
mundial de óleo de soja. Isso se deve a política de biocombustível desses dois países. A produção
de óleo de soja da China é voltada para o consumo interno o que demonstra o seu estoque pouco
representativo, comparado com seu nível de produção. A comparação entre nível de produção e
nível de estoque entre Índia, Rússia e União Européia mantém-se proporcional.........................45
Segundo dados da FAPRI (2008), o Brasil exporta um pouco mais de 2 milhões de toneladas de
óleo de soja, representando ¼ do volume de exportação mundial................................................46
4.2.2 Situação no País....................................................................................................................47
Na Figura 4.14 observa-se que os estados brasileiros selecionados são responsáveis por mais de
96% da produção e da geração de valor da soja brasileira............................................................47
48
Através da Figura 4.15, percebe-se que o cultivo da soja é concentrado nos estados do centro-sul
do país que respondem por 81,36% do cultivo nacional. Muitos fatores contribuíram para que a
soja se estabelecesse como uma importante cultura nessas regiões. Segundo Embrapa (2007), os
oito fatores abaixo podem ser destacados:.....................................................................................48
Semelhança do ecossistema do sul do Brasil com aquele predominante no sul dos EUA,
favorecendo o sucesso na transferência e adoção de cultivares e outras tecnologias de produção;
48
Facilidades de mecanização total da cultura;................................................................................48
Estabelecimento de uma bem articulada rede de pesquisa de soja, envolvendo os poderes
público federal e estadual, apoiada financeiramente pela indústria privada;................................48
Incentivos fiscais para a abertura de novas áreas de produção agrícola, para a aquisição de
máquinas e para a construção de silos e armazéns; ......................................................................49
Incentivos fiscais para o estabelecimento de agroindústrias produtoras e processadoras de grãos
e de carnes;....................................................................................................................................49
Topografia plana, altamente favorável à mecanização, privilegiando o uso de máquinas e
equipamentos de grande porte, o que propicia economia de mão-de-obra pelo maior rendimento
dessas máquinas nas operações de preparo do solo, tratos culturais e colheita.............................49
Boas condições físicas dos solos da região, facilitando as operações do maquinário agrícola; ..49
Integração lavoura-pecuária, unido à rotação de culturas, principalmente em áreas degradadas.
49
4.2.3 Mapeamento da Cadeia.........................................................................................................50
A Figura 4.16, elaborada com base em Caixeta-Filho e Gameiro (2001), Vieira et al., (2001) e
Pinazza (2007, a) descreve o mapeamento da cadeia produtiva de grãos, farelo e óleo de soja
brasileiros, para consumo interno e para a exportação..................................................................50
50
Esse complexo respondeu, em 2006, por 9,3 bilhões de dólares nas exportações brasileiras, esse
valor correspondeu a 6,77% das exportações nacionais naquele ano, segundo dados do MDIC..50
No que se refere à produção de grãos, pela Tabela 4.4, tem-se o volume de produção de todos os
estados brasileiros. Percebe-se que entre os 10 primeiros estados produtores há um predomínio
dos estados da região Centro-oeste, com três estados. Em seguida, com dois estados cada
observa-se as regiões Nordeste, Sudeste Sul. ...............................................................................50
Fonte: IBGE, 2006. Modificado pelo Autor.................................................................................51
Após ser colhida, de acordo com Soares, Galvani e Caixeta-Filho (1997) os grãos de soja
normalmente são transportados a granel, podendo ser ensacados antes de serem carregados. É
comum a utilização de transportes de autônomo devido a sua disponibilidade e possibilidade de
usar transporte rodoviário por conjuntos de caminhão trator e semi-reboque não específicos.....51
Outros modos distintos também podem ser usados, como o ferroviário, pois numa época de pico
de demanda, os caminhões existentes no mercado podem não ser suficientes para atender a toda
a demanda de transporte. (Caixeta-Filho e Gameiro, 2001)..........................................................52
Segundo dados a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), em 2006 o
Brasil colheu 52,12 milhões de toneladas de grãos de soja, desse volume, 42,2%, ou seja, 22,39
milhões de toneladas foram exportadas. A sobra, 29,73 milhões de toneladas (56%), foi
