SEXTA-FEIRA, 2 DE OUTUBRO DE 2009

A24 VIDA& O ESTADO DE S.PAULO

EVOLUÇÃO
9
+
Conheça a bastante desde o último ances- australopiteco,queéoances-

Fóssil revela aparência do

ancestral humano
tral comum com a humanidade.
O estudo de Ardi, em anda-
mento desde que o esqueleto foi
descoberto, em 1994, indica que
a espécie viveu nas matas e era
tral do nosso gênero, homo”,
disse Pilbeam, que não parti-
cipou das pesquisas.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Lula anuncia que vai
participar de cúpula
O presidente Luiz Inácio Lula

a origem
Abaixo uma reconstrução de como
seria o hominídeo de acordo com
capaz de escalar árvores usan-
os fósseis descobertos na Etiópia
doas quatropatas.Masodesen-
volvimento de braços e pernas
sugere que essa criatura não
passava muito tempo na copa
LUCY
Cientistas montaram o es-
queleto de Ardi a partir de
125 pedaços. Lucy, também
descoberta na África, viveu
um milhão de anos depois de
da Silva, que está em Copenha-
gue defendendo a candidatura
do Rio para sediar os Jogos
Olímpicos de 2016, deve retor-
nar à capital dinamarquesa em

do homem das árvores. E era capaz de an-

Esqueleto mais antigo achado até
agora é de 4,4 milhões de anos
WASHINGTON
A história da espécie humana
recuou mais um milhão de
anos, com os cientistas apren-
dendo cada vez mais sobre Ar-
di, um hominídeo fêmea que vi-
veu há 4,4 milhões de anos onde
hoje fica a Etiópia. A fêmea de
50 quilos e 1,2 metro percorria
as florestas um milhão de anos
antes da famosa Lucy, estuda-
da hádécadas como o mais anti-
go esqueleto de um ancestral
humano.
O esqueleto de Ardi, mais an-
tigo, reverte o que se pensava
sobre evolução humana, disse o
antropólogo Owen Lovejoy, da
Universidade Estadual de
Kent. Ardi oferece evidências
de que chimpanzés e humanos
dar ereta, sobre as patas trasei-
ras, quando estavam no chão.
Chamado de Ardipithecus ra-
midus – que significa raiz dos
macacosdochão–,ofóssilédes-
crito em detalhes em 11 artigos
publicados na revista Science.
“Esta é uma das descobertas
maisimportantes paraoestudo
da evolução humana”, disse Da-
evoluíram de um ancestral co- vid Pilbeam, curador depaleon-
mum muito antigo, mas por tologia do Museu Peabody de
rumos diferentes. ArqueologiaeEtnologiadeHar-
“Esse não é o ancestral co- vard.
mum, mas é o mais perto dele “Está relativamente comple-
que já chegamos”, disse Tim to, já que preserva cabeça,
White, diretor do Centro de mãos, pés e algumas partes es-
Pesquisa em Evolução Hu- senciais. Representa um gêne-
mana da Universidade da ro que pode ser ancestral do
Califórnia em Berkeley. As
linhagens que levaram
aos humanos modernos e
aos chamados grandes EG I TO
macacosprovavelmenteti- ARÁBIA
SAU D I TA
veram um mesmo ances-
tral há 6 ou 7 milhões de Local da
anos, disse White. N descoberta:
Afar Rilt
Mas Ardi tem várias caracte- SUDÃO
rísticas que não aparecem em ETIÓPIA
macacos africanos contempo-
Addis Abeba
râneos, o que leva à conclusão
de que esses animais evoluíram 0 200
EM KM
Ardi e pertencia ao gênero
de aparência mais humana
Australopithecus.
“No Ardipithecus, temos
uma forma não especializa-
da, que não evoluiu muito na
direção do Australopithecus.
Então, quando você analisa
da cabeça aos pés, você vê
uma criatura mosaico, que
não é chimpanzé nem huma-
na. É Ardipithecus”, disse
White.
White destaca que Char-
les Darwin, cujos estudos no
século 19 abriram caminho
para a ciência da evolução,
era cauteloso quanto ao últi-
mo ancestral comum entre
homem e macaco. “O único
jeito de sabermos o que era
esse último ancestral co-
mumé encontrá-lo.Bem,vol-
tamos 4,4 milhões de anos no
passado e achamos algo mui-
topróximoaele”,disseocien-
tista. “E, como Darwin supu-
nha, as linhagens humana e
dos macacos têmcaminhado
de modo independente des-
de que houve a separação,
desde o último ancestral
compartilhado.” ● AP
dois meses para a 15ª Conferên-
cia do Clima das Nações Uni-
das, destinada a definir o novo
acordo ambiental para comba-
ter as mudanças climáticas. O
presidente anunciou a intenção
de comparecer pessoalmente
emtominformal,aodeixar oho-
tel onde ocorreu a reunião com
delegados do Comitê Olímpico.
ENSINO SUPERIOR
Grupo Estado abre
inscrições para debate
O Estado promove no dia 6 de
outubro, a partir das 10 horas,
umdebateentreosoitocandida-
tos à reitoria da Universidade
de São Paulo (USP), no auditó-
rio do grupo, no bairro do Li-
mão, em São Paulo. Interessa-
dos em acompanhar o evento
ao vivo podem se inscrever pela
internet(www.estadao.com.br/
debates). O primeiro turno das
eleições será em 20 de outubro.
O segundo turno, em 10 de no-
vembro,elegerá umalistatrípli-
ce,queseráenviadaaogoverna-
dor José Serra.
CADERNO 2

ILUSTRAÇÃO: J.H.MATTERNES FONTE: SCIENCE/AAAS INFOGRÁFICO: RUBENS PAIVA E ROBERTA ZAWIT/AE

Autópsia de Jackson
Linha do tempo H. floresiensis mostra coração normal
HOMO
Europa e Ásia
Novos detalhes da autópsia de
H. heidelbergensis MichaelJacksondivulgadoson-
Europa e Ásia
Kenyanthropus platyops?
H. habilis temrevelaramque os órgãosvi-
África H. erectus H. neanderthalensis
Quênia Subsariana África e Ásia Europa e Ásia
tais do artista, como o coração,
SAHELANTHROPUS
ARDIPITHECUS estavam em estado normal, as-
Au. anamensis Au, garhi H. sapiens sim como o seu peso. Entretan-
S. tchadensis ARDIPITHECUS Au. rudolfensis Global
(TOUMAÏ) Quênia, Etiópia Etiópia to, Jackson tinha uma infecção
África Oriental
Chade Ar. Kadabba Ar. ramidus pulmonar e também sofria de
Au. afarensis
Etiópia Etiópia, Quênia (LUCY) artrite nos dedos das mãos e na
Au. africanus Au. robustus
Etiópia, Tanzânia Sul da Africa
ORRORIN
(TAUNG CHILD) base da coluna vertebral. Ele ti-
África do Sul nha os braços com marcas de
O. tugenensis
(MILLENNIUM MAN) Au. bahrelghazali?
Au. aethiopicus
injeções e cicatrizes no rosto e
Quênia (CHAD) Au. boisei
no pescoço. Jackson morreu do
Chade África Oriental África Oriental
HOLOCENO
coraçãoporintoxicaçãocomse-
MIOCENO PLIOCENO PLEISTOCENO
dativos em 25 de junho. ● EFE
7 MILHÕES DE ANOS ATRÁS 6 5 4 3 2 1 Hoje