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Didática

• As Equações de Maxwell
• Equação da onda
• Energia e Momento
• Polarização
• Espectro Eletromagnético
• Referências Bibliográficas

AS EQUAÇÕES DE MAXWELL

As ondas eletromagnéticas são oscilações de campos elétricos e


magnéticos associados, oscilações estas que se propagam pelo espaço.
Conhecemos as ondas eletromagnéticas sob vários aspectos. Um dos exemplos
mais citados é a luz, que é uma onda eletromagnética, como também são as
ondas de Raio X, o calor radiante, e as ondas de rádio e microondas, sendo esta
última tratada com mais ênfase em nosso trabalho.

A descoberta das ondas eletromagnéticas se deve a pesquisa experimental


e conceitualização de "campo" de Faraday. É a decisiva formulação matemática
destes conceitos, por seu colega Maxwell, que previu a existência de ondas
eletromagnéticas, sendo a luz uma dessas ondas. Os trabalhos experimentais
de laboratório de Hertz, primeiro a produzir ondas eletromagnéticas, e a Marconi
inventor da antena e realizador prático, além de muitos outros pesquisadores,
contribuíram de forma ímpar para os desenvolvimentos desses conceitos.

A essência da onda eletromagnética é a coexistência de dois campos, o


elétrico e o magnético em movimento, um gerando ao outro e assim mantendo-
se ambos enquanto viajam, à velocidade constante igual a da luz, quando num
meio não dispersivo (vácuo). Esse velocidade foi prevista através das equações
de Maxwell.
As chamadas EQUAÇÕES DE MAXWELL (em homenagem a James
Clerk Maxwell) descrevem os fenômenos eletromagnéticos (elétricos e
magnéticos). Desde quando formuladas, em 1860, estas equações
passaram pelos mais severos testes experimentais e sem dúvida
constituem-se num dos pilares da Física.
Estas equações foram escritas por Maxwell na forma de quatro equações.
Apresentamos as formas integrais e diferenciais dessas equações:
Lei de Gauss (Eletricidade) - O fluxo do campo elétrico através de qualquer superfície
fechada é igual ao produto do inverso da constante de permissividade do vácuo pela
carga líquida interna à superfície. Sua base experimental é a Lei de Coulomb. Leva a
conseqüência de que o campo elétrico de uma carga puntiforme varia inversamente com
o quadrado da distãncia à carga.

Lei de Gauss (Magnetismo) - O fluxo do vetor campo magnético B é nulo através de


qualquer superfície fechada. Descreve a observação experimental de as linhas do
campo magnético não divergirem de qualquer ponto do espaço, nem convergirem para
qualquer ponto, afirmando assim que não existem pólos magnéticos isolados.

Lei de Faraday - A integral do campo elétrico sobre qualquer curva fechada C, que é
uma força eletromotriz, é igual ao negativo da taxa de variação do fluxo magnético
através de qualquer superfície S limitada pela curva. Mostra como as linhas de campo
elétrico envolvem qualquer área sobre a qual o fluxo magnético está variando.

Lei de Ampère - Relaciona a variação do campo elétrico por onde passa uma corrente
de condução ( e de deslocamento) com a indução de um campo magnético. Descreve
como se comportam as linhas do campo magnético B onde há uma corrente de
condução ou um fluxo elétrico variando.

A lei de Ampère, porém, estava validada somente para correntes


contínuas, ou seja, relacionava a integral de linha do campo magnético
sobre uma curva fechada C à corrente que passava através de qualquer
superfície limitada por esta curva. Maxwell, então, observou essa falha e
mostrou que a Lei de Ampère podia ser generelizada e se referir a todas
as situações, se a corrente I da equação fosse substituída pela soma da
corrente de deslocamento I com uma parcela Id, denominada corrente de
deslocamento de Maxwell, definida por:

A prova experimental dessa hipótese de Maxwell foi verificada no


capacitor de placas circulares, quando a modificação feita por Maxwell
mostrou que um fluxo elétrico variável provoca um campo magnético, cuje
integral de linha sobre uma curva fechada, é proporcional à taxa de
variação do fluxo elétrico. Não há porém, é bom observar, análogo
magnético da corrente de condução I.

