Você está na página 1de 5

PSICOLOGIA ANALÍTICA

SELF (si mesmo) = totalidade, o que nos organiza. Existe independente da consciência, mas é
capaz de afeta-la, é a raiz do consciente, é dado a priori. O self deseja que sejamos indivíduos
completos, mas ele não é capaz de realizar isso, então ele cria um executor: o ego, é quem vai
realizar seus desejos.
Representações simbólicas do self: imagens que apontam para totalidade ou infinitude.Ex:
mandalas, fênix, pedra filosofal, etc...

*** O arquétipo do self realiza-se através do complexo de ego

ARQUETIPO = todas as nossas vivencias estão baseadas em um arquétipo, ele tem uma
estrutura bipolar, um pólo positivo e um pólo negativo, todos nós temos ambas em potencial.
Exemplo: arquétipo da persona rígida: uma professora que mesmo estando em casa continua
ensinando tudo a todos

IMAGEM ARQUETÍPICA = arquétipo que tomou forma, um símbolo, aquilo que podemos
perceber

EGO = ponta do iceberg, adquire seus conhecimentos através dos símbolos. Se não existe o
ego, então não tem desenvolvimento, uma vez que não terá contato algum com o inconsciente.
Ego rígido: tem mais chances de quebrar. O ego deve ser como um bambu, que se flexibiliza
mas não quebra.

COMPLEXOS = Incompatível com ego. Sua função é tornar-se consciente. Funciona como
uma personalidade secundária.
- Quanto mais o indivíduo entra em contato com seus complexos, mais vai estar preparado
para se socializar.
- Possui 2 aspectos: Casca do complexo: superfície do complexo, determina os padrões de
comportamento e depende de aspectos conscientes.
Núcleo mitológico: ligado aos arquétipos e impulsionam a psique. Todo
complexo ta ancorado em um arquétipo.
Complexo destruidor: reações incontroláveis de afeto que resultam em respostas físicas, e o
individuo não consegue diferenciar o que é dele e o que é complexo. Ex: vídeo que a
professora passou.

Compulsão = Impulso. Qualquer reação assim é manifestada por um complexo


Inflação = sentimento de poder
Projeção = caminho pelo qual o complexo tenta chegar ao consciente.
SOMBRA = tudo o que é nosso e não vemos, não aceitamos como nosso

CONSCIENCIA COLETIVA (NÃO CONFUNDIR) = Uma coisa que eu sei, e que o grupo sabe
(ex: farol), não podemos modificá-la sozinhos, apenas contribuir para sua mudança.

** Nascemos com todos os potenciais, as influencias externas é que ajudarão a desenvolve-los


ou não.

PROJEÇÃO
Transferência inconsciente de nossas características psíquicas/subjetivas para um objeto
externo, e esse passa a ser um símbolo, ou uma identidade arcaica: objeto torna-se
exatamente aquilo que eu quero. A retirada da projeção se dá na convivência, pois o individuo
passa a não sustentar mais a projeção.

FRAGMENTAÇÃO DO SELF
Com aproximadamente 18 meses, ocorre o processo de desintegração do self, onde ele é
fragmentado em vários aspectos, um de seus aspectos vão para o consciente tornar-se o
pseudo-ego ou ego insipiente, os outros aspectos vão formar os arquétipos.

ENERGIA PSIQUICA
Nossa energia psíquica é uma só, e ela se divide entre o ego e os complexos, se tem muita
energia no ego tem pouca nos complexos e vice-versa. A energia é a mesma em quantidade
durante toda a vida, o que varia é a sua distribuição entre as partes.
Libido: significa energia, mas não necessariamente sexual, pode ser qualquer outra. Temos
vários tipos de energia, a que se manifesta na fome não é a mesma que se manifesta no
trabalho.