transportada para as usinas esmagadoras.......................................................................................52
O Brasil vem em quinto com quase 6% de representação. A produção brasileira, segundo dados
da Associação Brasileira das Indústrias de Milho (ABIMILHO, 2008) é totalmente direcionada
para o mercado interno, sendo que quando há necessidades a demanda é coberta com
importações. A África, a Índia, a Rússia e a União Européia respondem com quase 9% da
produção mundial..........................................................................................................................54
55
Percebe-se, na Figura 4.18, que, além de maior produtor, os EUA possuem o segundo maior
estoque de milho com 23% do estoque mundial. O líder é a China com mais de 38%. A China é a
segunda maior produtora mundial. Apesar do milho não ser à base da alimentação do país
asiático, esta posição de destaque na produção e na estocagem se deve ao fato país ser o mais
populoso do mundo. .....................................................................................................................55
Os outros países e regiões, incluindo o Brasil, mantiverem seus índices de proporcionalidade,
comparados com o seu volume de produção de milho, isso comprova a importância do milho da
sua economia.................................................................................................................................55
56
4.3.2 Situação no País....................................................................................................................56
A área plantada de milho cresceu mais de 7%, entre 2002 e 2006, passando para mais de 12,6
milhões de hectares. Neste período, a produção de milho cresceu quase 20%.............................56
Os 10 principais produtores de milho no país, segundo IBGE (2007), em ordem de importância,
são: Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina,
Mato Grosso do Sul, Bahia, Ceará. Estes estados representam juntos, mais de 93% da produção
nacional e mais de 90% da geração de valor com o cultivo do milho, conforme Figura 4.19......56
57
A produção do milho está concentrada na região centro sul do país, responsável por mais de
89% da produção e 84% da geração de valor. ..............................................................................57
4.3.3 Mapeamento da Cadeia.........................................................................................................57
A Figura 4.20, elaborada a partir de Caixeta-Filho e Gameiro (2001), Vieira et al., (2001) e
Pinazza (2007, b) descreve o mapeamento da cadeia produtiva do milho, com seus fluxos de
transportes, para consumo interno e para a exportação e importação...........................................57
58
Por meio da Tabela 4.6, tem-se o volume de produção de todos os estados brasileiros. Percebe-
se que entre os 10 primeiros há um domínio dos estados do centro sul, com um estado da região
Nordeste e nenhum da região Norte. Outro dado importante é que o milho é cultivado em todos
os estados brasileiros.....................................................................................................................58
Fonte: IBGE, 2007. Modificado pelo Autor.................................................................................59
Após a colheita, segundo ABIMILHO (2008), Caixeta-Filho e Gameiro (2001) e Vieira et al.,
(2001) um percentual dos grãos de milho fica retido na própria região para ser utilizado como
semente, alimentação humana e ração animal...............................................................................59
A quantidade de grãos líquida que fica no Brasil (colheita menos perdas e retido na região
menos exportação) é transportada para a industrialização. Esse processo industrial é feito de duas
formas: a seco e a úmido, conforme Figuras 4.21 e 4.22..............................................................59
No processo a seco, o milho após limpeza e secagem, é degerminado e separado em endosperma
e germe. O fluxo do endosperma é moído e classificado para a obtenção de produtos finais, e o
germe passa por processo de extração para produção de óleo e farelo.........................................60
60
No processo a úmido, o milho após limpeza e secagem, é macerado, separado em germe, fibras
e endosperma, que é separado em amido e glúten. O amido ainda é convertido em xaropes e
modificado em dextrinas e amidos especiais. O glúten é seco e recebe a incorporação das fibras e
do farelo após extração do óleo para composição de produtos de rações animais........................60
61
6 PROXIMAS ATIVIDADES.......................................................................................................70
O agronegócio é uma importante mola propulsora da economia nacional. Identificar quais são as