Destas equações podemos concluir que:

- Os campos elétricos criados por cargas elétricas são divergentes ou


convergentes.
- Os campos magnéticos são rotacionais, isto é, não existem monopolos
magnéticos.
- Campos magnéticos variáveis no tempo geram campos elétricos
rotacionais.
- Campos elétricos variáveis no tempo geram campos magnéticos
rotacionais.
- Correntes elétricas ou cargas em movimento geram campos
magnéticos.

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EQUAÇÃO DA ONDA

Podemos mostrar, então, que campos magnéticos e elétricos


variáveis no tempo, podem gerar ondas eletromagnéticas. Para
demonstrar que as equações de Maxwell levam, inevitavelmente, a ondas
eletromagnéticas, é necessário fazer uso das e equações de Maxwell na
forma diferencial. Por simplicidade, estudaremos a propagação da onda
eletromagnética no vácuo. Limitaremos a este caso particular devido as
dificuldades matemáticas para resolver um sistema de equações de onda.

Devido ao fato de não existirem cargas elétrica e correntes no


vácuo, as equações de Maxwell assumem a seguinte forma:

Tomando o rotacional do lado esquerdo da equação de Faraday


teremos,
pois, o divergente de E é nulo no caso do vácuo. Por outro lado, temos
que;

Podemos proceder de forma análoga ao caso anterior e aplicar o


operador rotacional em ambos os lados da lei de Ampère. No caso do
lado esquerdo obtemos,

e para o lado direito da equação teremos,

Os resultados obtidos, tanto para a lei de Faraday quanto para a lei de


Ampère, conduzem as equações que se seguem;

Comparando com a equação da onda numa corda, Maxwell chegou


a uma conclusão interessante:
Soluções para este conjunto de equações são do tipo

onde k = 2 /? e ? = 2p ?
k é referido como número de onda
? - comprimento da onda eletromagnética
? - freqüência
? é a freqüência angular.

Uma vez que os campos elétrico e magnético oscilam em fase, com


a mesma freqüência, temos uma conseqüência geral de, numa onda
eletromagnética, o módulo do campo elétrico ser igual a c vezes o
módulo do campo magnético.

A partir disso que já vimos, podemos afirmar que estamos tratando


de uma onda linearmente polarizada, pois se plotarmos E (ou B) em
função do tempo, em qualquer plano perpendicular ao eixo dos x,
obteremos uma linha reta. Para meios isotrópicos e contínuos, as
intensidades e as densidades elétricas e magnéticas relacionam-se por
expressões simples, conforme vemos abaixo:
As duas útlimas equações acima traduzem bem a nossa conhecida Lei
de Ohm.

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ENERGIA E MOMENTO
Discutiremos agora alguns conceitos e relações associados ao
transporte de energia em ondas eletromagnéticas. Este fenômeno é de
grande importância e tem sido usado em diferentes aplicações
tecnológicas, como o transporte de informações e de energia de um ponto
para o outro. O Sol, em particular, é uma grande fonte de ondas
eletromagnéticas e sua importância é indiscutível em nosso dia a dia.
Introduziremos, a seguir, a idéia de densidade de energia armazenada
em campos elétricos e magnéticos. Para isto, tomaresmo como base as
análises feitas para o capacitor e indutor, quando definimos as
densidades de energia dos campos elétrico e magnético.

Sabemos que os capacitores e indutores são elementos em um


circuito que têm a propriedade de armazenar campo elétrico e magnético.
Isto significa que existe no interior do capacitor e do indutor energias
armazenadas eletromagnéticas.
VETOR DE POYNTING
Uma conseqüência importante das equação Maxwell é o fenômeno
relacionado à propagação de ondas eletromagnéticos. Vimos que a
criação de campos elétricos e /ou magnéticos no espaço implicam no
surgimento de energias armazenadas em forma de E e B. Como as
ondas eletromagnéticas se propagam pelo espaço arrastando os campos
elétricos e magnéticos, então as energias associadas a estes campos
devem se propagar pelo espaço de forma semelhante. Partindo deste
pressuposto, podemos analisar o fluxo de energia eletromagnética,
transportado através de um volume qualquer, definido por uma superfície
gaussiana fechada
Assim, vemos que a intensidade de uma onda (a potência média que
passa por uma área, por unidade de área) é igual ao produto da
densidade de energia méida pela velocidade da onda. A intensidade
instantânea é igual à potência instantânea que passa por uma área, por
unidade de área, é igual ao produto da densidade de energia instantânea
pela velocidade da onda. Numa onda eletromagnética no vácuo, a
intensidade instantânea é, portanto,
Em função dos campos médios quadráticos, usando as relações
conhecidas, temos que:
MOMENTO DE UMA ONDA ELETROMAGNÉTICA

Uma partícula movendo-se em um meio resistivo sofrerá forças de


oposição ao movimento. Em mecânica, esta forças denominadas de
forças de atrito, são dependentes da velocidade de um dado corpo.
Usando argumentos semelhantes ao da mecânica, estudamos as forças
exercidas em superfícies condutoras, por uma radiação eletromagnética
(EM), também chamada de PRESSÃO DE RADIAÇÃO.

