Mundo de Peter
Em 2013, a maioria dos livros de
J.J.Gremmelmaier mudaram de formato,
alguns foram para A4, alguns, unificou,
em um único texto.
Mundo de Peter ele nomeou como:
Epopeia Peter
Primeira Edição
Curitiba
Paraná
2013
Bookess
J.J.Gremmelmaier
Este compilar em Epopeia Peter é
composto por 4 livros:
2
J.J.Gremmelmaier
3
J.J.Gremmelmaier
4
J.J.Gremmelmaier
João Jose Gremmelmaier
Mundo de Peter
I
Peter & Sheila
Primeira Edição
Edição do Autor
Curitiba / Paraná
2010
5
J.J.Gremmelmaier
6
J.J.Gremmelmaier
7
J.J.Gremmelmaier
Autor: João Jose Gremmelmaier
Editora Bookess
Nome da Obra. Mundo de Peter I
ISBN: 978-85-62418-36-5
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J.J.Gremmelmaier
Peter &
Sheila
J.J.Gremmelmaier
MUNDO DE PETER I
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J.J.Gremmelmaier
No dia seguinte o assunto da casa era que teriam novos
vizinhos e enquanto esperava o ônibus do colégio, Peter olha para
as casas vizinhas, para a casa dos James, foi inevitável lembrar de
sua infância, um sorriso triste lhe veio ao rosto com as lembranças,
estava distraído olhando a casa quando viu do outro lado da rua,
uma menina que poderia ser a sua descrição pessoal de menina
linda, o ônibus chegou e tampou sua visão dela, subiu rápido para a
ver novamente, numa cidade onde nada diferente acontece,
Comptche, alguém diferente a rua era algo a olhar, mas não estava
mais lá, ficou como bobo olhando para fora, tropeçou em um pé
esticado ao corredor e todos riram dele, a vergonha foi grande,
normalmente teria olhado para Caterine, a menina que ele achava
bonita de sua sala, mas recolheu-se e ficou a pensar na miragem
que tivera.
Sentou-se na segunda fila e foi quieto até a escola, adentrou
a sala em silencio, seu dois únicos amigos a escola estranharam
como ele estava quieto, abriu o caderno de anotações e desenhou o
rosto de Sheila e teve a impressão dela sorrir para ele, estava
distante quando o professor pegou o papel, esperou a bronca,
estava tão distante que nem sabia do que se falava na aula e ouviu
o professor dizer.
— Muito bem Peter, pensei que até você estava longe, mas
pelo menos você está anotando a aula!
O olhar de todos foram a ele, e quando o professor devolveu
o papel a sua carteira, Peter estudar não era novidade, mas para
ele as coisas estavam diferentes, estava longe, suas memorias
foram a seu avô, a sua infância, parecia que algo estava diferente,
olhou as anotações da aula, a letra parecia com a dele, mas não era,
e olhou o desenho ressurgir por cima e olhou para os amigos.
Paul, um de seus poucos amigos, olhou o desenho
ressurgindo, e passou um bilhete, talvez alguém mais poderia ter
olhado, mas ele desconversou, não sabia o que estava acontecendo,
mas a aula parou um momento quando a diretora da escola entrou
e apresentou a nova aluna, Peter não conseguiu acreditar, olhou o
papel e viu o desenho desaparecer, Paul e Call, olhavam a moça, e
a professora fala.
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J.J.Gremmelmaier
— Alunos, esta é a nova colegas de vocês, Sheila James!
A menina olhou para Peter e não tirou os olhos dele,
impossível os demais não terem notado em uma turma de 22
pessoas, ela sentou-se a frente, e não olhou mais para trás,
prestou a atenção na aula, a cabeça de Peter estava perdida em
pensamentos, olhando o caderno, olhou os rascunhos do caderno,
eles haviam sumido, pegou seu caderno de desenho, pelo menos lá
ela ainda estava, mas sua lembrança lhe levou ao passado, de um
tempo que não ia a escola, um menino de 6 anos, brincando com
Sheila, a menina dos James, será que tudo que ele fizera foi manter
a memória viva de alguém de seu passado, olhou para os amigos,
sabia que alguém bonita como ela, logo estaria nas turmas mais
enturmadas, o intervalo de aula se fez, Call chega ao lado dele e
fala.
— Então Sheila existe, pensei que fosse uma fantasia?
— Uma fantasia infantil, uma linda fantasia infantil, nada mais
que isto!
— Acha que ela lembra de você? – Paul.
— Nem nos mais belos dos meus desenhos a imaginei assim,
mas vamos acordar, ela vai se enturmar, não é alguém que vá falar
com os 3 excluídos da escola!
Peter olhou para a menina sair, muitas outras foram falar com
ela, foram a cantina, e quando os das turmas superiores a viram,
caíram matando, carne nova numa escola de cidade pequena, Peter
estava olhando para ela, nem notou Ronald, um rapaz de 15 anos a
olhar para ele, levantar-se e ir a ele, o rapaz pensou em demarcar a
área, e chegou empurrando Peter.
— Pirralho, não permiti que olha-se para a garota, acha o
que?
Somente nesta hora Peter olhou para Ronald e falou.
— Permissão?
— Sim, a menina nova, não pode nem chegar perto dela!
Peter pensou em responder, mas dois outros já vinham apoiar
a idéia, a eterna forma de educação, o mais forte se impondo sobre
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J.J.Gremmelmaier
o mais fraco, pensou em como poderia não fazer nada, e virou-se
para Ronald e falou.
— A menina tem nome, Ronald!
— E você sabe o nome dela, me impressiona, um patético
nada, sabe o nome da menina?
— Sei, mas nada que interesse a você, quer saber o nome
dela, se ela não lhe disse, não serei eu que direi!
— Esta me insultando pirralho?
— Quem sou eu para isto!
Ronald pega Peter pelo colarinho e ia falar algo quando sentiu
uma mão sobre a dele, olhou e era a menina, encarando-o.
— Ronald, melhor cantar as meninas que gostam de
ignorantes, pois com Peter, não vai mexer!
— E o que vai fazer!
Ronald nem viu de onde veio o choque, mas soltou Peter e
virou-se para ela e falou.
— Vai defender este pirralho, ele nem homem é!
Sheila mede Robert de cima a baixo, e fala.
— Ronald, es uma criança ainda, nem imagina o que as
meninas de sua sala falam do que tem entre as pernas, melhor não
me forçar falar, aqui em plena cantina!
— Eu vou..
— Vai me bater, gostaria de ver se é homem para isto!
Todos estavam olhando a menina quando um dos seguranças
do colégio chega perto e pergunta.
— Algum problema aqui?
Ronald olha para o rapaz e se afasta com os seus, Peter
pensou que a Sheila sentaria entre eles, mas nem olhou para ele,
voltou para a mesa das meninas, e sentou-se.
— O que aconteceu, alguém entendeu? – Paul.
Peter olhava para a mesa de menina, alguém se atreveu a
enfrentar Ronald, Sheila não sabia com o que estava mexendo, e
Call perguntou.
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J.J.Gremmelmaier
— Eu ouvi direito, ou ela veio aqui lhe defender? – Fala
olhando Peter.
Peter pensou em falar algo, mas a menina nem olhava para
ele, por que seria, ele voltou a sala, mais duas aulas e voltar para
casa, como poderia ser a menina dos James, senta-se olhando para
o caderno e escreve.
―Como pode ser você?‖
Ele olha a frase mudar as letras e ficar.
―Peter, não duvide do que sempre soube que aconteceria!‖
O menino chacoalha a cabeça e pensa se estava a ficar
maluco, olha a letra, a das anotações da aula anterior e sem olhar
para ela, nem para os amigos, fixa a vista na professora, e escreve.
―Sabe o que fez lá na cantina, é suicídio!‖
As letras novamente mudam de lugar, e fica.
―Ronald é um palhaço, mas eu cuido dele, ou esqueceu que
me deu super-poderes!‖
Ele lê e se assusta.
―Não eram super-poderes, mas como você sabe?‖
―Certo, são parte de um aprendizado de feitiçaria, que aprendi
sozinha nos livros de minha avó, isto é o que eu falo, mas sabe que
não é assim!‖
―Você não respondeu!‖
Não houve resposta, a professora estava ao lado dela, a olhar
o que ela escrevia, e falou, olhando para os demais.
— Classe, pelo jeito teremos novos alunos disputando a
melhor nota da sala!
As demais meninas olham para ela, ficou obvio que ela não
era apenas um rostinho bonito, e os rejeitados sorriram, eles eram
as notas altas, os demais, B+, mas poucos tinham o numero de A+
de Peter, mesmo Call vira e volta ficava com dois ou 3 B+, e a
professora olhou para Peter e falou.
— Peter, pelo jeito terá alguém para disputar nas notas, no
fim do ano!
— Não pretendo disputar com ela, professora!
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J.J.Gremmelmaier
— Por que não, acha que ela não lhe é páreo?
— Não é isto, eu não sou páreo para Sheila James, ela me
supera no calculo desde os 5 anos, não tenho como ganhar dela!
A sala ouve a afirmação, era obvio que os dois se conheciam,
mas Catarine olhou para Peter, e pensou em quem era a menina, e
Sheila olhou pela primeira vez em aula para Peter, virando-se.
— Mas sempre é um bom páreo para competir, ou vai desistir
antes de tentar!
Peter sorriu, um desafio a nível cultural era algo que não era
padrão de aulas de matemática, não naquela turma, talvez não
naquele colégio, mas olhou nos olhos de Sheila e viu o brilho,
aquele que lhe encantava quando criança, e falou.
— Perderei competindo!
Alguns sorriram na sala, alguém capaz de ser bonita, e
inteligente como os excluídos, Catarine olha para moça, alguém que
não veio disputar os rapazes mais bonitos do colégio, e sim, Peter,
ficou claro quando ela levantou-se na Cantina e foi a Ronald, que
ela tinha coragem de encarar perigos, por algo que acreditasse,
embora os dois ainda não tenham estado a sós no colégio, Caterine
podia jurar que Peter sabia bem mais da menina que os demais,
lembrou da frase e pensou, 5 anos, isto é desde a infância, quem
era a menina, a cidade era pequena, todos se conheciam, ficou a
pensar mas não conseguiu nada em sua mente, e quando todos
saíram do Colégio, Ronald estava lá fora a esperar Peter, mas algo
dizia que as coisas estavam a sair do lugar, estava sozinho,
encostado na entrada do ônibus.
— Algum problema Ronald!
— Avisa aquela sua amiga que a próxima vez que ela mexer
comigo em publico, não me importa se é uma menina, eu quebro o
nariz dela!
— Ronald, melhor não tentar isto!
— Vai querer defender ela?
— Não, mas se você bater nela, eles lhe expulsam, sabe disto!
— E quem vai me expulsar, meu pai dá um jeito!
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J.J.Gremmelmaier
— Acho que nem seu pai iria aceitar você batendo em uma
menina!
— Você não tem nada a ver com isto, dá o recado para sua..
— Ele não é mensageiro, Ronald, quer falar algo para mim! –
Sheila.
— Você pega este ônibus? – Ronald.
— Sim, mas o que estava falando!
— Que a próxima vez que me desmoralizar em publico, lhe
quebro o nariz!
Sheila sorri e fala.
— Ronald, não precisamos brigar, não mexendo com meu
amigo, o resto, não me diz respeito!
— Amigos? Mas não é nova na cidade?
— Na verdade não, apenas fiquei ausente 5 anos, mas a
cidade mudou muito neste tempo! – Ela sorriu olhando em volta –
Diminuiu bastante nos últimos 5 anos!
— Você nasceu na cidade?
— Isto é um interrogatório?
— Sim, você me desmoralizou em publico!
— Ronald, desmoralização seria se o segurança não tivesse
chego, então se você acha ruim o que aconteceu, melhor não tentar
de novo, e todos ficamos bem!
Ronald olha para Sheila e pergunta.
— E como alguém como você faz amizade com um destes ai?
— Ronald, fala para a Guerda que qualquer dia passo lá para
ela fazer aquele bolo de espinafre que somente ela consegue fazer,
e explico o que você não esta entendendo, agora o ônibus esta
saindo!
Os dois entram no ônibus, sobrou somente dois lugares, e
Peter senta—se ao corredor e fala.
— Ainda gosta da janela!
Ela sorriu, e sentou—se, os dois não falaram, os pensamentos
de Peter estavam tão longe, mas os mais distantes eram os de
Ronald, que ficou a pensar em quem era a menina, conhecia sua
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J.J.Gremmelmaier
avó, pegou a bicicleta e foi a casa da avó, sua mãe estava
trabalhando nos postos de seu pai, entra e a avó estranha e fala.
— O que andou aprontando Roni?
— Nada avó, uma menina me deixou intrigado!
— Esta apaixonado?
— Não, deus me livre, mas ela disse que viria qualquer dia,
para a senhora fazer aquele bolo de espinafre, lembra quando a
senhora fazia para a gente?
— Lembro, mas faz anos que não faço, teria de ver se acerto!
— Mas a menina sabia que a senhora fazia, mas não lembro
dela!
— Como é o nome da menina?
— Sheila James!
— Ela ainda anda grudado com o Peter?
— Ela esteve longe 5 anos, mas já estão voltando a falar, mas
não lembro dela, como alguém bonita daquele jeito, não me
deixaria lembrança!
A avó levanta—se e pega uma caixa e pega umas fotos e fala.
— Acho que tem uma foto dela no seu aniversario de oito
anos!
A avó pega uma foto onde tinha o aniversariante em destaque,
atrás vários dos seus amigos atuais, e ao chão sentados um
casalzinho de Bruxos, Peter e Sheila, e a avó fala.
— Aqui, eles sempre foram grudados!
Ronald olhou a foto e olha a menina e fala.
— Mas era uma criança! – Ele fixa em sua aparência — Eu era
uma criança, como ela lembra de sua torta!
— Ela e Peter falavam que eu era uma Bruxa, pois somente
bruxos para acertar o ponto da torta de espinafre, os dois sempre
estavam juntos, até os pais dela saírem da cidade, isto já faz uns 5
anos mesmo, mas sabe se os pais dela voltaram?
— Não, por que avó!
— Eles saíram da cidade quando o irmão mais velho da
menina morreu, lembra do – a senhora põe a mão sobre a foto, um
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J.J.Gremmelmaier
menino – Robert, vocês andavam juntos quando ele resolveu fugir
de casa, e apareceu morto dois dias depois, como se tivesse pulado
da ponte de Manchester, não lembra dele!
Ronald olha para a foto, lembra do rapaz, um encrenqueiro,
um dos modelos que ele seguiu na vida, nunca souberam bem o
que aconteceu com o menino, ele tinha 10 anos quando isto
aconteceu, a cidade parou para o enterro, mesmo sendo novo e
desligado, Ronald lembrava.
— Ela é a irmã do Beto?
— Sim, ela gostava muito do irmão, dizem que ela não
conseguia sair do quarto do irmão e os pais se mudaram para Los
Angeles, mas bom ver que ela já esta se enturmando com os
antigos amigos!
— Mas não eram eles os donos do James Supermercado e da
franquia do MacDonald?
— Pelo que sei ainda são, eles eram dos mais ricos da cidade,
mas a catástrofe com o filho, abalou muito eles, imagino o que deve
ser perder um filho de 10 anos, deve ser terrível!
Ronald foi a praça e lá viu os dois amigos, e Michael falou.
— E daí Ronald, vamos aprontar o que com a menina, não vai
deixar barato?
— Vou deixar barato!
— Mas por que, ela lhe afrontou!
— Ela é irmã de um antigo amigo, lhe devo no mínimo
respeito!
— Ela é irmã de quem?
— Lembram do Beto James?
— Não!
— Esta falando daquele caso que contam de um menino que
pulou da ponte, aquela do trilho de trem?
— Sim, ele era meu amigo, ela era uma criança quando isto
aconteceu!
— Então você a conhecia, e não falou nada!
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J.J.Gremmelmaier
— Às vezes confundo coisas tão antigas, mas melhor deixar
ela em paz!
— E aquele pirralho do Peter!
— Deixa os bruxinhos em paz, Michael!
— Quem?
— Eles se vestiam de Bruxinhos quando criança, Sheila e
Peter nunca se desgrudavam, deveria saber que ela viria defender o
amigo, quem dera tivesse prestado mais atenção, não teria pagado
o mico!
— Esta falando que aquela menina que ia as suas festas e
ficava a brincar com Peter, os dois de Bruxinhos, é aquela gata! –
Fala Angel, que chegava ao grupo.
Ronald balança a cabeça afirmativamente.
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J.J.Gremmelmaier
— Na verdade você me indicou cada saída de encrenca que
tive em minha vida, Peter, não sei como sabia, lembro de uma
menina que me desafiou na saída de meu colégio, você me disse
que o joelho dela era o ponto fraco, a menina tinha com certeza
mais do que o dobro do meu tamanho, depois daquilo, nunca mais
ninguém mexeu comigo, mas foi você que me falou!
— Eu já volto! – Peter volta a sua casa e pega a serie de
cadernos que desenhava as historias, não entendia o que estava
acontecendo, mas sabe do que Sheila estava falando, ele desenhara
isto, mas pensou estar inventando a historia, e não interferindo em
uma vida, ele adentra a sala, e a menina puxava um dos livros, e
falou.
— Você sempre me disse que o livro das Bruxas, era de capa
vermelha com o símbolo da Chave de Jacob Böehme, — a menina
puxa o livro de capa vermelha, com o símbolo, e o que era um
armário se abre, como nos desenhos de Peter, lá dentro, duas
cadeiras, uma tela de plasma, dois computadores, e livros bem
antigos, símbolos pintados a parede, mas não havia na estrutura da
casa aquela peça, era como um portal, pois a sala era imensa, e os
dois adentram a sala, e a parede se fecha as costas dos dois, era o
mundo de Peter, uma mundo que ele só dividia com sua mãe e irmã,
e de repente alguém mais vem a entrar nele – sempre sonhei com
este lugar, fora do tempo!
Peter põe o caderno sobre a mesa, e ela olha numerado de 60
episódios, e olha para ele e fala.
— Você escreveu isto até onde?
— Eu desenhei o dia de ontem, mas faz muito tempo, o
primeiro capitulo, o resto veio em conseqüência, nas historias você
já tem 14 anos! – Peter põem na pagina que começa a historia, ela
adentrando a sala, e os dois se olhando, e passa duas folhas e vê
ela enfrentando Ronald, e ela fala.
— Quer dizer que você já me preparou para isto, como fez? –
Sheila.
— Não sei, isto aqui é um sonho, não estamos mais em sua
casa, estamos em um mundo que desenhei a mais de 2 anos! –
22
J.J.Gremmelmaier
Peter olha a menina, estava a abrir algo que era particular em sua
vida, a forma de encarar as coisas, de procurar a magia em tudo.
Sheila olha o local, liga os monitores, olha os livros internos,
muito mais velhos, pega um e fala.
— Pode me explicar como sei ler hebraico?
— Isto é uma das coisas que você pode fazer, pegar um texto,
em qualquer língua e ele lhe fornecer o conteúdo, mesmo sem
entender as letras, como Russo, Chinês, Japonês, hebraico, sei que
você pode!
— Esta a me dizer que você passou para mim todos os dons
para enfrentar o mundo, e ficou com o que, os excluídos?
— Nos chamamos de os sinceros! – Pegou o caderno e
escreveu ―Os Sinceros!‖
— Não entendo como faz isto! – Sheila olhando que ele
escreveu, e vê a resposta dela vir em escrito e sorri.
— Tem algo que tenho de falar para você, você vai me achar
louco! – Peter.
— Fala, mais maluquice que isto, o que seria?
Peter pega um caderno, igual aos anteriores, mas estende
para ela, e fala.
— Seu irmão me deu dois dias antes do dia que sumiu!
Ela pega tremendo, algo de seu irmão, e olha serio os
desenhos, ele estava em seu quarto, desenha no papel uma replica
de seu quarto, e um túnel de trem na parede do quarto desenhado,
os desenhos mostram ele atravessando o túnel, atravessando a
ponte, parando no meio da ponte, sentar—se e desenhar ele
invisível, um trem passar e não o atingir, nem o vê, ele levanta—se
e olha para baixo, vê um corpo sobre o rio, e desenha um portal lá
em baixo, Robert olha para ele mesmo, morto ao chão, olha os
olhos, e este sorri para ele, Robert olha para cima, a grande ponte,
olha para a queda de água no fundo do vale, formado pelo pequeno
rio ao lado, pega o papel e desenha um portal para lá, e surge
diante da imensa queda de água, olha em volta, desenha seu quarto,
e chega em um dia, o calendário da parede aponta, 14 de novembro
de 2022, ele senta—se ao seu quarto, olha ele vazio, olha tudo em
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J.J.Gremmelmaier
volta, e tenta desenhar qualquer coisa, não consegue, senta—se e
espera algo sentado ao chão do quarto.
— Esta a me dizer que meu irmão lhe deu isto, e não me
mostrou?
— Sheila, nos falamos duas vezes depois daquele dia, antes
de você ir embora, e somente agora acredito no que tens em mãos!
— Acredita em que?
— Seu irmão descobriu os livros, lembra que ele contava esta
historia para você dormir, foi você que me transformou em um
bruxinho, os dois bruxinhos de Comptche, mas ainda esta confuso
para mim, mantive a magia aberta em mim, mas nunca me ative a
isto!
— O que mais ele lhe falou aquele dia?
— Nada, ele me viu brincando do lado de fora, como sempre,
e me deu o caderno, acho que ele falou algo sobre eu desenhar
melhor que ele!
— Já tentou desenhar algo sobre o que ele desenhou, ou
mudar a historia?
— Não, mas podemos tentar, mas Sheila, temos de cuidar
com isto, sabe que faltam mais de 10 anos para a data que ele
desenhou!
— Mas será que ele poderia antecipar algo assim?
— Se eu o fiz, por que ele não o faria!
— Mas por que ele se mataria?
— Não entendeu, ele não se matou, mas algo esta reservado
para ele no futuro, e teremos de cuidar dele!
Peter pega seu lápis de desenho e faz alguns desenhos,
tentando recuar o tempo, e desenho se desfaz, como se fosse longe
demais, os dois estavam a tentar quando uma frase veio ao papel,
Peter sentiu—se arrepiado, os dois olham a frase.
―Quem esta ai?‖
―Peter!‖
―Em que anos esta, Peter?‖
―2012! Quem esta ai?‖
24
J.J.Gremmelmaier
―Sou eu, Robert, mas para mim foram dias!‖
Sheila olha assustada, e fala.
— Pergunta como fazemos para o trazer de volta!
O papel respondeu.
―Não sei, nada que desenho fixa, as palavras são rápidas, se
lê antes de sumirem!‖
―Mas como foi parar ai?‖
―Estava lendo um livro de capa vermelha, nele descreve a
interligação dos atos, do tempo, da teoria de caos e das magias,
primeiro da falada, mas não sabia pronunciar hebraico, e depois as
escritas, mas não entendo o que aconteceu!‖
―Eu entendi!‖ – Peter.
―Entendeu?‖
―Sim, a versão a minha mão, precisa de uma versão diferente
da historia, mas não sei como fazê—lo, você esta preso na realidade
que desenhou, aquela que me presenteou!‖
―Faz sentido, mas o que acontece se der fim ao caderno?‖
―Não sei, mas Robert, seu corpo foi encontrado embaixo
daquela ponte, a 5 anos!‖
―Melhor não arriscar, mas a solução deve estar naquele livro!
Espero que consigam!‖
―Vamos tentar, se não, nos vemos em 10 anos!‖
Peter fecha o caderno e olha para Sheila e uma lagrima tinha
aos seus olhos, ele a abraçou, olhou em seus olhos e falou.
— Vamos ajudar ele!
— Mas esta a me dizer que ele esta vivo?
— Não sei, Sheila, mas teremos de tentar, e por mais que
consigamos, não tenho noção do que isto faria na vida das pessoas,
vamos ter de ler o livro!
Sheila pega o exemplar na prateleira, um em hebraico, outro
em alemão, e outro em inglês, e falou.
— Melhor este!
Ela começou a ler e não entendeu muita coisa, ela estava a
tentar entender quando eles viram a tela de plasma se acender,
25
J.J.Gremmelmaier
Mari, a mãe de Peter estava a vir para ali, tinham de voltar ao
mundo real, e os dois se olharam, ela pegou o exemplar, e voltaram
a sala, os dois estavam a olhar o livro quando a mãe de Peter
entrou e olhou a sala cheia de livros e falou.
— Bem diferente, estão fazendo o que?
Os dois olham para a senhora e Peter fala.
— Vendo os livros antigos que vieram na mudança, tem uns
bem interessante! – Sheila.
— Só vocês dois, a maioria dos pais pensaria que estão
aprontando e os dois lendo! – Sorri Mari que sabia muito bem o que
o filho estava fazendo.
— Mãe, algum problema?
— Não, é que quando você saiu a poucos segundos lá de casa,
deixou este caderno cair!
―Segundos‖ pensou Peter, e olhou o caderno, a muitos anos
não olhava aquele livro, era do tempo que estava a aprender a
desenhar, suas primeiras historias, quando ele tinha 5 e 6 anos,
eram rabiscos, e quando ele abriu, tinha o primeiro esboço do rosto
de Sheila, a menina olhou para ele e falou.
— Isto que é gostar de desenhar alguém! – Sorriu e Peter
ficou vermelho, e olhou sua mãe que falou.
— Ele sempre desenhou esta menina, mesmo – Mari olha para
Sheila, para o desenho – desculpa, nunca tinha ligado desenho a
pessoa!
Peter deve ter ficado roxo, pois ele sentia o rosto quente e os
pensamentos se perdendo e olhou os desenhos e olhando para um,
lembrou do local, e assim que sua mãe saiu, ele virou—se para a
amiga e falou.
— Tenho de tentar algo!
— O que!
Os dois subiram as escadas no sentido do quarto de Robert,
adentraram a porta, talvez fosse apenas a impressão de que
estavam fazendo algo errado, mas os dois se arrepiaram, olham em
volta e vêem um desenho na parede, ainda estava lá, e Sheila olhou
para ele e falou.
26
J.J.Gremmelmaier
— É arriscado para fazermos isto!
— Eu sei, mas precisava saber o por que algumas coisas
acontecem!
— Como o que?
— Eu estava olhando os meus desenhos, eu desenhei os
portais, dois anos antes de seu irmão!
Peter abre o caderno e mostra para Sheila, e era o quarto de
Robert, se via os detalhes da janela, o quarto estava vazio, e isto
quer dizer, algo a muito estava atraindo ele para lá.
— Mas isto é impossível!
— Sim, estamos falando de 7 anos atrás, antes de tudo, algo
realmente esta preso nesta casa, temos de saber o que é, posso
estar errado, mas vamos com calma!
— Errado sobre o que?
— Alguém esta pedindo ajuda, para ser libertado, mas isto
levou seu irmão, posso estar enganado, mas acho que começo a
desconfiar!
— E acha que não vai me contar?
— E um dia consegui manter segredo para você! – Riu Peter.
Ela sorriu e os dois desceram a escada, e sentaram—se a sala,
lendo um pouco de livro, era um inglês antigo, difícil de entender,
desde a caligrafia, pois fora escrito a mão, até os termos, o que os
forçava as vezes discutir o sentido da frase, estavam a ler quando
Sheila olhou para Peter e falou.
— Só não ache que vou me enturmar com aquele seu grupo!
— Achei que iríamos voltar a usar chapéu de bruxa! – Sorriu
Peter.
— Não brinca! Aqueles seus amigos são patéticos!
— São meus amigos, se precisar um dia, de alguma coisa, me
fale! – Falou serio Peter.
— Você quer continuar andando com eles, tem até algumas
meninas da frente que olham para você, e esta perdendo tempo lá
atrás!
27
J.J.Gremmelmaier
— Não estou interessado em impressionar, Sheila, eu em si
não preciso ser bajulado, mas sinta—se à vontade para se enturmar
com os demais!
— Pensei que seriamos uma dupla novamente? – Sheila.
— Somos, nunca deixamos de ser, pelo que percebi, mesmo
eu ignorando isto, mas não quer dizer que vou deixar meus amigos
no passado, por mais que nunca tenha tido nada contra os demais!
— Você me fez popular, e quer ser o ratinho feio?
— Eu não lhe fiz popular, toda vez que desenhei algo, foi
pensando em o que você faria, mas não entendeu isto!
— Mas acho errado você continuar a se isolar, agora estou de
volta!
— Eu nunca ia aos lugares pelos demais, apenas por você,
mas se quer se enturmar, não acho ruim, faz parte de sua
personalidade, mas não da minha!
Ela estava lendo algo e parou diante de uma frase.
―Todo o tempo é conectado por uma citadina renque de linho,
as famílias são uma linha, os amistosos são a chave, e os afetos a
porta!‖
— Isto, acho que confirma o que acho! – Peter.
— Sobre o que?
— Sheila, sei que era pequena, mas o que lembra da vida de
sua avó!
— Por parte de mãe ou pai?
— De mãe, a que era Navajo!
— Dizem que minha avó era uma curandeira Navajo, ela
curava os índios com benzimentos e chás naturais, ela depois virou
uma nova cristã, ela converteu parte de seu povo, mas depois dos
70 se enfurnou na sua casa, lá nas montanhas, e morreu sozinha,
dizem que ela estudava relatos bíblicos, e coisas do gênero, meu
irmão inventou a historia do sótão de minha avó, eu nunca nem
soube onde era a casa dela, alguns dizem que fica na reserva, que
ela montou!
— Eu sei onde ficava a casa dela!
— Você sabe?
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— Sim, acampei com meu pai na região a mais de 4 anos, e
me lembro que quando vi o lugar me parecia que já conhecia de
algum lugar!
— Você o havia desenhado!
— Sim, eu havia desenhado! – Ele abre o caderno, mas falou
– Mas a casa já não estava lá, tem apenas os alicerces da casa!
Sheila olha a queda d‘água aos fundos e fala.
— Esta a me dizer que meu irmão foi atraído para lá, mas o
que aconteceu?
— Não sei, acha que virei bruxo de verdade quando, que
saiba a poucos minutos! – Peter foi bem cauteloso em falar o que
sabia.
— Você acha que minha avó que esta presa lá, e esta
tentando avisar alguém?
— Não sei ainda nada, Sheila, mas que é algo estranho, seu
irmão ser encontrado a menos de 200 metros de onde era a casa de
sua avó, isto é!
— Mas o que faremos?
— Primeiro vamos estudar isto, sabe se sua avó deixou algo
com seus pais?
— Minha mãe sempre falou que ela desenhava muito, adorava
pássaros, mas não sei se ela guardou algo assim por tanto tempo!
— Temos de tentar, isto tudo é um sonho, o dia começou
normal, e olha só o que vez em minha vida em apenas um dia! –
Fala sorrindo Peter.
— Mas ainda não sei o que faremos?
— Você estuda este livro, eu vou para o sótão de minha casa
tentar desenhar, acho que se isto for um aviso, pode ser que eu
consiga algo para seguirmos!
Sheila olha em volta e fala.
— Será que sua mãe conseguiria um quarto para eu passar
uns dias?
— Acho que ela vai ficar preocupada, mas vamos nesta, acho
que a janta já deve estar quase pronta!
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J.J.Gremmelmaier
Os dois foram à casa de Peter, Sheila explicou que estava com
medo de passar lá a noite, sozinha e Mari ajeitou uma cama no
quarto de Paula, a irmã de 5 anos de Peter, que Sheila nem
conhecia, ela sorriu e Peter pegou um caderno, de desenho e subiu
ao sótão, ele tentou por um tempo, e pegou no sono.
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de Peter lhe fizeram perguntas que não responderia, e quando Call
perguntou.
— Vocês estão namorando?
— Call, ela é uma amiga, mas somos os excluídos, ela em
pouco tempo será das rodas mais agitadas, não que eu tenha nada
contra, mas podemos até ser amigos, mas não somos mais os dois
bruxinhos!
— Dois Bruxinhos?
— Quando tínhamos entre 6 e 8 anos, eu e ela vivíamos
grudados, sempre de chapéu de bruxo, a cidade nos chamava de os
Bruxinhos de Comptche, éramos crianças felizes, mas os demais nos
davam muitos doces no dias das bruxas, acho que de tanto falarmos
em bruxaria, eles acreditaram!
— Mas eu vi você falando com ela escrevendo em seu
caderno!
— Está falando de que?
— Rapazes, truques são fáceis, bruxaria seria, somente com
muita experiência!
— Fala como se eu não tivesse visto você rascunhar o rosto
dela, e o professor ver apenas cálculos!
Peter sorriu, ele nem sabia como aquilo acontecera, estava
sendo atraído para algo, mas sabia que tinha alguns dons, e teria de
cuidar com eles, uma vez desenhado, não tinha saída, seria daquele
jeito, não teria como mudar, olhava para o caderno e pensou em
como ele calculava algumas coisas, pensou se tudo que ele escrevia
não se adaptava ao querer de quem lia, se fosse assim, estaria
sempre numa farsa, e não gostava disto, não escreveu nada no
papel, quando certas coisas aconteceriam, ele não sabia, mas queria
saber sobre o caso da avó da menina e tinha alguém que poderia
lhe esclarecer, as imagens que ele vira no dia anterior lhe
assustaram, ele no intervalo, foi a parte do campo de futebol,
atravessou ele, Ronald olhou—o mas nada falou, bateu em uma
pequena casa, onde morava um senhor que cuidava das plantas do
colégio, este olhou para ele e perguntou.
