Características da TES:
a) Deve conter ao menos uma nota de tensão. Obviamente, quanto mais tensões, mais
rica será a sonoridade do voicing;
b) Deve ser preferencialmente acorde Maior ou menor. Em geral não se usa TES como
aumentado e nunca como diminuto;
c) Deve estar em posição fechada;
Características do voicing:
c) A duplicação de nota soa melhor quando uma uma delas se encontra na voz superior
(recomendado) ou na segunda voz. Este fato pode ser explicado no estudo de acústica
e da série harmônica, o que foge ao propósito de momento:
Obs.1: estes voicings são de fácil execução no piano. No violão são um pouco
pouco mais complicados
mas possíveis. Além disso, são extremamente úteis em arranjos para médios ou grandes grupos,
como um grupo de câmara ou uma big band, por exemplo.
Obs.2: como visto acima, enquanto o acorde inferior é o responsável por garantir a estrutura
estru básica
do voicing, a TES possui a finalidade de embelezamento, de gerar riqueza sobre esta estrutura
básica inferior. Neste sentido, pelo fato dos acordes dominantes oferecerem uma grande quantidade
de tensões, é certo que estes possuiram, por consequencia,
consequencia, uma variedade maior de TES, se
comparado com outros acordes. Por este fato, sua terminologia é geralmente vinculada aos
dominantes, apesar de seres perfeitamente aplicáveis sobre quaisquer categorias de acordes.
Obs.3: as TES raramente são pedidas explicitamente e, por isso, esta cifragem não representa ainda
um padrão de grafia universal. Em geral, o músico precisa descobrir por si próprio as oportunidades
para o uso destes voicings.
_____________________________________________________________________________ 2
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
X
Obs.4: não confunda com X/Y. O primeiro, com traço horizontal, indica acorde X sobre acorde
Y
Y, enquanto que no segundo, com traço vertical, indica acorde X sobre baixo Y.
A análise das TES é sempre vinculada ao acorde inferior. Nela está indicada a distância
intervalar entre
re a fundamental do acorde inferior e a fundamental da TES, bem como sua qualidade
(Maior ou menor). No exemplo anterior, temos:
Obs.5: alguns livros identificam o acorde Maior por letras maiúsculas e o menor por minúsculas.
Sendo assim, no terceiro exemplo
xemplo acima, bIIm seria escrito como bii.
Como dito anteriormente, as TES são geralmente vinculados aos dominantes pelo fato
destes oferecerem uma quantidade maior de tensões que outras categorias de acordes e possuirem,
por conseqüência, mais tríades disponíveis.
Irei agora, com base nos cinco acordes dominantes mais frequentes (a escala do
V7(#5) é a de tons inteiros, que origina apenas tríades aumentadas sobre seus graus. Sendo assim,
este dominante será descartado), gerar as possíveis triades Maiores e menores em cada uma de suas
escalas respectivas (por campo harmônico e por enarmonização, caso seja possível) e selecionar as
que melhor representam o acorde de origem. Para isso, tem-se tem se abaixo algumas dicas a serem
seguidas:
Legenda:
Escala: mixolídia
Ts características: 9 e/ou 13
EV: 4
Campo harmônico tríade (ex. para Dó mixolídio):
b) X7(b9)
Obs.1: verifica-se
se que, pelo campo harmônico, não é possível aproveitar nenhuma tríade.
_____________________________________________________________________________ 4
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
Obs.3: a presença da fundamental neste voicing é indispensável para caracterizar o acorde pois,
caso contrário, se torna ambíguo pelo fato de soar tanto como V7(b9) quanto como SubV7:
c) X7(#11)
Escala: lídia b7
T características: #11
EV: não tem
Campo harmônico tríade (ex. para Dó lídio b7):
Obs.1: a TES II soa extremamente rica pelo fato de conter em sua formação, além da tensão
característica do acorde lídio (T#11), as outras duas Ts disponíveis neste dominante.
