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sopelio, sem cuidados médicos. Se voce éum dependente de ipgas ¢ esta tentando sair fora do ciclo vicioso, vocé fem que Gbttr uma boa assessoria médica em hospital ou centro de tratamento. “As este ponto no livro, ao examinarmos as causas da codependéncia, nés estimulanws vot a investigar seus pr6- prios sentimentos e memérias. Este pode ser para voct Wn Pmilério desconhecido, ou voce pode jéestar acostumado/2 2 introspeccio. De qualquer modo, nés estamos instigando ‘yore a expor o sett passado para um exame. O campeonato ‘efutebol ainda nao tinha comecado, estévamos testando a bola, o campo, fazendo aquecimento, pesando as causas em relagdo a sua situagdo particular. ‘Mas agora é para valer, agora é de verdade, endo vai ser nada facil: Vocé vai ser requisitado/a para lidar com senti- mmantos ¢ anseios com os quais voce no queria lidar. Em uma, nés agora vamos fundo na mecinica da codependés- Giae depois nassuias resolugdes.O negécio agora épara gente ide Se, em algum ponto, voce achar que as coisas est#0 Solorosas demais ou se problemas que voce sabe que mao segura comecarem a se revelat, pot favor nao deixe, erm hipstese alguma, de procurar aconselhamento profissiona) ‘Noose arrisqpue a resolver 0 problema sozinhoo se ele for tdo dificil. Veja do que se trata. “A miséria da codependéncia nao precisa estragar a sua felicidad. Ela ndo precisa ser passada involuntariamente aos ‘seus fillos e para a familia & sua volta. A hora é agora. Vamos szabar com © sofrimento. Vocé pode perseguir e agarrar a felicidade, Vov@ pode rejeitar a desgraca e escolher © amor tem seu lugar. Mas existe um preco muito alto a ser pago em Gorantes queas fetidas profundas finalmenteaparegam para Serem curadas. Os seus relacionamentos terdio que ser 1eve- hdos e testadlos, isso vai cer muito di ‘O primeiro ¢ continuo passo 6a introspecgao. Oseguinte é compreender a mecinica daquilo que esta acontecendo Gentrede voc8. Aisim, estaremos a caminho de uma verda- deira cura, A luz no fim do ttmel seré com certeza a luz do sole nao um trem que se aproxima, 96 CAPITULO SETE Negacio Gary, 0 marido de Gloria Rein. | i 3 ia Reiner, era especial, Ele disse isso preciso que ele tivesse a companhia int her intone cone bm de mulhese E, assim, ela fechou os seus olhos ci ; d 08 seus olhos cinzentos e acreditou rele. Conscientemente. nantcseas | Quando ciime e ressentimento fer tego er prontamente apagado ~ “Desrulpe, quer, voce est certo. Eu estava errada por me sentir zangada e poss svat es send auntie” a “ge ghslgsussurav,"Ocimecomoa belemaetsonosolhoe quem vé. Lembre-se apenas, Tito 1:15:’Para o puro todas ts cles so pur Mantense pum guaran pers Citime & erradio. Nie deixe e Mito ceixe que 0 sol se pontua st Os Reiner pertenciam a uma igreja mui mm dentro dela, 0 re a sua ira o rigida e legalis- ta. A Gloria teve uma formaste rigida, Desc sepuosprecetondesnigncs aprenen ser uagracon dana emantero domino total dos ses sentimentos, Sendo tna perfeccionista detorninada, elt resolveu fazer 0 seu ele proporcionou muilas oportunidades para ela praticar. Gloria acabou desmoronando, Aquilo era demais para cla, Uma intensa depressio.a fezate jt, a centenas de milha la sua casa, Quandoa sua estadia completou uma semana, ela telefo- nou para o Gary, s6 para saber como é que ele estava se virando. Uma mulher da sua igreja atendeu o teletone. O reflexo dela foi raiva, O segundo reflexo trancou o primeito. “Nao. Eu preciso entender 0 Gray. Preciso manter uma ati- tude