— Esta perdido rapaz?
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— Não, precisava trocar uma idéia senhor!
— Desculpe, mas não falamos com alunos!
— Precisava senhor, é sobre a avó de uma menina, queria
saber se o senhor conheceu?
— Avó de quem?
— De Sheila Jones!
— Quer saber o que sobre a curandeira, estranho alguém do
colégio querendo saber sobre alguém como aquela senhora!
— O senhor a conheceu?
— Sim, eu era um jovem, quando ela se isolou em seus
estudos, na reserva!
— O senhor saberia o que aconteceu com a casa dela, preciso
saber!
— Menino, nada referente a aquela casa lhe interessa, se esta
interessado nisto, desiste!
— Mas precisava saber o que fizeram com a casa?
— Nossa tradições são nossas, não permitiremos que você
tenha acesso, vocês já acabaram com a nossa cultura, agora
querem se apossar do que é nosso!
— Não entendi, a casa ainda existe?
— Pensei que soubesse disto?
— Desculpe, apenas sonhei com ela, esta noite, estava ela a
janela, em uma cadeira, no sótão, o chão do mesmo estava todo
desenhado a canivete ou faca, em alto relevo, mas quando tentei
olhar o escrito, a casa pegou fogo, mas se não pode me falar,
desculpe!
— Mas como você sabe que era ela, você não tem idade para
a conhecer!
Peter pega o caderno que tem a mão e mostra a figura, e o
senhor fala.
— Era ela, mas como você sabe que o chão do sótão foi todo
esculpido?
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— Não sei, pensei que ela desenhou o portal, mas não, ela o
esculpiu, mas desculpa, estava apenas querendo achar um caminho
de volta, mas não deve saber do que estou falando!
— Você sabe do caminho de volta?
— Não, ninguém fala comigo sobre isto, mas é obvio que
alguém quer voltar, eu conheço duas pessoas que o querem, mas se
o senhor não pode me ajudar, entendo!
— Como se chama menino?
— Peter, mas agora tenho de ir, obrigado!
Peter atravessou o campo e o senhor, descendente dos
Navajos ficou a olhar o menino, a muito não ouvia de alguém
sonhando com a curandeira, muitos na aldeia sonharam com ela nos
dias após seu sumiço, tentou lembrar mais alguma coisa, mas não
lembrou, e ficou a olhar o menino passar pelo meio do campo,
chegou quase junto com a professora a sala, os amigos
estranharam a ausência dele, a própria Sheila estranhou, mas o
menino estava decidido a ir ao fundo do poço, e olhando a aula,
prestou a atenção, ia desenhar algo, segurou o papel, e viu se
materializar em seu caderno a pergunta.
―Onde se escondeu?‖
―Estava a descobrir o que fizeram com a casa de sua avó, mas
não descobri nada!‖
―Mas por que?‖
Call olhava ele fazer aquilo, era obvio que ele estava a falar
com a amiga, mas como faziam isto.
―Ela esculpiu no chão da casa o que faria, mas sonhei com a
casa pegando fogo, mas acho que ela não pegou fogo ainda, e
depois tenho de lhe mostrar algo!‖
―Algo?‖
―Seu irmão pediu ajuda!‖
A menina olhou para traz, obvio que os olhos dela estavam
cheios de água, os olhares se cruzaram, não era algo normal,
muitas meninas repararam no ar triste do olhar, obvio que os
pensamentos foram para o que aconteceu na lanchonete, ela
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J.J.Gremmelmaier
conversando com Ronald, e Peter sumido, muitas idéias erradas se
fizeram naquele dia.
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Peter não falou nada, adentraram e tomaram um café e ele
começou a ler o livro vermelho, já que a cabeça da menina estava
em outra coisa, não queria pensar nela com Ronald, embora sabia
que desenhara isto, como sempre, ela se dando bem, ele mal, então
sabia bem onde os levaria, não tinha saída, e foram a casa dela,
adentraram a sala e o menino olhou tudo, deveria ter mais coisas ali,
as coisas dali vieram do sótão da avó dela, como, não imaginava,
fora transmitido a ele na memória, olha em volta e pega um com
capa de pele de lobo e abre, folhas amareladas desenhadas, ele
reconhecera o estilo de desenho e mostra para ela.
— Esta aqui, como você sabia disto?
— Sonhei com sua avó ontem, ela me mostrou o sótão como
deve ter mostrado para seu irmão, as coisas encaixam!
— O que aconteceu? – Sheila.
— Quando ela atraiu seu irmão para lá, o destino era a casa
dela, ele já havia ido lá antes, mas o incêndio do museu deles,
corresponde exatamente a data da morte de seu irmão!
— Esta a me dizer que o portal de volta era pela casa dela,
mas quando meu irmão chegou a casa não estava lá!
— Na verdade ele viu que não estaria, não deve ter entendido,
mas não sei muito ainda!
— Você não tem ciúmes de mim, como meu irmão? – Sheila.
Peter não falou nada, desviou o olhar dela e estava a ver a
seqüência de desenhos, tinha uma parte que perdia todo o sentido
em si, são desenhos seqüenciais, mais de 10 folhas com o mesmo
desenho, ela sentada à sacada do sótão a olhar a queda de água,
Sheila vendo que Peter não falaria sobre isto, olhou os desenhos
repetitivos, e perguntou.
— Mas por que esta seqüência imensa dela no mesmo lugar!
— Não é ela no mesmo lugar, é o mesmo desenho, exato, até
os rascunhos são iguais, é como se o corpo estivesse ali, mas ela,
muito distante, em outro lugar!
— Esta a me dizer que ela já havia ido, quando desenhou
isto?
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— Não sei, parece isto, mas ... – Peter olha os livros e pega
outro – tenho de ler um pouco, ainda tenho de estudar para a prova
de calculo!
— Ainda bem que eu não preciso, você já me ensinou tudo
que vai cair mesmo!
— Eu o que? – Peter.
— Você me ensinou como sempre fez, acho que quando você
pensa em como fazer, acabo aprendendo junto, não entendo que
ligação é esta!
— Esqueceu que fizemos um juramento eterno com sangue?
— Aquilo era brincadeira de criança, eu quase desmaiei!
— Aquilo pode ter parecido brincadeira, mas foi feito
corretamente, exatamente como diz aqui para fazer, — Peter bate
no livro vermelho – aquilo foi um pacto de sangue, estamos unidos
por aquele pacto, enquanto quisermos estar, aqui fala como
desfazer também! E nossa proximidade física vai acelerar o pacto,
como era quando éramos criança!
— Esta falando serio?
— Sim, os bruxinhos fizeram bruxaria, e muito mais do que
tivemos consciência!
— Do que esta falando?
— Lembra de quando fomos ao lago, éramos crianças, os
demais estavam naquela prova das famílias, e nós ficamos na
cabana, a falar coisas estranhas?
Sheila olha para ele e lembra dos dois, sentados a um grande
salão, estavam os dois sentados como sempre, ela com sua boneca,
a Dark, ela falava com a boneca e Peter olha para a boneca e fala.
―Acha que ela nos ouve?‖
―Lógico que ela me ouve!‖
―Acha que ela me ouve?‖
―Não sei, ela é minha boneca, não sua!‖
Peter tocou na cabeça da boneca, ele sempre tocava as coisas
como se fossem preciosas, com carinho, passou a mão na cabeça da
boneca e perguntou.
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―Dark, você me ouve?‖
Os lábios da boneca se mexeram e ela respondeu, em uma
voz grave.
―Peter, por que não o ouviria?‖
Sheila lembra de olhar assustada para a boneca, e falar.
―Pensei que você só falava comigo?‖
A boneca olha para Sheila e fala.
―Amiga, um dia vai crescer, mas saiba que amigos, são para a
vida!‖
Sheila volta ao real e olha para Peter a ler e fala.
— Sempre pensei que era um truque, adorava seus truques!
— Sheila, uma pergunta!
— Fala!
— Você contou para Robert sobre isto?
— Sim, eu contei, nós sempre conversávamos, ele tinha
ciúmes de você, e sempre perguntava o que tanto fazíamos, mas a
boneca só falava quando você estava por perto!
— Ele sabia que tinha uma ligação forte ali, mas ele não tinha
ciúmes, Sheila, ele queria lhe proteger, era um bom irmão, embora
todos na cidade, falassem mal dele, nunca foi comigo como os
demais o descreviam, imagino o quanto deve ter sido difícil para ele,
ter de se deparar com tudo isto, e não conseguir contar para
ninguém!
— Mas por que não contou?
— Fala serio, o que seus pais falariam se ele dissesse que sua
avó estava o induzindo a fazer o que estava, que ia a reserva para
aprender, e não para aprontar, que não conseguia se concentrar
nas aulas, pois pense que ele estava com a melhor curandeira dos
Navajo a falar com ele, não um menino como eu, que falo com você,
mentalmente, mas somos da mesma idade, temos experiências
semelhantes, agora imagine ele com sua avó a cabeça!
— Esta a dizer que meu irmão era aquele desregrado por
causa disto?
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— Seu irmão comigo nunca foi um desregrado, não sei com
você?
— Também não, mas a mãe ficava a lhe perturbar por ter
repetido o primeiro ano duas vezes!
— Quando se sabe a resposta Sheila, tem—se duas formas de
agir, a honesta, e a desonesta, ele foi honesto, mas isto, nem
sempre lhe dá destaque!
— Não entendi?
— Com o tempo lhe explico!
Peter estava a ler um livro em Inglês, era difícil de entender
algumas palavras, mas com o tempo parecia que se acostumava
com a escrita, diferenciando mais facilmente os A dos O, os F dos T
naquela escrita manual feita a pena.
Sheila olhava para o amigo, ainda estava a pensar em Ronald,
e Peter olhou para ela e falou.
— Pelo menos não pense nele enquanto estamos aqui!
— Não..
— Desculpa!
Peter continuou lendo, aquilo o estava modificando, lembra
que quando criança, misturava sal grosso ao xampu para tomar
banho, lembra que toda vez que passava na frente da casa dos
Kalsons ele pegava uma rosa, no caminho passava na capela e
colocava a rosa no pequeno altar, todo dia levava a do dia anterior e
deixava uma nova, quando chegava em casa, antes de chegar em
casa, despedaçava a rosa e a jogava ao ar, na entrada da casa,
lembra que sempre comia na ordem das folhas, legumes, e carne no
final, muitas vezes se recusava a comer a carne, ele só comia peixe,
lembra que não gostava de cães, embora sua mãe nunca quis que
ele tivesse um gato, lembra de que os sapos da redondeza
adoravam sua casa, sua mãe sempre dizia que todos os sapos do
bairro, quando chovia, vinham ao terreno deles, lembra que quando
os demais ficavam a olhar o mar com aquele olhar de vamos pular,
ele chegava, molhava os pés, sentava—se na areia, e olhando o mar,
adormecia, sua mãe cansou de o acordar para irem para casa, suas
lembranças estavam todas aguçadas, e depois de um tempo falou.
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— Se tivesse lido isto antes, não teria o seguido tão
perfeitamente!
— Esta a dizer o que com isto, Peter?
— Que cada ato que fiz, de minha infância, ainda sou uma
criança, pois me sinto uma, foi dentro das normas mais severas
deste livro!
Sheila pega o livro e lê a capa.
―Iniciação a Magia‖
Peter pegou mais um livro, ele não se cansava, mas ela já
estava a ficar entediada, e ele falou.
— Se quiser, vai lá, sei que estou sendo chato em lhe prender
em sua casa, quando queria estar fazendo outra coisa!
— Vou dar uma volta, você parece estar a mergulhar no
problema, sei que vai achar uma saída!
— Se tiver uma, eu acho!
Sheila sorriu e abriu o armário e saiu para a sala, Peter olha
para a tela de plasma, logo que o armário se fecha novamente, e vê
ela estática com a mão a maçaneta, e pensa o quanto aquele lugar
era especial, algo feito dentro das regras de sobrepor os mundos, e
pegou o próximo livro e abriu, ele estava a aprender, e leu mais um,
estava a fechar o livro e saiu do armário e virou—se para Sheila a
porta e falou.
— Sheila, se ver o Ronald, diz que preciso falar com ele!
Ela olha para ele, com um livro a mão sentar—se a sala.
Sheila sai pela porta e foi a lanchonete do local, era de sua
família, mas não foi lá por isto, e sim para estar em um lugar onde
poderia encontrar Ronald, tinha de lhe falar, e quando chegou ao
MacDonald, o sorriso de Caterine estava de assustar, na porta da
lanchonete, a olhar para dentro, sentou—se e olhou para onde
todos olhavam, e lá estava Ronald, beijando Karine, Caterine veio a
mesa e falou.
— Achou que ele seria só seu?
Sheila tentou parecer superior, engoliu seco e falou.
— Caterine, meu interesse nele, era ver se Peter sentia
ciúmes, mas aquele não demonstra o que sente!
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— Você gosta de Peter?
— Não sei, estranho me deparar com ele 5 anos depois, nós
fazíamos tudo junto quando criança, mas ele cresceu!
— Eu acho ele bonito, mas por que ele tem de ser tão avesso
a tudo!
— Os bruxos são assim!
— O chamou de que?
— De bruxo, meu bruxo predileto, a calma que ele
demonstrou a pouco, mostra que sabia o que aconteceria, mas eu
não percebi!
— Estava com ele?
— Somos apenas amigos, Caterine, nem sei se ele me vê
como uma menina?
— Acho que sim, ele lhe olha diferente!
— Ele é diferente, mas vai comer algo, ou as pessoas vêem
aqui apenas se olhar?
— Fim de mês, meus recursos estão escassos!
Sheila levantou—se e foi ao rapaz e fez o pedido e depois
pegou no balcão e sentou—se a mesa novamente, obvio que Ronald
viu ela saindo do balcão, ela sentou—se e Caterine viu que esta não
era qualquer uma, ela sabia se por, as duas comiam quando Ronald
veio a mesa e falou.
— Sheila, posso sentar com vocês?
Sheila olhou para a moça que ele havia deixado a mesa, fez
um sinal para ele sentar—se e falou alto.
— Karine, vem se juntar a nós!
A menina não sabia o que pensar, e quando ela sentou—se
Ronald sem jeito falou.
— O que veio fazer aqui?
— Comer algo, não é o que as pessoas fazem?
Caterine sorriu e falou.
— E o que Peter esta fazendo agora?
— Está lá em casa, desfolhando uns livros antigos de minha
avó!
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— Peter esta em sua casa? – Ronald.
— Sim, por sinal ele me falou que se lhe visse, precisava falar
com você!
— Mas o que aquele pirralho tem a falar comigo?
— Não sei, teria de perguntar para ele!
— E onde o encontraria neste momento? – Ronald.
— Já falei, mas se não ouviu, esparramado na poltrona da
sala lá de casa, a ler!
As três se olharam e o rapaz sem saber o que fazer se levanta.
Sheila ouve em sua mente.
―Diz para ele que é sobre Robert!‖
— Ronald, Peter disse que é algo sobre Robert, mas não
entendi o que!
— Você não ficou magoada? Por me ver beijando Karine?
— Me foi útil, às vezes preciso fazer alguém tomar a iniciativa,
mas escolhi o dia errado!
―Estou ouvindo isto!‖
Sheila sorriu e falou olhando para Caterine.
— Pelo jeito vamos ter de conversar o que pretende com
Peter?
Ronald olha para a menina, a única que não lhe dava nunca
bola, alguém bonita, mas que todos destacavam como a mais
estudiosa da turma dela, e pensa que entendera o motivo, e antes
de sair pergunta.
— Ainda mora ao lado do pirralho?
— Sim, ainda moro do lado do pirralho!
Caterine olha serio e fala.
— Ele vai matar Peter!
— Não é homem para isto!
— Fala como se ele fosse outro, já o vi apanhar, ele não
reage!
— Caterine, ele é honesto, nunca usaria do que sabe fazer
para prejudicar alguém, mesmo que isto seja contra o corpo que o
carrega!
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— Mas ele não reage, como faz ele se manifestar!
— Caterine, se quer algo, vai ter de tomar a iniciativa, ele não
o vai fazer, principalmente neste momento, ele esta no meio de um
turbilhão de aprendizados, acha fácil ser especial!
— Mas ele esta aprendendo o que?
―Não fale!‖
— Não entendi ainda, mas ele esta a levantar a possibilidade
do menino que acharam no rio, a 5 anos não ser o corpo de meu
irmão!
— Esta a dizer que ele acha que seu irmão não se matou!
— Isto ele já me provou, mas ainda não posso falar!
— Minha irmã disse que seu irmão era o mais desajustado do
colégio? – Karine.
— Sim, e o mais lindo! – Sheila.
As duas sorriem e Caterine pergunta.
— E o que seus pais acham disto, dele enfurnado em sua
casa?
— Eu estou dormindo no quarto da irmã dele, não na casa!
— Você é rápida Sheila, já entrou na casa dele, ele nunca me
convidou para entrar!
— Eu me convidei, acha que ele iria me convidar?
As três riram, e começaram a falar de banalidades.
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— Ronald, você lembra do enterro de Robert?
— Sim, quem não lembra, pararam a cidade!
— Você viu o corpo?
— Não, o corpo foi achado todo desfigurado, o
reconhecimento foi pelo vestuário, pois dizem que ele estraçalhou a
cabeça na queda!
— Senta ai, o que vou falar é muito maluco, mas preciso de
sua ajuda!
— Ajuda, esquece, não vou entrar em um joguinho com você!
— Então esquece, vai para a lanchonete, fazer papel de bobo!
— O que precisa?
— Eu acho que Robert não se matou!
— Acha que alguém o matou?
— Não, acho que ele ainda esta por ai, mas sem poder
retornar!
— Acha que enterraram alguém no lugar dele?
— Quase certeza!
— Mas e a roupa?
— Sabe que esta é a parte fácil, mas preciso saber se ele
tinha uma namorada na época?
— Namorada?
— Sim, alguém que ele gostasse, que deixasse algo que
apoiasse minha tese!
— Ele gostava da irmã de Caterine, da sua sala, mas dizem
que ela se isolou depois da morte dele!
— Ele gostava da Ângela?
— Sim!
— Então vamos a lanchonete!
Ronald olha para o rapaz e pergunta.
— Você gosta de quem, menino?
— Gostar, ainda sou um pirralho, não gosto de ninguém
ainda!
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Peter saiu pela porta e entrou em sua casa correndo, pega
sua mochila, põem algumas coisa e diz para a mãe que esta indo a
lanchonete.
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— Mas quando ele desenhou isto?
— Não sei, mas ele deixou comigo no dia que sumiu, dois dias
antes de sonhar com a ponte, e minha mãe contar para o xerife e
acharem o corpo, mas não sonhei com ele morto, e sim estático,
acho que o corpo não era de Robert, quer dizer, eu tenho certeza,
mas é difícil de explicar!
— Esta a dizer que não enterraram ele, mas onde ele está!
— Olha a ultima pagina!
Ela olha a imagem dele no quarto em 2022, e fala.
— Mas isto é impossível!
— Sim, é!
Peter pega o caderno de desenho dele, numerado na data, e
estica para ela.
— Somos nós, aqui, mas você conhecia meu quarto?
— Não, eu desenhei isto a 2 anos!
— Esta a dizer que você sabia que viria aqui?
— Não, sei que o que desenhei, vai acontecer, mas não tenho
coragem de reler, saberia o fim de minha historia, e não pretendo
saber!
— Esta a dizer que desenhou isto?
— Estou a dizer, que sentava no sótão, e desenhava, muitas
vezes nem olhava a historia acabada, eu dormia desenhando, ontem
a noite eu não desenhei, foi o próprio Robert, pois os traços são
dele!
— Você é locou!
— Sou, isto não quer dizer que ele não esteja preso em seu
próprio desenho!
— Mas por que? Como posso acreditar que isto é real?
— Vou lhe deixar este caderno, quando for embora, pergunte
algo, escrevendo no papel, apenas isto, e nos falamos amanha!
— Mas o que quer provar com isto?
— Nada, preciso de ajuda, e não sei quem pode me ajudar! –
Peter.
— Você é maluco? – Ronald.
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— Certo, eu sou maluco, — Peter pega o caderno de volta e
escreve – ―Robert, tem alguém lhe querendo falar!‖
Todos vêem as palavras mudarem de forma.
―Oi Peter, quem esta ai?‖
―Estou deixando o caderno com Ângela!‖
―Ângela esta ai?‖
―Sim, e ela ainda não lhe esqueceu, mas ainda não achei
como lhe trazer de volta!‖
―Você é o bruxinho, sei que vai conseguir!‖
Ângela olha para o papel, pega a caneta e escreve.
―Como posso acreditar que é você?‖
―Amor, não tenho como lhe explicar, sei que não apareci a
noite, mas para mim ainda não anoiteceu!‖
―Não entendi!‖
―Estou no meu quarto vazio, em segundos que parecem
demorar horas, mas lá fora esta claro, mas não consigo sair pela
porta, pela janela, estou preso aqui!‖
―Mas como entrou ai?‖
―Isto que Peter deve estar quebrando a cabeça para
descobrir!‖
Ângela olha para o menino e fala.
— Espero que não seja um truque sem graça!
— Ângela, ele desenhou o portal e foi para lá, sei como fazer,
mas ele deveria ter entrado na casa da avó dele, mas os Navajo
haviam desmontado a casa a dois dias, e o colocaram no deposito
do museu, mas o encostar das madeiras secas, no fundo do museu,
em uma fiação mal acabada, gerou um incêndio no dia e hora que
Robert estava entrando no portal, ele foi relançado ao quarto, pois a
casa não existia mais, nem física e nem na ausência de tempo, ele
esta preso em um acaso, mas como se diz, não é o acaso que
interessa, temos que descobrir como o tirar de lá!
— Isto é muito para mim! – Ângela.
— Sei que é!
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Sheila pega o caderno do dia, estava a olhar, e volta duas
folhas, e lá estava Ronald beijando Karine e Caterine olha o desenho
e pergunta.
— Como ele sabia?
— Disto que falo, ele é o bruxinho da turma, mas alguém que
esta tentando desvendar algo, que esta fora dos cálculos que ele é
tão bom!
Sheila adianta o caderno e vê os seus pais chegando em casa
e fala olhando para Peter.
— Tenho de ir para casa, a casa esta uma bagunça!
— Não adianta correr, eles vão chegar quando chegar lá,
independente da hora que chegue!
Ela olha serio para ele e fala.
— Você desenhou isto, não tem como reverter?
— Já tentei, mesmo em nosso esconderijo, fora do tempo,
não posso adulterar isto, mas você tem razão, tenho ainda que
estudar para a prova de matemática de amanha!
Peter põem na mão de Ângela o caderno e fala.
— Toma cuidado dele, existem ligações que são para a
eternidade!
Ângela olha para o menino, e fala.
— Mas é uma loucura isto, como posso acreditar!
Peter pega uma boneca a parede, e passa a mão na cabeça
dela e fala.
— Qualquer coisa, Nani lhe faz companhia!
Ângela olhou para a boneca, a muito não brincava mais de
boneca, como ele sabia o nome que ela dera a boneca e pergunta.
— Como sabe o nome que dei a ela?
Peter olha para a boneca e pergunta.
— Nani, não explicou para Ângela onde o mundo atravessa o
inexplicável?
Todos vêem a boneca se espreguiçar e falar.
— Peter, ela não acredita mais em bonecas, isto nos tira todo
o poder do inexplicável!
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— Mostra para ela, o mundo não é palpável, somos energia,
podemos estar onde quisermos!
— Vou tentar, mas é bom ver ela sem chorar, Peter, obrigada
por ela!
Peter estica a boneca para Ângela e fala.
— O dia que o mundo entender que impossível é apenas
ponto de vista, as coisas voltaram a acontecer!
Peter levanta—se e fala.
— Vamos, ela esta cansada!
Todos viram aquilo, Caterine deixa eles a porta e volta ao
quarto da irmã, que lhe olha ao entrar.
— Quem é este menino? – Ângela.
— O maior crânio em matemática de minha sala, dos
excluídos!
— Cuidado com o que fala, o que vi aqui é de um poder
grande, se ele acha que Robert esta lá, melhor começar a prestar a
atenção, todos diziam que ele que viu o local onde acharam o corpo,
ele era apenas uma criança, os Bruxinhos, mas nunca pensei em ver
o que ele fez!
— Você não viu nada! – Fala a boneca.
As duas olham para Nani que comenta.
— Peter é especial, não vêem a aura de calma que o cerca!
As duas se olham e sorriem.
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Sheila sorriu e enquanto Ronald e Karine foram em um
sentido, ele foram no sentido da casa deles, a menina se distraiu e
por um instante se esqueceu o que aconteceria, chega a frente da
casa dele junto com a Mercedes dos pais da menina, Sheila olha
assustada e Peter sorri.
— Acalma, não tem nada de especial neste momento!
— Mas o que você desenhou?
— Não desenhei! – Ele vira—se para a senhora saindo do
carro e fala. – Boa noite senhora Sabrina!
— Cresceu Peter, o que andou comendo?
— Bolo de espinafre!
— O todo especial bolo de espinafre, e cuidou de minha
filhinha bem?
— Ela que me defende dos perigos senhora, eu sou apenas
alguém bom em matemática, física e química, alguém deslocado
como sempre!
— E estavam onde?
— Na lanchonete, mas estava devagar! – Sheila.
— Tudo bem filha, Peter?
Sheila abraçou o pai e falou.
— Sim, como foi a viajem?
— Cheia de lembranças, mas como esta a casa?
— Ela decorou como se veste, mas acho que vão gostar! –
Fala Peter que completa. – Agora tenho de entrar, temos prova
amanha e agora tenho de defender meu A+ com mais empenho!
Sabrina sorri e adentram a casa, Sheila lembrou que deixara a
cozinha uma bagunça, mas estava tudo arrumado, ajeitado, quando
passou pela sala cheia de livros, os livros dela de matemática
estavam sobre a mesa, abertos, o caderno também, e seu pai falou.
— Ainda bem que alguém ainda estuda! Mas transformou
nossa sala em uma biblioteca, o que pretende com tudo isto?
— Aprender! – Sheila viu o pai puxar o livro vermelho sobre a
estante, fechou os olhos, mas como não havia som, abriu
lentamente e viu seu pai pegando o livro, e o abrindo.
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J.J.Gremmelmaier
— Pensei que estes livros não existissem mais, pelo jeito
andou os escondendo de mim, Sabrina!
Sabrina chega ao lado do marido e fala.
— Estes são antigos, mas pelo jeito alguém andou os lendo,
filha, tem de cuidar com isto, minha mãe dizia que eram muito
perigosos nas mãos erradas!
— Peter que deu uma olhada, eu não consigo ler nestas letras
manuscritas, parece que esta tudo fora do lugar!
— Você andou sozinha com Peter aqui em casa?
— Sim, mas não tive coragem de dormir sozinha e pedi para
Mari me ceder um quarto, dormi com a irmãzinha de Peter, nada de
mais!
— Filha, ainda é jovem para namorar!
— E Peter namora? – Sheila.
Um sorriso se abriu no semblante do pai, mas Sheila olhou
para a mãe e falou.
— Só estranhei uma coisa mãe?
— O que?
— Peter me perguntou se sua mãe havia lhe deixado algo, no
dia que sumiu?
Sabrina olha para o marido e pergunta.
— Sim, mas como ele saberia?
— Diz que no capitulo final, tem uma formula de ascensão,
mas as pessoas para poderem voltar, tem de deixar algo com quem
elas amam!
— Formula de ascensão, foi o que ele disse?
— Sim mãe, mas não entendi, ele devora livros como outros
comem sanduíche!
Os olhares de Sabrina e o marido voltam a se cruzar, Sheila
pega o seu caderno e sobe ao seu quarto, quando passa pelo quarto
do irmão, seu coração acelera, muita coisa estava em jogo, e sabia
que Peter levaria isto até as conseqüências finais.
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J.J.Gremmelmaier
Amanheceu e Peter esperou o ônibus sozinho, quando chegou
ao colégio, seus amigos foram lhe falar, e Call perguntou.
— O que andou aprontando?
— Nada, por que?
— Ronald nos direcionou a palavra e perguntou sobre você?
— Deve se algo sobre ele e Sheila, mas ele que se entenda
com ela!
— Já desistiu dela?
— Call, tem gente que esta em sua vida, independente do que
os demais façam!
— Estudou?
— Nem dormi, mas vamos a esta prova!
Adentram a sala e Sheila já estava lá, Karine de um lado e
Caterine no outro, as três olharam para ele quando entrou, as
cumprimentou com a cabeça, outros meninos da turma repararam,
não mais uma, mas três pensaram alguns, mas Peter estava com
alguns desafios na mente, o dia não seria fácil, sentou—se, se
concentrou, e o professor adentrou a sala, e passou as provas,
Peter a fez com toda a calma, sempre fora tão detalhista, nas
provas matemáticas, que os professores usavam sua prova como
gabarito, o estilo de Sheila era mais direto, mais ao calculo e ao
resultado, um era a calma, a outra o experimentar do novo, houve a
segunda e terceira aula, e no intervalo, Peter estava sentado ao
fundo da cantina quando Ronald senta-se ao lado e pergunta.
— Peter, o que aconteceu ontem, estava a lembrar, aquilo
não foi um truque, a boneca se esticou, e aquelas palavras surgindo
do nada, o que aconteceu!
— Aqui não Ronald, não é o lugar, sabe disto!
— Esta começando a me lembrar à forma de agir de Robert,
eu que não prestava a atenção!
— Depois falamos, na casa de Sheila as 8 da noite, só não
comenta com ela!
— Certo!
— E vai bem vestido, os pais dela estarão em casa!
Ronald saia da mesa quando Call e Paul chegam a mesa.
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J.J.Gremmelmaier
— Algum problema? – Chegam com seus lanches e Peter
responde.
— Ainda não, mas em breve!
Os dois olham para onde Peter olhava, vinham no sentido
deles, Caterine e Karine, e perguntam.
— Podemos sentar aqui Peter?
— Sim, mas alguma coisa as mordeu?
— Estava falando com uma amiga sua, ela me disse que você
nunca toma a iniciativa! – Caterine.
— Sabe qual o problema Caterine, é que Sheila é pelo agir, eu
sou pelo analisar, eu sou por esperar a hora certa, ela por tropeçar
no erro, mas viver!
— Como Ronald ontem?
— Não, ela estava querendo me provocar, mas como esta sua
irmã? – Peter mudando de assunto.
— Tendo altos papos com Nani!
— Nani me pareceu uma boa companhia, mas como ela esta?
— Pediu para ficar de olho em você?
— Por isto esta sentada aqui?
— Sabe que não!
— Sei? Acreditou mesmo que ouso tudo que ela ouve?
— Do que esta falando? – Caterine sorrindo.
— Me trai, desculpa!
— Sabe que todos estão olhando para cá neste momento? –
Karine.
Peter nem olhava os demais, mas sabia onde Sheila estava,
sentada a mesa de sempre, com outros rapazes a bajulando, e
Caterine pergunta.
— O que será que estão falando?
— Não vai querer saber Caterine! – Peter.
— Como assim!
— As frases agradáveis, devem estar em se bandearam para
os excluídos, bonita mas burra, o que a idiotinha pensa estar
fazendo lá, e coisas bem mais leves!
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J.J.Gremmelmaier
— Você ouve o que ela ouve mesmo?
— E ela ouve o que quero que ousa, não é justo, mas quem
manda ela não se dedicar a isto!
— Não acredito!
— Caterine, também lhe acho bonita, mas não tenho como
ser diferente, o que descobri nos últimos 3 dias contradiz a física e
matemática que sempre respeitei, então não estou pronto para isto!
Caterine olha para ele e fala.
— Mas como?
— Isto descobri ontem, lendo um livro da avó de Sheila, nós
fizemos um pacto de sangue quando pequenos, estamos
interligados para sempre, ou enquanto os dois quiserem estar nesta
união!
— Mas que tipo de união?
— Nunca fomos mais que amigos, por enquanto!
— Por enquanto? – Caterine.
— Dizem que aprendo devagar, tenho de compensar com
muito estudo, mas hoje já consigo me destacar dos demais, mas é
muito suado, mas o que aprendo, ela absorve, o que sei ela sabe, o
que sinto, ela sente, então falar para ela o que achava de mim, fez
ela saber o que eu sentia, e não o que você sentia Caterine, ela
testa tudo, eu observo, um bate o outro assopra, duas formas de
vidas interligadas!
— E acha normal isto?
— Caterine, você não viu aquela menina brigar, aquela
menina enfrentar o mundo, ela sempre pensou que ditei o caminho,
mas ela tem a coragem, eu, um covarde!
— Não me pareceu um covarde ontem!
— Aquilo não pode sair por ai, às pessoas vão achar que
estamos bebendo ou tomando drogas!
— Mas como podemos falar então?
Peter pega um papel e desenha uma grande bolha, desenha a
mesa, e os dois lá dentro, ela olha ele desenhando, quando olha
tudo em volta, estavam sozinhos e ela olha para ele serio.
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J.J.Gremmelmaier
— Onde estamos?