commodities mais significativas e aonde elas são cultivadas é de suma importância para a
elaboração de propostas de melhoria de infra-estrutura de transporte e esquemas operacionais
logísticos para o país......................................................................................................................70
Por meio do cruzamento de três fontes de informação: o PNLT (2005), o capítulo de
Movimentação Rodoviária de Produtos Agrícolas Selecionados, do livro Transporte e Logística
em Sistemas Agroindustriais de Caixeta-Filho e Gameiro (2001) e os dez primeiros produtos do
banco de dados do IBGE (2007) foi possível propor o seguinte método para o estudo dos fluxos
de transporte de produtos agrícolas brasileiros:.............................................................................70
1. Iniciar o estudo pelo complexo cana-de-açúcar, complexo soja e milho, pois são os únicos
produtos que aparecem, recursivamente, nas três fontes de dados. Esta atividade já foi iniciada
neste Relatório Parcial...................................................................................................................70
2. Para um segundo trabalho, devem ser estudadas as seguintes commodities: complexo laranja,
arroz, banana, feijão, tomate e café. Isso se justifica por elas aparecem em duas das referência
selecionadas e já terem as suas cadeias produtivas analisadas em Caixeta-Filho e Gameiro
(2001), o que facilita a sua abordagem..........................................................................................70
3. Num terceiro trabalho por somente aparecerem em uma das fontes de pesquisa, sugere-se
estudar: mandioca, batata-inglesa, trigo e algodão, iniciando-se por aquelas que já foram
estudadas por Caixeta-Filho e Gameiro (2001).............................................................................70
Para o desdobramento das atividades já iniciadas neste Relatório Parcial, duas sugestões
alternativas são possíveis:..............................................................................................................70
1. Aprofundamento no detalhamento das cadeias da cana-de-açúcar, soja e milho, incluindo
identificação e mapeamento dos fluxos na cadeia produtiva identificada. Assim, seriam
trabalhadas apenas as cadeias produtivas das principais commodities em maior profundidade. .70
2. Elaboraração das cadeias produtivas, assim como apresentadas neste Relatório Parcial, para os
demais produtos identificados nos itens 2 e 3 anteriores...............................................................71
Um entendimento entre as equipes da COPPE/UFRJ e do CENTRAN deve ser considerado para
decidir a direção do avanço dos trabalhos, identificando aquela sugestão de alternativa que
melhor contribui para a perenização do PNLT neste momento. Não obstante, uma previsão maior
de tempo viabilizaria a continuidade dos trabalhos na outra direção............................................71
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...........................................................................................72
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA............................................................................................73
AliceWeb, 2008; http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br/..........................................................73
ANTAQ, 2008; Estatísticas; Anuários; Anuário Estatístico Portuário - 2006; Análise da
Movimentação de Cargas: http:// www.antaq.gov.br....................................................................73
Caixeta-Filho, J. V. & Gameiro, A. H. Transporte e Logística em Sistemas Agroindustriais. São
Paulo. 2001....................................................................................................................................73
Copersucar. Relatório de Gestão 05-06. 2006..............................................................................73
Coppe/Coppead. Planejamento Estratégico do Programa Nacional de Produção e Uso de
Biodiesel. IBP. 2007......................................................................................................................73
Costa, J. A. e Manica, I. Cultura da Soja. Porto Alegre. 1996......................................................73
D´Agosto M. A. Análise da Eficiência da Cadeia Energética para as Principais Fontes de
Energia Utilizadas em Veículos Rodoviários no Brasil. Rio de Janeiro. 2004..............................73
Circular técnica 43 - O complexo industrial da soja brasileira. Embrapa. 2007..........................73
Embrapa, 2008; Indústria - Produção Física - Agroindústria - Soja; Dados Econômicos: http://
www.cnpso.embrapa.br.................................................................................................................73
FAPRI, 2008; Tools – Commodities Database: http://www.fapri.iastate.edu/tools/outlook.aspx.