Obs.2: as TES Vm e VIm podem ser usadas no acorde X7(#11). Porém, apesar de não possuirem
restrições às notas que a compõem, estas TES não contêm a tensão característica deste acorde e, por
_____________________________________________________________________________ 5
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
este fato, soam extremamente pobres neste contexto, sendo ambas mais
mais indicadas para X7(9).
Obs.3: na escala lídia b7 não há como gerar outras triades (Maiores e/ou menores) por
enarmonização. Verifique.
d) X7(alt)
Escala: alterada
T características: b5 e/ou #9
EV: não tem
Obs.1: similar ao que ocorre com as TES Vm e VIm em X7(#11), aqui a TES bIIm também pode
ser usada no acorde X7(alt). Porém, apesar de não possuir restrições às notas que a compõe, esta
_____________________________________________________________________________ 6
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
TES não contêm nenhuma das tensões características deste acorde e, por este fato, soa
extremamente pobre neste contexto, sendo mais indicada para X7(b9) já que T#5 é enarmônico de
Tb13 (no exemplo anteior, sol# (T#5) ≈ láb (Tb13)).
Obs.2: similar ao que ocorre com a TES bIIm em X7(b9), nas TES bIIIm e bV a presença da
fundamental
ndamental nos voicings é indispensável para caracterizar os acordes como V7(alt), ao invés do
seu dominante substituto.
b9
e) X 7
13
_____________________________________________________________________________ 7
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
b9
Obs.5: como sabemos, no X 7 , para caracterização do acorde, deve-se
se constar as duas tensões
13
(b9 e 13) simultaneamente, visto que não são subentendidas uma pela outra. Sendo assim, as TES
bV e VIm também soam pobres neste contexto pois apresentam apenas uma tensão característica do
acorde. A primeira (bV) é mais indicada para X7(alt) e a segunda (VIm), para X7(9). Neste caso,
apenas as TES #IVm e VI são usadas, já que ambas possuem as tensões b9 e 13.
_____________________________________________________________________________ 8
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
f) Tabela de resumo
Cifra
Mais Fund.
Alternativa
X7 TES Localização Prática Escala
usada obrigatóri
Ex. em C7
s a
Gm
Vm Tr. me. 5ªJ acima ou 4ªJ abaixo
C7
(9) Mixolídia
Am
VIm Tr. Ma. 3ªm abaixo
C7
Dbm
(b9) bIIm Tr. me. um semitom acima Mixolídia b9 b13 X
C7
D
(#11) II Tr. Ma. um tom acima Lídia b7 X
C7
Ebm
bIIIm Tr. me. 3ªm acima X
C7
Gb
(alt) bV Tr. Ma. trítono acima ou abaixo Alterada X
C7
Ab
bVI Tr. Ma. 3ªM abaixo X
C7
#IV F #m
Tr. me. trítono acima ou abaixo
b9 m C 7
Diminuta st-t
13 VI A
Tr. Ma. 3ªM abaixo X
C7
Tr. Ma. = tríade Maior; Tr. me. = tríade menor.
g) Observações gerais
• As TES II, bV, bVI e VI são as mais usadas pelo fato de representarem as
b9
alterações mais comuns em acordes dominantes (X7(#11), X7(alt) e X 7 ,
13
respectivamente).
_____________________________________________________________________________ 9
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
Exemplos:
b9
Obs.1: como já vimos em X 7 , as TES Im e bIII às vezes são utilizadas para produzir uma
13
sonoridade blues em uma harmonia dominante.
st t. Pelo fato desta escala
Obs.2: estas quatro últimas TES são ambas derivadas da escala diminuta st-t.
não possuir EVs, qualquer acorde dominante derivado dela é intercambiável com qualquer outro da
mesma escala e, conseqüentemente, suas TES também serão.
Obs.3:
s.3: o mesmo ocorre com X7(alt) e X7(#11), ambos derivados da escala menor melódica (que
st t). No quadro comparativo dado acima, lembre-se
também não possui EVs, como na diminuta st-t). lembre
que a TES bIIm, apesar de não possuir as notas características da escala alt
alterada,
erada, também é gerada
pela mesma. Caso similar ocorre com as TES Vm VIm, que também são geradas pela escala lídia
b7. Sendo assim, pode-se se dizer que as quatro primeiras comparações acima referem-sereferem a
compatibilidade entre as TES dos acordes X7(alt) e X7(# X7(#11).