— No mesmo lugar, estáticos em um milésimo de segundo,
podemos ficar aqui 6 horas e para eles, será menos que um piscar
de olhos!
— O que você é?
— Peter Carson, o bruxo do colégio, quem mais!
— Mas então por que nunca se defendeu?
— É covardia usar um dom destes para proveito pessoal!
— Você não deseja ser especial?
— Caterine, ser especial é uma coisa, os demais acharem que
sou, é outra, não preciso arremessar uma bola a 50 metros, para
provar isto, não preciso dos músculos do braço para ser alguém,
acha que os mais ricos homens do país, não os mais famosos, falo
dos que pagam o salário deles, estão preocupados com uma leva de
aparência e músculos!
— Mas como alguém aprende a fazer isto?
— São anos de dedicação, eu fiz toda a preparação por
intuição, as vezes acho que nasci para ser isto, para estar aqui, mas
dons supremos, se acabam depois de um tempo, não são eternos!
— Não entendi?
— Quando entender de tudo, falamos disto!
— Esta a aprender isto, mas como posso tirar nota maior que
alguém que pode parar o tempo e ver as respostas!
— Isto seria trapaça, a magia se desfaria no ato!
— Não entendi, tem um dom destes e não pode o usar?
— Posso, mas não para coisas que não preciso, acha que
Sheila vai tirar que nota?
— A+!
— Eu acho que ela vai tira A!
— Por que?
— Ela não esta preocupada com o por que, ela apenas sente
a resposta, que eu sei, e põem no papel, se duvidar você tira um
A+!
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J.J.Gremmelmaier
— Entendi, ela usa o seu conhecimento, não é honesto, por
isto ela não lhe ouve quando fala, pois você ouve e não usa para
proveito próprio, mas ela com certeza usaria!
— Ela falou muito para os pais dela ontem à noite, quem vai
pagar a conta sou eu!
— Ela contou o que?
— Não é o que, e sim a forma que se fala!
Caterine vê ele apagar num gesto a cúpula, no papel e todos
em volta ressurgem, e Peter olhar para ela e falar.
— Tem coisa que é bom nem falar!
58
J.J.Gremmelmaier
Como sempre, Peter foi a frente e ajudou a organizar as
coisas do professor, o mesmo dizia que somente Peter tinha este
poder, pois nem ele conseguia, Peter passou a mão sobre os papeis
e começou a por na ordem sem olhar, o professor olhava para ele, e
quando em não mais de um minuto o menino voltou ao seu lugar,
olhou a ordem e sorriu, novamente perfeito, mas desta vez foi muito
rápido, começou a aula e depois de algum tempo repara na aluna
nova a sala e se apresenta, começa a divagar sobre astronomia, e
vira—se para Peter e pergunta.
— Peter, o que mantêm a lua seguindo a terra, pelo espaço?
— Não sei professor!
— Você não sabe?
— Tenho duvida, melhor alguém que tenha certeza!
— Alguém saberia a resposta?
— Seria atração gravitacional? – Sheila.
— Sim, concorda Peter!
— Não, mas se é, o que posso fazer!
— Qual seria a sua duvida?
— Eu acho que ela esta presa magneticamente a terra, por
isto não consegue girar sobre seu eixo, e por isto ela é tão grande,
comparada as demais luas dos demais planetas!
— Mas qual seria sua prova para esta teoria?
— Que as demais luas, se mantêm em órbita de acordo com a
atração gravitacional de seus planetas, mas não temos massa para
manter ela, e por isto ela ano a ano se afasta da terra!
— Sabe que não tem prova cientifica disto?
— Sei, assim como não tem de que o núcleo da terra seja
sólido, mas melhor acreditar que é, a ter de ir lá para provar!
— Veio afiado, mas terei de aceitar a resposta de Sheila como
correta, vamos a segunda pergunta, alguém tem idéia de do
material mais rígido que tem no planeta?
— Diamante, falou uma menina!
— Certo, e qual a medida desta resistência?
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J.J.Gremmelmaier
Um silencio se fez e Peter nem olhou para o professor, isto
era decorar, ele estudaria no dia anterior a prova, e acertaria, Peter
começou a sentir sono, o professor fazia estas perguntas para
provocar, principalmente Peter, pois sabia que ele não gostava, o
sono de Peter foi ficando incontrolável e vem a pergunta.
— Alguém sabe me afirmar a primeira cadeia da tabela
periódica!
Alguém respondeu, outro a outra resposta, e quando Sheila
olhou para trás, entendeu por que não ouvia nada em sua mente,
Peter estava esticado na cadeira, os braços soltos, o professor tinha
visto, mas achou que ele estava entediado, mas Sheila não era de
não sentir ele por perto, levantou—se e foi a cadeira, mexeu no
braço dele, estava solto, estava gelado, e olhou assustada para o
professor e disse.
— Ele está gelado!
O professor passou por ela e quando tocou nela, a menina se
arrepiou e vendo a cara de susto do professor, pegou em sua mãe e
falou.
— Melhor desfazer professor!
O professor olhou assustado, puxou a mão pos sobre a dele,
era susto, não era para estar acontecendo isto, Sheila olha para
Caterine e fala.
— Desfaz os papeis do professor, agora!
A menina não entendeu, a sala estava estática, a medica do
colégio entrava pela sala, e estava a tentar achar o pulso do menino,
pediu ajuda e o levaram para a enfermaria, ele estava quase sem
pulso, ligaram para os pais dele, o professor olhou para Sheila,
Caterine não teve coragem, mas quando passou pelos papeis,
empurrou tudo no chão, e olhou para o professor, a sala tinha
esvaziado, encara o professor e fala.
— Quem fez isto?
— Não sei o que esta falando!
— Um dia meu irmão teve chance de salvar minha avó e
acabou morto, agora que Peter chega perto, algo acontece, quem
foi?
60
J.J.Gremmelmaier
— Não sei o que esta acontecendo! – Falou o professor —
sempre quis vencer ele em uma discussão ou em uma prova, mas
não estava querendo que ele morresse!
— Mas quem o fez, para o senhor!
O professor não respondeu, mas ela chegou perto e ele sentiu
um choque lhe atravessar a carne.
— Professor, quem fez!
Caterine vê que a menina não era de meias palavras.
— O líder comunitário da reserva Navajo!
— O que ele fez?
— Ele disse que era só para pedir para ele organizar os
papeis! Ele pos um papel entre os demais!
Sheila chaga até os papeis e o que o professor viu foi os
demais papeis se organizarem sozinhos, e um ficar ao chão, ela
pegou o papel, com as pontas do dedo, e este pegou fogo, Peter na
enfermaria abre os olhos, Caterine olha para o professor e para
Sheila, e fala.
— Acha que tem a ver com Robert?
— Com certeza, eles desmancharam a casa, e a mesma
pegou fogo, alguém não queria que ela voltasse, enquanto estava
tudo quieto, ninguém fez nada! – Sheila olha para o professor e fala.
– Espero que não fale nada para ninguém, senão o próximo choque,
pode ser mortal!
O professor olha assustado para a menina, quem era aquela
menina, olhou o sobrenome e lembrou do irmão dela.
Sheila entra na enfermaria junto com Mari, a mãe de Peter,
mas já estava bem, sentado a cama, e pensa.
―Quem foi?‖
―Líder comunitário Navajo!‖
Peter sorri para a mãe e fala.
— Calma mãe, foi só um mal estar!
A medica olha para o menino e depois para a mãe e fala.
— Melhor levar ele a um medico, ele chegou aqui frio, quase
sem pulso, mas antes de lhe tentarmos reanimar, ele voltou!
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J.J.Gremmelmaier
— Vou providenciar!
A medica olha a bagunça e fala.
— Todos para a aula de novo, não acabou ainda!
Muitas caras feias se fizeram e a medica olhou para Peter e
falou.
— Um dia teria que me visitar, mas não assim!
— Estou melhor doutora, apenas um mal estar!
— Mas tem de descansar!
Peter olhou ao corredor e viu o jardineiro indo ao fundo,
estava ali a verificar as coisas, como ele melhorou, precisava
comunicar, e Peter virou—se para a mãe e falou.
— Mãe, quem é o curandeiro atual dos Navajos!
— Aquele senhor que assumiu quando a avó de Sheila
morreu!
— Queria ver se ele me recomendava uns chás naturais!
— Eu recomendaria algo mais profissional! – Medica.
— Ele é curioso referente a isto, doutora, não quer dizer que
ele acredite piamente, mas como ele sonhou com a avó da menina,
numa destas noites, deve estar achando que o curandeiro quer lhe
dizer algo!
— Mas vê se não toma qualquer coisa!
— Ele nem come carne vermelha, a dieta dele é mais
saudável que a de muitos nutricionistas! – Mari.
— As vezes pode ser falta de ferro!
— Difícil, nunca vi alguém comer beterraba como este menino,
doutora!
— Mas faça os exames!
A medica liberou o menino, e respirou fundo, quando viu o
menino branco, gelado e sem pulso pensou em que havia morrido,
estava preste a reanimar ele com o desfribrilador, quando ele abriu
os olhos, olhou para a porta e a diretora estava a lhe olhar.
— O que aconteceu, doutora?
— Lembra do caso de Robert, a 5 anos?
— Não era diretora, Robert, que Robert?
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J.J.Gremmelmaier
— Robert Jones, o menino que pulou da ponte!
— A tragédia, já faz 5 anos?
— Sim, mas em Robert tive de reanimar com o desfribrilador,
ele chegou gelado como naquele dia, mas este melhorou aqui, no
caso de Robert, ele foi ao hospital na cidade, para descobrirem o
que ele tinha!
— Acha que tem a ver?
— Não sei nada, acho estranho como alguns da cidade
seguem a cultura Navajo!
— Muitos são descendentes de alguma perna dos antigos
índios, mas que saiba, não é o caso de Peter!
— Mas ele citou que queria saber o que o curandeiro falaria!
A diretora estranhou, mas era algo tão comum a comunidade,
que não falou mais nada.
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J.J.Gremmelmaier
— Não, ele voltou sozinho, abriu os olhos e melhorou, como
se não tivesse sofrido nada!
— Mas como, este feitiço mataria a vila inteira, volte lá e é
melhor não falar nada a ninguém!
O jardineiro sai da peça.
O menino entra na peça, o curandeiro sente a presença, não
sabia quem era e fala.
— Se for você Irene, parece estar mais fraca, não fala mais!
Peter sente algo lhe tocar ao braço, olha e vê a senhora ao
seu lado, que põem a mão na boca, para que ele não falasse, e ela
fala.
— Paul, vê se isto é nome de Navajo!
— Resolveu falar, achou alguém que quer lhe soltar, mas
nunca tirarão você da cachoeira, eles nem sabem como o fazer!
— Nem você, mas quando se for, ainda estarei lá, um dia
volto!
— Parece que tem um seguidor, mas sem sangue Navajo,
então ele não tem força!
— Peter Carson é muito mais forte que você, Paul!
— Sabe o nome do menino, mas vai fazer o que, o fazer pular
da ponte de novo!
— Robert não pulou da ponte, sabe disto, você o empurrou!
— Eu não o empurrei, ele estava morto quando cheguei lá, já
lhe disse isto!
— E alguém acredita em você!
Um barulho se ouve a porta e Peter vê um rosto familiar,
Karine entra e cumprimenta o senhor com uma frase.
— Pai, o que aprontou hoje?
— Eu nada, por que filha!
— Alguém jogou um feitiço sobre um aluno da minha turma,
parece trabalho seu!
— Feitiço, o que aconteceu?
— O professor pediu para o menino arrumar os papeis dele,
parecia ter um papel com feitiço, ele acabou tocando nele, é o mais
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J.J.Gremmelmaier
inteligente menino de nossa turma, o acho ate bonitinho, e ele
apagou na carteira, quase morto, fomos todos para a enfermaria,
mas assim como caiu, se levantou!
— Se fosse meu feitiço filha, ele não teria se levantado!
— Foi apavorante pai, todos pensaram que ele tinha morrido!
— Mas como ele estava?
— Gelado, sem pulso, foi levado para a enfermaria, a medica
estava pronta para o ressuscitar, mas Peter não iria se entregar
assim, abriu o olho e reagiu!
— Fala como se soubesse que ele voltaria!
— Ele é um feiticeiro pai, dos bons, ele fala com Robert, o
menino que pulou da ponte!
— Ele fala com o morto?
— Sim, e dá vida a objetos inanimados como bonecas, eu vi
ele fazer!
O curandeiro olha em volta, sabia que a senhora deveria estar
ali, esperou a filha sair e falou.
— Achou um bruxo, mas é uma criança, o que acha que ele
pode comigo?
— Ainda nem falei com ele, o menino previu o que nós
faríamos, no dia em que entrei no portal, ele sentiu, era uma
criança de 6 anos, ele desenhou os portais, as coisas, sorte sua que
ele nem sabe que você existe!
— O que ele poderia fazer?
Peter pega o caderno e desenha a sala, com uma cúpula de
tempo, e lá dentro o curandeiro, estava a quase fechar o portal
quando o curandeiro falou.
— Sinto este feitiço, mas o que é?
— Bem vindo a minha prisão! – Falou o menino fechando o
traço.
Os dois saíram do lugar e pensou em como poderia ele salvar
todos, ainda nem conhecia os caminhos daquelas coisas.
Do lado de fora, desenhou a casa em uma cúpula, era a casa
onde o curandeiro e líder da comunidade recebia os seus irmãos,
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J.J.Gremmelmaier
dava consulta, Peter fecha o traço, e Karine que ia no sentido de
onde o pai estava para lhe falar algo, vê a casa sumir, desapareceu
inteiramente.
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J.J.Gremmelmaier
Peter desenha o quarto no caderno, e a porta no ar, e os dois
adentram ao quarto de Robert, e o mesmo se assusta ao ver os dois.
— Achou o caminho?
— Não sei ainda!
— Desculpa por tudo, neto!
— Estamos nisto juntos, mas como sairemos?
Peter desenha o seu quarto, e desenha a porta na outra
parede, e atravessam por ela, Robert vê o seu corpo se materializar,
como se saindo de um desenho, Peter se redesenha no local e fica
visível e vêem a senhora olhar para os dois e falar.
— Mas comigo não vai ser tão fácil!
— Como podemos ajudar?
— Estou presa em alma, meu corpo já foi, terão de achar
meus ossos na caverna no fundo da queda d‘água, e de lá, ser
enterrada em chão sagrado Navajo, com uma cerimônia com um
curandeiro Navajo, mas por isto acho que vou penar por anos,
enquanto Paul estiver lá!
— Acharemos uma saída, mas obrigado! Nos indicou o
caminho!
— Peter, sabe que enfrentara uma guerra a partir de hoje?
— Sua neta é minha espada, não tem quem a detenha!
A senhora foi ficando translúcida e sumiu.
Robert olhou para Peter, para o espelho, e falou.
— 5 anos, você cresceu!
— Mas sabe que teremos um problema, ninguém vai acreditar
que você simplesmente ficou preso num portal fora do tempo!
— Sei, meus pais como estão?
— Voltaram ontem a cidade, a perda os vez unidos mas fora
da realidade!
— Meu pai vai me matar!
— Vamos ter de encarar!
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J.J.Gremmelmaier
Mari estava pensando na encrenca a porta, e Peter olhou para
Sheila e falou.
— Marquei na sua casa, hoje as 20hs!
— Marcou o que?
— Acha que dá para aparecer com seu irmão sem um mínimo
de explicação!
— Mas sabia disto?
— Não, iria falar para seus pais que achava que Robert estava
vivo, sabia que eles iriam me por para correr, mas era uma
preparação, mas agora, vai ser no choque mesmo!
— Você iria falar para eles? – Robert.
— Sim, sempre aprendi que a magia vem para quem acredita,
o bem, para quem o pretende, não para quem fala uma coisa, mas
faz tudo para que o inverso aconteça!
— Magia? – Mari.
— Sabe do que falo mãe, ou vai dizer que acredita que se
desenhar uma porta na parede, posso atravessá—la! – Dá uma
piscada para sua mãe.
— Agora não sei nada, sei que sempre foi o bruxinho da
cidade, agora com a parceria certa, vem com uma bomba para a
cidade, sabe disto!
— Sei mãe, mas obrigado pelo lanche!
Olha para Sheila e fala.
— Falta meia hora, melhor ir lá receber as pessoas!
— Quem vai?
— Só o básico, Ronald, Ângela, acho que Caterine pode
aparecer, e se duvidar, seremos interrompidos por Karine!
— Por que ela interromperia?
— Por que sempre alguém some nas reservas Navajo!
— Quem sumiu nas terras dos Navajos? – Mari.
— A casa do Curandeiro com ele dentro! – Peter.
— Como você sabe de algo assim, filho?
— Era o que queria ir ver, mas ninguém me leva a sério, mas
obrigado mãe, foi melhor vindo para casa!
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J.J.Gremmelmaier
Mari sorri, seu filho, mesmo quando parece agressivo vem
como um obrigado, ela sorri e desce, e Sheila desce atrás.
―Mas o que faço?‖
―Diz que eu pedi para você reunir todos lá, e que é importante
eles estarem presente!‖
―Tem o golfe do pai‖
―Sei disto, mas relaxa, 25 minutos você consegue nem que
furando os quatro pneus de seu pai!‖
Sheila estava a chegar em casa, quando Ângela vem junto
com a irmã, e pergunta.
— O que Peter pretende!
— Acho que ele conseguiu, mas vamos entrar!
— Ele conseguiu o que? – Sabrina, mãe de Sheila.
— Ele sempre me disse algo, mas preciso do pai aqui, ele esta
onde?
— Se arrumando para sair!
— Será que poderíamos falar antes dele sair!
— Hoje não filha, estou atrasado para o golfe!
— É importante!
— Nada que não possa esperar até amanha! – Falou o senhor
James.
Sheila estava fazendo o seu papel e falou.
— Como o sumiço de Robert naquele dia pai!
Sabrina viu que era importante, mas o senhor falou.
— O que seria tão importante como aquilo?
— Se esperara saberá, se não esperar, amanha descobre
pelos vizinhos! – Sheila.
— Esta querendo apanhar, Sheila!
— Se esperar para ouvir, aceito a surra, pai!
Sabrina chega até a filha e fala.
— Mas ele tem uma obrigação filha!
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J.J.Gremmelmaier
— Obrigação que a dois dias não existia mãe, desculpe, mas
se ele quer viver a vida, qualquer um daqueles colegas de golfe,
esperaria ele 10 horas de atraso, ele sabe disto!
— Mas o que Peter tem a falar?
— Não é só falar, é mostrar, sua mãe disse que esta bem
mãe!
— Minha mãe falou o que? – Sabrina olhando assustada.
— Falou que os ossos dela estão sobre a queda de água!
— Vocês estão brincando com coisa seria!
A campainha toca e Ronald entrou, a menina apresentou aos
dois, e ouve em sua mente.
―Estamos saindo do meu quarto, 2 minutos no máximo!‖
— Mas quanto tempo ele vai demorar? – James pai.
— Dois minutos, vamos a sala, é serio!
— Espero que seja mesmo!
Peter pede para Robert entrar pelos fundos, e ele entra pela
frente, e vai a sala, todos estavam o olhando, e Sabrina falou.
— O que andou aprontando Peter, nossa filha esta bem
estranha!
— Vim conversar, a idéia hoje era uma, mas como sempre
digo, as coisas sempre se aceleram!
— Estou atrasado, não posso ficar mais!
Sheila ia falar algo, mas Peter apenas fez um gesto para ela
se manter calma.
Peter estava com o caderno a mão, ele havia fechado a casa
no tempo, o pai dela chega fora e olha o escuro da cidade em volta,
nem a casa dos Carsons se via, entrou de novo e falou.
— Parece que houve um apagão geral na cidade!
— E sua casa foi à única nas 12 quadras que manteve a luz! –
Peter.
— O que esta acontecendo?
— Se o senhor sentar—se!
O senhor volta a sentar—se e fala.
— Qual o assunto?
72
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— Robert James!
— O que tem a ver com o meu filho?
— O que a senhora sabe sobre feitiços Navajos!
— Minha mãe acreditava, mas eu não acredito!
Peter pegou o seu caderno e falou.
— Seu filho ficou preso nesta pagina por 5 anos senhora!
— Vocês são malucos, ele não pode ter sido preso em um
papel! – James pai.
— Impossível, então me diz, o que tem atrás desta parede,
senhor James!
— Tem um metro de meu quintal, a piscina e 12 metros
depois a casa dos Patersons!
Peter puxa o livro e a parede se abre, a sala se mostra ao
fundo e o menino fala.
— Para mim tem a verdadeira biblioteca da casa, onde tinha
este livro!
Peter passa a Sabrina o caderno que ela havia recebido de
sua mãe.
O senhor levanta—se e entra na peça, deveria tem uma
biblioteca com mais de 200 livros antigos e olhou para o menino e
falou.
— Esta falando serio?
— Sim, o feitiço foi pensado por sua sogra, mas o curandeiro
chefe dos Navajos não queria que se soltasse a alma de sua sogra,
que esta presa em um lugar que ainda não achei, e conduziu seu
filho a um caminho sem volta, ele reapareceria no quarto, se a casa
ainda existisse 25 anos depois, mas sua casa pega fogo dentro de
uns meses, foi isto que ele me mandou antes de ontem a noite!
— E você sabe como o trazer de volta!
— Robert, pode entrar!
Peter não foi pelo caminho fácil, ele falou a verdade, mesmo
que podendo não ser levado a serio, ele não estava a profanar a
historia, Sabrina vê o filho, com 5 anos a mais, tenta levantar—se
mas as pernas lhe faltam, Ângela sorri, Caterine olhou para Peter,
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ele empurra o livro de novo, e a parede se fecha, desfaz o contorno
da casa ao papel, e fala para o senhor a sua frente.
— Era só isto que queria falar! – Ele fecha o caderno e se
retira, Ronald viu ele saindo e o parou.
— Parece mesmo que não sente nada!
— O que o perturba Ronald?
— Você parece ter uma força, mas não a demonstra, como
pode?
— Eu sou fraco! Vocês é que não sabem a força que tem!
— E vai sair assim, acaba de mexer com a vida da cidade
inteira, em um ato e para você esta tudo bem?
— Não Ronald, ainda não acabou minha noite, esta só
começando!
Peter sai pela porta e Sheila vem atrás.
— Vai embora?
— Vamos, mas nem eu sei onde isto vai acabar!
Duas caminhonetes paravam em frente da casa de Peter, e
uma moça foi a porta e pediu para falar com ele, Mari olhou para
ele na varanda da casa dos James, e apontou para ele, vinham com
ela dois membros da tribo.
— Peter, pode ser que possa me ajudar! – Karine.
— Se me ajudarem, eu ajudo! – Peter olha para o jardineiro
da escola atrás dela e fala. – Pois tem coisa bem pior do que morrer
por um feitiço daqueles!
Karine olha para o senhor e fala.
— O que esta falando?
— Preciso de ajuda para libertar pelo menos 22 membros de
sua sociedade Navajo, depois solto o seu pai!
— Mas ele me disse que não foi ele!
— Eu sei, estava lá, ouvi a fé que demonstrou em minha cura,
mas seu pai mentiu!
— Mas então é uma vingança? – Karine.
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— Não Karine, mas preciso salvar alguns antes de libertar seu
pai, ele esta bem, não é um lugar qualquer, é apenas uma fenda
espaço tempo!
Um senhor mais velho chega até o menino e pergunta.
— Você não e um Navajo, como pode enfeitiçar um de nós?
— Não uso feitiço, mas Sheila é uma Navajo, ela que me une
a vocês, ou me desune, mas quero salvar a alma da avó dela antes
de soltar Paul!
— Esta a dizer que a alma de Irene, esta presa por isto que a
sociedade esta se definhando?
— A sociedade não esta se definhando, mas ela esta com sua
alma presa, mas sei que preciso de ajuda para achar a ossada dela
sobre a caverna por trás da grande queda de água, se chegar no
lugar eu reconheço, mas preciso de ajuda!
— Mas se ela estiver presa vai precisar de mais ajuda!
— Sim, mas primeiro preciso ir as suas terras, acho que posso
ajudar!
— Vão aonde? – Mari.
— Reserva Navarro mãe!
— Se cuida, sabe que seu pai não chegou ainda, senão o fazia
ir junto!
— Sei mãe, mas aos poucos as coisas vão se ajeitar!
Ele abraçou a mãe e olhou os demais índios chegando a eles.
— Karine, pede para irem voltando, estaremos lá em
momentos!
A menina olha para os demais, depois de um tempo vem a ele
e pergunta.
— Mas vamos como?
— Sheila, nos acompanha?
— Lógico!
Adentram a casa novamente, Robert ainda abraçava os pais e
olha para Peter e pergunta.
— Vai tentar?
— Vou, se não conseguir, nos tira de lá!
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— Nem sei como?
— Se desenhe invisível, como sobre a ponte, e vai lá, Irene
lhe mostra onde!
— Se cuida e cuida de minha irmã!
— Cuido!
Os três subiram pela escada e entraram no quarto vazio de
Robert, ele desenha o local em frente a antiga casa do curandeiro
no caderno, pega o lápis e risca na parede, sobre a porta que havia
feito antes, abriu a porta e as duas moças sentiram um receio em
passar, mas foram, ele fechou a porta as costas, e estavam na
Reserva, e Karine olhou para ele e falou.
— Isto foi assustador, quantos quilômetros em segundos!
Peter sorriu e olhou para Sheila e rabiscou ele transparente e
as duas viram ele sumir, e Sheila ouviu em sua mente.
―Eu ainda estou aqui, calma!‖
Peter desenhou o interior da casa, e pôs lá Karine, Sheila e ele,
as duas se deparam com o curandeiro sentado ao chão tentando
rabiscar, a filha chega por trás e pega um caderno e fala.
— Por que pai?
Paul olha assustado, e fala.
— Como entrou? – Olhou Sheila e falou. – Quem é ela?
— Minha neta! – Ouviu Paul, sabia que a vós de Irene apenas
ele ouvia, e fala.
— Como entraram?
— Pai, por que, esta deixando os mais idosos doente, para se
manter no cargo, por que?
— Filha, tudo que faço é para que tenha do melhor!
— Como melhor?
— Sua amiga ai, tem de tudo e você, o que tem?
— Pensei que tinha um pai, uma família, mas por que? Você
fez o feitiço para matar o menino!
— Ele queria libertar a avó desta ai, não posso permitir, ela
em alma é mais forte que eu, o simples existir dela é forte suficiente
para me perturbar a mente!
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— Pai, não é certo, como posso lhe ajudar assim!
— Ele uma hora tem de me libertar, ou terá de escolher o
lado do mal, daí ele se equivale a mim!
— Acha mesmo que proteger os demais é ser ruim?
— Não fale isto filha, se tiver um triste lá fora por minha
detenção aqui, ele terá de me soltar, ele deve saber disto!
— Acho que ele não sabe? – Sheila.
— E o que veio fazer aqui?
— Não vai adiantar, ele pediu que lhe convencesse a libertar a
minha avó, mas quando o motivo é ganância, não tem como, mas
— Sheila estava a falar com Paul, o distraindo, Peter na sala ao lado,
estava de posse dos mais de 70 cadernos de desenho de Irene e os
de Paul, e ele se desenha do lado de fora.
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— Não, mas primeiro libertei algumas almas, depois, vemos
como faremos o resto!
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Peter sentiu a mão sobre seu ombro novamente, olhou para
ela, sorriu e falou.
— Não é apenas Irene Paul!
— Você também vem a mim como espírito?
— Sim, gostaria de lhe fazer uma pergunta!
— Faça?
— De quem eram os cadernos?
— Sabe a resposta, eu nem sei abri um portal daqueles!
Peter olha para a senhora e pergunta.
— Por que, são sua família!
— Pensei que fosse apenas mais um joguete, alguém que
pensa finalmente!
— Na verdade vou lhe soltar por que prometi a sua neta, mas
queria saber por que, pois sei as conseqüências, serei julgado pelo
que a senhora fez!
— Cada ser preso, me passa sua força, meu neto foi o que me
manteve ativa por todo este tempo, mas como você veio com uma
proposta bem mais poderosa, lhe mostrei como o soltar!
— Eu já sabia como o libertar, mas quero saber se vale a
pena, quero saber até onde posso chegar!
— Vale, cada aprisionado lhe dá a força de interferir, mas o
bem sempre vence o mal, e Paul me aprisionou, então cada força
que me fazia forte, também o fazia mais forte, não esquece que se
passa a dividir forças!
— Sente a força Paul? – Fala Peter olhando o senhor.
— Sim, não tem fenda, es uma criança pelo que me relataram,
e é tão poderoso!
— Não entendeu ainda ou vou ter de desenhar! – Peter.
— O que esta fazendo? – Irene.
— O que acontece se ele sair e nos aprisionar? – Fala Peter
olhando para a senhora.
— Ele vai nos destruir!
— Não, ele perderia o poder se nos matasse, mas realmente
ficaria poderoso se conseguisse nos aprisionar!
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— Mas você ficaria preso? – Irene.
— Mas minha alma solta, prefiro dividir o poder de minha
parte boa, a virar parte do mal!
— Mas ele não tem como vencer o bem, ele se bandeou para
o outro lado!
— Sim, mas o puro bem, não enfrenta, não distorce, quem
disse que dizer sim sempre é fazer o bem, as vezes dizer não é fazer
o melhor!
Peter desenha um papel e um lápis a frente de Paul.
— Mas não sei desenhar!
— Paul, para de pensar como Irene, pense como eu, eu que
lhe aprisionei, quando o fiz, aprisionei quem você havia aprisionado,
os da vila, já libertei, então faz o que eu faço melhor!
— Mas não consigo desfazer a proteção!
Peter fala a mente de Paul.
―Não entendeu, se desenhe lá fora, esquece a casa, esta já
era!‖
O senhor se desenhou do lado de fora e todos viram ele se
materializar e Karine correu ao pai e este estava desnorteado, e
virou—se para Sheila e falou.
— Ele quer ser preso lá dentro, não sei se posso fazer isto!
— Mas por que?
— Se ele sair, por conta própria, ele será julgado por libertar
sua avó, as leis infinitas da magia, bem representa o bem, mal o
mal, mas não pensei que alguém ainda acreditava nisto!
— Ele acredita, mas o que acontece se ele não conseguir sair?
— Não sei!
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— Eu não tenho futuro, esqueceu! Estou preso em um mundo
paralelo, aqui dentro não podemos alterar nem o nosso destino,
nem o dos demais!
— Mas você veio para dentro, poderia sair?
— Acho que não mais, pode ser!
Peter senta—se a mesa do Curandeiro e pega uma faca e
começa a riscar a mesa, e a senhora fala.
— Você preferiu ficar aqui a descumprir uma promessa?
— Não é isto, mas depois de dias, deve ser de enlouquecer,
será que demoro quanto tempo para chegar a este estado?
— Você não esta preocupado em sair, você me tirou as forças
dos demais que aprisionei, é isto, você esta esperando eu sumir,
mas não vai acontecer!
— Por que não?
— Por que você tem o poder do caderno de transposição, ele
lhe dá força, mesmo você não o usando!
— Verdade, — Peter termina de desenhar o caderno no lado
de fora, com a faca sobre a mesa, e a senhora vê o caderno sumir
de sua mão, e olha para ele e pensa em falar mas ouve ele – ainda
falta uma coisa, espero que lembrem de violar seu tumulo, só falta
isto!
— Mas assim vou vagar pelo incerto!
— Senhora Irene, desculpe, mas vamos, pois assim que a
bolha se perder, estarei aqui!
— Mas não tem medo do incerto?
Peter não poderia mentir, então ficou quieto.
— Acha que eles vão conseguir achar o lugar!
Peter olhava a senhora, ela o trouxe, agora nem ele tinha
certeza de como sairia, se sairia.
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— Deveria ter lido até o fim senhora Irene, mas não a versão
em inglês, e sim a em alemão!
— Tinham diferença?
— Sim, os portais são fendas temporais, não existe matéria,
sua mente pode reconstruir tudo, mas para a senhora, não existe
mais!
A senhora olha as mãos e vê elas se desmaterializarem, e
grita de dor.
Peter sente pena, mas não podia fazer mais nada, ele olhou
seu braços, tentou manter a forma, ignorar a dor, sua pele
queimava na alma, via tudo pegar fogo, e de repente lembrou do
sonho, fixou a mente como todas as suas forças e começou a sentir
o corpo cair, sentiu a água o cercar, estava na água, olhou em volta,
olhou suas mãos, olhou a queda de água, e começou a andar pelo
fundo no sentido da prainha, estava a sair da água, quando viu
Sheila a sua frente, viu os demais recuarem, olhou seus braços,
pura carne, olhou para Sheila e ela foi a ele, e lhe esticou a mão,
enquanto os demais estavam a se assustar, pegou na mão dela,
sentiu o choque correr seu corpo, e os demais viram a pele dele
voltar a cobrir o corpo, a boca voltar a ter carne, o coro cabeludo
soltar as mechas de cabelo, e ele se viu em mudança nos olhos de
Sheila, ela o beijou, e todos em volta ficaram a se perguntar como.
Paul chega perto e fala.
— Menino, tem mais coragem que qualquer Navajo que
conheci, pos sua vida em risco para salvar os demais, até a minha,
alguém que tentou lhe matar!