Acessado em 01 de maio de 2008.................................................................................................73
IBGE, 2003; Produção Agrícola Municipal – 2002.....................................................................73
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 - Percentuais anuais do crescimento do PIB real por setor .........................................25
Tabela 4.1 - Comparação de bases de dados do estudo.................................................................27
Tabela 4.1 - Ranking decrescente dos estados produtores de cana-de-açúcar (em toneladas)......36
Tabela 4.2 - Ranking decrescente dos estados produtores de açúcar no ano de 2006 (em
toneladas).......................................................................................................................................38
Tabela 4.3 - Tipo de modo, local e quantidade de açúcar exportado em 2006..............................39
Tabela 4.4 - Locais e volume de produção de grãos de soja em (t)...............................................51
Tabela 4.5 - Tipo de modo, local e quantidade de exportações do complexo soja em 2006 (em
toneladas).......................................................................................................................................53
Tabela 4.6 - Locais e volume de produção de grãos de milho em (t)............................................59
Tabela 4.7 -Tipo de modo, local e quantidade de exportações do milho em 2006 (em toneladas)
.......................................................................................................................................................62
Tabela 5.1 - Comparação entre PNLT e IBGE no ano de 2002 - cana-de-açúcar.........................66
Tabela 5.2 - Comparação entre PNLT e IBGE no ano de 2002 - soja em grãos............................67
Tabela 5.3 - Comparação entre PNLT e IBGE no ano de 2002 - milho em grãos.........................68
Tabela A.1 – Base de dados IBGE ano 2006.................................................................................76
Tabela A.2 - Cronograma a ser seguido se for escolhida a Alternativa 1.....................................78
Tabela A.3 - Cronograma a ser seguido se for escolhida a Alternativa 2.....................................78
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1 - Evolução da produção de cana-de-açúcar e açúcar entre as safras de 94/95 e 06/07
(em milhões toneladas)..................................................................................................................29
Figura 4.2 - Participação percentual na produção mundial de cana-de-açúcar.............................30
Fonte: FAPRI, 2008. Modificado pelo Autor................................................................................30
Figura 4.3 - Participação percentual na produção mundial de açúcar...........................................31
Fonte: FAPRI, 2008. Modificado pelo Autor................................................................................31
Figura 4.4: Participação no volume de estoque mundial de açúcar refinado................................32
Fonte: FAPRI, 2008. Modificado pelo Autor................................................................................32
Figura 4.5 - Participação percentual produção e geração de valor da cana-de-açúcar por estado 33
Fonte: IBGE, 2008. Modificado pelo Autor..................................................................................33
Figura 4.1 - Produção percentual de açúcar por estado.................................................................34
Fonte: UDOP, 2008. Modificado pelo Autor.................................................................................34
Figura 4.7 - Cadeia produtiva da cana-de-açúcar e do açúcar ......................................................35
Fonte: Elaboração própria.............................................................................................................35
Figura 4.8 - Participação percentual na produção mundial de grãos de soja.................................41
Fonte: FAPRI, 2008. Modificado pelo Autor................................................................................41
Figura 4.9 - Participação percentual no volume de estoque mundial de grãos de soja.................42
Fonte: FAPRI, 2008. Modificado pelo Autor................................................................................42
.......................................................................................................................................................43
Figura 4.10 - Participação percentual na produção mundial de farelo de soja..............................43
Fonte: FAPRI, 2008. Modificado pelo Autor................................................................................43
Figura 4.2 - Participação percentual no volume de estoque mundial de farelo de soja.................44
Fonte: FAPRI, 2008. Modificado pelo Autor................................................................................44
Figura 4.3 - Participação percentual na produção mundial de óleo de soja..................................45
Fonte: FAPRI, 2008. Modificado pelo Autor................................................................................45
Figura 4.13 - Participação percentual no volume de estoque mundial de óleo de soja.................46
Fonte: FAPRI, 2008. Modificado pelo Autor................................................................................46
Figura 4.14 - Densidade da produção de soja no Brasil................................................................47
Fonte: COPPE/COPPEAD, 2007..................................................................................................47
Figura 4.4: Participação percentual produção e geração de valor por estado................................48
Fonte: IBGE, 2007. Modificado pelo Autor..................................................................................48
Figura 4.5 - Cadeia Produtiva do Complexo Soja.........................................................................50
Fonte: Elaboração própria.............................................................................................................50
Figura 4.6 - Participação percentual na produção mundial de milho...........................................55
Fonte: FAPRI, 2008. Modificado pelo Autor................................................................................55
Figura 4.7 - Participação percentual no volume de estoque mundial de milho.............................56
Fonte: FAPRI, 2008. Modificado pelo Autor................................................................................56
Figura 4.8 - Participação percentual produção e geração de valor por estado..............................57
Fonte: IBGE, 2007. Modificado pelo Autor..................................................................................57
Figura 4.20 - Cadeia produtiva do milho.......................................................................................58
Fonte: Elaboração Própria.............................................................................................................58
Figura 4.9 - Processo a seco..........................................................................................................60
Fonte: ABIMILHO, 2008..............................................................................................................60
Figura 4.10 - Processo a úmido.....................................................................................................61
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Como principal contribuição deste Relatório Parcial, foi realizada uma pesquisa
no banco de dados do IBGE (IBGE, 2007) destacando-se as 10 principais
commodities agrícolas, em quantidade produzida, e que representam mais de
95% da produção agrícola nacional na atualidade. Estes resultados serão
comparados com as commodities já estudadas pelo CENTRAN, no Plano
Nacional de Logística e Transportes (PNLT) e por outras fontes pesquisadas,
com destaque, por sua representatividade acadêmica, para o trabalho de
Caixeta-Filho e Gameiro (2001).