11). Com base em suas TES mais
freqüentes, o exemplo a seguir demonstra bem esta extrema compatibilidade:
A7(alt) ≈ Eb7(#11)
F Eb
A7(alt) ≈ (TES bVI) ≈ (TES bV)
A7 A7
F
Eb7(#11) ≈ (TES II)
Eb 7
25.2) TES
S em acordes dominantes suspensos
7
a) X (9)
4
Escala: mixolídia
Ts características:
características 9 e/ou 13
EV: 3
Campo harmônico tríade (ex. para Dó mixolídio):
_____________________________________________________________________________ 10
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
Obs.1: assim como ocorre em X7(9), pelo fato de T9 subentender T13, e vice-versa,
vice neste caso, a
TES pode conter uma ou outra.
Obs.2: como já dito, na escala mixolídia não há como gerar outras triades (Maiores e/ou menores)
por enarmonização.
Obs.3: lembrando que a escala dórica é frequentemente usada como substituta da mixolídia em
7
X (9) , substituindo 3 por T#9. Porém, pelo fato desta tensão também ser EV, o resultado das TES
4
geradas por ambas as escalas é o mesmo. Verifique.
7
b) X (b9)
4
_____________________________________________________________________________ 11
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
7 b9
c) X
4 13
Escala: mixolídia b9
Ts características:
características b9 e 13
EV: 3
Campo harmônico tríade (ex. para Dó mixolídio b9):
b9 7 b9
Obs.1: assim como ocorre com X 7 , o X também só se caracteriza se conter as duas
13 4 13
tensões (b9 e 13) simultaneamente, visto que não são subentendidas uma pela outra. Sendo assim,
apesar de passíveis de uso, as TES IV e bVIIm soam pobres neste contexto pois apresentam apenas
7
uma tensão característica do acorde. A primeira (IV) é mais indicada para X (9) , e a segunda
4
7
(bVIIm), para X (b9) . Neste caso, não há, então, nenhuma TES disponível para este acorde
4
dominante suspenso.
Obs.2: pela escala mixolídia b9 é possível gerar ainda a TES VI por enarmonização (no exemplo,
A; réb = dó#). Porém esta tríade ainda contêm a EV e por isso também é desconsiderada.
_____________________________________________________________________________ 12
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
d) Tabela de resumo
7 Cifra
X TES Alternativa Localização Prática Escala
4 Ex. em C7
Dm
IIm 7 Tr. me. um tom acima
C
4
(9)
F
IV 7 Tr. Ma. 4ªJ acima ou 5ªJ abaixo
C
4
Mixolídia
Gm
Vm 7 Tr. me. 5ºJ acima ou 4ªJ abaixo
C
4
Bb
bVII 7 Tr. Ma. um tom abaixo
C
4
Db
bII 7 Tr. Ma. um semitom acima
C
4
Fm
(b9) IVm 7 Tr. me. 4ªJ acima ou 5ªJ abaixo Mixolídia b9 b13
C
4
Bbm
bVIIm 7 Tr. me. um tom abaixo
C
4
Tr. Ma. = tríade Maior; Tr. me. = tríade menor.
NNC = tríade boa, mas não possui a (s) nota (s) característica (s). Nos casos a seguir, podem ocorrer
não somente tensões como notas características, mas também a ND e alterações de NO.
_____________________________________________________________________________ 13
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
a) X7M/6
Escala: jônica
Notas características:
característica 6 e/ou 9
EV: 1 (X7M) e 11 (X7M/6)
Campo harmônico tríade (ex. para Dó jônico):
Obs.1: em X6, a TES VIm soa extremamente pobre pois terá as mesmas notas do acorde inferior (as
NOs 1 e 3, e a ND 6). No caso de X7M, seu uso não é aconcelhável por causa do choque causado
entre a 7ªM no acorde inferior e a 3ªM na TES:
Obs.2: na escalaa jônica não há como gerar outras triades (Maiores e/ou menores) por
enarmonização.