Para entender este problema vamos analisar a interação de uma


onda eletromagnética com um condutor. Isto é, analisaremos o choque de
uma onda eletromagnética com uma placa condutora.
Com isso, podemos concluir que o módulo do momento transportado
por uma onda eletromagnética é igual a 1/c vezes a energia transportada
pela onda. Por isso é que não sentimos a pressão de radiação da luz que
nos cerca.

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POLARIZAÇÃO

Uma propriedade da luz, importante e útil, é que ela pode ser


polarizada. Para ver o que isto significa, examinaremos ondas mecânicas
produzidas em cordas, isto facilitará a compreensão do conceito de
polarização. Podemos fazer uma corda vibrar numa dada direção, como
por exemplo paralelo ou perpendicular ao plano formado pela fenda da
figura abaixo. Em ambos casos a onda é dita ser plano-polarizada, isto é,
as oscilações ocorrem um plano específico. Agora, se colocamos um
obstáculo contendo uma fenda vertical no caminho da onda, observamos
que uma onda verticalmente polarizada passará (a), enquanto a
horizontalmente polarizada não passará (b). Contrariamente, se uma for
usado uma fenda horizontal, a onda polarizada não passará. Note que
polarização somente pode existir para ondas transversas e não para
ondas longitudinais como as sonoras.

A analogia com as ondas sonoras sugere que as ondas


eletromagnéticas se propagam na direção normal às frentes de onda, isto
é, na direção x para onda que estamos considerando. Portanto, a nossa
conclusão pode ser expressa da seguinte forma: os campos elétricos e
magnéticos da onda só podem ter componentes em direções transversais
à direção de propagação. A onda eletromagnética deve ser uma onda
transversal. Em qualquer onda transversal, a vibração é perpendicular à
direção de propagação da onda. Se a vibração da onda transversal ficar
paralela a uma reta fixa no espaço, a onda é linearmente polarizada.
Podemos visualizar, com maior facilidade, a polarização, considerando as
ondas mecânicas em uma corda. Se uma das extremidade da corda
oscilar para cima e para baixo, as ondas resultantes que percorrem a
corda estão linearmente polarizada, com cada elemento da corda
vibrando em uma única direção. Analogamente, se uma extremidade da
corda percorrer uma circunferência de círculo, com velocidade constante,
a onda resultante estará circularmente polarizada. Neste caso, cada
elemento da corda descreve um arco de círculo completo.

São quatro os fenômenos que produzem luz polarizada a partir de luz


não polarizada: a) abosorção, b) reflexão, c) espalhamento e d)
birrefringência ou dupla refração. Trataremos com mais detalhes a
polarização por absorção, que nos interessa mais diretamente.

Polarização por Absorção

Muitos cristais naturais, quando cortados apropriadamente,


absorvem e transmitem luz de maneira que depende da polarização da
luz. Estes cristais podem ser usados para se ter luz linearmente
polarizada. Um destes materiais polarizador é o polaróide o qual é
formado por moléculas de hidrocarbonetos de cadeia longa, alinhadas, no
processo de fabricação. Estas cadeias tornam-se condutoras nas
freqüências óticas, quando a película é mergulhada numa solução de
iodo. Quando a luz incide com o seu vetor campo elétrico paralelo às
cadeias do polímero, as correntes elétricas que se estabelecem
moléculas absorvem a energia da luz. Se o campo elétrico for
perpendicular às cadeias, a luz será transmitida. A direção perpendicular
às cadeias é o eixo de transmissão.