Como uma das etapas deste trabalho era a comparação do banco de dados do
PNLT, para a cana-de-açúcar, grãos de milho e grãos de soja, com a base de
dados do IBGE para o ano de 2002. Destaca-se que não foram encontradas
diferenças significativas de valor, conforme Ítem 5.
2 CONCEITUAÇÃO TEÓRICA
2 CONCEITUAÇÃO TEÓRICA
Como exemplo de commodities pode ser citado: ambientais (ex: água, petróleo),
agrícolas (ex: algodão, café, trigo, soja, açúcar), financeiras (ex: dólar, euro, libra)
e mineral (ex: ouro, aço, prata, cobre). (Wikipédia, 2008a)
4 AS COMMODITIES AGRÍCOLAS
4 AS COMMODITIES AGRÍCOLAS
Para elaborar este tópico que é a base deste relatório, foram confrontadas três
fontes de dados e informações: o Plano Nacional de Logística de Transportes
(PNLT)2, ano 2005, o capítulo Movimentação Rodoviária de Produtos Agrícolas
Selecionados, do livro Transporte e Logística em Sistemas Agroindustriais
(Caixeta-Filho e Gameiro, 2001), e a base de dados do IBGE (2007), conforme o
Anexo 1. Na Tabela 4.1, são apresentados os produtos considerados nestas três
fontes de dados destacando-se que, para o caso do IBGE (2007), foram
considerados apenas os 10 primeiros produtos hierarquizados em ordem
decrescente de quantidade produzida no ano de 2006.
Baseado na Tabela 4.1, propõe-se que o estudo se inicie pelo complexo cana-de-
açúcar, complexo soja e milho, pois são os únicos produtos que aparecem,
2 Foi enviado pelo Centran uma base de dados em Microsoft Office Access®, onde se teve acesso ao detalhamento
dos dados utilizados no PNLT (2005).
recursivamente, nas três fontes de dados. Entende-se que desta forma se estará
valorizando a importância relativa destas commodities na economia nacional e
melhor contribuindo para a perenização dos dados e informações do PNLT.
Figura 4.1 - Evolução da produção de cana-de-açúcar e açúcar entre as safras de 94/95 e 06/07 (em
milhões toneladas)
Fonte: União dos Produtores de Bioenergia (UDOP, 2008). Modificado pelo Autor.
4.1.1Representação Mundial
A União Européia e a Rússia não apresentam dados para 2002 e em 2006, pois
segundo dados da FAPRI nesses anos não houve produção de cana-de-açúcar.
Foram mantidas as legendas para demonstrar que foram analisadas as
produções desses países.
Conforme a Figura 4.3, percebe-se que o Brasil, com quase 20% e a Índia, com
pouco mais de 15%, são responsáveis por mais de 35% da produção mundial de
açúcar. Outro dado importante é que, mesmo não tendo uma produção de cana-
de-açúcar, a União Européia produz 10% do açúcar mundial.
4.1.2Situação no País
1
Geração de valor é produção obtida multiplicada pelo preço médio ponderado. Neste caso o produto é a cana-de-
açúcar. (IBGE, 2008).
Figura 4.5 - Participação percentual produção e geração de valor da cana-de-açúcar por estado
Fonte: IBGE, 2008. Modificado pelo Autor
4.1.3Mapeamento da Cadeia
Tabela 4.2 - Ranking decrescente dos estados produtores de açúcar no ano de 2006
(em toneladas).
percentual representativo de cada um. Desta forma sabe-se quais estados tem a
produção direcionada para o açúcar e quais tem para o álcool.