_____________________________________________________________________________ 14
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
b) X7M/6(#11)
Escala: lídia
Notas características:
característica #11
EV: não têm
Campo harmônico tríade (ex. para Dó lídio):
Obs.1: a TES V pode ser usada no acorde X7M(#11), porém, apesar de não possuir restrições às
notas que a compõe, esta TES não contem a tensão característica do acorde e, por esse fato, soa
extremamente pobre neste contexto, sendo mais indicada para X7M.
Obs.2:
bs.2: para a TES VIm, valem as mesmas observações feitas em X7M/6
Obs.3: na escala lídia não há como gerar outras triades (Maiores e/ou menores) por enarmonização.
c) X7M(#5)
Escala: lídia #5
Notas característica:
característica #5
EV: 1 e 6
Campo harmônico tríade (ex. para Dó lídio #5):
Obs.1: as TES II e VIIm podem ser usadas neste acorde mas, pelo fato de não possuirem a nota
característica, soam pobres neste contexto.
Obs.2: este caso é o único em que a nota característica do acorde é uma NO e não uma T ou
o uma
ND.
_____________________________________________________________________________ 15
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
E
Obs.3: note que o acorde C7M(#5) = E/C = , ou seja, a TES III sobre o acorde X7M descreve
C 7M
exatamente o voicing “clássico” do acorde lídio #5, sem tensões:
Obs.4: pelo fato da TES não conter nenhuma tensão, é possível acrescentá-las
las na estrutura inferior:
Obs.5: para muitos músicos, acrescentar uma quinta nota à este acorde tende a tirar sua pureza.
Obs.6: na escala lídia #5 não há como gerar outras triades (Maiores e/ou menores) por
enarmonização.
d) Xm7
Escala: dórica
Notas características:
característica 9 e/ou 11
EV: 6
Campo harmônico tríade (ex. para Dó dórico):
_____________________________________________________________________________ 16
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
Obs.: na escala dórica não há como gerar outras triades (Maiores e/ou menores) por enarmonização.
e) Xm(7M)/6
Obs.1: as TES IIm e V funcionam bem tanto em Xm(7M) quanto em Xm6. Obviamente, quando
usadas em Xm(7M) e Xm6, respectivamente, acrescentam mais riqueza, pois disponibilizam,
disponibilizam ao
mesmo tempo, 7ªM e 6ªM conjuntamente no voicing.
Obs.2: não é possível usar a TES IV em Xm(7M) dado o choque causado entre a 7ªM na estrutura
inferior e a fundamental na TES.
Obs.3: na escala menor melódica não há como gerar outras triades (Maiores
(Maior e/ou menores) por
enarmonização.
f) Xm7(b5)
_____________________________________________________________________________ 17
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
Obs.1: lembre-se
se que, no acorde meio-diminuto,
meio raramente usa-se
se tensão e, quando ocorre, é dado
preferência para T9. Sendo assim, em geral não se utiliza as TES IVm e bVI neste acorde.
Obs.2: na escala lócria 9ªM não há como gerar outras triades (Maiores
(Maiores e/ou menores) por
enarmonização.
g) Xº
_____________________________________________________________________________ 18
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
h) Tabela de resumo
Cifra
TES Alternativa Localização Prática Escala
Ex. em C7
G
V Tr. Ma. 5ªJ acima ou 4ªJ abaixo Jônica
C 7M
M /6
D
II Tr. Ma. um tom acima Lídia
C 7MM /6
X
Bm
VIIm Tr. me. um semitom abaixo Lídia
C 7M
M /6
E
III Tr. Ma. 3ªM acima Lídia #5
C 7M
Gm
Vm Tr. me. 5ªJ acima ou 4ªJ abaixo Dórica
Cm 7
Bb
bVII Tr. Ma. um tom abaixo Dórica
Cm 7
Dm
Xm IIm Tr. me. um tom acima Menor mel.