razoavel. Ele nao faria nada de errado, Minha raiva totalmente inapropriada.” Ela nao parava de repetir essa ladainha, Como convencer a Gléria de que a sua raiva era nao 36 natural e apropriada como também justificada? Nem impor- ta seelea estava traindo ou nao. Ele estava desconsiderando 8 sentimentos da sua mulher, empurrando-a para dentro de um doloroso espremedor. Nés resolvemos colocé-la numa terapia de grupo do hospital. Uma das fungdes mais impor tantes da terapia de grupo é proporcionar uma familia ado- tiva. Essa “familia” assume um papel na recuperagdo por substituir, em parte, a familia disfuncional de origem que criou os problemas dle codependéncia em primeiro lugar. O grupo se torna um circulo de atengao e suprimento para a criarga perdida que vive em cada um deles. Um outro dado interessante sobre a terapia de grupo é que, apesar de seus, membros serem meio lentos para reconhecer seus préprios problemas, os dos outros sao facilmente reconhecicios E um pouco que nem a historia dos dois peixes que nadavam pelo mar. Eles exploravam navios naufragados € florestas de algas, nadavam para cima e para baixo. Final- mente um deles perguntou, “mas afinal o que estamos pro- curando?” eo outro respondeu “ouvi dizer que tem aguaem algum lugar aqui perto.” ‘Um codependente pode estar carregando sete fantasmas dle cedependéncia, Todas 0s outros observactores podem ver 0 que esti acontecendo. Menos 0 que sole. Joe gastava ecomiacompulsivamentee era um dos mem- bros do grupo dela que mais voeiferava. Ele prendeu o riso, “Gloria, querida, vocé nao esté apenas negando, voc’ estd na negasiio da sua negacio. 98 “Errado!” E ela espalhou mais uma camada na sua nega- fo. Com Joe na lideranca, 0 grupo confrontou a Gloria e comecou a abrir uma fenda na sua armadura, trazendo ela pata uum infcio de percepeio. No dia seguinte, ela voltava a fstaca zero, “Nao € 0 Gary, sou cu. Eu ndo devo me sentir assim.” Que dindmica poderosa, horrivel, maligna e intensa tem a negacao! NEGAGAO ‘Vamos consideraro ciclo vicioso. Um observadorde fora queolhe para dentrovai ver claramentee dizer ao adicto “Por que fazer isso com vocé mesmo, quando as conseqiiéncias Sio téo Sbvias?” A resposta & negagao. A tinica maneira que a adicta (usaremos “ela” por conveniéneia, mas poderia ser “ele”) tem de continuar na sua adicgio é se ela de algum. modo mantiver a sua negacao. Declarando queas coisas sao melhores ou menos nocivas do que realmente sfo, ela usa 0 pensamento migico para seduzir as conseqiiéncias a um tamanho manipulével ow talvez a zero. Mas, se por um s6 instante, ela der um tempo nna stia negasdo, 0 ciclo vicioso vai se mostrar como ele é, Este conceito é ainda mais importante para o codepen- dente do que para o dependente, O dependente esié lidando com a adiccdo ou a disfungio dele, o codependente tem que lidarcomambos os problemas —odeleeo dela. “O problema dele nao € tio grave quanto parece. E eu pessoalmente niio tenho problema.” (Qs codependentes creseem em um lar d aprendem bem cedo a usar a negagao com eficacia. Claudia Black, uma lidere pioneiza no campo da copendéncia, nos dé um exemplo memoravel. Fla era bem garota — talvez tivesse trés anos — quando levantou certa manhd e viu seu pai incional bébado estendido no pequeno gramado em frente a casa, 99 “Apavorada, ela correu até a sua mae. “Mame! o papai esté deitado 1é fora! Tem alguma coisa erradal” Calmamente a mie respondeu,, “ndo meu bem, ndo tem nada errado. Papai esta acampando,” ‘Apesar da tenra idade, Claucia se lembra de ter concor