Após ser produzido o açúcar será transportado para quatro destinos: Indústria
Alimentícia, setor Atacadista, setor Varejista e para Exportação. Para o consumo
interno, Indústria Alimentícia, setor Atacadista, setor Varejista, segundo Caixeta-
Filho e Gameiro (2001), a distribuição é feita predominantemente pelo modo
rodoviário. Analogamente, quando houver uma transferência ou distribuição do
setor Atacadista para o Varejista o transporte será feito predominantemente pelo
modo rodoviário.
4.2.1Representação Mundial
4.2.1.1Grãos de Soja
4.2.1.2Farelo de Soja
Da Figura 4.10 percebe-se que por causa das importações de grãos, a China e a
União Européia têm importante papel no volume de produção de farelo de soja.
Brasil e EUA por serem os dois maiores produtores mundiais de grãos de soja,
continuam tendo destaque na produção de farelo de soja totalizando mais de
38% de toda produção mundial desse produto. A Índia e a Rússia não possuem
níveis significantes de produção de farelo.
Por meio da Figura 4.11, visualiza-se que, apesar de estar em segundo lugar em
produção de farelo de soja, a China não possui estoque de farelo. Isto se deve a
sua grande população, com mais de 1,3 bilhões de pessoas, o que gera uma
enorme demanda por alimentos. Outro ponto importante é o nível de estoque
brasileiro, o Brasil tem quase 20% dos estoques de farelo de soja mundial, só
perdendo para a União Européia com quase 22%. Pode-se concluir que a União
Européia importa bastante grão de soja, pois ela não é uma grande produtora
dessa commodity e a sua importação é diretamente transformada em farelo, pois
seu nível de estoque de grãos é baixo, conforme demonstrado na Figura 4.9.
Índia, Rússia e os EUA possuem juntos quase 8% dos estoques mundiais de
farelo de soja.
Segundo dados da FAPRI (2008), o Brasil responde por mais de 25% do volume
de exportação mundial de farelo de soja, com mais de 12 milhões de toneladas.
4.2.1.3Óleo de Soja
Pelo fato do óleo de soja, assim como o farelo de soja, ser um subproduto do
grão de soja, mantém-se uma equivalência na representatividade destes
produtos, grãos, farelo e óleo de soja, pelos países Os três primeiros produtores
são continuam sendo EUA, Brasil e China, com mais de 60% da produção
mundial de óleo de soja, conforme pode ser visto na Figura 4.12.
4.2.2Situação no País
Densidade de
Produção (em t)
4.2.3Mapeamento da Cadeia
Esse complexo respondeu, em 2006, por 9,3 bilhões de dólares nas exportações
brasileiras, esse valor correspondeu a 6,77% das exportações nacionais naquele
ano, segundo dados do MDIC.
Após ser colhida, de acordo com Soares, Galvani e Caixeta-Filho (1997) os grãos
de soja normalmente são transportados a granel, podendo ser ensacados antes
de serem carregados. É comum a utilização de transportes de autônomo devido
a sua disponibilidade e possibilidade de usar transporte rodoviário por conjuntos
de caminhão trator e semi-reboque não específicos.
Outros modos distintos também podem ser usados, como o ferroviário, pois
numa época de pico de demanda, os caminhões existentes no mercado podem
não ser suficientes para atender a toda a demanda de transporte. (Caixeta-Filho
e Gameiro, 2001).
Após ser separado do farelo, o óleo bruto passa por um processo de refino até
assumir propriedades ideais ao consumo como óleo comestível ou utilizado como
matéria-prima para a produção de biodiesel. Segundo a ABIOVE, em 2006, o
volume de óleo de soja produzido no país foi de 5,72 milhões de toneladas, e
54,65% foi consumido internamente, o restante foi exportado.
4.3 MILHO
Além dos suínos e dos frangos, também demandam por milho para alimentação
animal, os bovinos e os pequenos animais. Atualmente, a produção de ração
para pequenos animais (pet food) tem se constituído em um mercado crescente
para o uso desse cereal, dado o crescimento da demanda por alimento de
melhor qualidade para esses animais.
4.3.1Representação Mundial
4.3.2Situação no País
A área plantada de milho cresceu mais de 7%, entre 2002 e 2006, passando para
mais de 12,6 milhões de hectares. Neste período, a produção de milho cresceu
quase 20%.