Cm (7 M ) / 6
F
IV Tr. Ma. 4ªJ acima ou 5ªJ abaixo Menor mel.
Cm 6
G
V Tr. Ma. 5ªJ acima ou 4ªJ abaixo Menor mel.
Cm (7 M ) / 6
Bb
Xm7(b5) bVII Tr. Ma. um tom abaixo Lócria 9ªM
Cm 7(b
( 5)
D
II Tr. Ma. um tom acima Diminuta t-st
t
o Cº
X
F
IV Tr. Ma. 4ªJ acima ou 5ªJ abaixo Diminuta t-st
t
Cº
_____________________________________________________________________________ 19
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
Ab
bVI Tr. Ma. 3ªM abaixo Diminuta t-st
Cº
B
VII Tr. Ma. um semitom abaixo Diminuta t-st
Cº
Tr. Ma. = tríade Maior; Tr. me. = tríade menor.
i) Observações gerais
• Anteriormente foi dito que, pelo fato da escala diminuta st-t não possuir EVs,
tudo referente a um determinado acorde dominante extraido desta escala é
intercambiável com os demais, incluindo suas TES. Num sentido mais amplo,
pode-se dizer então que todos os acordes dominantes e diminutos extraídos das
escalas dim-sim (diminuta st-t e diminuta t-st) são intercambiáveis entre si. No
b9
exemplo abaixo, note que as TES mais freqüentes de um acorde X 7 se
13
equivalem as possíveis TES dos quatro diminutos associados. Lembre-se que
as tríades menores em acordes diminutos são evitadas pelo fato de conterem
duas tensões.
Diminutos Equivalentes
Dom. TES VI
Abo Bo Do Fo
G7 E TES bVI TES IV TES II TES VII
Bb7 G TES VII TES bVI TES IV TES II
Db7 Bb TES II TES VII TES bVI TES IV
E7 Db TES IV TES II TES VII TES bVI
Diminutos Equivalentes
Dom. TES #IVm o
Ab Bo Do Fo
G7 Dbm TES IVm TES IIm TES VIIm TES bVIm
Bb7 Em TES bVIm TES IVm TES IIm TES VIIm
Db7 Gm TES VIIm TES bVIm TES IVm TES IIm
E7 Bbm TES IIm TES VIIm TES bVIm TES IVm
• Anteriormente também foi dito que a escala menor melódica não possui EVs e,
pelo fato dos acordes dominantes X7(#11) e X7(alt) serem ambos extraídos
desta escala (IV e VII graus, respectivamente), tudo nestes acordes é
intercambiável, incluindo suas TES. Sendo assim, pelo mesmo pensamento
desenvolvido acima, pode-se dizer que um acorde da escala menor melódica é
intercambiável com todos os demais da mesma escala.
_____________________________________________________________________________ 20
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
Obs.1: lembre-sese que a TES IV, em acordes dominantes suspensos com Tb9 e T13, apesar de
viável,
ável, soa pobre pelo fato de conter apenas uma de suas tensões características.
Obs.2: lembre-se
se também que o acorde construído sobre o V grau da escala menor melódica não
possui uso prático no vocabulário harmônico por razões já explicadas anteriormente.
• Note que a TES II sempre implica em T#11 e a TES bVII, em T11. Sendo
assim, obviamente a primeira é usada em acordes com 3ªM (um tom acima da
fundamental) e a segunda, com 3ªm (um tom abaixo). A segunda pode ser
usada ainda sobre dominantes suspensos com T9.
a) Acompanhamento
_____________________________________________________________________________ 21
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
Obs.1: este acompanhamento, como já dito, é de fácil execução no piano. No violão é mais difícil,
porém possível.
Obs.2: no caso acima, se a melodia fosse acompanhada apenas pelo piano, obviamente a nota do
contrabaixo seria incorporada ao acorde de estrutura inferior, executada pela mão esquerda do
pianista.
Obs.3: uma possibilidade interessante seria distribuir as notas do piano (ou da música inteira) em
um grupo de instrumentos melódicos, como um quinteto de metais, madeiras ou cordas, por
exemplo.