— Senhor, eu não sei exatamente o que esta falando, mas
corajoso nunca fui!
— Acha fácil enfrentar alguém como a avó da menina?
Peter sorriu e viu Karine chegar e ele falou.
— Eu disse que ajudava o soltar, depois que me ajudasse!
— Mas o que aconteceu?
— Fechei de vez o portal da casa, aquele imaterial que ali
existia!
Os demais vêem a casa se materializar e dão um passo atrás.
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Paul sorriu e falou.
— Outra casa, muito esperto!
— O lugar é para vocês, não para mim, estas são terras dos
Navajos!
Peter olhou Sheila aos olhos e a beijou.
Os demais a volta estavam a falar do rapaz, quando Sheila
separou seus lábios e falou.
— Pensei que nunca me beijaria!
— Pensei que gostava de seres mais brutais!
— Quer algo mais brutal do que alguém que se refaz de pura
carne para como era antes?
— Gosta de sangue, pelo que entendi!
— Não, sabe que não gosto, me conhece como ninguém!
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as vezes os pais tentam ser racionais, mas não tem como o ser em
certos casos.
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— Vou dar um jeito!
— Eu não recomendava, mas se quiser, sabe o caminho!
— Tem de ter um atalho!
— Tem, mas não quer tudo mastigado, ou quer?
— Lógico que quero! — A feição da senhora mudou, e Peter
olhou por meio dela, ficou na forma do rosto de Sheila e perguntou.
— Peter, como minha avó faz para retornar!
— Quer saber mesmo?
— Sim, você sabe?
Peter estava a olhar para o rosto, sabia bem quem era, mas
viu a cabeça se despedaçar a sua frente e depois se recompor, o
rosto olhou para traz, tomando novamente a forma de Irene, lá
estava Sheila que falou.
— Vó que vergonha, tomar a minha aparência, que golpe
sujo!
— Você não pode estar neste sonho, não é seu!
— Já disse, quem mexer com Peter, vai se ver comigo!
A imagem se desfaz e Sheila sorri e pisca para Peter que abre
os olhos, e se depara no seu quarto, um breu total, desceu tomar
uma água, a cozinha estava vazia, ele tomou uma água, olhou em
volta e foi a sala, sentou e ficou a olhar o relógio a parede, sentiu
uma mão em seu ombro e se arrepiou, olhou assustado e viu Robert
que sentou—se a sua frente e falou.
— O que faz em meu sonho?
— Na verdade estava tentando acordar, mas cuidado, sua avó
esta tentando voltar, e sei que ela vai fazer de tudo para conseguir!
— Não acredito que ela vá voltar!
— Por que não?
— Você não deixaria ela vencer!
— Ela é forte Robert, não é a toa que para ela é possível
voltar!
— Mas ela tem como voltar?
— Tem!
— Mas não teria como deter isto?
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— Teria, mas para isto...— Peter olhou em volta e falou – isto
que vou falar, ela não pode saber!
— Então nem me fale!
— Preciso que alguém saiba!
— E acha seguro falar em um sonho?
— Nada é seguro, mas Robert, lembra quando sua avó sumiu,
o que ela disse?
— Que teríamos de achar os ossos dela, e fazer uma
cerimônia em solo sagrado Navarro, celebrada por um curandeiro!
— Sabe o que ela queria com isto?
— Nem idéia!
— Aprisionar toda a aldeia, todos!
— Mas por que?
— Ela teria força para enfrentar Paul, se libertar e voltar ao
comando!
— Mas o que aconteceria com eles?
— Seriam sugados para um local como o que você estava!
— Mas isto é terrível, ainda bem que a deteu!
— Na verdade adiamos algo, mas ela não sabe ainda!
— Quer dizer que não a venceu, apenas a deteu?
— Sim, sei que ela retornara, ela ainda tem força!
— Mas como ela voltaria?
— Este é o problema, enquanto ela não perceber a verdade,
estará lá!
— O que quer dizer?
— Robert, nos falamos de manha, sabe que as paredes de
sonhos tem ouvidos!
Robert pareceu perder a paciência um pouco e virou—se para
ele.
— Mas como vamos dormir em paz se nem sei se vou
acordar!
— Você e sua família estão protegidos, o resto dos brancos é
que não estão!
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— Não entendo, não somos diferentes!
— Somos, mas isto somente um teste de DNA mostra, somos
inferiores, os Navajo eram da região do México a 10 mil anos,
correspondem a linhagem que sobreviveu na península Ibérica na
Europa, mas estes na América, são descendentes resistentes, o
reinicio após o fim da era de gelo, algo anterior a muitas coisas que
parecem ter ficado no passado!
— E como você sabe?
— Não vem ao caso, mas as magias dos Navajo são
anteriores a cultura Judaica, e muito outras, mas isto, vem de uma
época que é apenas lenda!
— E você fala como se soubesse?
— Aprendi por que você me deu o caminho!
— Eu?
— A não ser que não esteja no sonho do verdadeiro Robert,
você sabe!
— Não me lembro de nada!
— Outro assunto para falarmos amanha!
— Acha que estamos em lugar monitorado por ela?
— Robert, esta é a sala de sua casa?
— Não!
— Nem da minha, o relógio parou as 6 noras e seis minutos, o
ponteiro do segundo foi arrancado, as janelas dão todas para oeste,
tem estas esculturas, que são bonitas, mas são da mais cruel magia
negra, temos tapetes nos pés e poltronas de pele de cordeiro mas
todos pardos, é muito sinal em uma peça para que ignore!
Peter vê o rapaz se transmutar na forma de Irene e ela falar.
— Isto você não aprendeu em meus livros!
— Irene, deixa ele em paz, é um bom menino, pode ser o
ressurgir do conhecimento entre os Navajo!
— Não estou interessada em dar poder a aqueles decrépitos,
eles nunca me respeitaram!
— Ao contrario, eles sempre a respeitaram, você que se
deixou levar pelo poder, Irene!
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— Mas o que uma criança sabe disto?
— Sei que não acabou, que você ainda esta ai, por mais que
tudo que estava escrito naquele seu livro dissesse o contrario, mas
sei como lhe enfrentar!
— Você é apenas um pirralho, o que pensa que pode?
— Eu, não estou preocupado como o que você pensa, Irene!
— Sabe que Robert vai sonhar o que quero?
— Sei que vai tentar isto, mas não será o que você quer, vai
ser como este momento, quem vai decidir se lhe segue é ele, não
você, ele esteve sobre sua influencia, mas nunca foi burro, agora ele
sabe que pode pedir ajuda!
— Você falou que ele lhe iniciou, é serio?
— Irene, você poderia estar em um caminho de luz, fazendo o
bem e sendo mais, muito mais do que eu, mas escolheu estar num
caminho tortuoso como destas estradas que trazem aqui, eu não
desisti de você, não entendeu isto!
— Esta a dizer que sabia que não era meu fim naquele lugar?
— Sabia, mas não pelo que esta escrito, e sim o que sinto,
sempre segui mais os meus instintos que as suas regras escritas,
hoje os livros me ajudam a diferenciar o por que das coisas, mas já
fazia aquilo sem ter de ler em um livro, mas tem de decidir que lado
vai estar em dias!
— Acha que isto acaba em dias, pode durar séculos para mim!
— Irene, para mim e para você acabam com o fim de minha
vida, no máximo, tem este prazo para pensar e fazer suas escolhas,
mas quando me for, vai comigo!
— Não entendi esta sua certeza!
— Não vou lhe explicar, sabe bem as regras, pode estar ainda
sentindo—se forte, mas enquanto eu tiver magia em mim, você tem
força, quando ela se for, você perde força, se acha que pode entrar
nos sonhos, lembre—se que não podia antes, mal conseguiu induzir
um sonho para mim!
— Esta a me dizer que esta fácil por que você sabe fazer?
— Entendeu, você sempre passava imagens, lembra, não mais
que isto, mas nem você controlava aquilo, foi ai que Paul a pegou!
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— Mas você fala como se não fosse um Navajo, mas tem
influencia sobre eles, como?
— Irene, se ficar quieta, pode aprender muito, se quiser se
manifestar sei como lhe deter, não preciso da magia para viver, mas
você sim!
— Esta a dizer que se comece a carne de porco crua, eu
estaria me envenenando, mas você não comeu!
— É nojento, não iria comer nem com toda a fome do mundo
carne de porco crua!
— O menino puro, sabe que achei que não havia ninguém
mais assim!
— Não conhece o novo mundo, um que surge em interiores
como este, diante de toda a informação do mundo, mas escolhendo
seus caminhos, não falamos mais de um no poder e sim de milhões
com poder, mas precisa se decidir, ainda tem um lugar à luz para
você, Irene!
— Não quero o lugar à luz!
— Então não terá a sombra, sabe disto!
— Posso lhe perturbar até você me libertar!
— Irene, não existe liberdade se não tomar minha consciência,
sabe que este é o caminho!
— Se fosse este, não estaria me dizendo!
— Você não me conhece, acha que fazia magia, mas na
verdade, curava, não fazia magia!
— Eu aprisionei eles!
— Sim, usou o segredo do livro e os prendeu, mas nada que
uma fogueira simples não resolvesse, mas gostei de ver como
persuadiu Paul a manter os demais sobre sua influencia!
— Você o fez lhe respeitar, ele não daria sua vida por uma
idéia!
— Ele não é ruim, mas tem arrestas a aparar!
— Eu acho que ele é do lado ruim, eu provei isto!
— Sim, você provou! – Fala Peter bocejando.
— Você não pode ter sono, você esta dormindo! – Irene.
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— Eu não estou dormindo, estou falando com você, meu
corpo esta a relaxar sobre a cama, mas cuidado com o entrar em
meus sonhos, é perigoso!
— Senti a agressão de Sheila, mas não podia ser ela, estava
em seu sonho!
— Mas ela me protege, mesmo que de longe, sempre foi uma
boa amiga!
— Você vai deixar ela com aquele monte de músculo?
— É uma pergunta que terei de fazer a ela, mas não lhe diz
respeito!
— Você tenta se mostrar calmo referente a ela, mas senti que
a ama!
— E quem não amaria sua neta, ainda bem que não preciso
pedir sua benção para isto!
— Como se atreveu a pedir para ela violar meu tumulo!
— Ela sabia que se não o fizesse estaria preso lá, entre eu e
você, ela me escolheu, mas ainda não sei se é amor ou algo mais
profundo!
— Você não parece um menino de 13 anos falando!
— Nos sonhos podemos usar nosso maior conhecimento,
metade disto não falaria acordado!
— Você esta se achando muito forte menino, nem imagina no
que vou transformar sua vida!
— Você deveria entender, Irene, será uma guerra de mais um
ano, mas não entendeu ainda!
— Sabe quando vai acabar?
— Quando você me matar, tomar minha consciência, em
perto de um ano!
— Esta maluco, isto me daria poder sobre você, como poderia
ser o fim!
— Para mim é o fim, para você, não sei, vou estar morto, o
que me importa!
— Mas se absorver o que você sabe serei você, e ninguém
desconfiara!
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— Verdade, mais um primata andando pelo planeta,
trabalhando para pagar suas contas, nada mais que isto, esqueceu
que meu poder morre comigo, você vai fazer de tudo para tomar o
poder, esta em você, e quando o fizer, eu perco, você morre, nasce
um ser em coma em algum hospital por ai!
— Por isto esta deixando Sheila longe, você a ama, bem
patético, mas tenho de admitir, um sentimento que nunca entendi!
— Desculpa se vou lhe cortar, mas meu corpo vai levantar, e
é hora de despertar para o mundo!
— Você não pode me deixar falando sozinha!
— Quem dera a pudesse deixar no sonho, mas sei que não
será assim!
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O professor entra e Peter vai ao fundo da sala, obvio que
todos estavam a olhar ele barrado por Caterine a porta, Sheila entra
logo depois, apressada, e senta—se ao lado de Caterine.
A aula de língua inglesa foi chata, como sempre, e com os
adendos do que se acha incorreto, a aula só melhorou quando
entraram em literatura, pois regras sempre foram à paixão de
poucos, como Peter, mas Sheila pensou lá à frente e ele olhou as
palavras se materializarem.
―Como você se atreve a entrar em meu sonho, não queria
bater em minha avó!‖
Peter olhou para ela e pensou, direto na mente da moça.
―Queria o que, o sonho era meu, você que não deveria esta
lá!‖
Sheila olha para traz, ela teve a impressão de que ele estava
logo atrás dela, parecia ter ouvido as palavras, olhou para ele e
sorriu.
―Teu irmão vai matar o Ronald, se lhe pegar com ele!‖
―Deveria poder ter meus momentos de privacidade!‖
―Se quiser, desfazemos o pacto!‖
―Me parece uma idéia interessante!‖
Call não tirava a cabeça do caderno de Peter, aquelas letras
se materializando, que não respondeu o ultimo pensamento, ela
queria liberdade, ele estava disposto a lhe dar liberdade, quando ele
ouviu Irene a sua mente.
―Vai mesmo a deixar livre?‖
―Vou, ela merece privacidade!‖
―Mas sabe que vou a perturbar!‖
‗Sei, mas esta retida neste corpo, não naquele!‖
―Esta a querendo livrar de mim, entendi!‖
Peter concentra—se na aula e pensa em como faria, estava a
sair para o intervalo, Ronald estava na mesa lá a frente com Sheila,
Caterine sentou—se ao lado de Peter, onde normalmente Call
sentava, e Karine sentou—se a frente dele, Call sentando—se ao
lado dela, e Paul do outro lado, todos quietos quando Karine
quebrou o silencio.
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J.J.Gremmelmaier
— Peter, meu pai mandou lhe agradecer!
— Diz para ele que não acabou ainda, ela ainda esta com
força!
— Mas como?
— Eu sabia que aconteceria, deveria ter me mantido lá, ela se
prendeu em minha existência, no meu subconsciente, seu pai vai
entender!
— Mas é grave?
— Sim, mas vai ser uma luta entre eu e ela pelo comando!
— E se ela tomar o comando?
— Saberá, eu entro em coma, e ela desaparece!
— Do que estão falando? – Paul.
— De feitiçaria! – Caterine.
— Sim, de feitiçaria da mais cruel, mas sempre que alguém
sai, alguém entra, pode ser que seja eu!
— Não brinque com isto, pensei que estaria mais próximo de
Sheila! – Caterine.
— Acho que vou precisar de ajuda para a esquecer, mas isto,
depois resolvo, ainda estou cansado, deveria ter ouvido minha mãe
e pego mais um dia de repouso!
Caterine olha para Peter e fala.
— Ela nem lhe dá bola, salva o irmão dela e ela lá de carinhos
com Ronald e ainda precisa de mais motivos para a esquecer?
— Não estava falando de motivos, estava falando de
sentimento!
Call olha para Paul e fala.
— Acho que estamos sobrando neste momento! – Os dois se
levantam e Karine os acompanha, Caterine sorri e fala.
— Acha que consegue atravessar esta barreira?
Peter toca o rosto de Caterine, e fala.
— Nunca houve uma barreira, apenas uma rua a atravessar!
Quando os 3 saíram da mesa, obvio que os demais olharam
para a mesa e o olhar de Ronald, enquanto os dois se beijavam, fez
Sheila olhar para traz, embora fosse o que ela falava que queria,
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não foi o que ela sentiu, Peter sentiu quando ela levantou—se da
cadeira para ir aos dois, não olhou para ela, mas sabia que estava
ali, quando ouviu.
— Peter precisamos conversar!
— Senta ai!
Sheila olhou para Caterine e depois para Peter e falou.
— Acha que consegue reverter aquele pacto?
— Sei que consigo, mas assim que chegar em casa, vejo se
podemos fazer isto ainda hoje!
— Pensei que estava a não querer isto? – Sheila.
— Não fui eu que falei que queria, sabe disto, é justo você ter
sua privacidade de volta!
— Mas se não quiser!
Peter olha serio para Sheila e fala.
— Sheila, você não sente quando beijo Caterine, sou eu que
sinto quando você beija Ronald, então para mim, eu gostaria que
isto acabasse!
— Não sabia que você sentia?
— Sheila, depois falamos disto, seu namorado daqui a pouco
vai querer me acertar o olho!
— Sabe que o defendo?
— Por enquanto, verá que isto vai mudar!
Sheila olha para a mesa onde estava e volta, Ronald sentiu
que embora ele não demonstrasse ficar chateado, a menina não
segurou os sentimentos, ela dizia para ele que eram apenas amigos,
mas não foi o que aconteceu.
Caterine olha para ele e fala.
— Que papo é este de sentir quando ela beija ele?
— Quando éramos muito pequenos, fizemos um pacto de
sangue, mas dos poderosos, eu ouso o que ela fala, eu ouso até o
que ela pensa, sinto o que ela toca, então esta horrível para mim
esta situação, e sei que vai piorar!
— Ela disse que quer desfazer isto?
98
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— Ela fala, mas os pensamentos dela dizem o contrario, mas
Caterine, se quero viver algo, isto terá que acabar, ela não me ama!
— Vocês ainda tem de resolver isto!
— Desculpe, não quero lhe fazer sofrer!
— Sei onde estou pisando Peter, todos que lhes conheceram
falam que eram o casal de bruxinhos, o que vi acontecer, somente
um grande bruxo, das historias mais extraordinárias fazem, vi ela
fazer o professor confessar quem tinha feito aquilo com você, vocês
unidos são mais fortes que separados, você teria morrido se ela não
tivesse no colégio!
— Eu sei disto, mas daqui a pouco os dois estarão fazendo
coisas mais intimas, e eu estarei sentindo isto, não tenho como
bloquear o que vem, apenas o que vai!
— E acha que acabar com isto resolve?
— As pessoas vivem bem sem isto, não com isto!
O sinal tocou e os dois foram a sala, Ronald o barrou e falou.
— Peter precisamos conversar!
— Não agora, passa em casa mais tarde!
— Mas precisamos conversar!
— Passa lá, não tenho nada contra você, Ronald, mas preciso
tocar minha vida!
— Ela parece lhe amar mais que a mim!
— Mas tem coisa que precisa mudar!
Peter sentou—se e viu que Sheila nem olhava para Caterine
ao seu lado, o professor de mais uma aula estava a entrar, mas veio
acompanhado de um rapaz, Robert, este ele conhecia, estava
alguns anos atrasados, e o professor apresentou—os e ele foi
sentar—se ao fundo, ao lado de Call, os dois se cumprimentaram e
Sheila olhou para Peter, e pensou.
―O que pensa que esta fazendo?‖
―O mesmo que você, pensei que queria liberdade!‖
―Você é meu, não vou deixar com outra!‖
―Desculpe, pensei que sairia da reserva, não quero ficar
esperando mais 5 anos!‖
99
J.J.Gremmelmaier
Robert vê as palavras vindo ao papel de Peter, olha para a
irmã de costas, ela nem olhava e quem via nem diria que estavam
conversando, ele abriu o caderno e escreveu.
―Esta ai, Ângela?‖
―Fala amor‖
Call ao lado esticou o pescoço, qual o truque, ele queria um
caderno destes, mas faltava a namorada, olhava as palavras irem e
virem enquanto a discussão entre Peter e Sheila continuava.
Caterine olha para ela, e fala baixo.
— Vou deixar ele por enquanto não se definem, mas não vou
ver você maltratando ele e ficar de fora!
— Do que esta falando?
— Você esta quase chorando Sheila, e ele esta em estado de
nervos, nunca o vi assim!
— Ele não esta irritado!
— Irritado não o quero ver, mas se continuar por este
caminho, vou acabar por ver!
O professor interrompeu a conversa das duas, e Sheila
pensou.
―Ela é mais racional que eu!‖
―Não estamos falando de razão, ou estamos?‖
―Precisamos conversar Peter, não vou poder viver assim!‖
―Concordo, acho que demoramos muito para isto!‖
Sheila olha para ele, e volta a olhar para o professor.
Robert ao lado pergunta.
— Como que você responde para ela?
―Resposta direta, sem intermediários!‖
Robert recua na cadeira, e fala.
— Temos de falar sobre o sonho desta noite!
— Pelo jeito isto ainda vai longe, Robert!
Foram interrompidos pelo professor que falou.
— Estou atrapalhando a conversa dos dois?
100
J.J.Gremmelmaier
―Não responda, sei que é o que ele quer, lhe por para fora no
primeiro dia!‖
Robert sorriu, quem dera soubesse responder assim, não
haveria como o professor o perturbar.
101
J.J.Gremmelmaier
— Não tenho como, sabe disto, mas vou me manter longe,
para mim é melhor!
— Não é o suficiente!
— Então melhor me matar, mas não esquece, eu não vou
revidar!
— Como se pudesse!
O vestuário dos rapazes nos últimos minutos se voltou para os
dois, alguns os cercavam para ver o que aconteceria, Peter olha
para Robert e fala em sua mente.
―Não interfere!‖
— Não adianta achar que alguém aqui vai lhe defender!
Peter sentiu o direto de direita no olho, e depois o joelho em
seu estomago e muitos chutes ao chão, depois de um tempo,
Ronald cansou de chutar e saiu do vestuário, Peter se levantou, foi a
pia, lavou o rosto, ele chorava por dentro, pois a raiva tinha de ser
contida, Irene fala em sua mente.
―Acha que ganha algo, não reagindo!‖
Robert chega ao seu lado e fala.
— Por que não reagiu!
— Por que eu amo sua irmã, sabe disto a anos!
— Mas o que quer dizer com isto!
— Vai lá e cuida dela, não de mim!
Robert sai do vestiário e olha para a irmã que o encara e fala.
— O que aconteceu com ele?
— Pergunte para o seu namorado!
Ronald olha para ela e fala.
— Eu não fiz nada, ele apenas escorregou no banheiro!
— O que aconteceu? – Pergunta olhando Robert.
— Ele pediu para cuidar de você, só isto!
Os dois vêem o olho dela inchar e sangrar, se abaixar, como
se levasse um chute e se encolher.
Robert olha para Ronald e fala.
— Espero que pense nisto da próxima vez!
102
J.J.Gremmelmaier
Robert a toca e ela sente a força que ele tinha, lhe apoiando,
o olho dela desincha e ela olha para Robert e fala.
— Por que isto não acontecia antes?
— Por que ele não enfrentava o mundo, quando unidos vocês
são fortes, separados, um sente as dores do outro, ate parece que
não leu o livro!
— Me tira daqui!
Robert a abraça e ajuda ela a encostar em um canto, estava a
limpar o olho dela, com a manga da camisa, quando Ronald chega
ao lado dela e ela o afasta.
— Sai daqui, disse que tinha de falar com ele antes, não disse
para ir lá bater nele!
— Eu..
— Sei o que aconteceu, ninguém precisa me contar, Ronald,
some!
Os demais não entenderam, Peter saiu do banheiro e foi ao
ônibus sem nem olhar para ninguém, sentou—se no fundo do
ônibus antes de qualquer um entrar, e ficou lá a sentir seus ódios,
suas revoltas, suas raivas, as aplacando, acalmando.
Quando Peter achou o equilíbrio, sorriu, e Robert sentiu a
força atravessar de sua irmã novamente para ele, viu o olho
desinchar, e as dores sumirem, e ela falou.
— Ele já aplacou a raiva!
— Vai me dizer que isto era raiva!
— Era!
— Ele gosta de você, sabe disto, vai matar isto dentro dele?
— Ele não entende que quero liberdade!
— Ele entende, mas você não entendeu ainda que quem sofre
é ele, não você, ele não reagiu para você sentir, pois senão nem
saberia, ele sempre fugiu da luta para lhe poupar, ele sofreria pelos
seus descasos e os enfrentou com você, e o que você fez?
— Pedi para ele desfazer o nosso pacto!
— Para ele isto vai ser liberdade, e para você?
— Acha que ele quer?
103
J.J.Gremmelmaier
— Irmã, razão e emoção falam línguas diferentes, mas o que
vi hoje na cantina não foi ele reagir, foi você, todos vimos!
— Ele tem minha idade, pode ser bonitinho, mas é apenas o
Peter!
— Então o liberte, se sente assim!
— Não sei se quero, não entende o que sinto!
— Sei, enquanto sobre influencia de minha avó, podia fazer
coisas incríveis, sem ela, apenas uns poucos truques que mágicos
treinados fazem melhor que eu, você tem medo de não ser especial,
mas isto não é justo, irmã!
— Mas e se me arrepender depois?
— A vida é feita de acertos e erros, sabe que Ronald é um
erro, e esta por este caminho, acha o que, que Peter vai seguir um
caminho destes, ele atrai as pessoas pelo que ele é, e não pela
força ou beleza, você é popular, ele, um nada a esquerda, você
viveu em Los Angeles, ele a vida inteira nesta cidade que não dá em
população 800 pessoas, com velhos e crianças, mas tem de decidir,
pois a guerra dele, vai ser grande, terá de decidir se estará do lado
dele, ou dos demais!
— Que guerra?
— Nossa avó esta presa dentro dele, o espírito dela, não sei
como acontece, mas ela esta ali, a sinto, ele tinha duas opções, se
prender lá dentro, mas isto deteria ela, mas você sofreria tudo o
que ele passou em questão de horas, estamos falando de
queimaduras de tirar a pele, provavelmente ele pensou mais em
você que nele, mas a guerra dele, esta começando, lhe soltar para
ele é parte de algo que ele acha que precisa ser feito!
— Acha que é por isto que ele aceitou?
— Não sei você, mas sonhei com a avó a noite inteira!
— Sim, mas Peter estava lá, vários dele, mas tristes, apenas
espectros de um ser, não ele, e sim uma parte triste dele, repetiam
sempre as mesmas coisas, como se tivessem deixado de existir!
— No meu sonho ele falou que nossa avó não entendeu por
onde pode voltar, pois senão já teria voltado!
— Mas como ele pode fazer parte de dois sonhos!
104
J.J.Gremmelmaier
— Não sei, ouvi a conversa, em parte, minha avo estava nos
ouvindo e quando quis tomou minha forma para falar com ele, mas
ele provou para ela que sabia que ela estava lá e ela se manifestou,
os dois conversaram e ele disse para ela que a única forma dela
voltar, seria tomar a consciência dele!
— E por que ele falou?
— Por que se ela tentar e conseguir, é o fim dos dois, não só
dela!
— Não entendi?
— Ela esta presa no poder dele, se ela destruir o poder dele,
ela se destrói!
— Mas então não terá guerra!
— Vai, não sabe como nossa avó é teimosa!
— Mas ela se destruiria?
— Ela não acreditou nele, ela tem de manter a esperança,
embora tudo que ele falou esta baseado no livro, ele afirmou coisas
incríveis que não estão lá!
Os dois vêem o carro da mãe parar a frente do colégio e os
dois entram, o sorriso daquela mulher era radiante, às vezes se
perde algo por um tempo, quando se recupera, no começo parece
uma dádiva que nos faz sorrir sem motivo aparente.
Peter entra em casa e Mari olha para ele, estava triste, não
tinha sinais de quem havia apanhado, mas estava triste, ele subiu
para o quarto e pegou o papel, ia desenhar o sonho, mas parou no
primeiro traço e apenas desenhou uma rosa.
―Você é patético, não faz o que quer!‖
Peter não respondeu, pegou o livro no seu armário, olhou a
capa preta, e começou a ler, a senhora estava tentando ler os
pensamentos do menino e fala.
―Você esta pensando, ou apenas absorvendo!‖
Peter olha a mãe a porta.
— Sheila esta lá em baixo, quer que a mande subir?
— Já desço!
105
J.J.Gremmelmaier
— Esta tudo bem filho?
— Sim, apenas cansado!
Mari sorriu e fechou a porta.
―Vai mesmo desfazer o pacto!‖
Peter fecha o livro e o guarda, e desce a escada, foi a
pequena sala de sua casa, e olhou para Sheila que falou.
— Temos de conversar!
— Sente! – Peter.
— Mas teria que ser onde ninguém ouvisse!
— Aqui ninguém ouve Sheila, o que quer falar!
Sheila olha serio para Peter e fala.
— Não sei o que quero, sou possessiva mesmo, não lhe quero
como namorado Peter, mas não o quero mal, gosto de ser protegida,
de fazer parte de algo maior!
— Sheila, sei o que sente, o que quero saber, é onde eu me
encaixo nisto!
— Você é tudo isto, quem seria se não fosse você?
— A mesma pessoa, e não é mais apenas escolha sua, não
quero sentir mais você beijando Ronald, não quero mais apanhar
para não fazer mal a alguém, sabe que só você ter vindo aqui, é
uma surra a mais amanha, você não me quer como namorado, mas
também não me quer tendo namorada, mas desculpa, isto é muito
mesquinho!
— Sei que é! Mas como vou viver sem você me protegendo?
— A proteção, não se preocupe, o caderno a protegera
enquanto se acostuma com este mundo sem eu por perto!
— O caderno?
— Eu desenhei sua proteção para mais um ano, então este
não é o problema, mas tem de diferenciar, o que ouvira não serei
eu, será o caderno, nossas historias se separam a partir de hoje,
Sheila!
— Mas não quero!
106
J.J.Gremmelmaier
— Mas eu preciso fazer, você vai continuar a ser especial, mas
o caminho que esta traçando não é o meu, seja feliz com suas
escolhas!
— Mas não quero perder como amigo!
— Não temos como apagar o passado, mas agora terá de vir
a mim para falar, é fácil viver protegida e ter vergonha da proteção,
vergonha do amigo!
— Não tenho vergonha de você!
— Sheila, mentir não muda o fato, sei que não pertenço ao
meio que você vive, então vamos desfazer isto e cada qual toca a
sua vida!
— Lhe magoei e ainda atrapalhei quando queria seguir seu
caminho, Caterine disse que esperaria nós nos decidirmos, ela gosta
de você como você é, não entendo!
— Caterine é mais parecida comigo que você, é estranho dizer
isto para você!
— Você gosta dela?
— Vou deixar o sentimento nascer, aquele que sempre
aprisionei!
— Mas não a ama?
— Nem sei se lhe amo Sheila, mas sei que sentimentos não se
regula em números, religiões as retêm, pois o amor é poder, dos
maiores que existe, alguém que saiba amar, descobre a magia, mas
não é obrigado a ninguém amar apenas uma pessoa, isto é mito, o
poder esta no amor, e amor não tem haver com ciúmes, ciúmes e
possessão, e afasta o amor, posse é da matéria, amor, é energia
pura, não se materializa!
— Mas não quero desfazer o pacto!
— Mas por que?
— Você quer me poupar, me obrigar a ficar de fora de sua
guerra pessoal, mas a guerra é minha, não sua!
— Esta falando de que?
— De minha avó!
— Este é o motivo da razão, mas não é isto que me fez
reverter o pacto!
107
J.J.Gremmelmaier
— Você já o reverteu?
— Ele me fez não deter sua avó, ele me proibia de reagir à
agressão de seu namorado, ela me obrigava a sentir você tocando
nele, me fazia ouvir seus pensamentos por ele, ouvir o que falava
sobre mim, para se manter no grupo, desculpa, mas se me quer
como amigo, tem de entender que não quero mais ouvir isto! —
Peter não confirmou nem desmentiu, se confirma-se a menina
saberia que ele ainda não havia acabado.
— Você ouviu tudo?
— Se fosse só ouvir, eu senti tudo, então desfiz a pouco, você
esta livre, não mais saberei seus segredos, de sua vida!
— Mas pensei que precisaria que eu concordasse!
— Eu contava que você entendesse, mas você não entendeu,
não me deu saída!
— Mas eu quero que fique como era!
— Mas eu não, não entende que esta a destruir a coisa mais
bonita que sentia por você, não quero ouvir tirarem sarro de mim,
saber que o fazem já me é doido suficiente, não preciso ouvir você
rindo das piadinhas deles!
— Mas eu não quero lhe perder!
— Então entenda, popularidade se vai, os amigos de verdade,
desculpa, eles são difíceis, você pode achar que tem amigos, talvez
até os tenha em Los Angeles, mas aqui, só pessoas com medo de o
que seu pai pode, meu pai tem medo de seu pai, mas eu, não estou
nem ai para isto, eu ainda a tenho como uma amiga e para não
perder isto, estou lhe deixando livre, me libertando, e separando
nossas vidas, éramos crianças, não poderíamos ter feito o que
fizemos, mas assim mantenho você viva dentro de mim, como
amiga, pois senão, até isto você vai destruir, você é uma quando
sem pessoas por perto, mas não vivo em uma bolha!
— Tenho de pensar, mas você desfez?
— Esta livre, pode dizer para Ronald que esta livre!
— Não pedi por ele!
Peter olha sem responder, e vê a moça levantar-se e sair pela
porta.
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J.J.Gremmelmaier
Mari estava as suas costas e fala.
— Não entendi, mas tem certeza de a quer livre!
— Ela precisa viver a vida dela, e eu, a esquecer!
Peter sobe ao quarto, pega o caderno e ouve em sua mente.
―Você a ama, como pode se desfazer de um amor, isto é
perder poder!‖
―Sim, mais espaço para você!‖
―Esta querendo o fim?‖
―Irene, a vida é fácil de se viver, difícil é se escolher o que se
quer viver, sua neta não entendeu isto, se ela não tivesse tudo fácil,
ela seria outra, talvez até melhor, mas não faço mais parte da vida
dela!‖
―Você desiste de um amor, sabendo que me dá força, para o
defender, patético!‖
―Sou!‖
Peter desenha a escola, e olha para as paredes, as salas,
passeia por ela silencioso, em desenhos, para a biblioteca e pega
um livro, ele estica a mão ao caderno e pega o livro, ―Cozinhando
com Petalas‖, abre ele e começa a ler.