MOVIMENTOS ENERGÉTICOS
Enantiodromia: energia que muda de um extremo para o outro.
Progressão: Energia voltada para o ego, adaptação ao meio, fazer coisas que exigem o
racional. Ex: ler um livro.
Regressão: energia voltada para o inconsciente, introversão, renovação. Na regressão a
energia volta para o inconsciente, e se for mal resolvido, vai faltar energia no consciente e gera
uma estagnação de energia, uma depressão, e a energia não pode ficar estagnada.
**Toda vez que estamos tristes/introvertidos, nossa energia está com sua maior parte
concentrada no inconsciente (regressão).

SIMBOLOS:
- O símbolo é uma manifestação do arquétipo. É bipolar, pois pode unificar os opostos (CS e
ICS).
- A tensão energética entre consciente e inconsciente pessoal gera a formação de um símbolo.
- Símbolo também é bipolar.
- Vem através de imagens e faz com que o individuo sinta emoção por aquilo
- Não é perceptível em seu real significado pela experiência imediata
- Divide-se em duas partes:
Simbolizante: parte visível, acessível do símbolo. Ex: objeto: cadeira
Simbolizado: parte imperceptível do símbolo. Ex: carga de afeto do complexo associado à
cadeira.

SINCRONICIDADE
Uma leitura de mundo que faça sentido para o individuo, não importa se é verdade ou não. Ex:
A fé que cura.

ESTRANHAMENTO EGO-SELF
Acontece geralmente na idade adulta (energia progressiva), quando o ego está fortalecido e
está “controlando a situação”. Os dois se estanham, entram em conflito porque estão buscando
coisas diferentes. O ego, através do arquétipo da persona (integração, forma como me
apresento) busca se aperfeiçoar no que eu já sei, pois é mais fácil. O self busca o que eu não
tenho, o mais difícil, pra se completar.
Relação ego/self:
- integração
- perturbação ou ruptura
- inflação

METANOIA (metade da vida)


Reversão de energia de progressiva para regressiva, passamos a partir de então a realizar o
self

DESENVOLVIMENTO DE EGO OU FASES DA VIDA

TEORIA DE NEUMANN

1° FASE: UROBÓRICA: Fase regida pelo arquétipo de self, onde o individuo, ainda sem ter
passado pelo seu processo de desintegração do self, não tem separação ntre consciente e
inconsciente, ele PR enquanto é uma totalidade.
2° FASE: MATRIARCAL: Regida pelo arquétipo da grande mãe, essa fase vai de
aproximadamente um à sete anos. É um período onde a criança está vinculada à mãe e à
aspectos de sua sensibilidade.
3° FASE: PATRIARCAL: Regida pelo arquétipo do pai, a fase vai de aproximadamente sete a
doze anos. Nessa fase a criança fica mais ligada ao pai e se depara com princípios de lei,
rigidez e autoridade.
4° FASE: ALTERIDADE: Regida pelo arquétipo de animus e anima, a fase caracteriza a idade
adulta, quando o individuo passa a compreender os outros indivíduos a partir de seus
contextos, começa a lidar com as diferenças e entra em contato com o que há de diferente nele
mesmo. Nas mulheres o ânimus e nos homens a ânima.
**Antes de entrar na fase cósmica, o indivíduo passa pelo processo da metanoia, onde começa
a se dar o processo de individuação.
5° FASE: CÓSMICA: Novamente regida pelo arquétipo de self, porém essa fase se dá na
velhice. Ocorre uma regressão de energia (energia voltada para o inconsciente), onde o ego se
reaproxima do self, só que dessa vez de forma consciente, e começa a entrar em contato com
os aspectos que sempre negou (complexos).

TEORIA DE WITHMONT

PRIMEIRA INFÂNCIA E INFÂNCIA: Subdivida em algumas fases.