Obs.4: note que, dentre as possibilidades de TES em um determinado acorde, a escolha depende,
obviamente, da linha melódica. Por exemplo, no último compasso, pelo fato da melodia estar na
9ªM do acorde “Ab7”, deve-se se utilizar aí, uma TES extraida da escala mixolídia (TES Vm e VIm)
ou lídia b7 (TES II). Neste caso, optei pela TES VIm pelo fato de que, dentre as três possibilidades,
esta é que mais se diferencia da TES utilizada no acorde anterior (TES V em “Eb7M”).
Obs.5: no penúltimo compasso, a melodia na 5ªJ do acorde de “Eb7M” inviabiliza o uso das TES
extraídas das escalas lídia b7 (TES II e VIIm) e lídia #5 (TES III), restando apenas a opção da
escala jônica (TES V).
Obs.6: as TES, mesmo com finalidade de acompanhamento, não soam bem se tocadas em inversões
_____________________________________________________________________________ 22
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
aleatórias. Estas devem possuir coesão, de modo que linha formada pela nota mais aguda de cada
TES soe como uma contra-melodia.
melodia.
bVI Alt.
1
VIm Mixo
VI Dim. st-t
5 Vm Mixo
bV Alt.
b7 bIIIm Alt.
Vm Mixo
Ts b9 bV Alt.
_____________________________________________________________________________ 23
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
VI Dim. st-t
II Lídia b7
9
Vm Mixo
bVI Alt.
#9
bIIIm Alt.
II Lídia b7
#11/b5 bV Alt.
bIIIm Alt.
bVI Alt.
b13/#5
II Lídia b7
13 VI Dim. st-t
_____________________________________________________________________________ 24
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
VIm Mixo
Obs.1: as TES acima estão ordenadas por importância. As TES em negrito são as principais (TES
II, bV, bVI e VI).
Obs.2: dependendo da nota melódica, o acorde deve ser enarmonizado. No exemplo dado acima, em
C7, com melodia na terça (“mi”), por exemplo, a TES bIIm geralmente é grafada como “sol# - dó#
- mi” (C#m), visto que a nota “fáb” (3ªM de Dbm) não faz sentido neste caso. Outro exemplo: ainda
em C7, com melodia em T#11, esta pode ser grafada como “fá#” ou “solb”, dependendo da linha
melódica. Sendo assim, im, a TEbV pode ser escrita como “sib – réb – solb” ou “lá# - dó# - fá#”. A
enarmonização parcial do acorde compromete a sua clareza e, sendo assim, deve ser evitada (por
exemplo, “sib – réb – fá#”), a não ser em casos específicos de condução de vozes.
Obs.3:
s.3: as TES daqui por diante estarão dispostas por ordem ascendente dos graus da escala
cromática (I, bII, II, bIII, III, etc.), visto que não há classificação quanto a importância.
7
Nota Melódica TES Escala Ex. para C
4
IV Mixo
1
IIm Mixo
NOs IV Mixo
4
bVII Mixo
5 Vm Mixo
_____________________________________________________________________________ 25
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
Vm Mixo
b7 bVII Mixo
IIm Mixo
9 Vm Mixo
Ts
bVII Mixo
IIm Mixo
13
IV Mixo
3 III Lídia #5
NOs
5 V Jônica
_____________________________________________________________________________ 26
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
#5 III Lídia #5
III Lídia #5
7M V Jônica
VIIm Lídia
ND 6 II Lídia
II Lídia
9 V Jônica
Ts VIIm Lídia
II Lídia
#11
VIIm Lídia
1 IV Menor Mel.
V Menor Mel.
NOs 5
Vm Dórica
b7 Vm Dórica
_____________________________________________________________________________ 27
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
bVII Dórica
7M V Menor Mel.
V Menor Mel.
9
Vm Dórica
Ts
bVII Dórica
11 IV Menor Mel.
bVII Dórica
Ts
11 bVII Lócria 9ªM
_____________________________________________________________________________ 28
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
IV Dim t-st
1
II Dim t-st
b5
VII Dim t-st
II Dim t-st
bb7
IV Dim t-st
9 II Dim t-st
Ts
11 IV Dim t-st
Obs.4: note que, para o acorde diminuto, temos duas TES para cada NO e um TES para cada T.