Imaginemos um feixe de luz não polarizada deslocando-se na


direção z, e que incide sobre um polarizador com o seu eixo de
transmissão na direção x. Em média, a metade da luz incidente tem o seu
eixo de transmissão na direção x e a outra metade direção y. Então, a
metade da intensidade da luz será transmitida e a outra metade
absorvida. A luz transmitida será linearmente polarizada.
Suponhamos agora que temos uma outra película polarizada cujo
eixo de transmissão faça um ângulo q com o eixo da primeira película,
como está representado acima. O campo elétrico transmitido na segunda
película é igual a E.cos(?). Uma vez que a intensidade da luz é
proporcional a E², a intensidade da luz transmitida pelos dois
polarizadores será dada pela lei de Malus, isto é,

onde Io é a intensidade da luz que incide sobre o segundo polarizador e


que é a metade da intensidade da luz incidente sobre o primeiro
polarizador. Quando as duas películas estão montadas em sucessão, na
direção de um feixe de luz, como se descreveu anteriormente, a primeira
película ou filtro é denominada por polarizador e a segunda por
analisador. Em particular, se os eixos de transmissão do polarizador e o
do analisador formam um ângulo de 90°, a luz não será transmitida.

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Espectro Eletromagnético

A luz é uma radiação eletromagnética que se torna perceptível


mediante o nosso sentido da visão. A luz branca é composta de uma
mistura de radiações que se estendem ao longo de uma restrita faixa de
freqüências e comprimentos de onda. Dentro de limites mais estreitos
nessa faixa de radiações visíveis, podemos perceber as cores. É o que se
pode perceber quando a luz branca é decomposta nas chamadas "cores
do arco-iris", quando sofre refração ao passar por um prisma.
Freqüências maiores, e comprimentos de onda menores,
correspondem a cores que tendem para o vermelho. Freqüências
menores, e comprimentos de onda maiores, correspondem a cores que
tendem para o violeta. Fora dessa faixa do espectro visível, nossa vista
não distingue a radiação eletromagnética, e portanto também não mais
enxerga qualquer cor. O gráfico abaixo ilustra a posição da radiação
visível no âmbito do espectro eletromagnético, obedecendo as relações
matemáticas apresentadas.
As ondas de rádio, utilizadas em transmissão de sinais, abrangem
um amplo intervalo de radiações – comprimentos de onda desde alguns
milímetros até vários quilômetros., e freqüências correspondentes
variando desde UHF (Ultra-high Frequency, ou Freqüência Ultra-alta), a
VHF (Very-high Frequency, ou Freqüência Muito-alta), e até SW (Short
Wave, ou Onda-curta), MW (Medium Wave, ou Onda-média), LW (Long
Wave, ou Onda-longa), e LF (Low Frequency, ou Baixa-freqüência).

• As microondas, utilizadas em equipamentos de radar e


fornos de microondas, têm comprimento de onda entre 1 mm e 30
cm.
• As radiações infravermelhas, correspondentes à emissão de
calor, são irradiadas por corpos aquecidos a temperaturas
diversas, sempre abaixo de temperaturas que correspondam a
radiações visíveis, e têm comprimentos de onda entre milésimos
de milímetro e 1 mm.
• O espectro das radiações visíveis localiza-se na região de
comprimentos de onda entre 400 e 700 nm (1 nm = 10-6 mm), e
abrange a radiação solar visível.
• As ondas ultravioletas têm comprimentos de onda entre 380
e 60 nm. A radiação das estrelas mais quentes (acima de 25 000
0K) desloca-se para as regiões do violeta e do ultravioleta no
espectro eletromagnético.
• Os Raios-X correspondem a comprimentos de onda de 10
nm a 10-4 nm.
• Os Raios Gama são emitidos por certos núcleos radioativos
e em certas reações nucleares, tendo comprimentos de onda
inferiores a 10-11 nm.

Dimensões de ordem de grandeza no espectro eletromagnético

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Referências Bibliográficas:
• Física para Engenheiros e Cientistas - Tipler, Paul - Vol 4 -
3ª Ed. - LTC - Rio de Janeiro, 1995
• Fundamentos de Física - Halliday Resnick Walker - Vol 4 -
4ª Ed. - LTC - Rio de Janeiro, 1995
• Curso de Física Básica - Vol 3 - H. Moysés Nussenzveig -
EDGARD BLUCHER

Referências na Internet

• http://www.ime.unicamp.br/~vaz/maxwell.htm
• http://www.escolaemcasa.com.br/professorglobal/cursos/fisi
ca-4/FIS124/Aulas/Aula-8/aula-8.html
• http://www.uc.pt/iguc/Geofisica/Magnetismo/MAG1.htm
• http://www.scb.org.br/fc/FC58_19.htm

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