- REALIDADE UNITÁRIA: Regida pelo arquétipo do self, vai de aproximadamente 0 à 1 ano de
idade. Fase onde o self ainda não se fragmentou (correspondente à fase urobórica de
Neumann). O indivíduo não tem sentimentos, apenas sensações.
- DE INTEGRAÇÃO: Regida pelo arquétipo da grande mãe, a fase vai de um a quatro anos, e é
a fase onde o self se desintegra e é formado o pseudo-ego. O indivíduo agora tem uma
consciência, começa a perceber esse seu pseudo-ego e o que é diferente dele.
- DIMENSÃO MÁGICA: Também regida pelo arquétipo da grande mãe, a fase vai de cinco a
sete anos. Fase onde a criança não consegue diferenciar o que é real e o que é fictício nas
suas brincadeiras. Nessa fase ocorre a participação mística: as coisas não representam, elas
são (ex: amigo imaginário), e as crianças também conseguem captar aspectos inconscientes
dos pais.
- EXPERENCIAR MITOLÓGICO, MEDO, CONSCIÊNCIA: Fase regida pelo arquétipo do pai
que vai de sete a catorze anos. Nessa fase a criança rompe com os princípios da mãe e adere
a princípios do pai, onde surgem noções de ordem, lei, racionalidade, e é quando também a
criança adquire a capacidade de simbolização, processo que auxilia na sua individualidade.
Essa fase também é regida pelo arquétipo do herói, e é quando a criança começa a se
interessar por histórias, heróis, bruxas e outras representações simbólicas, porém ela já tem
consciência de que aquilo é fictício. Nessa fase a criança precisa entrar em contato com seu
monstro (mãe) e com seus medos para conseguir superá-los.
**Até aproximadamente 12 anos, a criança constitui um ego ideal para seus pais, e o que não
faz parte desse ego ideal (oposto) está nos complexos.
ADOLESCÊNCIA: Nessa fase começam a surgir as responsabilidades (escolha e
conseqüência). Surge também a culpa e o medo de errar.
- Na adolescência o indivíduo vai para o pólo oposto, não é mais um ego ideal para os pais,
acontece uma enantiodromia. Era ego ideal para seus pais, agora se contrapõe a eles, e une-
se a outros grupos que vão lhe apresentar outros referenciais.
- Mesmo indo contra seus pais, está sendo regido pelo arquétipo deles, pois suas escolhas
estão ligadas a eles, mesmo que opostamente (arquétipo é bipolar).
- No final da adolescência, o indivíduo se desliga do arquétipo dos pais e passa a tomar suas
decisões a partir de si mesmo, constitui um ego autônomo.

IDADE ADULTA: Fase que vai do final da adolescência até a pós-metanóia. Depois de
formado, o ego precisa se fortalecer na idade adulta, para que na metanóia possa entrar em
contato com seu inconsiente, pois se seu ego estiver fraco, ele vai se deixar levar por esse
inconsciente.
- Na idade adulta, tudo o que fazemos é em função do ego, o inconsciente está “adormecido”, o
ego está no controle.

VELHICE: Fase depois da metanoia. Onde os elementos não-racionais (complexos)


pressionam para que haja a integração.
- Onde começa a se dar o processo de individuação, e a energia é revertida de progressiva
para regressiva (enantiodromia).
- Tudo o que foi feito passa a ser questionado, pois o indivíduo percebe que já não está tão
distante da morte.
- Os sonhos de pacientes terminais não apontam para a morte, mas para uma grande
transformação (self se manifestando através de símbolos para que o individuo tome
consciência de que já não há muito tempo para se realizar).
- Reaproximação do ego e self de forma consciente.

PROCESSO DE INDIVIDUAÇÃO
- Principal objetivo da terapia junguiana
- O objetivo é fazer com que o indivíduo torne-se aquilo que ele é, sua totalidade.
- Se da em processos, é uma meta utópica: individuação é um “eterno vir a ser”.
- O self é quem nos impulsiona para este processo.
- Ocorre o processo de diferenciação, quando começa a manifestar sua singularidade.
- Aceitação de si mesmo em aspectos positivos e negativos
- Para Jung, nós devemos ter consciência do que há de positivo e negativo em nós, pois dessa
forma temos escolha.
- Conquista de autonomia: libertação dos arquétipos paternos e maternos, libertação dos
padrões coletivos e libertação do inconsciente.
- Processo intrapsiquico (relação consigo mesmo) e intersubjetivo (relação com o outro)

Você também pode gostar