―Você esta planejando algo, só não entendo o que?‖
―Lhe confundir, mas como sou patético, não me levara a
serio!‖
―Aumento de percepção, isto é uma lenda!‖ – Irene.
―Tem de saber ler, Irene, o autor não quer que cada leitor
saiba fazer, tem de saber ler as entrelinhas!‖
Peter faz suas anotações e a senhora vê que nada do que ele
anotou estava escrito no livro, era como se ele tivesse de sentir as
palavras, ela não entendeu, mas viu ele pegar rosas vermelhas, no
quintal dos Patersons, passou no riacho ao lado da ponte e pegou
uma garrafa de água, passou na cozinha e pegou sal, mel, uma
vasilha de madeira, e sua mãe viu ele a cozinha e falou.
— Vai mesmo encarar isto?
— Sim! – Peter pega as pétalas de rosa e põem na água, sal
marinho na água, e olhou para a mãe e falou.
109
J.J.Gremmelmaier
— Não se preocupe mãe, é apenas proteção!
— O bruxinho deixando o obscuro sótão e entrando na
cozinha!
Peter sorriu e Irene lhe falou a mente.
―Mas não dizia nada de mel, nas receitas!‖
―Assim como falava de açúcar, pense Irene, quantos anos tem
na historia o açúcar branco em pó que compra—se nos mercados!‖
―Esta a dizer que esta indo as receitas nativas, as antigas, as
mais poderosas?‖
―Sim, outra coisa, água de torneira tem cloro, desequilibra
tudo!‖
Peter tira as pétalas da água, Mari via as pétalas secarem
quando em contato com a mão do filho, e ele as dispôs em um
circulo, sobre um prato de louça, branco, sem nenhuma inscrição,
derramou o mel sobre elas como se desenhasse o circulo no ar, e
olhou para a mãe, e falou duas palavras.
―The End!‖
Mari e Irene, olhavam as pétalas retomando ao brilho, e
mexendo-se, unindo-se novamente em uma pétala de rosa, Peter
sorri e Irene pergunta em sua mente.
―Você não a soltou simplesmente, você a deu liberdade, mas
mantendo nela o que você havia lhe ensinado!‖
―Sim, sua neta será uma grande mulher, mas terá agora que
decidir como o fará!‖
A campainha toca e Mari foi ver quem era e veio a cozinha e
falou.
— Aquele Ronald, não sei o que ele quer!
— Manda ele entrar!
— Mas ele esta com um grupo, acha seguro?
— Mãe, qualquer coisa chama a policia e pronto!
Mari foi a frente e os convidou a entrar, Peter segurou a Rosa
com a mão direita, e o cabo nela se projetou, ele saiu pela porta do
fundo, e perto da divisa do terreno com os James, ele colocou a
110
J.J.Gremmelmaier
rosa a terra, e a roseira começou a jogar as primeiras folhas, olhou
para ela e falou.
— Vai devagar, ela não precisa envelhecer tão rápido!
―Você a esta mantendo bonita e jovem, lhe deixando o poder,
e a pôs fora de sua vida!‖
―Irene, se a senhora conseguir se livrar, alguém terá de a
enfrentar!‖
―Então tem outra saída?‖
―Parece que prestou mais atenção na segunda parte da
conversa da madrugada, do que na primeira!‖
Um silencio se fez e Peter foi a sala, lá estavam os marginais
do colégio, Peter olhou para Ronald e perguntou.
— O que quer, veio agora com os amigos para me bater, não
bastou o que fez pela manha!
— Vim acabar com você, ela me disse que estava tudo
acabado entre nós!
— Estranho, quando saiu daqui, quase chorando, por que a
pus para fora, como pediu, mas não por você, mas por que ela tem
de aprender com a vida, jurei que ela iria correndo para seus
braços!
— Vim dizer que vou acabar com você!
— E trouxe todos eles para me enfrentar, esta com medo?
— Eu não tenho medo de pirralhos como você!
— Então por que os trouxe, para que eles vissem você me
batendo, eles não acreditam em sua palavra!
Peter olhou para Angel e falou.
— Sua mãe o esta chamando rapaz, tem de lavar a louça, ou
esqueceu!
Olhou para Michael e falou.
— Você nem pode comigo, se ninguém me segurar, lhe
quebro, sabe disto!
Olhou para Carlos e falou.
— E você deveria estar ajudando sua mãe no restaurante,
virando homem, e não seguindo este grupo de palhaços!
111
J.J.Gremmelmaier
Olhou para Ronald e falou.
— E você Roni, a próxima vez, que me tocar, vai adoecer, se
fizer mal a Sheila, vai lhe doer em dobro, se a trair com outra, sua
boca vai inchar por 6 dias, então se quer briga, esta decretada!
— Esta me ameaçando, eu processo você se algo assim
acontecer!
— Prove que fui eu, e se provar, acho que daí subo na escala
social da pequena cidade!
— Eu vou quebrar você! – Ronald se levantou mas sentiu
alguém o empurrar de novo sentado, olhou para trás e viu Robert e
falou. – Veio defender o fedelho!
— Não aprendeu ainda, não vou deixar você o desviar do
caminho!
— Se quer brigar, eu acabo com você antes!
Robert olha para a senhora a porta e fala.
— Desculpa senhora Mari, vamos acertar isto lá fora!
Olhou para os demais e falou.
— Todos para fora, querem confusão, sou o rei da confusão
na cidade, acho que esqueceram com quem estão falando!
Robert levanta Ronald pelo colarinho da camisa e fala.
— O aviso é duplo, mas o meu é mais direto, se fizer minha
irmã sofrer, lhe capo, pode me processar, mas filhos não porá no
mundo!
Robert empurra eles pela porta e lá fora os três se armaram
de pedras e paus, e Robert olhou para Peter e falou.
— Me daria uma ajudinha?
Peter olhou para a pedra na mão de Michael, ela ficou 10
vezes maior, o rapaz tentou segurá—la, burrice, se ouviu os dedos
esmagando quando a pedra chegou ao chão, olhou para Carlos,
estava com uma madeira a mão, e esta pegou fogo, queimando a
mão dele, Angel saiu correndo, fugindo, tropeçou sozinho e
esborrachou a cara na calçada, e se ouviu a voz de Peter.
— Robert, a briga é minha, obrigado pela ajuda, mas quero
ver se Ronald sabe mesmo brigar, ou só bater!
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J.J.Gremmelmaier
— Tem certeza?
Robert sorriu e sentiu os dentes rangerem, e Peter falou.
— Melhor procurar o dentista amanha, Ronald!
Peter olhou o chão e cobras surgiram, olhou em volta e um
circulo de fogo os isolou, olhou para o rapaz e falou.
— Quer mesmo isto?
Robert riu, estava dando a chance de o rapaz recuar, os
demais já estavam fora de batalha, e quando Ronald veio com tudo
para o lado de Peter, este ficou invisível aos olhos apenas dele, os
demais o viam, Peter empurrou por um lado, as cobras estavam a
morder a bota do rapaz, ele olhou uma e jogou contra o fogo, o que
veio de volta, foi um pequeno dragão de fogo, ele se abaixou, o
dragão pousou sobre as demais cobras que tomaram a mesma
forma de dragão e Peter falou.
— Ainda pode sair, é burrice, sabe disto!
— Eu vou lhe matar!
— Isto eu sei, eu mesmo vi isto no futuro, mas não hoje!
Robert ouve aquilo, fica a pensar, e houve Ronald falar.
— Então se sabe que vencerei no final, por que não me deixa
o matar hoje!
— Por que hoje tem testemunha, você estaria encrencado!
Você não me mataria com testemunha, mas sem elas, com certeza,
estes seus amigos, patéticos, mas quer saber! – Peter ressurge aos
olhos de Ronald – Você faz um par muito bom para alguém que
quer apenas a aparência da vida, mas esta jogando a raiva encima
de mim, fiz o que pediu para que fizesse, é um covarde mesmo!
— Eu não sou covarde!
— É sim, bater em alguém menor é sempre fácil, é o que vejo
você fazendo todo dia, e não o vejo se preparando para o futuro,
seu pai vai lhe dar o futuro, não precisa batalhar por ele, um
covarde na ação intelectual e social, um fedelho arrogante que se
acha grande coisa!
Peter mexe as mãos e o fogo some, olha os pequenos
dragões de fogo, somem, e olhando para Ronald, sentindo que
Sheila chegava perto falou.
113
J.J.Gremmelmaier
— Não foi você que pediu para me afastar dela! – Olha para
ela e fala – Não foi você que me disse que queria ser livre, o que
querem mais?
Peter da as costas para Ronald e olha para Robert e fala.
— Temos de conversar!
114
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— Ela vive em mim, eu morto, ela não vive, toda a essência
de vida que tentar pegar, será transmitida para mim, posso até
voltar a vida, mas o preço é muito caro!
— Ela estaria lhe dando a força, mas sem poder nem ter
certeza se você voltaria?
— Sim, os dois serão os últimos a morrer, mas a cidade passa
a ser uma cidade vazia!
Mari pega na mão do filho e pergunta.
— Não entendi, mas esta dizendo que tem algo dentro de
você, que se sair, mata a cidade!
— Sim mãe, mas podemos a deter!
— Mas como?
— Eu vou ensinar ela, mas todo o meu ensinamento é da
magia pura!
— Não entendi?
— Ela tem dois caminhos, o que esta ou aceitar o caminho
das almas, ela não quer o caminho pois ela tem de enfrentar os
crimes e coisas que fez aqui!
— Mas o que a magia pura poderia a ajudar?
— Para ser um Mago, tem de livrar a alma dos vícios do corpo,
ela pode escolher o caminho superior ao das almas, mas ela tem de
querer!
— Esta querendo a fazer evoluir, mas se ela voltar ao lado
negativo!
— Não existe positivo ou negativo no poder, escuro é
ausência de luz, ódio é uma forma de fúria, mas que é reação, mas
que é possível controlar com amor, frio é ausência da calor, o mal
não vence o bem não por que o bem é superior, mas por que o bem
existe como energia, o mal, inexiste na presença do bem!
―Um pirralho me ensinando, estou ouvindo, mas não gosto
deste caminho!‖
— Mas se ela voltar para o lado negativo!
— Não sei, ainda acho melhor do que ver mais de 800
pessoas morrerem por ela tentar me tomar a consciência e morrer
junto!
115
J.J.Gremmelmaier
— E o que podemos fazer? – Robert.
— Eu vou estar mais distante de sua irmã, tem de a defender!
— Por quê?
— Dentro dela, se eu me for, mora todo o meu poder, ela
poderia enfrentar sua avó!
— Pensei que a separação a deixaria sem seus poderes!
— Eu e ela perdemos força com a separação, eu mais que ela,
pois amor é força nas leis da magia e eu tive de abrir mão disto,
então eu fiquei mais fraco!
— Aquilo lá fora é você mais fraco? – Robert.
— Truques são fáceis, magia nem sempre se vê aos olhos,
mas estas matam, quase morri por uma carta com os emblemas da
morte, por o tocar e aceitar, quando lhe dão um papel, e aceita,
esta a receber a carga que esta nele, e o seu aceitar é mais forte
que a magia em si, alguém lhe oferece a morte e você diz sim, esta
num caminho muito reto para ela!
— Esta falando do mal estar na escola? – Mari.
— Sim mãe, foi magia, poderiam me levar ao hospital, mas
demorariam para me trazer de volta!
— Mas você voltou!
— Sim, mas Irene não precisa saber como!
— Quem é Irene? – Mari.
— Minha avó, o ser que abita a consciência de Peter!
―Você é esperto, quando penso que esqueceu de mim, esta
sempre alerta, mas algumas barreiras já desfiz, sabe disto!‖
―Sei, estou tentando salvar nós dois, uma hora vai ter de
entender isto!‖
Irene se cala, e Mari olha para o filho e fala.
— Você fala com ela, não fala?
— Sim, às vezes ela me surge na mente!
— Mas ela ouve tudo que você ouve? – Robert.
— Sim, mas o que ela não entendeu é que meu caminho não
é o de um Curandeiro, e sim de um Mago, descobri isto a 5 dias,
com a chegada de sua irmã, mas de lá para cá, aprendi muito,
116
J.J.Gremmelmaier
devorei uns livros, e aprendi mais ainda, mas estou num caminho
que não tenho como trilhar em um ano, e isto quer dizer, ou Irene
vai comigo e chego lá, ou os dois se perdem no caminho!
— Acha que ela vai lhe ouvir?
— Ela diz uma coisa e faz outra, me ouve mas esta abrindo as
portas em minha mente, quando eu me for, saberão que ela venceu,
e também – Vira-se para a mãe e fala – se eu entrar em Coma, faz
um favor, sei que vai ser difícil, mas pega a mana, põem no carro e
sai da cidade!
— E seu pai?
— Se tentar o levar, todos vão ficar!
— Não sei se consigo filho!
— Mas sabe que tem de fazer, quando os primeiros turistas
aparecerem e encontrarem os mortos, o governo vai isolar a área,
provavelmente vão querer entrevistar os sobreviventes, como
Robert, mas – ele olha para o rapaz e fala – lembre que tem de
achar uma forma de tirar seu pai daqui, ele não é Navarro, ele
morre junto!
— Esta nos preparando para o pior, sei disto, mas ainda acha
que temos como mudar isto! – Robert.
— Eu espero que sim, mas o que estou falando, recebi como
as historias que escrevia, mas não as coloquei no papel, não as
quero materializar num futuro próximo!
— Parou de desenhar?
— Apenas em momentos específicos, mas não escrevo mais
historias a partir de figuras!
— Acha que devo parar?
— Já deveria, você se viu no quarto isolado, eu demorei 5
anos para ligar a historia, pois estava isolado, mas você já havia
desenhado, você sabe disto!
— Verdade, mas se desenharmos apenas coisas felizes!
— Robert, eu sempre escrevi as aventuras de sua irmã, eu
apareço nelas muito pouco, dois dias em 5 anos de historia, não que
não esteja lá, mas as desventuras minhas eu não desenhei, e não é
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J.J.Gremmelmaier
por isto que não aconteceu, podemos escrever a parte feliz, mas
não quer dizer que os tropeços não vão acontecer!
— Mas será que não teria como aprender mais nada como os
Navajo?
— Robert, quando aprisionei sua avó, o que ela sabia eu sei,
ela me acha patético, mas um patético a enfrentou e venceu, e
venci pois sua irmã me atentou a uma única coisa!
— O que?
— Como Paul teria aprisionado ela?
— Não entendi!
— O mal não vence o bem, ele não existe diante do bem,
então Paul não era de todo mal para o fazer, a intenção teria de ser
a favor da boa magia!
— Digo que unidos eram mais fortes!
— Sei disto, mas se sobreviver a isto, e ela quiser ainda,
podemos refazer, mas não posso a condenar a morte por minha
escolha!
A frase deixou Robert preocupado, e falou.
— Sabe que a energia que emana mantêm esta cidade desde
que nasceu, Peter! – Para os que não conhecem Comptche, a cidade
de Peter, é apenas para os habitantes de lá, ao lado do porto, pouco
a frente do colégio, surge uma estrada de chão, e as quadras da
cidade, que dizem existir lá apenas para quem conhece Peter
Carson, ou quem ele quer que chegue lá.
— Ouvi uma vez isto, mas faz muito tempo, nem deveria ter
lembranças daquela idade!
— Mas é verdade, você ausente à região morre junto, alguém
pode dizer que seu destino é longe daqui, mas onde for, haverá
bons frutos, não gostaria de viver aqui, sem esta força que emana
de você no ar!
— Robert, não é a minha presença, mas vai entender com o
tempo isto!
— O que é então?
— Disseram que eu era importante, mas nada do que
disseram tem a haver comigo, eles acharam por uma conjunção de
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J.J.Gremmelmaier
astros que deveria ser especial, mas quantos nascem no planeta em
um dia assim!
— Sabe que alguns chegaram a ter medo de seu nascimento,
tenho as lembranças ainda de minha avó, ela disse que tentaram
lhe induzir a nascer dois dias antes, não entendo o por quê?
— Ela achava que seria em lua ainda crescente, e não na
cheia total, mas não é isto que faz alguém, muitos dos que ela
temeu, não sabem nem escrever, outros já se foram, e se tivesse
ido, a cidade teria a mesma ausência de força!
— Mas sinto a força!
— Sente por que é especial, mas já foi muito mais que isto,
pessoas como sua avó mataram em muito a força dos Navajo, ela
chuta aqui dentro mas sabe que é verdade, desejo de poder, venda
de ouro ilegalmente, e coisas assim tiraram a força em parte da
terra, ela se recusa a lhes dar força, lhe acha que um menino de
sangue ruim, que não poderia com um verdadeiro herdeiro das
tradições da terra, aquela que leva no sangue, Robert!
— Continua falando que tenho poder, mas o sinto em você!
— Mas o meu poder assim como o seu, esta em maturação,
não somos adultos, não nos unimos em alma com alguém ainda,
quando isto tiver acontecido, plantar a arvore na reserva, ter seu
filho, e o abençoar com as tradições, ai sentira a força, somos
criança ainda, Robert!
―Como você sabe disto?‖
— Quer dizer que o poder vira da terra, e se fortalecera nas
descendências?
— Se ligadas à tradição, a terra, sim, se perdidos em um
apartamento no 20º andar em Los Angeles, esquece, coisas básicas,
água corrente, arvores, terra, amor, paz, e o som disto somado,
fazem parte da magia dos Navajo, um de vocês em um apartamento
pode até ter uma águia, mas cidades não são lugares puros, tudo
que lhe vem à boca e ao corpo são impurezas!
— Verdade que não come carne?
— Como peixe, não carne de seres criados para abate, que
energia tem em uma destes, peixe do mar, não das fazendas de
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J.J.Gremmelmaier
criação de peixe, frutas naturais, prefiro o bicho de uma fruta a
perfeição sem gosto de frutas em serie, prefiro a água do córrego à
em garrafa, não como doce, refrigerante, coisas com açúcar
refinado eu evito, quantas minhocas tem em um hambúrguer do seu
pai?
— Acho que isto é lenda!
— Pode ser, mas não tem força, a força esta em tudo, a
escolha é sua, uma vida com magia ou sem magia, mas estou num
caminho maior, a pureza é para ser construída, e pode ser
conseguida a qualquer hora de sua vida, mas a busca dela é a busca
da magia pura!
―Você não é tão burro assim, pirralho!‖
— Mas quer dizer que não come nada doce?
— Gosto de mel, para mim é um bom caminho, não sei se já
ouviu falar de Açúcar Mascavo!
— Aquele escuro?
— Sim, mas o problema é a forma de obter, prefiro uma única
marca, o resto, muito industrializado!
— Gostaria de aprender este caminho!
— Lhe passo, você tem força, estava firme diante de um
destino que conhecia!
— Não sabe o pânico que disfarçava!
Peter riu e Mari levantou e foi fazer um café, Paula chegou a
sala e olhou para o irmão e falou.
— Não vai me apresentar o seu amigo?
— Paula, este é Robert, o irmão de Sheila!
— Dizem que você morreu!
Robert olha serio para a menina, levanta a sobrancelha e fala.
— E você esta falando com um morto!
Paula saiu correndo para a cozinha atrás de sua mãe.
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J.J.Gremmelmaier
— Tem algo a mais?
— Como você sempre sabe quando chega novidade Peter!
— A cidade é pequena, sabe disto!
— Verdade, mas o outro livro a filha dos James levou antes,
na verdade ela deixou este pago para você, mas queria saber o que
os dois estão aprontando!
— E ia me cobrar de novo?
— Não, mas separei o melhor para lhe mostrar!
Eric abaixou e pegou um livro e falou.
— Este até eu fiquei interessado! Mas tem de restaurar!
Pôs a mesa um livro grosso, letras pequenas, manuscritas.
O livro de capa de couro fino, mas branco, Peter pegou na
capa, carneiro, olhou dentro, o símbolo do signo de capricórnio,
olhou o escrito, olhou para o senhor e falou.
— Isto não é um livro que se encontra em sebos senhor Eric!
— Então estava certo, tem valor!
— Pagou quanto nele?
— Isto é segredo!
— Quer o vender por quanto!
— Uns 20 dólares!
— Eric, o que vou falar fica entre nós, certo!
— Certo!
— Acompanhe meu raciocínio, capa feita com pele de cordeiro
branco, não foi impresso, o símbolo, foi colado sobre o escrito em
Copta que foi queimado a capa, a tradução diz ―Magia Copta‖, mas
o significado é ―The Magic of God‖, copta é a escrita egípcia, as
folhas são grossas, parece na aparência papiro, o escrito a mão,
desenhado símbolo por símbolo, costurado a mão, se for o que
estou achando ser, vale mais que todas as terras do vale juntas
senhor Eric!
— Esta falando serio?
— Sim, nem me atreveria a comprar do senhor, seria roubo,
pois tudo que tenho não vale o valor dele, mas se me deixasse olhá-
lo, já pagaria por isto!
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J.J.Gremmelmaier
— Você é especial Peter, qualquer um que soubesse isto,
pagaria os 20 dólares!
— Isto deveria ser padrão, mas quando for ao mesmo lugar,
veja se não tem um igual a este, mas com uma variação no símbolo
final, a pele deve ser tingida, ou é de porco, tem tanto valor quanto
este, mas aquele nem quero olhar, senhor!
— Fala como se soubesse de onde vêem estes livros!
— Este que tem a mão, deve datar de perto de 2053 antes de
cristo, o ultimo relato dele é de um exemplar na biblioteca de
Alexandria, Júlio Cezar acidentalmente pelo que diz parte da
historia, incendiou a parte que estava este livro no ano de 48 antes
de cristo!
— Esta a me dizer que se for o que acha, estas folhas tem
mais de 2 mil anos!
— Sim, e uma obra destas, museus de grande porte do
mundo, fazem leiloes para comprar, e instituições como a igreja
católica, a anglicana, fazem fila nos compradores para dar sumiço a
um livro destes!
— Esta a dizer que isto tem valor tanto histórico, monetário,
mas os grandes com poder o disputariam?
— Se for o que acho, sim!
— E como teria certeza!
— Tem especialistas em Los Angeles que podem fazer um
exame de carbono 14 e verificar a exata idade, mas tem de cuidar,
mandaria apenas uma folha para análise, se alguém desconfiar do
conteúdo, antes de ter certeza, as coisas somem, sabe disto!
— Mas quanto valeria algo assim?
— Sei de uma folha em papiro, que foi arrematada por 600
mil dólares, você tem um exemplar moderno, pelo modelo, diria que
foi manufaturado o livro por volta do ano 100, não esquece que a
primeira bíblia é de mais de 200 anos depois, mas as folhas, foram
modeladas pela costura e capa, ficaram sobre pressão, para o
formato livro, pode ser dos primeiros livros no formato atual, se
usava muito dispor em rolos, na época!
— Pelo que fala, pode valer mais de um milhão?
123
J.J.Gremmelmaier
— Não, eu disse que vão pagar isto, este livro não tem preço!
— E eu o venderia por 20 dólares para você!
— Mas só conheço uma pessoa capaz na cidade de ler estes
escritos, a menina dos James!
Call olha para ele e pergunta.
— Ela sabe o significado destes símbolos?
— Ela lê Copta, Hebraico, Alemão, Árabe e até Português!
— Se tivesse mostrado para ela, ela teria comprado, mesmo
sem saber o valor! – Eric.
— Com certeza! – Peter.
Peter passa a mão sobre o papel e ouve em sua mente as
palavras e ouve Irene.
―Você sabe o significado, não lhe entendo, isto é magia pura!‖
―Não, isto é relato de crimes, não de magia, mortes por um
deus que não existe!‖
―Magia negra, e você disse que gostaria de dar uma olhada!‖
―Magia branca, não deixa de ser negativa, mas sem poder, o
valor é pela historia, mas com certeza não gostariam da versão da
historia!‖
―Você sabe já o que contem no livro, mas só olhou a primeira
pagina!‖
―Quer ver o que é isto?‖
―Sim!‖
Peter abre numa pagina, para quem olhou ele fazer, ser sem
saber onde abriria, e Irene vê pelos olhos de Peter as pragas do
Egito, em 7 desenhos, sem perspectiva, mas bem reais e ela fala.
―Esta a me dizer que contem as pragas de deus, do velho
testamento Judeu!‖
―Sim, como fazer as pragas!‖
Peter olha para Eric e fala.
— Se quiser manter isto, melhor não mostrar para muita
gente!
— Por que?
124
J.J.Gremmelmaier
— Muitos Judeus e Egípcios morreram para que este livro
nunca chegasse a ser conhecido!
— Mas quem matou?
— Eric, esta é a formula das pragas do Egito, magia branca,
sei de muitas igrejas que matariam apenas por saber que algo assim
ainda existe!
— Você me põem medo assim!
— Guarda isto, põem em um cofre, pega a ultima folha e
manda para analise, se confirmarem a idade, registra o achado, e
põem para venda, verá sua vida mudar, mas não espalha o que é,
isto quando estiver registrado, os especialistas vão fazer, vai ser
uma corrida, verá a noticia sumir dos jornais referente a descoberta,
mas no dia do leilão, estarão lá os mais proeminentes
representantes do mundo, isto nunca chegara a público, mas o
senhor pode garantir um futuro com isto a seus filhos e netos, além
do nome na historia, pois isto vai aparecer, mas o conteúdo, sumir!
Peter tira os 15 dólares do bolso e paga pelo outro, e o
senhor fala.
— Mas já esta pago!
— Não quero dever dinheiro a ela!
— Quer dar uma olhada a mais?
— Eu vou esquecer que vi isto Eric, as pragas de deus é coisa
para deus, não para Peter!
O senhor riu e os dois meninos pagaram uns gibis e saíram a
rua, sentaram a calçada e Paul falou.
— É serio o que falou do livro?
— Exagerei, quero que ele ganhe um dinheiro honesto, mas
tinha de provocar curiosidade dele, assim ele manda analisar, e
ganha mais do que 20 dólares!
— Você quase me convenceu, quer dizer, acreditei em cada
palavra, sou um bobo mesmo! – Call.
Peter sorriu e Irene falou.
―Esta me saindo mais esperto do que pensei! Daria tudo por
um poder daquele!‖
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J.J.Gremmelmaier
―Irene, aquele é um poder de magia Branca, custou a Moises
30 anos no deserto, uma purificação de 30 anos, se quiser, lhe
forneço! Mas tem de lembrar como acabou a historia de Moises!‖
―Mas Moises não atravessou o Mar Vermelho!‖
―A historia tinha de ficar bonita, assim como eles não eram
escravos no Egito, assim como as Pirâmides nunca foram túmulos,
mas os Egípcios acreditavam que a Pirâmide poderia os trazer de
novo a vida, o culto a morte e vida eterna, mas tem de ser puro
para isto, eles nem imaginam como!‖
―Duas linhas de magia negra!‖
―Irene, as duas são magias puras, mas temos a branca, magia
com objetivo pessoal, e a da morte, com objetivo da vida eterna,
ambas com desejos pessoais, não negras, mas desvirtua do objetivo
das magias puras, sem objetivo pessoal!‖
— O quer diz este livro que comprou ai? – Call.
— As vezes compro livros que não tenho, livros para meus
netos lerem e aprenderem, este já li, mas fala de uma princesa na
Índia, a vida dela foi desviada para as religiões locais, mas ela não
sentia como se fosse verdade, um dia distraída saiu de ombros
descobertos e foi apedrejada até a morte, sua alma não se
conformou, aprendeu como voltar, ensinou um menino, príncipe de
uma cidade na região de Kapilavastu, o ensinou como não ser
molestado pelas coisas da terra, ela o confundiu tanto, que este ser
vagou muito a procura da iluminação, alguns chamam este menino
de Siddhartha Gautama, outros de Buda, mas ela conseguiu sua
vingança, os de sua terra deixam a antiga religião e se voltam ao
Budismo, deixam de valorizar as coisas da terra, tentam a separação
por uma vida, ou como digo, uma vida dedicada a perder a magia, e
não ao encontro da iluminação!
— Nunca ouvi esta historia antes!
— E dificilmente ouvira de novo, não esta na rede, isto é coisa
de malucos como os Excluídos!
Call sorriu e falou.
— Mas como deixa Caterine para ficar com a gente dentro de
um sebo!
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J.J.Gremmelmaier
— Este livro é um presente para ela! – Sori Peter.
— Ela vai odiar! – Paul.
— Pode ser, mas pense, quem vai dar algo assim para ela,
quem mais?
— Ninguém, algo único como você sempre diz!
— Vamos fazer o que agora?
— Invadir qual plantação? – Call.
— Vamos fazer algo diferente, eu vou iniciar vocês!
— Vai o que?
— Querem acompanhar o que vai acontecer, ou só ficar
olhando!
Call sorriu e falou.
— Vai explicar o truque?
— Vou! – Peter.
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J.J.Gremmelmaier
— E lhe pergunto, algo simples, o que lhe fez voltar sem
reclamar, Ronald, que deve ter aos montes lá, ou Peter?
— Peter, a magia de Peter, mas tenho vergonha dele, quando
em publico, eu mesmo estranho isto!
— Ele não tem vergonha, tem orgulho de ser quem é, sei que
provavelmente se eu não tivesse ficado preso lá, poderia estar junto
com grupos piores que o de Ronald, mas quando pensei que faria o
que fiz, não deixei com os músculos a chave, deixei com um menino
de sete anos, sabe o que é isto, ele aos Sete anos era de mais
confiança que meu melhor amigo!
— Estranho!
— É, muito estranho, ele não sabia o que era aquilo, mas
quando você ressurgiu na vida dele, ele em questão de poucos dias,
me tirou de lá, não quero deixar ele se ir, por ter feito isto!
— Eu disse para ele que o queria apenas como amigo, eu
menti!
— Melhor pensar no que vai falar de hoje em diante irmã!
— Por que?
— Antes, você dizia não, mas ele sabia que era um sim,
agora, ele vai apenas ouvir o que sua boca falar, pelo jeito ele
estava ouvindo coisas muito piores que um não, para preferir esta
saída!
Sheila deixa o corpo cair sobre o travesseiro e fala.
— Eu ri dele, ele não queria mais me ouvir rir dele!
Ronald levantou-se e olhando para ela antes de sair falou.
— Ele não ouviu risadas irmã, ele ouvia sentimentos, isto que
o magoava!
Robert saiu e ela ficou abraçada ao seu travesseiro, sua mãe
veio a porta e disse que tinha um rapaz lá em baixo querendo falar
com ela.
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J.J.Gremmelmaier
agradeceu as rosas e sentou-se à sala, a empregada pegou as flores
e levou para dentro, os dois sentaram-se e Sheila perguntou.
— O que foi fazer lá ontem?
— Eu gosto de você, ele tem de lhe deixar em paz!
— Acha que ele não tem direito de sentir Ronald!
— Não é isto, mas você reagiu como alguém que gosta dele!
— Sei o que fiz, mas sua reação não facilitou nada o que
aconteceu!
— O que aconteceu?
— Ele disse que deveria seguir meu caminho, que o
esquecesse e o que você fez, prova que você não é um caminho
aceitável, ele me põem para correr e você vai lá, com um bando de
amigos bater nele, o que quer?
— Eu te amo!
— Acho que não, mas vou tentar mais uma vez, não deveria
sentir o que estou sentindo!
— Me perdoa?
— Não, se fizer eu brigar com ele de novo, acabou!
— Mas você disse que ele mandou você seguir o seu caminho,
não entendi!
— Eu o beijei ontem pela manha, na cachoeira, eu passei uma
linha que não deveria, ele é um amigo, não um namorado, mas tem
de aceitar, ele estará sempre na casa ao lado!
— Eu não aceito assim, tem de acabar com esta amizade!
— Não entendeu, ele é meu amigo, de tempos que você nem
olhava para mim como gente, agora cresci e mudou o que?
— Desculpa, mas não aceito ele por perto!
— Então o que esta fazendo aqui!
— Eu te amo, mas não vou lhe dividir com ele!
— Dividir, ele me deixa livre de uma forma que nem imagina,
e quer que diga que ele não é mais meu amigo, não lhe entendo!
— Não acredito em namoradas minhas tendo amigos homens!
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J.J.Gremmelmaier
— E posso pedir que não tenha nenhuma amiga, que diga a
todas as meninas da torcida que não quer mais elas gritando seu
nome!
— É diferente!
— É sim, se bobear o acho beijando uma, ou algo pior!
— Se acha que vou deixar você ficar com ele, esta enganada!
— Eu não disse que quero ficar com ele, disse que ele é meu
amigo, a única coisa que me unia a esta cidade, não voltei por você,
e sim por que tinha um amigo à cidade, mas parece que quer que
não fale com ninguém, mas o que faço se Michael me cantar de
novo, você vai quebrar ele, pois se acha que seus amigos são como
Peter, que me respeita, lhe respeita, ele lhe chamou para quando
apresentaria Robert a família, mas não entende isto!
— As vezes consigo falar com ele, mas ele é um excluído!
— Sim, como ele me disse, os excluídos dos anos noventa,
pagam os salários dos grandes astros de hoje, se acha que esta
cidade vai prender ele, esqueceu do que ele pode fazer!