dado, ”Papaiesté acampando.” Apesardeseruma garotinha, ela aprendeu a olhar para uma realidade horvorosa e negar essa tealidade, virando-a de cabeca para baixo e dizendo, “no, as coisas ndo sao to dolorosas e amedrontadoras quanto parecem. De algum modo tudo se acerta”. INTERVENGAO, Intervencao é uma técnica usada para sacudir 0 adicto e fazer com que ele veja a realidade da sua adicgao (tanto faz “ele” ow “ela”). Conforme foi mencionado antes, o método corsiste em treinar as pessoas intimas do adicto sobre o que devemi e nao devem fazer. Depois todos se juntam em frente & poita e vo confronté-lo coma realidade do seu problema. Nap hajulgamento, nem condenagaio nem comparagoes — 86 os fatos. O grupo senta diante delecomo umsé corpo, citando datas e lugares, num esforso de quebrar a parede maciga da negacao. Toda vez que uma intervencio é fella, 0 tinico rande obstéculo é a negacao. Brats intervengao fe confia, partem para um bombardeio de fatos com o intuito de abrir uma brecha na sua negacdo, mesmo que ela seja breve. Nés comparamos isso com a abertura de uma janela, nese caso, a janela da oportunidade. As vezes uma conse- giiénein tremendamente negativa, Lal como perder o empre~ go, acabar com o carro ou machnear alguém, pode abrir a janela por uns instantes proporcionando algumas horas, no maximo alguns dias, para aleancar 0 adicto. Mas a janela volta a fechar com forga e rapidez. A negagio tem uma membrana protelora que se refaz. Nés aprendemos a nos exer ripido se uima crise ocorre na vida do adticto. 100 Vocés vao lembrar de Luiza, a estudante de enfermagem. que vocés encontraram num capitulo anterior. Ele estava anoréxica e por isso foi objeto de um outro tipo de interven- so. A sta supervisora lhe passou um ultimato inegociével: “"Vai entrar em tratamento ou perder suia posicéo”. Como a sua posicao de estudante estagidria era um importante vel- culo para alcancar admiracao e aceitacao, a coisa funcionou. As grandes corporagdes esto comecando a ver que esse tipo de intervencao é bem mais vantajoso do que a velha pratica de simplesmente demitir 0 alcodlico. Nés achamos que o codependente do dependente pode representar um sério entrave para a intervengdo oportuna, como ja vimos no caso de Howard Weiss, no capitulo ante- rior. Por que? Codependentes sio inventivos ao infinito com © seu pensamento magico. Que nem a Gléria Reiner, o Ho- ward Weiss usowa negacao para mantera sua dora verdade era dura demais para encarar. Se a negacio for bem feita, ela vai oferecer um futuro melhor, qualquer dia desses. Por serem codependentes de um conjuge dependente — adictos da adiegéo do cénjuge — cada um deles usava a negagio para manter o ciclo da coadicgio no lugar. Lem- brem-sedeque, freqiientemente, oscodependentes ndo esto apenas reagindo a um cnjuge dependente, eles jé trouxeram consigo, para a unio, toda uma problemética codependente completa e estabelecitia, Em ambos os casos, era penoso se mover dentro do ciclo, mas pelo lado irracional (és nao estamos lidando com a razio) era familiar e confortavel. Enquanto estavam envoltos em seus ciclos, Gloria e Howard no podiam conceber uma existénela além daquela, tao doida. IntervengGes e janelas poderiam ajudar o marido da Gloria e4 mulher do Howard, mas, com excessio a terapia de grupo, nio existe nenhiuma Intervengao no género para codependentes. ("Fazer uma intervengio na Gloria? mas nao é ela que precisa disto.”) Apesarde nado existir para cles a oportunidad de wmajanela, 101

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