4.3.3Mapeamento da Cadeia
A quantidade de grãos líquida que fica no Brasil (colheita menos perdas e retido
na região menos exportação) é transportada para a industrialização. Esse
• Consumo Industrial – 1%
• Consumo Humano – 9%
• Perdas/Sementes – 2%
• Exportação – 1%
que cerca de 75% ia para a indústria de ração, 22% para a moagem, 1% para
sementes e 2% para as exportações.
Tabela 4.7 -Tipo de modo, local e quantidade de exportações do milho em 2006 (em
toneladas)
através dos armazéns situados nesta mesma região, sendo que os picos de
escoamento de milho não chegam a causar um impacto na oferta global de
transporte.
Apresenta-se a seguir uma das etapas deste relatório que foi fazer a comparação
dos dados do PNLT, com os dados do IBGE para o ano de 2002. Os dados
comparados tanto o do PNLT quando o do IBGE eram em níveis de
microrregiões e que foram agrupados em níveis estaduais, como pode ser visto
nas Tabelas 5.1 a 5.3. Conclui-se que a base de dados utilizada no PNLT, para a
cana-de-açúcar, soja em grãos e milho, foi retirada do banco de dados de
Produção Agrícola Municipal (PAM) do IBGE referente ao ano de 2002.
Tabela 5.2 - Comparação entre PNLT e IBGE no ano de 2002 - soja em grãos
Tabela 5.3 - Comparação entre PNLT e IBGE no ano de 2002 - milho em grãos
6 PRÓXIMAS ATIVIDADES
6 PROXIMAS ATIVIDADES
1. Iniciar o estudo pelo complexo cana-de-açúcar, complexo soja e milho, pois são
os únicos produtos que aparecem, recursivamente, nas três fontes de dados.
Esta atividade já foi iniciada neste Relatório Parcial.
3. Num terceiro trabalho por somente aparecerem em uma das fontes de pesquisa,
sugere-se estudar: mandioca, batata-inglesa, trigo e algodão, iniciando-se por
aquelas que já foram estudadas por Caixeta-Filho e Gameiro (2001).
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
6.
ANEXOS
PRODUTO QUANTIDADE
Cana-de-açúcar (Tonelada) 457.245.516
Soja (em grão) (Tonelada) 52.464.640
Milho (em grão) (Tonelada) 42.661.677
Mandioca (Tonelada) 26.639.013
Laranja (Tonelada) 18.032.313
Arroz (em casca) (Tonelada) 11.526.685
Banana (Tonelada) 6.956.179
Feijão (em grão) (Tonelada) 3.457.744
Tomate (Tonelada) 3.362.655
Batata - inglesa (Tonelada) 3.151.721
Algodão herbáceo (em caroço) (Tonelada) 2.898.721
Café (beneficiado) (Tonelada) 2.573.368
Trigo (em grão) (Tonelada) 2.484.848
Coco-da-baía (Mil frutos) 1.985.478
Melancia (Tonelada) 1.946.912
Mamão (Tonelada) 1.897.639
Abacaxi (Mil frutos) 1.707.088
Sorgo granífero (em grão) (Tonelada) 1.604.920
Cebola (Tonelada) 1.345.905
Tangerina (Tonelada) 1.270.108
Uva (Tonelada) 1.257.064
Manga (Tonelada) 1.217.187
Dendê (coco) (Tonelada) 1.207.276
Limão (Tonelada) 1.031.292
Fumo (em folha) (Tonelada) 900.381
Maçã (Tonelada) 863.019
Maracujá (Tonelada) 615.196
Batata - doce (Tonelada) 518.541
Melão (Tonelada) 500.021
Erva-mate (folha verde) (Tonelada) 434.483
Aveia (em grão) (Tonelada) 405.657
Goiaba (Tonelada) 328.255
Amendoim (em casca) (Tonelada) 249916
Sisal ou agave (fibra) (Tonelada) 248.111
Castanha de caju (Tonelada) 243.770
Cacau (em amêndoa) (Tonelada) 212.270
Rev. 01
Revisão e Aprimoramento das Bases de Dados e Informações sobre a Produção e Consumo de Commodities Agrícolas - 01 78