— Ele é um feiticeiro, eu vi!
— Ele, eu, meu irmão, minha antiga avó, vai fazer o que, nos
queimar numa fogueira?
— Não, mas o que quer dizer que é uma?
— Esta no meu sangue, minha avó era Curandeira, eu tenho o
dom dela, em parte fui eu que o convenci a fazer um pacto de
sangue quando pequenos!
— Pacto de sangue?
— Isto que precisava falar com ele, foi isto que fui fazer lá,
pedir para ele desfazer o pacto!
— E ele não desfez?
— Ao contrario, ele já havia desfeito, e explicou os motivos
dele!
— Que ele gosta de você?
— Não, ele acha que vai morrer, em um ano, você ouviu ele
falar isto, ele sabe como e quando, e se o pacto estivesse em vigor,
eu morreria junto!
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J.J.Gremmelmaier
— Mas que merda de pacto foi este?
— Melhor nem falar mais nisto, acabou!
— E mesmo assim quer ser amiga dele, por que?
— Por que ele sabe o lugar dele, eu sei o meu, mas se não
entender isto, sabe que estará me afastando de você!
— Sabe que temos sempre as reuniões do time de domingo,
não vai pedir para desmarcar!
— Não, eu vou com meu pai a Los Angeles, saímos daqui a
pouco, quero falar com alguém lá, uma professora, acho que
retorno amanha a noite, se estiver sóbrio aparece aqui, pois se
estiver cheirando a cerveja meu pai não vai me deixar namorar
você!
Os dois se beijam e sentam-se a sala, o pai dela chega depois
de um tempo, ela o apresenta, e a moça sai com o pai em direção
ao campo de futebol, onde havia um helicóptero esperando os dois
para irem a cidade grande.
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J.J.Gremmelmaier
— Robert vai junto, o motorista dos James nos deixa lá e
depois volta para nos pegar!
— Vê para mim se a placa de vende-se esta lá ainda, tiraram
um tempo, sabe que estes vândalos fazem coisas sem sentido!
— Verifico, obrigado pai! Poderia aproveitar e passear com a
mãe, ela esta muito tempo enfiada em casa, podemos levar a Paula,
não vamos fazer nada de mais além de uma passeio pelas trilhas, e
ver como esta a antiga casa!
Mari sorri, abraça o marido que não tinha mais como fugir, e
Paula sorriu também, era perto das dez da manha quando Call e
Paul chegaram a casa, e viram Peter arrumando a mochila de Paula.
— Vamos onde, sua irmã vai junto?
— Sim, meus pais saíram!
Robert toca a campainha e eles foram lá fora e Peter falou.
— Call, Paul, este é Robert o mais novo integrante dos
Excluídos!
— Bem vindo! – Paul.
— Mas ele tem namorada, como pode ser um excluído!
— Eu também tenho, acha que vou sair dos excluídos? – Peter.
Call sorriu e Robert perguntou.
— Vamos onde?
— Nas terras de meu avô!
— Mas aquelas terras são assombradas! – Call.
— Call, almas não nos fazem mal, os vivos que me
preocupam!
— Mas vamos como? – Robert.
Peter olhou para a entrada da rua e falou.
— Acho que nossa carona esta chegando!
Karine estava vindo dirigindo a caminhonete do pai, e parou a
frente deles e falou.
— Vamos, mas ainda não sei onde?
— Primeiro na casa de Caterine, depois vamos lá!
Robert sorriu e falou.
133
J.J.Gremmelmaier
— Ainda bem que nossas namoradas moram na mesma casa!
Paul ia quieto, entrou na cabine com Call e Paula, Peter e
Robert subiram na carroceria.
Pegaram as duas, era meio dia quando estavam saindo no
sentido oeste, atravessam a reserva e pegam a primeira estrada à
direita depois da reserva, Peter bateu na carroceria quando
chegaram na entrada, ele desceu, verificou se a placa de vende-se
ainda estava no chão, como ele a deixou, a caminhonete entrou e
depois foi por uma trilha com muito mato, até a casa dos Carsons,
passou por ela e foi no sentido de um topo de montanha, se via a
reserva mais abaixo, toda verde, ali poucas arvores, mato rasteiro
indo em todos os sentidos.
Eles olharam para Peter e Caterine perguntou.
— O que viemos fazer aqui, de quem são estas terras?
— Eram dos meus avós, mas meu pai não vai conseguir
vender tão fácil!
— Por que Peter? – Perguntou Paula.
— Por que isto era um cemitério Cocopa, então os espíritos
não deixam!
— Esta querendo me assustar, está conseguindo!
Peter se abaixo e falou.
— Irmã, tudo isto vai ser seu um dia, não pode ter medo do
que morreu, tenha dos vivos, nós somos quem faz o amanha, não
os mortos!
— Mas por que viemos aqui?
— Daqui a pouco vamos fazer um piquenique lá no rio, mas
primeiro eu preciso fazer uma coisa!
Peter olha para Caterine e fala.
— Se importaria em dar uma pequena volta com ela?
— Mas onde?
— Tem uma figueira ali à frente, deve estar lotada de figo
nesta época, se não me engano!
— Nesta eu estou dentro! – Falou Call.
Paul olhava para Karine e falou.
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J.J.Gremmelmaier
— Lhe ajudo, não sei o que pretende, mas algo lhe fez vir
aqui!
Caterine sai com Paula e Ângela foi junto, e Robert perguntou.
— Tem certeza que o lugar é este?
— Sim, tenho!
Peter pega a mochila na caminhonete e uma enxada e fala.
— Paul, limpa para mim um quadrado bem aqui, pode ser de
dois por dois!
Olha para Robert e fala.
— Verifica do lado daquele arbusto, deve ter uma pilha na
forma de seta!
Robert olhou e limpou a região e falou.
— Sim, aponta para onde mandou Paul limpar!
— Tenta limpar a região, tem algumas enxadas na
caminhonete!
Ele apontou um lugar para Karine, e foi a um terceiro lugar,
limparam o caminho entre as setas e o topo do descampado, três
trilhas, a lua cheia se via ao céu no fim daquela tarde, Peter pegou
lenha em e fez três pequenas fogueiras nas três pontas, e Robert
perguntou.
— Não entendo o que esta fazendo?
— Estou homenageando a terra, a cultura da terra!
— Mas o que isto faz?
— Meu avo diz que fez algo assim neste local, 7 dias antes de
passares as terras para o nome dele, a terra tem suas vontades,
enquanto meu avô viveu aqui, ela foi fértil, olhe ela, parece fértil?
— Não! – Paul.
— Mas por que esta fazendo isto? Neste lugar? – Karine.
— Esta na hora de sair da sombra, e ver estas terras
novamente produtivas e verdes como eram no passado, ver os
bichos voltarem, e devolver o poder a terra!
— Fala como se algo grande pudesse ser provocado por
simples coisas! – Robert.
135
J.J.Gremmelmaier
Peter sorriu, ficou quieto, se levantou e olhou os três pontos,
não era noite, mas os três tiveram a sensação de que a luz da lua
brilhou sobre Peter, ele olhou para ela e agradeceu, ele esticou as
mãos e um circulo de fogo, uniu as três fogueiras, era um fogo
azulado, com as mãos para baixo, mas afastadas do corpo em uma
inclinação de perto de 30 Graus, fechou os olhos, e o fogo foi
baixando, Peter estava de olhos fechados, os três quietos, viram
lobos chegarem perto, um urso, serpentes, sapos, muitas aves,
insetos de vários tipos, em grupos definidos, Peter estava ainda de
olho fechado quando um lobo chegou a frente dele, passou entre
Robert e Karine, era um lobo velho, Peter abaixou-se e tocou a
cabeça do lobo, os demais lobos uivaram, Paul estava suando de
medo, Peter abre os olhos e olha nos olhos do lobo e este perece
arrepiar os pelos, tira a mão da cabeça dele e o mesmo recua, e
todos os demais começam a se afastar, quando Robert viu todos
longe, olhou para Peter suado e perguntou.
— Tudo bem?
— Sim, tudo bem, oferta aceita!
— Quando falou em uma oferenda, pensei aos ancestrais? –
Karine.
— Os que aqui estavam enterrados, meu avo a mais de 50
anos fez um acordo com a reserva e retiraram os ossos, aqui não
existe fantasmas, apenas o poder do bem, quando meu avô morreu
parte disto se perdeu, meu pai nem vem aqui!
— Por que?
— Isto é um problema pessoal dele, eu enfrentaria, mas não
posso fazer por ele!
— Mas o que vai fazer com estas terras, se vierem a você? –
Robert.
— Nossa Hogwarts! – Paul riu e Robert falou.
— Daqui a pouco criaremos a nossa Azkaban!
— Não pretendo ter prisões e nem castelos aqui, é uma forma
de falar, passar a frente o que esta se perdendo, não é para mim, e
sim para que os demais saibam o que sei!
136
J.J.Gremmelmaier
— Acha que virá mesmo ao seu nome, mas não entendo isto?
– Robert.
— As linhas estão esticadas, agora é só acreditar e as puxar,
tudo esta unido, se precisa de prova, quero ver se aprendi direito!
— E agora?
— Agora vamos nos refrescar no rio, depois quero comer
daqueles figos, quando criança eu sonhava com eles!
Os quatro encontraram os demais debruçados aos pés da
grande figueira, com os galhos pendurados para todos os lados,
lotados de figo, e Call falou.
— E daí, as terras estão livres dos fantasmas?
— Vai assustar minha irmã, mas aqui não haviam espíritos,
apenas energia boa!
Peter chega ao lado de Caterine e pergunta.
— Como estão?
— Deliciosas, como pode ter figo tão gostoso!
— Preciso falar com você!
— Já resolveu os seus problemas?
— Quem dera tivesse problemas que poderia apenas resolver,
e viver a vida!
— Não entendi!
Peter deu a mão para ela e caminharam no sentido do rio,
enquanto os demais comiam os figos, e sentaram em uma pedra e o
menino contou tudo o que estava acontecendo, e no fim perguntou.
— Eu não sei se seria justo envolver alguém em minha vida
agora!
— Esta achando o pior, como pode fazer isto com você!
— Não estou fazendo nada comigo, estou tentando lhe falar a
verdade!
— Se isto é uma desculpa para ficar com Sheila, poderia ter
falado outra coisa!
— Sheila vai se entender com Ronald, é o melhor para ela!
Caterine olha serio para ele e fala.
— O que quer?
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J.J.Gremmelmaier
— O que quero não sei se vou ser capaz de fazer, lhe fazer
feliz, viver até meus 70, 80 anos, mas não sei se viverei para isto!
— Você quer que me vá?
— Não, quero você ao meu lado, mas sabendo que posso um
dia entrar em coma, e se isto acontecer, pegue os seus e saia da
cidade, nem vão ao hospital, direto para outro lugar!
— Fala serio, tem alguém que esta dentro de você?
— Sim, mas é difícil de aceitar!
— Verdade, o que estavam fazendo lá?
— Mostrando para eles como fazer uma homenagem a terra!
— Você esta falando serio que é um bruxo?
— Você viu o que fiz, acha que aquilo é o que?
— E você desfez o pacto com Sheila?
— Sim!
— Teria coragem de fazer o pacto comigo?
— Se sobreviver a este ano que estamos, mais metade do
próximo, sim!
— Estou confusa!
— Sei! – Peter beija a menina e chegava naquele momento os
demais ao local, e Paula fala.
— Peter, o que esta fazendo!
Peter sorriu e olhou para a irmã e falou.
— Ainda não sei, mas com certeza foi bom!
Os demais riram e a menina chegou perto dele e falou.
— Vou contar para a mãe!
— Me faz este favor, ela já estava pensando que não gostava
de meninas, estava até preocupada!
— Acha que me engana com isto, eu vou contar!
Peter abraça Caterine e olha para Robert e pergunta.
— Acha que conseguiria fazer igual se der certo?
— Esta querendo mais?
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J.J.Gremmelmaier
— Não, estou pensando em ampliar a reserva Navajo, pensei
em fazer a mesma coisa sobre a montanha abandonada da antiga
mina!
— Acho que consigo, estando lá para me ajudar!
— Lógico, lá teremos de demarcar os três pontos!
Robert sorriu e falou.
— Tem que tocar no lobo?
— Acho que lá pode ser um gambá! – Riu Peter.
Robert sorriu, e falou.
— Seria uma sacanagem, um gambá, seria uma sacanagem
terrível!
Estavam em uma curva do rio, que a uns 1 mil metros rio
adentro virava a queda de água da antiga casa da avó de Robert, a
curva fazia uma pequena praia, com uma área ótima para banho,
Paula se divertiu muito, Peter viu a forma que Karine estava a olhar
para Paul, e pensou que seriam um grande casal, teria ainda que
achar alguém para Call, este era o mais difícil, mas cada coisa a sua
vez, olhou em volta, a muito não ia ali.
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J.J.Gremmelmaier
Peter olha as malas de seu pai a porta e fala.
— Acha que vai onde pai!
— Sua mãe esta alterada, só por que uma moça falou umas
coisas para ela?
— Você levou a mãe onde, pai?
— Fomos ao restaurante dos Mendes!
— Mãe, posso falar com o pai um pouco a sós, antes de o por
para fora!
— Mas a moca disse..
— Sei o que Marlene falou mãe, deixa falar com ele!
— Você conhece aquela mulher!
— Não, ajuda Paula a tomar um banho, já subo falar com
você!
Mari sobe as escadas olhando para trás e o menino olha para
o pai e fala.
— O que queria com isto pai, era para namorarem, não para
ir ver a amante!
— Do que esta falando filho, sua mãe esta maluca!
— Sim, e você pega e faz as malas, e vai para onde, estrada
Navajo 26!
— Filho, eu não pensei!
— Isto eu sei, mas o que esta fazemos pai, quer jogar tudo
pela janela, pois se sair e for para a casa dela, esquece a gente, a
mãe não vai deixar você passar nem perto da gente!
— Você não entende filho, nossa relação esfriou, me envolvi!
— Pai, sei que não tenho a experiência para lhe aconselhar
nisto, mas tem de ter certeza disto, se sair pela porta, não espere
que ela lhe estique a mão amanha, e sei de uma coisa, amanha
pode ser que venha a querer entrar por esta porta!
— Não vejo assim!
— Pai, é uma pena ver o senhor pensar com a cabeça dentre
as pernas, mas se acha que amanha será feliz, vai, mas tenta falar
com a mãe, não sai brigado, vocês são adultos e tem nós no meio!
— Ela não esta me ouvindo!
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J.J.Gremmelmaier
— Mas pelo que vi estava mentindo para ela, não vai voltar
amanha, fala a verdade, não foge pai, sei que é seu estilo, mas não
é a melhor forma!
— Acha que ela vai entender?
— Lógico que não pai, ela cuida dos filhos, você sai as 7
podendo sair as 9 para ter duas horas com a amante pela manha,
pode chegar 5 minutos depois das 18, chega todo dia por volta das
23, acha que é justo, mas não esquece, minha mãe é jovem, bonita,
quem estará perdendo é o senhor, mas se escolheu este caminho,
seja homem e conte, não queira que ela saiba pelas bocas das
demais amanha pela manha!
— Não tenho coragem!
— Então sai pela porta e nos esquece pai, pois não sou filho
de um covarde!
— Não fale assim filho!
— Pai, tem coragem para sair com uma amante numa cidade
de 800 pessoas, e não tem coragem de falar com a mãe, isto é
mesquinho, covarde, e algo que ela não merece!
— Você sabia?
— As pessoas não me perdoam por coisas assim pai, mas a
pergunta é se posso falar para ela descer e falar com o senhor!
— Mas o que vou falar!
— O que todos vão falar amanha!
Peter deixa o pai sentado à sala e sobe.
— Paula, pode ir ao seu quarto um momento? – Mari.
— O que esta acontecendo mãe!
— Discuti com o pai, mas quero falar com seu irmão antes,
pode nos deixar um minutinho!
Paula sai com a cara de poucos amigos pela porta e Peter faz
sinal para que sente-se a cama.
— O que você sabe filho?
— O que a cidade fala, mas apenas o que tiram sarro de mim,
na escola!
— Já é publico?
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J.J.Gremmelmaier
— Mãe, a cidade não tem 800 pessoas, se um sabe, todos
sabem!
— Mas ele vai sair?
— Ele é cabeça dura mãe, mas o convenci a contar para você,
ele não vai o fazer, então eu vou lhe contar, pois não quero a
senhora sendo a ultima a saber!
— Então fala filho, nós e que tínhamos de estar cuidando de
você!
— Mãe, Marlene há muito tempo, dá bola a alguns homens na
cidade, entre eles meu pai, diria que ela já foi amante de uns 4
homens de uma cidade deste tamanho, sabe de quem estou
falando?
— A irmã mais velha daquele pirralho que veio ontem lhe
perturbar!
— Sim, ela mesmo, deve estar com 25 agora, eu diria que não
vale o cereal que come, mas o pai acha que é algo mais serio, ele
tem ficado com ela duas horas pela manha, pois tem entrado as 9 e
saído as 18, então não precisa ser adivinho que eles andam muito
junto, mas não acredito que ela queira ter um marido, alguém que
quer um marido não tem mais de um amante, mas eu deixaria ele
quebrar a cara mãe, e não o acolheria na manha seguinte!
— Fala como se não fosse seu pai!
— Mãe, ele escolheu o caminho, a senhora é linda, cuida dele,
se dedica a ele, pensei em dar espaço para ele ver o que estava
jogando pela janela e lhe leva ao covil da moça!
— Vi que nos abriu o domingo para sairmos, não esperava
isto, não é filho?
— Não posso ter vindo de alguém tão burro, ele lhe troca por
alguém que na sua idade, ele mesmo não vai olhar, não esta
pensando em Paula, a mana vai sofrer, ela é apegada a ele, e por
que, por alguém que o porá para fora pela manha!
— Mas se ela não queria ele lá, por que contou para mim, por
que a cena!
— Por que não sei mãe, posso até estar enganado, mas o que
sinto é isto, e raramente erro em algo vindo tão negativo assim,
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J.J.Gremmelmaier
mas eu se fosse a senhora desceria lá, o forçava a contar tudo,
receberia isto de cabeça erguida, e quando ele sair, deixa claro que
é a decisão foi dele, e que não estamos aqui para ouvir que ele se
arrependeu depois!
— Eu vou acabar gritando com ele!
— Mãe, tenta não, mas faz ele lhe contar, se ele não contar, a
senhora sabe, pois este será o assunto de amanha pela manha, o
lugar é pequeno demais!
— Mas e Paula?
— Eu falo com ela!
Mari saiu do quarto e desceu a escada, enquanto Peter entra
no quarto todo rosa de Paula, a menina o abraça e com jeito todo
especial pergunta.
— O que aconteceu Peter!
— Vamos ter de ser fortes Irmã!
— Por que?
— Por que a mãe vai precisar de ajuda, vamos ter de
bagunçar menos, sorrir mais, fazer as coisas de uma forma que
fique mais leve para ela!
— Mas por que Papai esta com as malas prontas, ele vai
viajar?
— Não, ele não vai viajar Paula, ele disse que vai deixar a
mãe!
— Ele não pode me deixar!
— Paula, sei que é difícil pra você, mas tem de acreditar em
mim, apoiar o pai, ou querer ir junto com ele, só vai deixar cicatrizes
maiores!
— Mas por que ele vai embora!
— Ele disse que não gosta mais da mãe!
— Mas por que?
— Isto, acho que nem ele sabe, aventura, não sei Paula, acho
que ele vai acordar do erro, mas só depois de ter perdido a mãe!
— Acha que ele esta indo pelo caminho errado?
— Sim!
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J.J.Gremmelmaier
— E por que não falou para ele, todos te ouvem!
— Eu falei, ele não me ouviu! – Peter senta-se na cama e
Paula apoia a cabeça em seu colo. – Acho que as coisas podem ser
mais simples quando somos crianças! – Deixou o corpo pender para
traz deitando na cama, com Paula se ajeitando em seu braço,
olhando para ele.
―Sabia que poderia acontecer isto, você fez o ritual!‖
―Sei, provoquei, mas não agüentava mais ver minha mãe
achando que ele estava trabalhando, e saber que não, saber que
quanto mais tempo, maior o sofrimento!‖
―Saindo da sombra, sabe que este caminho é sem volta!‖
―Sei coisas que não sabia antes, a quanto tempo não sentia
uma energia como aquela!‖
―Você já havia feito o ritual antes?‖
―O que achou, já que sentiu o que senti!‖
―Impressionante, absorver energia da terra, animais, plantas,
mesmo a lua lhe forneceu energia, impressionante pirralho, onde
aprendeu isto!‖
―Sabe que vai descobrir, estas portas que esta forçando são
apenas de lembranças fúteis, tem muito mais para abrir!‖
―Não tenho forçado muito, você tem razão, estou presa em
seu poder, lhe destruir é destruir o poder, mais tudo que esta
dentro, mas vejo que muito mais iria comigo, entendi hoje o que
Robert falou, que você fornece energia para a região, achava um
mito, sentia esta força na terra, mas como não tem assinatura nela,
achava ser das novas terras dos Navajo!‖
―Em parte são da terra, mas algo anterior aos Navajo, a tudo
que caminhava neste planeta!‖
―Parece alimentar suas energias no planeta!‖
Peter sorri e Paula fala.
— Esta falando com quem?
Peter olha para ela e fala.
— A ouviu?
— Sim, é uma senhora de idade avançada, mas quem é?
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J.J.Gremmelmaier
— A avó de Robert!
— Mas ela não morreu, a muito tempo?
— Não, ela vive em minha consciência, é uma forma
complicada de explicar de vida, mas possível!
―Como ela me ouve?‖
— Eu sou parte da família senhora, não lhe explicaram isto!
―Você sabe as regras de família, mas tem quantos anos?‖
— Cinco, mas Peter esta me ensinando a ler, para no ano que
vem entrar na escola já sabendo, ele me mostra aquelas figuras de
família, ele é um bom irmão!
―Você esta iniciando sua irmã, acha seguro?‖
―Antigamente não era, hoje em dia, era da tecnologia, quem
acredita em magia!‖
―Você, e todos que lhe cercam, mas é uma criança!‖
―Os Navajo, na idade dela, já lhe escolheriam o par para uma
vida no passado, tudo que ela faria e seria aceito vir dela, algo bem
mais pesado do que magia pura!‖
Paula olha para ele e falou.
— Ele não vai se despedir?
―Mãe, acha bom Paula se despedir?‖
―Sim, ainda é pai dela!‖
— Vai lá, mas não chora, tem de ser forte!
A menina desceu e Irene falou.
―Você fala com toda a sua família mentalmente?‖
―Não, meu pai nunca nem acreditou, o dom vem da família
dele, e ele não acredita, minha mãe diz que falo com ela desde
neném, eu não chorava, apenas na cabeça dela, e no começo
estranhou, Paula fazia o mesmo, se preparo minha irmã, é por que
sei o quanto esta cidade foi cruel comigo quando pequeno!‖
―Vi isto, sua leva de desventuras seria de escrever alguns
livros!‖
―Chamo aquilo de aprendizado, pois vida sem desventuras,
acho que em parte nem é vida!‖
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J.J.Gremmelmaier
Paula desce a escada com calma e olha o pai a porta, ele se
abaixa e fala.
— Filha, me dá um abraço!
— Não, vim dizer que concordo com Peter, você esta
escolhendo o caminho da aventura, da irresponsabilidade, este
sempre é o fácil, não gosto do que esta fazendo pai, e não vou dizer
ou fazer de conta que esta tudo bem!
— Mas filha, tem de entender, as vezes vocês não vão nos
entender, mas viverão algo assim no futuro!
— Talvez pai, mas não esquece, sair por esta porta é fácil,
voltar por ela, não vai ser fácil!
Paula sobe correndo a escada entra no quarto e abraça o
irmão e chora.
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J.J.Gremmelmaier
deveria ser um sábio, pois a maioria das pessoas nem saberiam a
tradução correta, você indicou o caminho preciso!
— Eric, nada naquele livro é preciso, cada pagina que vender,
vai dar trabalho de uns 100 anos a especialistas!
— Fala como se conhecesse o livro!
— Nem quero, como falei antes, mas agradeço, acho que sei
o que fazer com estes recursos!
— Nos mudamos na quarta, se puder passar lá e dar uma
olhada no outro livro, estou disposto a pagar por sua analise!
Peter sorriu, estava a conseguir os recursos para o que
pretendia, o senhor saiu e o menino mostrou o cheque para sua
mãe.
— Duzentos mil dólares, o que fez para ele, isto não é um
presente, é uma dádiva!
— Mãe, vou comprar as terras de meu avô com isto, e
reformar a casa!
— Mas por que?
— Sabe por que, Paula precisa de um futuro, você de uma
renda, e um quarto disto vou deixar no banco, é a faculdade de
minha irmã!
— E você?
— Este é o começo mãe!
O menino tomou o café e foi esperar o ônibus, chegou ao
colégio e Call perguntou.
— Estão dizendo que seus pais separaram?
Peter sabia que Call adorava uma fofoca, sentou-se no fundo,
as carteiras da sala de Peter era para duas pessoas, sempre os
excluídos estiveram sozinhos, cada qual em sua carteira particular,
mas Call estava a dividir a dele com Robert, e quando Peter chegou
ao seu lugar, viu o material de Caterine ao lado de seu lugar de
sempre, e após isto viu Paul entrar com Karine e olhou para Call e
falou.
— Agora tenho uma missão impossível amigo?
— Missão impossível, o que é impossível para você!
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J.J.Gremmelmaier
— Lhe arrumar uma namorada!
Call jogou o livro nele, os excluídos estavam crescendo, e
Robert chegou ao seu lado e falou.
— Minha irmã quer falar depois com você!
— Tudo bem, algo urgente?
— Não entendi, algo referente a um livro que ela comprou no
sebo, de Eric!
— Qual a chance de alguém achar os 3 mais antigos livros
descritos, em um sebo em nossa cidade!
— Beira o impossível!
— Sim, beira o impossível, mas garanto que ela deve estar
com a versão original do Livro dos Mortos!
— Como sabe?
— Se disser que ganhei nesta manha os recursos para
compras as terras de meu avô acreditaria?
— Seria incrível!
— Então é incrível, pedi para minha mãe fazer isto para mim,
pensei que demoraria 7 dias!
— Você energizou a cidade ontem, quando cheguei a minha
casa, senti a mudança, pode querer não assumir isto, mas é parte
da energia desta cidade!
Peter sorriu e viu Caterine sentar ao seu lado.
— Os excluídos estão precisando de mais espaço! – Caterine.
— Verdade, daqui a pouco estamos excluindo os demais! –
Robert.
Sheila entrou na sala e olhou para Peter, não sabia o que
fazer, mas depois ouviu a pergunta de Robert.
— Você viu a cara do Ronald?
— Não o vi, por quê? – Peter.
— Ele nem veio a aula, dizem que esta com o rosto inchado,
boca deformada, totalmente irreconhecível!
— O que posso fazer Robert, as pessoas não me ouvem!
Robert sorriu e Caterine olhou para ele como se não
entendesse.
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reencarnação, formula do ressurgir das cinzas, historia antiga que
será desmentida, historia de dois Faraós, e mais algumas coisas!
— Fala como se já soubesse fazer isto, não quer olhar?
— Sheila, este é um conjunto de 3 obras que podem vir a
sumir do dia para a noite, estava a falar com seu irmão, tem coisa
que beira ao impossível acontecendo nesta cidade, o que contou
para seu pai!
— Mostrei para ele, fomos a um especialista, ele confirmou a
data do documento, não deixei ver o livro, apenas uma folha, meu
pai falou que este livro é uma relíquia que bem vendida, pode valer
uma fortuna!
— Sim, e tudo que esta dentro dele some para sempre,
começo a entender!
— Acha que isto sumiria se vendesse?
— Todos os relatos sobre este livro, são fantasia, ninguém
que escreveu passou os olhos nele, e mesmo que o fizesse, não o
entenderia, sabe disto!
— Copta, a maioria se bate em ler pedras com 12 símbolos,
um livro inteiro, eles teriam anos de estudo para entender!
— Ou um fósforo para nunca entender, o mais provável!
— Do que estão falando? – Call.
— Algo complicado, lembra do que falei daquele livro para
Eric?
— Sim!
— Este é um livro que todas aquelas descrições se aplicam!
— De que livro esta falando? – Sheila.
―Falamos depois, não quero que saibam!‖
— Não vai responder ela? – Call.
— Na verdade uma enganação, Eric achou um livro que deve
valer uns mil dólares, e queria me vender por 20 e não achei justo e
inventei uma historia!
Caterine sabia que Peter estava mentindo, todos ali sabiam
disto, mas não sabia por que;
— Que livro? – Sheila.
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―The Magic of God!‖
— Um livro de historia antiga em Copta! – Fala para os
demais Peter que vê Carlos chegar perto e fala.
— O que fez com Ronald?
— Eu? – Pergunta ironicamente Peter.
— Sim, ele estava bem e de repente inchou, parece bruxaria!
Peter olha para ele e fala.
— Diz para tua irmã cuidar bem de meu pai, pois senão pode
acontecer com ela!
— Não mexe com ela, seu pirralho!
— Ela que mexeu com minha família, mas Ronald, ele vai
lembrar de ontem quando for beijar outra moça da torcida de novo,
ele não me ouve mesmo!
Sheila olha para Peter e fala.
— O que você fez!
— Eu disse que ele teria de ser honesto com você, que cada
beijo fora da relação lhe custaria 5 dias como os que vai passar! –
Olha para Carlos e pergunta. – Vai dizer que não falei!
Carlos ouve e sai com os outros dois.
Sheila ia mudar de assunto, mas ouviu em sua mente.
―Depois falamos do livro, depois!‖
Peter abraça Caterine e Sheila volta ao seu grupo, guardando
o livro com cuidado.
— Você estava a dizer que aquele é o real Livro dos Mortos? –
Robert.
— Sim!
— Mas como isto veio surgir aqui, nesta cidade?
— Sabe aquela baboseira de lei a atração, que fez alguns
ganharem dinheiro uns anos atrás!
— Sei, lei do pensamento positivo!
— Não funciona como eles falaram, mas é possível atrair as
coisas necessárias a algo, preciso iniciar sua avó nisto, e estou
atraindo!
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— Você esta atraindo para cá, pelo que entendi surgem na
cidade 3 dos livros mais ocultos da historia?
―Isto não é oficial!‖
―Esta a fazer isto para me provar algo, mas o que?‖ – Irene.
— Crianças, agora vamos voltar a assuntos mais normais, que
papo é este de os Excluídos serem invadidos assim, tenho medo de
multidões! — Fala rindo Peter.
Robert sorri e fala.
— Fazer o que! – Abraça Ângela e termina. – Temos membros
até em outras turmas!
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— Sei disto, mas quero passar no Eric ainda antes de voltar
ao colégio!
— O que esta acontecendo?
— Quando tentei atrair a solução não pensei que algumas
coisas ainda existissem, agora tenho de segurar as pontas!
— Você esta atraindo de volta?
— Sabe que sempre atrai, mas nunca para mim, acho que em
si posso ser responsável em parte pela ação do pai, mas não posso
recuar mãe!
— Acha que você que atraiu a moça para ele?
— Pode ser, mas somos donos de nossas escolhas, sabe
disto!
— Não esperava que ele nos traísse, mas este é seu pai!
Peter sorriu e falou.
— Calma mãe, ele volta!
— Quem disse que quero que ele volte!
Peter olha para a mãe, não precisava responder, engoliu uns
grãos, e saiu em direção ao Sebo.
— Peter, você por aqui? – Senhor James.
— Sim, vim falar com Eric e o senhor, o que faz aqui?
— Estava a fazer uma proposta de compra pelo negocio!
— Espero que faça uma oferta justo, senhor!
— Ofereci 50 mil!
Peter olha para Eric e fala.
— Se for vender, considere minha oferta, Eric, sabe que tenho
200 mil!
O pai de Sheila olha para o menino e fala.
— Tem interesse, sinal que pode ter algo valioso aqui, eu
cubro a oferta que ele fizer, volto amanha para falarmos Eric!
— Então até amanha senhor James!
O senhor sai pela porta e olha para Peter e pergunta.
— O que esta acontecendo?
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— Ele comprou o terreno, se não vender para ele vai lhe
desalojar, principiante!
— Mas por que?
— Por que o livro que vendeu para Sheila era mais valioso do
que o que me mostrou!
— Serio?
— Sim, então ele esta pensando em comprar tudo, mas
vende, sabe que ninguém ofereceria 200 mil pelo seu negocio!
— Forçou o preço para cima?
— Sim, mas antes de vender, vim lhe ajudar a tirar o
exemplar daqui!
— Por que?
— Tem gente vigiando o local, cuidado Eric, lembra do que
falei!
— Sim, mas não entendi como pode algo assim acontecer!
— Sei que não acredita em magia, Eric!
— Mas você acredita, Sheila acredita, e o pai dela acredita em
dinheiro!