Lembre-se
se que as TES menores foram descartadas por conterem duas tensões.
_____________________________________________________________________________ 29
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
Exemplos práticos de melodias harmonizadas com TES:
Obs.5: o acorde Fm6, no terceiro tempo do terceiro compasso, não existe no original.
Obs.6: como já dito, não é possível usar a TES IV em acordes Xm(7M) devido ao choque
ocasionado entre a 7ªM na estrutura inferior e a fundamental na TES. Por este fato, usei
u Fm6 e não
Fm(7M) no terceiro compasso.
_____________________________________________________________________________ 30
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
Obs.7: nos casos em que a TES contêm ao menos um som guia, pode-se pode se substituir esta nota na
estrutura inferior por uma tensão não usada na TES, desde que se obedeça o “Limite dos Intervalos
Graves” (LIG), visto em Harmonia 1. É aconcelhável também evitar #5 e b13 na estrutura inferior
devido sua sonoridade indesejável na região grave. Na música anterior, este procedimento é
encontrado nos compassos 3, 7 e 10.
Obs.8: o uso de TES como tríade aumentada é restrito, só aceito nos casos em que a melodia é
construída com base na escala de tons inteiros (ver último compasso da música anterior), ou quando
o uso de uma tríade Maior ou menor não for possível:
_____________________________________________________________________________ 31
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
No exemplo dado acima, o acorde (D7(#11)) sugere o uso de TES TE II, mas a
nota melódia (b7 - “dó”) inviabiliza o mesmo. Sendo assim, pode-se,
pode se, neste caso, substituir a TES II
pela tríade aumentada, consevando a tensão característica do acorde (T#11). Não existe uma análise
universal para uma TES aumentada, porém, pelo fato de ser um acorde simétrico, constumo analisá-
analisá
lo apenas como TES Aum, sem especificações.
Obs.9: recomenda-se
se que a nota melódica (nota mais aguda) não ultrapasse a tessitura de “fá#3” a
“lá4”, aproximadamente:
Obs.10: a harmonização em TES pode ser usada durante um trecho e em seqüência, ou em pontos
isolados. É aconcelhável que o trecho escolhido para harmonização em TES seja o clímax do
arranjo, e só por tempo limitado, sendo próprio a momentos de grande riqueza harmônica e melodia
não muito ativa.
Obs.11: as TES em seqüência, quando usadas numa só inversão, produzem uma sonoridade
extremamente coesa (ver compasso 4 da música “Luiza”, anteriormente). Melhor ainda se
possuirem a mesma estrutura (Maior ou menor).
Obs.12: a harmonização em TES ES também é recomendável para melodias em arpejo:
Obs.13: a TES #IVm é frequentemente usada para harmonizar melodias em movimento paralelo.
Segue um exemplo para o quarto compasso da música “Luiza”, vista anteriormente:
_____________________________________________________________________________ 32
Alan Gomes Harmonia 2
__________________________________________________________________
Não tente entender estas TES dentro do acorde de momento (no caso, G7).
São apenas acordes de estrutura idêntica, com função de produzir movimento paralelo. Experimente
tocar a música “Luiza” do início até este ponto e observe o quão requintada é esta linguagem.
Obs.14: existem outras formas de se usar voicings abertos, seja para acompanhamento ou para
harmonização, como os “acordes quartais”, “acordes cluster”, “so what chords”, etc.. Tais recursos
serão estudados em Harmonia 3.
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Alan Gomes Harmonia 2
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b9
No exemplor quatro, em G 7 , foram usadas todas as tríades maiores
13
geradas pela escala “sol diminuta st-t”.
st Apesar das TES bVII e bIII soarem pobres nos voicings,
funcionam muito bem como arpejos, principalmente se combinadas com as outras tríades maiores
da escala:
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Alan Gomes Harmonia 2