— Sim, mas o que vou falar tem de ficar entre nós, existe 3
livros que em teoria existiam, em teoria, nunca havia conhecido
alguém que relatasse ter tocado neles, ―The Magic of God‖, ―Livro
dos Mortos‖ e ―Magic o Live‖, três livros que fizeram de tudo para
sumir com qualquer exemplar deles, não é uma questão de magia,
que os fez sumir, e sim de versão da historia, o livro que vendeu
para Sheila mostra como um Mestre, palavra que em hebraico é
Rabino, podia ressuscitar dos mortos, pode ser que não acredite ou
não faça idéia de como fazer, mas a simples existência de um livro
destes, faz com que Cristo se torne um homem, não um deus, tem
a formula da iluminação, tornaria os mantras do Budismo algo do
passado, é um livro de magia pura, algo que põem as pestes de
Moises como brincadeira de criança, mostrando que o poder dos
sacerdotes egípcios eram muito maior do que o que fala a historia!
— Mas como os três livros vieram parar em minhas mãos?
— Nem sei se esta com o terceiro, mas pelo jeito tem certeza!
— Você o descreveu, sei que traduziram com vida!
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J.J.Gremmelmaier
— Certo, este é um livro que eu não venderia, nem por toda a
fortuna do mundo, mas é seu!
— Por que?
— O que falei sobre o livro da morte?
— Que tinham magias como a de ressurreição!
— Sim, os egípcios idolatravam a morte, então o livro da
Morte, é de magia Branca, magia com interesses pessoais, mas que
não influenciam no mundo!
— E a da vida, prega o que?
— São as receitas dos Sacerdotes, contra os inimigos, foi
deste livro que se copiou aquele que você tem, se você vender este,
aquele perde valor!
— Esta a dizer que tudo que tem lá, tem neste?
— Sim, mas com uma crueldade maior, é a prova que Moises
foi Sacerdote no Egito, não foi alguém que veio a terra levar os
seus, já estava lá, aprendeu e copiou o que pode, mas muda todo o
fluxo de energias que regem as atuais crenças mundiais!
— Mas por que teme tanto isto!
— O que sabe sobre magia negra, Eric!
— Dizem ser magia do mal, como a dos curandeiros Navajo!
— Os curandeiros só sabem magia branca, nada de negra!
— Mas então por que são tão poderosos?
— Por que o bem vence sempre o mal, mas num mundo onde
ser mal é normal, este livro faz estragos imensos!
— Mas se eu quiser vender ele?
— Eu esperaria vender o outro antes, você tiraria o interesse
dele!
— Quer confirmar se é ele?
— Sim!
Um senhor entrou no sebo, não era da cidade, chega por trás
do menino e encosta uma arma e fala.
— Fica quieto menino, vocês tem algo que quero!
Eric olha para o menino e fala.
— Do que esta falando!
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J.J.Gremmelmaier
— Não sei, pode ser que James tenha posto uma escuta aqui!
— Esperto menino, mas queremos o livro!
— Acha que estaria aqui, iríamos a Los Angeles ver o livro!
— Acha que me engana?
―Ele é canhoto, inglês deslocado!‖
— Melhor entregar a eles Eric, mas não sei se eles nos
deixaram vivos, este senhor é Israelense!
— Israelense?
— Eu disse que os grandes iriam se mexer, para eles é o
reforçar ou acabar com a fé!
O senhor encosta a arma em suas costas e pergunta.
— Como sabe de onde sou!
— Não vai mandar seu amigo entrar, ele não é da cidade, vai
chamar a atenção!
— Yosef, entra!
— Mas e se não for o livro? – Eric.
— Eric, acalma e apenas mostra o livro!
―O preto, sobre a prateleira de cima!‖ – Fala na mente de Eric.
Ele abaixa-se e pega o livro e põem o grande livro sobre a
mesa, um livro com escritos em hebraico, poderia ser o suficiente,
mas não sabia quem estava as costas.
Yosef olha para o outro e chega perto, abre o livro, e fala.
— Isto é apenas uma bíblia, a senhor esta querendo nos
enganar?
— Não, este foi o livro que o menino disse que valia muito!
— O que você sabe?
Peter toca no livro, e ele muda de cor, os rapazes vêem a
capa virar de couro e o interior mudar as letras, e ele falar.
— O Livro da Vida, protegido dos olhos para não iniciados,
podem levar, não vale nada a quem não sabe o que fazer com ele!
Peter afasta a mão e o livro volta a forma anterior.
Eric ficou a olhar assustado para o livro e outro senhor que
não havia visto entra pela porta, e fala.
157
J.J.Gremmelmaier
— Bem esperto da parte deles, mas vamos levar o livro,
podem matar os dois!
Eric se assusta com a frase, Peter apenas sorri e fala.
— Bem idiota de sua parte, mas tudo bem! – Peter passa a
unha no balcão e tudo fica imóvel, olha para Eric, pega o livro,
põem na mochila, e saem pela porta, Eric esvazia os pneus do carro
dos senhores, e os dois saem enquanto eles voltam a porta.
— Fugiram sem o livro, por que?
— O menino deve querer algo, quem é aquele menino?
— Dizem ser um deslocado da cidade, viciado em livros, foi o
que o senhor James falou!
— Vamos ao colégio, vamos pegar o outro livro e nos mandar!
Eric olha para o menino e fala.
— Para onde?
— Para a escola, tem gente que é burro mesmo!
Pararam a frente do refeitório e Peter foi direto até Sheila e
falou.
— Temos de sair daqui!
Michael o empurrou e falou.
— Sai daqui fedelho!
Ele olhou para Sheila, esperava que fosse racional, mas ela
falou.
— Depois Peter, agora não!
— Isto não esta desenhado Sheila!
— O que quer dizer com isto?
— É minha desventura, não seu heroísmo que vai entrar em
cena!
Michael foi empurrar ele de novo mas ela se pôs a frente.
— O que quer?
— Seu pai é um idiota, contatou compradores em Israel,
acabamos de fugir do Sebo, eles iriam nos matar, posso estar
errado, mas eles vem direto a você, e estes covardes ai, não são
páreo para automáticas!
— Tem certeza disto?
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J.J.Gremmelmaier
— Sim, seu pai estava lá tentando comprar o lugar quando
cheguei, ele grampeou o lugar e ouviu o que eu e Eric falávamos,
temos de sair daqui! Agora!
— Mas e a aula?
— Quer entrar num caixão na aula de anatomia!
Carlos ia falar algo mas viu a menina ir ao armário dela, pegar
a mochila e perguntar.
— Mas saímos por onde?
— Laboratório, pois agora não nos deixarão sair mais!
Ela o seguiu e quando entraram na pré sala do laboratório, ele
passou para ela o livro que tinha a mão, ela pôs na mochila, Eric
estava a sair no sentido de sua casa, para pegar a estrada, viu que
o menino não estava brincando com a historia que contou.
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J.J.Gremmelmaier
Estavam saindo com 3 empregados pela porta do fundo, com
sua esposa lá fora, quando sente o corpo arremessado para fora, e
a casa imensa vir abaixo a suas costas.
O senhor ouviu pela ligação a explosão.
— Estes já nos livramos!
Mari olha assustada pela porta, pega a filha e sai pela porta
dos fundos, encostada no muro do fundo, sentou-se ao chão, viu
algumas pessoas entrarem na casa, subiram e reviraram o quarto
de Peter, quando desceram, ela ouviu em sua mente.
―Fica ai, ainda não é seguro!‖
Seguido a isto, ela ouviu algumas explosões e a casa pegar
fogo, Mari segurava a filha e pensou em que encrenca se metera.
O senhor James vê a casa ao lado também destruída, e liga
para o bombeiro, para o delegado seu amigo, para todos que
achava de confiança.
Os três aguardavam do lado de fora do Colégio quando o
mesmo foi cercado, cercaram também um grupo que comia no
posto a beira da estrada, e os mandaram todos para a delegacia.
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J.J.Gremmelmaier
— Não brinca, o livro da vida, mas o que tem nele?
— Todas as magias de defesa, Constantino usando uma cruz
descrita neste livro, venceu guerras, Moises amaldiçoou o Egito, e
colheu o fruto disto, mas isto é anterior a este caos!
— Não entendi?
— Estes dois livros juntos, são o segredo de uma vida, o
segredo de uma morte, mas temos de achar o terceiro livro!
— Terceiro livro?
— Sim, três livros, este não é o verdadeiro Magic of God!
— E como seria o verdadeiro?
— Se alguém soubesse, alguém o teria tocado, nem sempre o
que sabemos faz parte da historia escrita, dizem que alguns
chamam de 10 leis, foi roubado por Moises na saída do Egito, aquilo
que ele guardava na arca da aliança!
— Mas então esta de poder deles!
— Sheila, pense que Moises foi um sacerdote Egípcio, ele
aprendeu copta entre eles, mas mesmo ele não sabia decifrar as
pedras, ele inventou os 10 testamentos como tradução do que dizia
nas pedras, não estamos falando de um livro, estamos falando de
três pedras esculpidas, com 3 leis na primeira, 3 na segunda e 4 na
terceira, pedras de 60x90cm, espessura de 2cm!
— Esta a dizer que era o que estava escrito no que chamam
de 10 testamentos!
— Sim, mas isto não é lei de deus, e sim do primeiro mago,
mas sabe o que uma era glacial faz com vestígios de uma civilização
anterior!
— Tritura!
— Pense em 5 milhões de anos, em um recuo de tudo que
sabe, a terra os obrigando a se refugiar em poucos espaços, pois o
gelo toma o planeta!
— Esta falando que as pedras são de um tempo anterior a
nós?
— Não sei quem as fez, mas o pouco que sei, é divagação,
não existe na historia, nada antes da era do gelo que seja
inteligente, mas se existisse, o que teria sobrado?
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J.J.Gremmelmaier
— As três pedras, guardadas na câmara do rei!
— Sim, e roubada por Moises, ele sabia que ali estava o poder
do Egito!
— Sabe que não gosto de mexer com poder tão antigo!
— Sheila, a linhagem de sobreviventes esta em suas veias,
talvez seja das mais puras que existe!
— Nem tão pura assim!
— Muito mais do que acha, mas como falei estou atraindo, ou
ela vem a nós ou vamos ser levados a elas!
— Levados?
— A não ser que queira não ir!
Sheila sorri e pergunta.
— Como se atreve a amaldiçoar meu namorado?
— Ele vai aprender, nem que tenha de sofrer um pouco!
— Dizem que a menina ficou apavorada quando olhou para
ele!
— Se gostam de beijar sapos, é melhor ficarem mesmo de
olhos fechados!
Sheila sorriu e falou.
— E agora?
— Vamos voltar! – Peter devolve o livro ao cofre, e esconde
os demais na mesma casa, mas em 2022!
— Sabe que estou ficando assustada, você parece estar me
deixando para trás!
— Você vai ter tempo para correr atrás, eu talvez não! – Fala
secamente Peter a desenhar a porta ao ar, abre e saem na
antessala do laboratório, as salas estavam já vazias quando os dois
saem do prédio e James pai vai até a filha e a abraça.
— Onde estavam?
— Escondendo os livros, podem ser nossa carta de salvação!
— Eles foram presos, não vão mais fazer mal a ninguém!
— Como esta minha mãe senhor?
— Assustada, nossas casas não existem mais, tenho de lhe
agradecer o alerta, estaríamos todos mortos!
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J.J.Gremmelmaier
Peter procura com os olhos e vê a mãe e a irmã e vai até elas,
as abraça e fala.
— Estão bem?
— Assustadas, mas o que aconteceu?
— Ainda não sei mãe, sabe onde vai passar a noite?
— A tia Judite ofereceu a casa dela!
— Bom, sabe se o seguro vai cobrir?
— Não sei, mas tem muita gente querendo ajudar!
— Cuida de Paula que ainda tenho de descobrir o que
aconteceu!
Peter chega ao lado do carro dos rapazes e pega o livro e olha
para eles e o delegado o para.
— Peter, bom ver que esta bem, mas melhor não chegar
perto!
— Queria saber por que disto, delegado?
— Eles não falam Inglês!
— Falam sim, um deles disse para os outros dois atirarem em
mim e em Eric, no Sebo, que deve estar quase chegando em um
lugar seguro!
— Tem certeza?
— Posso falar com ele?
— É perigoso!
Peter sorriu e o delegado quis ver isto.
Sentado os três no banco de trás do carro, algemados,
esperavam que chegasse a ordem de soltura deles, e o Delegado
chega perto e fala.
— O menino quer falar com vocês, melhor se comportar!
O senhor falou algo em hebraico e Peter olhou para ele e
falou.
— Covarde!
O senhor resmungo outra palavra.
— Goyins! – Peter.
— Acha que me ofende!
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J.J.Gremmelmaier
O delegado sorriu e ouviu o menino falar.
— A sorte dos dois, é que o delegado não é um descendente
de Navajo, pois senão estariam amaldiçoados pelo resto de suas
vidas!
— Você é um Navajo?
— Não, sou descendente de Dinis, rei de Portugal, a família de
poder de onde todos os seus Judeus descendem, se acha que eles
são bicho, vocês para mim são ratos, mas ainda preciso de vocês,
para ler o Livro de Deus, ou como vocês chamam, as leis da arca da
aliança!
— E por que ajudaríamos?
— Não sei, podem achar alguma coisa que podem precisar, e
que um menino de 13 anos pode dar!
Peter toca em cada um deles e fala.
— A soltura vai vir com uma identificação que não os caberá,
mas é bom para pensarem!
O delegado vê os 3 ficarem com aparência maior, narizes
maiores, lábios mais carnudos, e olha para o menino e pergunta.
— O que fez?
— Delegado, em minutos terá uma carta de soltura, com
identificação, quer deixar mesmo estes três livres?
— Mas qual a afirmativa?
— Esta diante do cônsul de Israel em Los Angeles, quer dizer,
estava! – Ri Peter.
O cônsul fala algo em Hebraico, e Peter sorri, o delegado sorri
e manda os prender.
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J.J.Gremmelmaier
— Podemos os ver!
— Sim, através do vidro de identificação, pois achamos que
podem ser terroristas!
O rapaz da embaixada riu e foram a uma janela, onde
mostrava os três sentados, algemados, e o rapaz olhou o delegado
e perguntou.
— Foram estes os 3 presos no colégio?
— Sim, foram estes três, estou perseguindo outros 3 que
seguiram um morador da cidade, até Los Angeles, mas ainda não os
peguei, quem são vocês?
Os homens se olham e iam saindo da sala quando um
pergunta.
— Foi apreendido algo com eles?
— Isto é um inquérito fechado senhor!
— Delegado, não esta colaborando!
— São seu homens lá dentro?
— Não!
— É a colaboração que pede no papel, se querem mais
alguma coisa, parece que estão chegando mais 6 homens daqui a
pouco, estavam na entrada da cidade, pode ser que algum esteja
nesta lista, mas espero que não estejam, pois eles explodiram duas
casas na cidade, não gostamos de gente assim, e como um menino
falou mais sedo, vocês ainda tem sorte, poderíamos ainda ter um
delegado Navajo!
Os homens de retiraram e o delegado ficou pensando em
quem seriam aqueles senhores;
O escrivão falou.
— Mas os nomes batem com as identidades senhor!
— Sim, mas não com a aparência de quem esta lá dentro!
— O que faço?
— Põem eles na cela, e vamos esperar os demais!
— Acha que estarão na lista?
— Sim, todos eles, estes também estão!
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J.J.Gremmelmaier
O escrivão não entendeu, mas ordenou a transferência para
as celas.
Os rapazes trouxeram os homens, e foram sendo
reconhecidos e liberados, mas o delegado foi bem enfático, quando
o embaixador lhe falou.
— Bom ver que sabe o seu lugar, delegado!
— Sei, avisa o seu pessoal para não vir mais a cidade, pois a
recepção será diferente da próxima vez!
— Sabe que vai ter de os libertar, acha que ameaça quem?
— E quem disse que vamos prender da próxima vez, vai vir
tirar caixões senhor!
O senhor olhou serio e falou.
— Vou relatar isto!
— Relate, e relate o que eles fizeram se for homem!
O representante da embaixada foi falar algo, mas sabia que
se relatasse, teria que justificar, melhor deixar como estava, e
quando os demais foram embora o delegado viu o menino chegar
com a mãe para fazer o depoimento.
— Vai mesmo afirmar que ele mandou os rapazes o matar?
— Não quer os manter ai, delegado?
— Sim, mas sei que vou enfrentar alguns problemas por isto!
— Sabe que não, mas se quiser não relato!
O escrivão tomou nota, a mãe do menino assinou por ele, e
no fim pediu para falar com os dois.
O delegado perguntou.
— O que quer com eles?
— Preciso uma carona, sempre quis conhecer Jerusalém!
— Sabe que por mim não os soltava!
— Sei, mas aquele truque, só vai durar até amanha, então
melhor os convencer hoje!
— Sabe que vai ser complicado!
— Relaxa delegado, se quiser é só me acompanhar!
Os dois entram na região da carceragem e o menino vinha
com a bíblia a mão e fala.
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J.J.Gremmelmaier
— Sabe o que diz aqui?
— Os segredos ocultos do passado! – Falou o Cônsul.
— Não, aqui diz apenas que sou um Goyin!
— Então é apenas uma bíblia?
— Sim, achou que deixaria com vocês uma arma daqueles, a
destruí, obvio que a li primeiro!
— Você não pode saber ler aquilo, você é uma criança!
— Senhor, quero fazer um trato, você me leva a Israel e
mostro onde estão as pedras de Moises, estes livros são brinquedo
comparado a aquilo!
— E por que faria isto?
— Preciso ler o que esta lá!
— Ninguém jamais conseguiu decifrar aquilo!
— Vocês estão olhando as pedras errada, mas mesmo assim,
não é fácil decifrar algo tão antigo!
— E o que precisa em troca?
— Garantia de que não vão perturbar minha pequena cidade,
querem desmontar Los Angeles, tudo bem, mas não em minha
cidade!
— Você vive num fim de mundo, se quer que não
apareçamos, é um preço simples para você me mostrar onde esta
as verdadeiras pedras de Moises!
— Mas será da minha maneira!
— Não cedo a chantagem menino!
— Não uso de chantagem, não mando matar crianças, esta
me confundindo com alguém!
— Certo, faço de sua forma, mas como vai ser!
Peter olha para o delegado e pergunta.
— Me emprestaria ele um momento?
— Mas sabe que ele é perigoso, ou não sabe!
— Ele não me conhece Delegado Paterson, por sinal minha
mãe fez uma proposta naquele canto de terra encostado nas terras
de meu avô!
— Soube, o que vai fazer lá?
167
J.J.Gremmelmaier
— Eu gosto de terra, mas me empresta ele, sabe que amanha
teremos de o soltar mesmo!
— Sei, mas pretende fazer o que?
Peter tira a mochila das costas e fala para o Delegado.
— Não sei se gostaria de presenciar isto!
— Os deixo a sós!
— Faz companhia para minha mãe!
O delegado saiu e Peter pegou o caderno na mochila e olhou
para o senhor a sua frente.
— Tem espaço para um, quem dos três me acompanha?
— Sabe que vou ser eu! – O cônsul.
Peter desenhou o murro das lamentações, uma das poucas
imagens que tinha de Jerusalém a mente, olhou o senhor, passou
por ele, riscou uma porta na parede dos fundos da cela, e obvio que
o senhor arregalou os olhos quando o menino abriu a porta, o
senhor passou e ele fechou a porta atrás dele, estavam diante do
muro das lamentações, em Jerusalém.
O cônsul olhou para o menino e perguntou.
— Isto é uma miragem?
— Não, isto é magia, principiantes com armas de fogo!
O senhor ia sair da praça, mas Peter olhou para ele e falou.
— Não tenho tempo para passear senhor Cônsul!
— Vamos aonde?
— Dois lugares, primeiro pegar as pedras, segundo, câmara
de Deus!
— Esta a dizer que as pedras só podem ser lidas na pirâmide?
— Estou a dizer que elas não são o importante, elas são a
chave!
— Mas então de que me adianta isto? – O Cônsul.
— Não sei você, mas o que me importa é o que levo comigo,
o que os demais não conseguem tirar de mim, roubar,
conhecimento!
— Es uma criança muito diferente, sempre pensei que magia
não existia!
168
J.J.Gremmelmaier
— Fique em sua crença, que fico na minha!
— Mas pensei que iríamos aonde estavam as pedras?
— Aquelas copias não me interessam!
Peter pega o caderno e começa a desenhar o antigo templo
de Salomão, o senhor só vê quando o menino desenha os dois lá
dentro e vê como se mudassem de lugar, e estão diante de um
lugar que ele não conhece, olha em volta e fala.
— Onde estamos, como faz isto!
— Dentro de um templo, escondido numa curva de tempo,
fora do olhar dos ladrões e bandidos!
— Esta a dizer que estamos dentro do Templo de Salomão, o
que foi destruído?
— Sim! O que foi supostamente destruído!
O menino sobe pela entrada lateral, ainda estavam na parte
externa do templo, passam dentre colunas e entram numa sala, no
centro dela, uma caixa de madeira, o senhor correu a ela e quando
a tocou, foi repelido, afastado brutalmente.
O menino chega perto da caixa e a desenha aberta e o senhor
vê a mesma se abri sozinha, lá dentro três objetos, pareciam placas
metálicas, acinzentadas, brilhosas, o senhor chegou perto e viu as
três placas, três lados completamente lisos e um dentado, olhou
para o menino que confirmou com a cabeça que poderia tocar.
O senhor ergueu a placa e sentiu a energia correr por suas
mãos, não doeu, sentiu como se suas forças tivessem sendo
carregadas, a peça era leve, olhou para o menino e perguntou.
— Por que me trouxe, pelo que entendi, poderia ter entrado
sozinho aqui!
— Pois estou fazendo um acordo com o senhor, espero que
saiba o valor disto!
— E agora?
— O que conhece da historia do Egito?
— Dez mil anos, algo sobre um templo que os demais
insistem pela religião local atual, insistir que é uma tumba!
Peter desenha as pirâmides, a esfinge, mas sobre a cabeça da
esfinge, uma grande mascara de ouro, como a dos faraós, as
169
J.J.Gremmelmaier
pirâmides com uma cobertura do mesmo material das placas, o
senhor olha e pergunta.
— Mas quando foi assim?
— Antes da ultima era de gelo, 7 milhões de anos, senhor! –
Ele desenhou as florestas em volta, os grandes mamíferos, olhou
para o senhor e pediu.
— Me alcança uma e leva as outras duas!
— De jeito nenhum! – O senhor pegou a primeira, juntou a
segunda, quando tocou na terceira, sentiu-se arremessado a
parede, olhou para o menino e falou.
— Poderia ter me avisado!
— Não acreditaria mesmo! – Peter.
O senhor riu, pegou uma e alcançou para o menino, e pegou
as duas, e viu eles irem a um local que não existia, a imagem da
esfinge com aquela mascara que brilhava como ouro a sua frente,
era encantador, quanto ouro precisava para fazer aquilo, pensou.
— Muito! – Falou Peter.
— Vamos entrar!
— Não!
O senhor olhou em volta, estavam diante de uma cidade aos
pés das pirâmides, ruas estreitas, ele via os espectros de pessoas a
rua, e afirmou.
— Não são humanos!
— Goiyns!
— Não tem graça, o que são eles?
— Foram extintos por uma leva de primatas, vindas do sul,
dentro de 9 mil anos, expulsos do frio, não sabem o que é o mal,
vão morrer por isto!
— Mas não temos vestígios disto!
— Um dia estude a era glacial do planeta, entendera!
— Mas eles não nos vêem?
— Não, somos viajantes do tempo espaço, não podemos
interferir, mudaríamos a nossa historia, nem que quiséssemos
conseguiríamos interferir!
170
J.J.Gremmelmaier
Os dois param diante da grande pirâmide, e o senhor fala.
— Muito mais incrível assim!
— Sim, muito mais incrível!
Peter pega o caderno e desenha a casa da avó de Sheila e
puxa o livro pelo caderno e o senhor olha.
— Você o escondeu no caderno?
— Sim, a mão de quem sabe o pegar, longe de qualquer um
sem magia as mãos!
Peter olha para o senhor e abre numa pagina e fala.
— Este aqui! – Encaixa a placa que estava com ele, na base
da pirâmide toda brilhosa metálica a sua frente, lá no topo, uma
pequena pirâmide de ouro maciço completava a pirâmide, ele anda
até o meio da outra lateral, pede ao senhor a placa que esta a sua
mão direita, põem a parte dentada para baixo e encaixa na
pirâmide, foram ao terceiro lado, encaixou o terceiro, e andaram ate
o ultimo lado, o senhor falou.
— Mas temos 3 chaves, como vamos abrir!
Peter pega sua caneta e começa a desenhar uma seqüência
de símbolos no ar, o senhor recua diante de tamanho estrondo, vê
os 4 lados da pirâmide abrirem, ficando num ângulo de 90º com o
solo, e a que estava a frente do menino, pareceu formar uma porta,
ele pegou na fechadura, o senhor sentiu a energia que vinha da
pirâmide, pareceu que o menino tomara um choque, mas não
soltara a fechadura, os pelos de todo corpo de Peter se arrepiaram e
ele abriu a porta e fez um sinal para o senhor entrar, Peter fechou a
porta atrás deles, estavam em um grande salão, nas paredes estava
escrito em uma língua que não era copta, as leis de deus, paredes
de 44 metros de altura, 4 delas, escritas de cima a baixo e o senhor
falou.
— Estas são as leis de deus?
— Sim, as dez leis de deus!
— Mas parece ter muito mais que dez leis!
— Senhor, como é seu nome?
— Amenahem!
— Senhor Amenahem, o que sabe sobre as leis de deus?
171
J.J.Gremmelmaier
— As leis de Moisés!
— Este é o segredo que querem manter oculto, primeira lei,
como controlar toda matéria, um terço de uma parede destas,
segunda lei, como controlar toda a antimatéria, terceira lei, como
dominar o tempo, quarta lei, como criar a vida, quinta lei, como
cada tipo de vida funciona, suas programações, sexta lei, como
reduzir todo resto a energia, sétima lei, como prender o
conhecimento total em um simples núcleo de átomo, oitava lei,
como forçar um átomo a retomar a vida anterior, ou reencarnar,
deixar claro que não estamos falando de uma pessoa, estamos
falando de um universo, como o programar para ressurgir, nona lei,
regras para criar um Deus, como ele deve ser, décima lei, a magia
de deus!
— Esta a dizer que quem dominar isto, vira um deus?
— Não, para dominar isto, nem sei se humanos podem chegar
a isto, mas sabe que os poderes dominantes não pensam no futuro,
apenas no proteger sua inércia!
— Sabe que não deixamos testemunhas?
Peter ri e fala.
— Pensei que falava com um ser de palavra!
— Sim, mas isto é uma bomba!
— Acha que lhes mataram por que, vocês foram os ladrões
disto, a praga do roubo, caiu sobre seu povo, podem se achar
especiais, mas enquanto não devolverem isto, a praga será de
vocês!
— Acha que estamos amaldiçoados?
— Maldição se quebra, praga, só se os que a estabeleceram o
podem desfazer, mas sabe que eles já estão extintos a mais de
milhão de anos!
— Quem é você menino, não me parece interessado em ler as
paredes! – Eles conversavam enquanto Peter dava uma volta no
templo tocando as paredes.
— Perderia uma vida o fazendo, não pretendo, mas para mim
o saber que existe, já é o suficiente! – O senhor olha para Peter
gaguejar enquanto falava algumas palavras.
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J.J.Gremmelmaier
— Não quer este conhecimento?
— Olhe os símbolos, não é copta, é muito mais complexo,
precisaria de um texto deles traduzido para começar a fazer sentido,
senão seriam apenas símbolos sem significado!
Se o senhor conhecesse Peter saberia que estava mentindo;
— Mas como sabe então o que significam?
— Terá de ou aceitar ou duvidar, nada que possa lhe explicar!
— E o que contem nos livros?
— Algo bem mais primário, copta, magia branca, pragas,
pragas e mais pragas!
— Quer dizer que aqui teria o poder, lá a destruição!
— Se você tivesse esta proteção, isto é magia, é amor, é
positivo, não tem praga que pegaria sobre seu povo, para Moises ter
sucesso, teve de roubar isto antes!
— Mas como você sabe disto?
— Não acredita, eu tenho algumas coisas presas dentro de
mim, brotando, surgindo, desabrochando, acha que é fácil carregar
isto em silencio!
— Mas resolveu mostra para mim!
— Sim, pode tentar me matar, podem fazer como os cristãos,
os Árabes, e tantos outros, mas isto eles deixaram preso a matéria,
eles se extinguiram, mas de vez em quando, uma destas portas se
abrem e nasce um Newton, um Einstein, um Pitágoras, vocês
podem tentar deter isto, mas eles tem a eternidade, vocês, uma
existência!
— Mas Einstein era Judeu!
— Acredita mesmo que alguma raça é pura neste mundo,
somos evolução e é esta mistura que nos faz fortes, evoluímos
como espécie, pois nos misturamos, grupos fechados, morrem,
desaparecem, mas as religiões não aceitam isto!
— Mas somos descendentes diretos de deus, vocês são
animais!
— Um dia li um relato de um homem, que perguntava se
alguém chegasse ao planeta e se dissesse superior a nós qual seria
a nossa função, e a maioria concordou que lutar e sobreviver,
173
J.J.Gremmelmaier
destruir os invasores, se vocês se consideram superiores, vindos de
deus, nossa função é os mandar a seu deus, matar todos!
— Fala como Hitler!
— Qual a diferença do que ele pregava do que vocês pregam,
ambos se achando raças puras, você pregam isto e reclamam de
serem analisados pela mesma regra!
— Mas eles nos mataram aos milhares!
— Sim, e ainda pregam que a própria mulher de vocês é
inferior a vocês, não aprenderam nada, ainda vão sofrer pela
arrogância, mas não é isto que esta em jogo!
Peter olha para um senhor entrando no local, Amenahem vê
que o senhor vinha a eles, o menino disse que não poderiam
influenciar, mas se o senhor os visse, seria uma interferência, o
senhor pensou em matar o ancião, ficou no caminho do menino, o
ancião não o viu, atravessou ele e parou diante do menino e falou
algo, o menino lhe fez reverencia, e este lhe esticou um papel, o
menino o pegou, leu e o senhor viu o menino queimar o papel
dentre os dedos e lhe fazer reverencia, e falar para Amenahem.
— Hora de ir!
Os dois saem pela porta que haviam entrado, e as paredes
começam a fechar e voltar a forma única de pirâmide, o senhor
pega duas das placas, passa uma para o menino, e pega a terceira,
o menino olha para o desenho do templo e surgem lá.
O menino põe na caixa a que ele segurava e o senhor fala.
— Não vou deixar isto aqui!
— Eu estou voltando, não vai sair pela porta com isto à mão,
mas se quer ficar, o problema é seu!
— Não é justo, você me mostra e não me permite provar!
— Não fui eu que fiz as leis, reclame com seu deus!
— Eu não as quero deixar!
— A escolha é sua, sabe disto!
Peter desenha a caixa fechada e o senhor com as duas placas
as mãos vê a caixa fechar com uma das placas lá dentro, e fala.
— Não pode deixar terminar assim!
174
J.J.Gremmelmaier
Peter desenha o muro, e ressurge sozinho na praça, ouve a
reclamação do senhor, o vê no caderno a reclamar, ele olha para ele
e fala.
— Nada na fenda pode sair, não nesta fenda, acha que
fizeram replicas por quê?
— Mas não quero as deixar!
— Sabe que a escolha é sua, não posso fazer as pessoas
acreditarem, fazerem, posso apenas dar o caminho!
— Mas se quiser as deixar!
— Veja, solte-as!
O senhor as soltou, elas se tornaram translúcidas e
adentraram a caixa fechada, e se vê ele surgir ao lado do menino.
— Vamos voltar agora?
— Não sei, vai me matar quando voltar?
— Provavelmente!
Peter desenhou a delegacia e surgem lá um segundo depois
de entrarem e o rapaz falou.
— Não iriam a algum lugar?
— Fomos! – Peter.
O delegado voltava atrás e pergunta.
— Tem certeza que é seguro?
— Não, abre a porta para mim!
O delegado abre e ele sai, olha para os rapazes que voltam as
suas aparências.
— Acho que vai ter de ligar para aquele pessoal e dizer que
prendeu mais estes três!
O delegado sorriu e perguntou quando chegou a parte de fora
da detenção.
— Não entendi, achei que iria perguntar algo para ele!
— Não adianta, ele não sabe!
— Acha seguro os soltar?
— Temos saída?
Os dois se olham, o delegado pensa;
175
J.J.Gremmelmaier
— Não, mas vamos ficar de olho nele, não vamos Delegado!
— Vamos!
Peter sai com sua mãe, e vão a casa de uma tia, seu pai,
embora tudo se passou por volta do meio dia, apareceu lá apenas
depois das 20hs para ver se estavam bem.
Peter ouviu do pai que alguém havia feito uma oferta no
terreno e que iria vender, olhou para Mari e falou.
— Depois passo a sua parte!
— Não quero, aquilo era de seu pai, faça bom proveito do
dinheiro!
O clima estava pesado, Peter via nas lagrimas no olho da irmã
que ela estava tentando ser forte, mas não estava sendo fácil, sua
mãe estava uma pilha, ele exausto.
176
J.J.Gremmelmaier
O senhor James, revirou a mochila e pegou o caderno de
desenho e a caneta e falou.
— Vai me pagar esta arrogância menino!
— Sei que é vingativo, mas quando entregar isto a Amenahem
fala para ele, que considero quebrado o pacto, ele me afirmou que
deixaria minha cidade em paz, então colhera os frutos disto!
— Não sou pombo correio!
Peter olha para a mochila e pergunta.
— Algo mais?
— Não!
— Saiba que vou dar queixa do senhor por roubo e
intimidação senhor James, pode não dar em nada, mas vai ter de ir
lá perder tempo por este caderno!
— Acha que tenho medo de você!
— Deveria!
Peter passa pelo senhor e vê Mari a porta e ouve.
— Se este é o tipo de obrigado que esta ensinando a seus
filhos James, vou proibir sua filha de passar perto de meu filho!
— Por que só ela?
— Por que Robert você já soltou no mundo a mais de 10
anos, não é verdade!
O senhor sai com o caderno e Mari vai a imobiliária e confirma
a compra dos dois terrenos, em nome do filho, e seu marido só tem
conhecimento de quem comprou quando foi lá pegar o dinheiro e
assinar os papeis.
177
J.J.Gremmelmaier
— Não tenho problemas com isto, mas sabe que tem de ser
portar diante de sua namorada, uma surra, isto parece que até o pai
dela quer me dar, meu pai vai ficar bravo à tarde, a inteligência de
Israel vai ficar brava, não sei por que tantos estão querendo me
odiar!
— Vamos pelo jeito ter de fazer uma caça as bruxas!
— Verdade, seu pai vende aqueles produtos de bruxaria, será
que também vai o levar a fogueira!
— Desfaz isto e não lhe bato!
— Pode bater, já lhe disse, não tem antídoto, quer dizer, tem
um, mas terá que descobrir isto por si!
Peter olha para o rosto deformado, cheio de bolas saltadas,
boca caída, olhos inchados, e pensou.
―Será que ela teria coragem!‖
Sheila chega logo depois e afasta o rapaz e para a frente de
Peter e fala.
— Vai me devolver o livro?
— Sim, ou lhe pago os 16 dólares que pagou por ele!
— Parece que quer brigar comigo também!
— Seu pai me levou hoje cedo o caderno de desenho e lápis,
acha que o livro está preso lá!
— Mas ele pode atingir ele por lá!
— Só se alguém mostrar como, e souber fazer, você!
— Mas é um bom dinheiro!
— Sheila, não gosto disto, vocês não precisam de dinheiro,
seu pai nada nele, pisa os outros com ele, sabe disto, quer o que,
uma Mercedes nova, uma casa de praia de 10 milhões nova, pois o
que ele vai fazer com o dinheiro, nada, mas o livro não tem preço,
sabe disto, e vender para quem tentou o matar, dizendo que não
deixava testemunha, desculpe, burrice, mas se acha isto, bom
proveito!
Peter abre a mochila e passa para ela o livro, lhe dá as costas
e entra a aula.
178
J.J.Gremmelmaier
Sheila vê que Peter estava irritado, passava por problemas
muito piores que ela, separação dos pais, sua casa despedaçada, o
seguro não cobria atentados a bomba, para ele antes de entrar na
sala, e fala.
— Mas não posso brigar com meu pai!
Peter pega no braço dela, lhe olha aos olhos, passa por ela e
vai a sua cadeira, ela guarda o livro e vê Caterine receber o beijo
que era dela, e Robert passar por ela e falar.
— Melhor guardar isto melhor! – Apontando o zíper meio
aberto da mochila.
— Você também acha que não precisamos do dinheiro?
— Em 4 semanas lhe respondo isto!
— O que vai acontecer em 4 semanas!
Robert sorriu, sentou-se ao lado de Call e viu Peter pedindo o
caderno de Caterine emprestado.
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J.J.Gremmelmaier
— Sei, mas estava pensando em ir a lanchonete do seu pai
esta noite, mas precisamos de pedras de rio, madeira e fixar os 3
pontos!
— Por que isto!
— Quero que passe a você, ele precisa aprender Robert, ele
não cansou de pisar ainda, se vinga aqui o que é pisado lá em Los
Angeles, pois o que o faz rico aqui, é trocado lá!
— Não sei por que imaginei que iria querer fazer isto!
Os dois sorriem e reúnem os Excluídos.
Dividiram em dois grupos e fizeram dois cultos a terra, um no
estacionamento do supermercado e outro no do MacDonald, como
era o filho do dono fazendo, ninguém reclamou na lanchonete, no
mercado, ninguém nem viu, diante de um dia de semana no fim de
um mês.
Mas quando os animais se aproximaram na lanchonete, os
demais foram mantendo-se estáticos, e Robert sentiu de olhos
fechados à doninha a sua frente, abaixou-se e a tocou, a lanchonete
estava lotada de cães vindos da rua, gatos, ratos, baratas, muitos
insetos, os animais na cidade são mais sujos, mesmo em pequenas
cidades, como a deles.
Robert sentiu a diferença de o fazer a noite, a lua cheia
pareceu o encher de energia, no mercado Peter fazia a outra
purificação, e em sua mente passou os passos das próximas 5
noites, por que esperar, quando saiu de lá, seu pai já havia saído a
muito, se despediu do segurança e voltaram a lanchonete, onde
apenas os Excluídos comiam, pois os demais fugiram todos,
estavam sentados quando o Delegado chegou ao grupo e falou.
— Peter, tenho que lhe falar, tem uma denuncia contra você!
— O que fiz Xerife, desculpe, delegado!
— O senhor Ronald o acusa de intoxica-lo!
— E quando eu fiz isto?
— Domingo, precisava saber onde estava!
— Estávamos todos juntos nas terras que Peter comprou hoje,
Delegado, as antigas terras do avô dele! – Robert.
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J.J.Gremmelmaier
— Sim delegado, estávamos lá tomando banho de rio, viemos
a cidade já passava das 20 horas, que horas ele diz que se
intoxicou? – Caterine.
— Inicio da tarde, na reunião da torcida!
— Desculpe Delegado, mas não fui eu, ele sabe que sou
proibido de pisar lá, uma vez quando bem mais novo entrei lá por
engano, apanhei de ficar roxo, mas isto eles não contam! – Peter.
— Vou precisar averiguar, mas tem uma segunda denuncia!
— O que mais, Delegado?
— O senhor James, o pai de Robert lhe acusa de o ter
ameaçado!
— E por que o teria feito isto, ele falou?
— Não, disse que lhe havia encontrado logo cedo e o
ameaçou!
— Então isto vai dar inquérito senhor, pois ele me roubou um
caderno e mandou ficar quieto, ele ameaça todos na cidade, se quer
roubar crianças, e ainda as acusar de reclamar, vou ter de
responder!
— Sabe que não gosto disto, ele esta lá no clube de golfe
desde o fim das aulas, esperando alguém!
— Esta esperando o senhor Amenahem! – Peter.
— Mas para que?
— Delegado, não adianta falar, pois tudo foi por um livro, o
senhor o viu, eles haviam roubado dele, nos escondemos, ontem
não queriam pagar, e explodiram a casa dele e a nossa, hoje ele
esta lá fazendo o mesmo que faria ontem, mas a diferença é que
não morri, nem Eric, o resto, ele vai negar mesmo!
— Sabe que ninguém desafia ele!
— Sei, mas já que ele me acusou, vai ter de provar, senão é
calunia, eu não iria falar nada, já que não roubo livros ou cadernos
por ai, mas achei que ele ainda estava perturbado por ontem, mas
amanha eu passo lá com minha mãe!
— Sabe que não deveriam estar na lanchonete há estas horas
também!
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J.J.Gremmelmaier
— Sim, outra coisa, tem fotos que tiramos aqui mais cedo, e
vamos acionar a saúde publica, não pode acontecer coisas como a
que aconteceu hoje!
— Do que falam?
— Perguntem amanha para o resto, os que não conseguiram
ficar, os que vomitaram, os que vão acionar o Mcdonalds, que vai
acionar o proprietário!
— Mas foi grave?
— Tinha rato sobre a mesa lá dentro, baratas aqui fora, algo
nojento! – Fala Ângela.
— Isto é grave, tivemos também uma denuncia contra o
mercado, dizem que esta infetado de ratos!
Peter tentou não rir, mas o delegado viu o sorriso nos olhos
do menino.
— Espero que ele não diga que foi você Peter!
— Por 13 anos ninguém me viu, foi arranjar uma namorada,
virei culpado de tudo!
— Bruxinho, bruxinho, tem de cuidar de como faz as coisas! –
Riu o Delegado.
Peter terminou o suco de laranja, os demais se despediram,
deixou Caterine em casa e foi para a casa de sua tia, chegando lá o
seu pai o esperava a porta.
— Filho, temos de conversar!
— Algum problema?
— Sim, como conseguiu dinheiro para comprar as terras,
roubou?
— Não, todos os meus recursos são legais pai, mas o banco
sabe a procedência, não preciso lhe dar satisfação!
— Precisa sim, sou seu pai, o que é seu é meu!
— Estranho, a frase deveria ser o contrario, mas eu lhe
paguei pelas terras, então por mais que as queira de volta, eu
consigo o dinheiro em minha conta judicialmente se for o caso, e o
senhor que procure um novo comprador!
— Esta tão agressivo comigo, por que?
183
J.J.Gremmelmaier
— Acha fácil ter de ver uma irmã que ama o pai, ter de o por
para fora, ter de lhe dar a força que não se tem, ver sua mãe
chorando por alguém que deve na mesma hora estar deitado à
cama com outra, sem nem se preocupar!
— Ainda isto?
— Sim, ainda isto, foi ontem pai, lembra?
— Mas por que comprou algo que seria seu?
— Pai, quando o senhor vendesse, não veria a cor do
dinheiro, então não era meu, era seu, agora sim, meu, se tentar
algo para tomar de mim, nomeio minha mãe tutora da terras, mas
como quem comprou fui eu, com meu dinheiro, aquilo não entra na
separação de vocês dois!
— Não sabia que tinha uma poupança!
— E o que o senhor sabe de sua família ultimamente!
— Só queria ter certeza que não esta se metendo em
encrenca!
— Quem esta se metendo em encrenca é seu patrão, me
processando, ele me rouba e quer me processar, se o ver, diz que
aceitei a provocação!
— Eu não me meto em brigas que podem custar meu
emprego!
— Esqueci, mas amanha nos falamos pai, está tarde!
Peter entrou e Mari o esperava na sala, o sorriso de Peter a
desarmou e falou.
— Ele já querendo algo? – Mari.
— Ainda não mãe, isto vai ser depois de amanha!
— Andou aprontando!
— Sim, outra coisa, amanha vamos ver como reconstruir a
casa!
— Certo, mas não pode matar aula!
— Vou estar com você, sabe disto, mesmo que sentado na
sala de aula!
Mari sorri e abraça o filho.
— Deus me deu um menino de ouro!
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Peter a abraça.
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das paredes com a escrita das leis de deus, mas ele não sabe com
quem esta mexendo!
— Então foi isto que ele foi fazer lá!
— Lá aonde?
— Manac!
— Onde é Manac?
— A cidade dos Drols, Clorofilados para outros, a cidade de
mais de milhão de ano, ele tocou as paredes?
— Cada uma das 4!
— O sacerdote foi a ele?
— Sim, ele nem me viu, mas entregou um papel que o
menino leu e destruiu!
— E ainda quer brigar com ele, você que sabe o que quer,
não tem minha força para se manter aqui, você vai sumir, não é
uma grande perda!
— O que aconteceu, por que me perguntou se o sacerdote foi
a ele!
— Senhor, ele absorve pelo toque, se ele tocou as paredes,
ele já sabe as leis, se o sacerdote foi a ele, ele que os avisou do fim,
dizem os livros mais antigos, que um jovem mago, os avisou que
teriam um fim cruel, mas não avisou o como, e eles esconderam as
placas de poder da pirâmide, derreteram o ouro a deus, e
aprisionaram o conhecimento em uma linha genética de primatas,
para quando retornassem ao poder ter onde obter as informações,
eles nos criaram, o que os cientistas chamam de DNA, é um livro de
conhecimento universal, lá tem mais conhecimento do que
precisamos, somente eles poderiam ler o que contem no DNA, o
menino agora pode, ele aos 13 anos conseguiu o titulo de Mestre,
agora vai correr atrás do titulo de Mago, com ele tem como me
libertar, e salvar a própria vida!
―Ainda bem que alguém entende o que estou fazendo!‖
— Mas então por que o sacerdote ofereceu a ele o papel?
— Era uma negociação, se ele aceitava em troca daquilo os
salvar!
— Ele não tinha como dizer sim, por isto saímos de lá rápido!
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— Sim, a interferência dele lá, seria o fim de todos nós!
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— Acha que vale a pena fazer tudo de volta hoje a noite?
— Hoje vamos ser mais drásticos, senão vamos perder 10
dias!
— Mais drástico? – Ângela.
— Sim, alguém já ouviu falar da praga dos gafanhotos?
— Sim, quem não leu ou viu filme sobre isto! – Caterine.
— A praga pode ser dirigida, e pode ser de baratas, não
precisa ser de gafanhotos, mas a de gafanhoto também vai ser bem
vinda!
— O que vamos fazer? – Robert.
— Quero ver os negócios de sua família amanha, amigo!
Marcaram para o fim da tarde na propriedade de Peter, que
pela primeira vez depois da morte do avô adentrou a casa, abriu as
janelas, o pessoal ajudou a limpar, a casa era bonita, e limpa até
confortável, todos foram juntos ao local da primeira cerimônia, Peter
desenhou o livro e ele surgiu ali diante deles, flutuando no ar, não
estava ali, mas podia manusear e ler dali, começa a falar frases
estranhas, ele mentaliza as plantações da família dos James, os
depósitos de comida, de grãos, e abre a mão lentamente à frente do
corpo, apontando a oeste, e uma leva de gafanhotos começa a sair
de suas mãos, milhares, milhões, bilhões, trilhões, ele fecha a mão e
a nuvem toma o céu e sai a oeste, ele muda de pagina, pega o livro
e começa a desenhar, a panificadora, o hotel, o mercado da
estrada, o restaurante do clube de golfe, e começa a falar
novamente, Robert vê que o menino não estava brincando, no
restaurante do clube de golfe, todos vêem primeiro a leva de
gafanhoto passar ao fundo, escurecendo o céu, depois começam a
cair baratas, muitas baratas, elas saiam de todos os lugares, gritos,
correria, mais baratas, o senhor James olha aquilo e sabe de onde
vem, mas como provar, mexer em vespeiro, sem levar picada, é
raro, os compradores não apareceram no dia anterior, Sheila estava
no hotel, ela e a mãe a almoçar quando as baratas começaram a
aparecer de todos os lados, ela olhou as baratas próximas e estas se
desintegraram, mas eram muitas, a mesa delas era a única que não
tinha, pensa alto.
―Peter Carson, o que pensa estar fazendo!‖
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J.J.Gremmelmaier
O silencio lhe irritava, olhou em volta e levantou-se, os
hospedes da estrada pedindo a conta, saindo, gente fotografando,
filmando, seria mais um escândalo, o restaurante dos Mexicanos na
entrada da cidade começa a lotar, para uma terça, estranharam e
veio a informação que eram o único lugar ainda sem baratas,
estranharam a afirmação, o pai de Peter sabia que tinha mão de seu
filho nisto, era a hora de decidir em que lado ficaria, era um
covarde, mas isto Peter já esperava.
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J.J.Gremmelmaier
— Sou seu filho, mas as regras não são minhas, tem noção do
que vai acontecer?
— Não vou proibir eles de ir lá!
— Então não tem problema, eu concordo!
Mari olha para o filho e pergunta.
— E se ele não cumprir?
— O meu poder o absorve, passo a poder ir lá!
— Não faria isto com ele?
— Um dia lá mostraria que James é um santo!
Mari olha assustada para o filho.
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— Alguém esta assumindo parte de minha divida, estou
perdendo terras, o hotel, os mercados, os restaurantes, mas ainda
posso acabar com você!
— Senhor, não tenho nem o que falar, não posso fazer nada
pelo senhor! – Peter.
O delegado vê o senhor acertar o olho do menino, e o mesmo
deixar o corpo cair para trás.
— Senhor, isto é agressão a menor!
— E quem vai me processar!
Peter falou na mente de James.
―Eu!‖
— Este bruxo, ele acabou comigo!
— Senhor, vou ter de relatar isto!
— Relate, mas eu não vou deixar de defender o que é meu!
―Você tomou parte das terras deste desgraçado, esta tenho
de aplaudir, só minha filha para não ver que ele não presta‖
Peter é levantado por Robert, que olha para o pai furioso.
— E você, ache um lugar para morar, quer ficar do lado deste
daí, vai ter de se virar!
— Tem um espaço na casa de sua tia?
Peter sorriu e falou.
— Tem uma no hotel, não é mais confortável!
— Mas ele não vai me deixar ficar lá!
— Mas o novo dono vai, ele vai ter de pagar a diária a partir
de hoje!
Sheila ouviu isto e perguntou.
— E quem comprou o hotel?
— Não posso mentir, então melhor me omitir da resposta!
Robert sorriu, ele comprara, e Sheila perguntou.
— Vai nos despejar!
— Sheila, você e sua mãe são minhas convidadas, como seu
pai dorme com sua mãe, tem onde dormir hoje!
— Mas com que dinheiro comprou?
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— Se falar terei de matar todos, difícil foi passar o comando
do que esta em meu nome para minha mãe, senão não teria
comprado!
— Então faremos a reunião dos Excluídos onde?
— Na piscina do hotel, melhor que lá só no rio mesmo!
— Vai deixar-se contaminar pelo cloro da piscina? — Call.
— Fazer o que, para passar de ano tenho de entrar na piscina
do colégio, então por que não na de algo que passo a ter maioria
acionária!
Ronald olha para eles, estava achegar lá para ameaçar Peter
de novo e este olha para Sheila e fala.
— Coragem amiga, ele não agüenta mais!
— Mas é horrível!
— Sim, é bom para ele lembrar!
Sheila chega ao lado de Ronald e olha para aquele rosto
deformado, ele a olha com vergonha, ela fecha os olhos e o beija, a
transformação foi quase que imediata, e ela ao ver ele novamente
bonitinho o beijou de novo.
O grupo foi a casa da tia de Peter, e lá fizeram a reunião
inicial dos Excluídos, reunião que acabou na piscina do hotel, com
Mari e Paula brincando a piscina, e os demais a conversar.
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João Jose Gremmelmaier
Mundo de Peter
II
Os Espinhos
Primeira Edição
Curitiba / Paraná
Edição do Autor
2010
199
J.J.Gremmelmaier
Autor; João Jose Gremmelmaier
Editora Bookess
Nome da Obra; Mundo de Peter II – Os Espinhos
ISBN: 978-85-62418-37-2
As opiniões contidas no livro, são dos personagens, em nada
assemelham as opiniões do autor, esta é uma obra de ficção, sendo os
nomes e fatos fictícios.
É vedada a reprodução total ou parcial desta obra.
Sobre o Autor:
João Jose Gremmelmaier, nasceu em Curitiba, estado do
Paraná, no Brasil, formação em Economia, empresário a mais de 15
anos, já teve de confecção a empresa de estamparia, escreve em suas
horas de folga, alguns jogam, outros viajam, ele faz tudo isto, a
frente de seu computador, viajando em historias, e nos levando a
viajar juntos.
Autor de Obras como a série Fanes, Guerra e Paz, Mundo de
Peter, os livros Heloise, Anacrônicos, cria em historias que começam
aparentemente normais, mundos imaginários, interligando historias
aparentemente sem ligação nenhuma;
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Os Espinhos
J.J.Gremmelmaier
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Faziam dois meses que a casa de Peter havia ido pelos ares,
quando a reinauguraram, Mari e Paula estavam a entrar na casa com
novos moveis, e olham a casa ao lado, ainda em obra, os James vão
demorar para reconstruir a casa, também, era pelo menos 3 fezes o
tamanho da casa deles, subiram aos quartos e começaram a organizar
as coisas, roupas novas, tudo novo, estavam a arrumar as coisas
quando Mari vê o carro de seu antigo marido parando a frente da
casa;
Peter olha para ela e fala;
— Faz o que achar melhor!
— Não tem ainda caminho bom!
— Mas ergue a cabeça, você é muito mais que qualquer coisa
que ele falar ou fizer, sabe que recomeçar é minha especialidade! –
Peter;
Mari desce e Paula olha o irmão e pergunta;
— O que aconteceu, o pai vai voltar para casa?
— Acho que não, mas sabe como é, dinheiro muda as coisas!
— Nossa casa não mudou, por que nossa casa não
aumentou?
— Paula, a casa é imensa para 3 pessoas, sabe disto!
— Sei, mas não entendi ainda o que aconteceu, saímos do
anonimato a vitrine!
— Irmã, lembra que disse que garantiria seu futuro?
— Achei que estava falando para quando você crescesse!
— Sei que não cresci ainda, mas aos 13 posso começar a
entender o que falavam mas ainda sou uma criança, cresci no
tamanho, mas ainda falta muito para crescer por dentro!
— Parece mais adulto por dentro que o pai!
— Isto não é um elogio, você com oito vai ser mais adulta que
ele, ainda faltam 3 anos, mas que vai ser vai!
Paula sorriu e ajudou ele a por mais algumas roupas de sua
mãe no armário;
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J.J.Gremmelmaier
— Mari, vim lhe dizer que vou batalhar pela guarda de nossas
crianças!
— Sabia que não viria por outro motivo, dinheiro, mas
cuidado, deus pode lhe dar o que deseja!
— Sabe que tenho como cuidar bem deles, principalmente do
patrimônio que Peter acumulou, não entendi como, mas fez um
trabalho de mestre!
— Não gostei do que ele fez, mas ele diz ter um objetivo, não
duvido!
— Quando pensei que os James o estavam encurralando ele
mostrou que é um Carson de verdade!
— Veio só para avisar isto, ou algo mais!
— O juiz deve tomar a decisão amanhã, daí falamos!
— Se a idéia era estragar meu dia, conseguiu, muito bom
senhor Carson!
— Sabe que não é pessoal!
— Sei, mas cuidado, como disse, deus pode lhe dar o que
pede!
Mari fecha a porta e Peter fala;
— Calma mãe, sabe que ele vai vencer, o juiz é amigo dele e
dos James!
— Fala como se fosse certo!
— Não é, por isto pedi para passar tudo para os Navajo, ele
vai assumir a nossa guarda, a senhora, vai trabalhar como sempre
fez, mas agora por um dinheiro que será seu, e tocaremos nossas
vidas, e ele as contas!
— Não sei se dará certo!
— Calma, só falta a ultima transmissão de recursos, e não
terei mais nada em meu nome, amanha quando o juiz decidir, vou
ficar triste por Paula, apenas por isto, mas mãe, ele não sabe o que
esta pedindo!
204
J.J.Gremmelmaier
guarda iria para o pai, estava ele lá, com a amante, se fazendo de
casal perfeito, e Peter virou-se para o Juiz e perguntou;
— Espero que nunca sua mulher precise de ajuda, pois saiba
que de hoje em diante, ela tem a mim como aliado!
— Menino, o seu pai no momento representa uma família
melhor constituída!
— Sei o que esta fazendo senhor, mas uma prostituta para
criar uma menina de 5 anos não é certo!
— Ela não é uma prostituta! – Gritou o pai;
— Certo, o juiz quando foi com ela para cama pagou por que
quis, ela não cobrou!
— Sei que não é a favor do que esta acontecendo, mas vai
acostumar!
Peter abraçou a mãe na saída e falou;
— Cuida da casa, nós voltamos!
— Sei que volta, mas pode demorar!
Ele olha para o pai, abraça a irmã e entra no carro do senhor,
que foi direto ao hotel, quando chegou lá a senhora perguntou se
queriam um quarto, ele arrotou que era o procurador do dono, e
veio um senhor lá de dentro e falou;
— Algum problema aqui?
— O senhor esta dizendo que é procurador do dono!
— Que saiba o senhor Paul não tem procurador!
— Quem é Paul?
— O atual dono, comprou a semana passada, ou algo assim,
não sei qual foi a forma de negociação!
O senhor Carson olha para o filho e pergunta;
— O que fez?
— Dei o que era meu, se minha mãe não pode tocar, não vou
deixar esta ai tocar, torrar, acha que sou burro pai, mas a única
coisa em meu nome, deixa eu ver, não tenho mais nada em meu
nome!
— E as terras do meu avô?
— Doei a favor da reserva do rio Navarro, agora a terra é da
comunidade, assim como este hotel, os mercados, por sinal, acho
que amanha vai perder o emprego, depois de amanha, eles vão
205
J.J.Gremmelmaier
pedir a casa da moça ai, pois vão precisar, depois quero ver o juiz
dizer que você é melhor que minha mãe!
— Você não pode ter doado tudo!
— Pai, se vendesse teria de pagar imposto, considere que foi
um bom investimento!
O senhor pega o filho pelo colarinho e o levanta e fala;
— Vai ficar de castigo e se nunca apanhou na vida, hoje vai
apanhar!
Paula estava apenas a olhar quieta, e começa a gritar na
cabeça de Marlene, esta põe a mão na cabeça e fala;
— Faz ela parar de gritar!
— Ela não esta gritando! – Carson;
— Esta sim, eu ouço, faz ela parar!
Paula levanta os ombros e olha para o irmão que a abraça e
fala;
— Não se preocupe Paula, ela vai ficar bem!
— Faz ela parar! – Gritou Marlene;
Saíram pela porta do hotel e foram à casa da moça, que ouviu
primeiro o grito, depois o choro, depois muitos ruídos em sua
cabeça a noite inteira, Peter ficou preso no quarto, seu pai queria se
vingar do próprio filho e pediu apenas sanduíches para o café da
manha, depois carne assada, a noite refrigerante com salsicha;
Peter não comeu, e Paula olhou para o pai e falou;
— Se quer matar ele, esta no caminho!
— Eu não quero o matar, mas ele tem de aprender quem
manda!
— E quem manda, ela? – Pergunta a menina;
— Não vamos discutir!
— Pai, o senhor nos abandonou, pediu a guarda pois nem
olhou que ele se desfez de todo o dinheiro que ganhou, não
conhece seu filho, ele não ficaria com dinheiro sujo, se nem come
porcaria iria ficar com dinheiro sujo, não o conhece, quer se vingar
dele, tudo bem, depois quando ele morrer e vir a pegar no seu pé,
como seu pai faz, não reclama!
— Você ouve o seu avô?
206
J.J.Gremmelmaier
— Quem não ouve, ele lhe chama de traste, covarde, e coisas
que nem sei o sentido, o tempo inteiro, o senhor abandonou uma
terra produtiva para trabalhar para alguém que mal pagava um
salário digno, mas se quer este caminho pai, quem sou eu, 5 anos
querendo falar algo para você!
Paula começa a gritar na cabeça da moça, e esta começa a se
encolher de novo, e ele foi lá cuidar dela, e ele falou;
— Você não vai comer também?
— Não pai, sabe que isto não presta, se quer nos matar de
fome, esta no caminho!
A menina repetiu a frase e entrou para o quarto, um beliche
onde ela mal conseguia esticar a perna o irmão estava na parte
superior esperando ela entrar, seu pai havia confiscado os cadernos,
canetas e a menina chega com uma faca escondida a mão, Peter
sorriu, desceu e falou;
— Empresta um pouco? — Com três traços no chão a menina
sorri e fala;
— Voltando a ter um caderno e lápis! – Paula;
Peter pega o caderno de desenha uma barra de cereal, da
uma para sua irmã e pega uma para ele, figos e maças, leite de
cabra, queijo de búfalo, e os dois estavam sentados ao chão,
comendo, e a menina falou;
— Nunca pensei que o pai fosse assim!
— Eu o deixei bravo, entendo, mas quero ver se há amor
nesta relação!
— Ela esta ficando maluca!
— Para de gritar na cabeça dela, ela não tem culpa sozinha,
ninguém merece isto por muito tempo!
Paula sorri e fala;
— Você é muito bonzinho, estamos a um dia com o pai, e já
passa fome, e ainda pensa nele!
— Irmã, não me faz bem ter de concordar com o avô, me
deprime, e isto não é bom!
— Sabe que vai ter de me ensinar a fazer isto? – Paula;
207
J.J.Gremmelmaier
— Sei! – Peter ouve os passos do pai, põem as coisas
embaixo da cama e os dois sentados ao chão, olham ele entrar pela
porta;
— Peter, precisamos conversar!
— Entre!
— Não queria que Paula ouvisse!
— Desculpa pai, mas até minha mãe vai ouvir, sabe disto!
— Ainda insiste nesta maluquice!
— O que quer, que Paula não pode ouvir!
— Você não vai comer, vai adoecer!
— Enquanto não tiver comida, não como, sabe disto, acha
que me vence pai, eu morro por uma idéia!
— Você é teimoso como sua mãe!
— Não, sou pior, sou teimoso como seu pai!
— Acha que ganhou o que com isto?
— Com o que?
— Dar tudo que ganhou!
— Pai, amigos eu tenho, tenho minha mãe e minha irmã, isto
sempre foi o suficiente, não quero dinheiro, quero felicidade, mas
não entende, sua felicidade se compra, a minha não!
— Você jogou fora um patrimônio de quanto, 8 milhões?
— Vinte e cinco milhões, parte era a faculdade de Paula, mas
quando soube que você o torraria, dei, se ela não vai poder fazer a
melhor faculdade, não vai torrar por ai!
— Este foi o preço, vinte e cinco?
— Sim, o James iria vender por 12, eu consegui 25!
— E fez ele vender na pressa, abaixo do preço de mercado,
uma jogada de mestre, mas para que, dar tudo aos Navajo!
— Não, a idéia não era esta, mas tudo bem, adaptei a minha
realidade, um pai interesseiro!
— Mas eu saberia lidar melhor que sua mãe com isto!
— Saberia, me tiraria do comando, me tiraria o dinheiro, que
o senhor mesmo disse, foi uma jogada de mestre, não tinha
interesse em administrar pai, sabe disto, mentir para que!
— Você sempre foi inteligente, mas não pensei que fosse
capaz de jogar uma fortuna no lixo, foi burrice!
208
J.J.Gremmelmaier
— Não foi não, deixar você torrar seria uma burrice, sabe
disto, a cidade pararia dentro de dois anos, e você feliz a torrar em
algum lugar na Europa, sei o que fiz, e não me arrependo, pode
cortar minha comida, um dia terei de sair de sua prisão!
— Você é muito criança para entender!
— Se for para ver o mundo como você pai, melhor não
crescer, trair, roubar, apropriar-se, magoar, mentir, e se fazer de
amigo, desculpa, morro de fome, fico criança para sempre, mas este
tipo de adulto não quero ser!
— Me chama de mentiroso!
— Pai, mente principalmente para o senhor, mas como disse,
se acha ruim hoje, amanha, segunda feira, vai piorar!
— Você já esquematizou tudo, mas o que aconteceria se o
juiz decidisse por sua mãe!
— Na verdade ele poderia até decidir pelo senhor, o que seria
difícil pela lógica, mas ele nem olhou os papeis, já tinha acertado
com ele no dia anterior o resultado, mas com ele me entendo
depois!
— Vão acabar lhe queimando em uma fogueira filho!
— Pai, todas as pessoas que a igreja queimou na fogueira não
eram bruxos, se fossem, se alguém foi levado à fogueira e era
bruxo, apenas esperou as chamas queimarem a corda, e saiu de lá,
queimaram inocentes, eu não morreria numa fogueira, se estou
aqui, ainda é por lhe considerar como pai, lhe dar a chance de
tomar o caminho certo, mas pelo jeito, estou perdendo esta guerra!
— Sei que seus truques são com caderno, não os terá!
— Bom saber que não passarei de ano, pois meu pai é um
covarde!
— Eu não sou covarde!
— Esta me fazendo passar fome por que, não é para me tirar
as forças, por medo, por covardia, não acredito que seja por ser
ruim, pois mal não existe, é ausência de bem, então é covardia,
medo, ou como quiser chamar!
— Você vai acabar cedendo!
— Ceder o que pai, amanha os donos vão pedir esta casa, não
sou eu que o farei, eles vão lhe afastar da direção dos mercados,
209
J.J.Gremmelmaier
levantamento daquele desvio de mercadorias, que fez semana
passada, que vendeu por fora, isto ainda vai lhe dar um processo
criminal, e uma justa causa, quer dizer, sem direitos trabalhistas,
sem dinheiro, hoje passo fome, amanha, passaremos todos junto!
— Acha que vai ganhar o que com isto?
— Seu amigo vai perder o cargo de juiz da vara da família, eu
não pego leve pai, pois vai ter de explicar como deu a guarda a
alguém que deixa os filhos passarem fome, e o clímax disto pode
ser ruim, ou muito ruim, pois se for eu hospitalizado, por fome, eu
agüento, mas se for Paula, vai me pagar cada sofrimento dela, com
sangue, poderei pedir isto pai!
— Você me põem medo, como pode falar isto com ela perto!
— Paula é como eu, mas com alguém a ensinar, não como o
senhor me deixou, abandonado ao destino, a humilhação!
— Você esta fora de controle filho, vou lhe mandar a um
psicólogo!
— Pai, não gasta dinheiro que não tem nesta hora!
— Mas você esta precisando!
— Eu vou, você paga, ele diz que sou normal, como uma
crença em magia, coisa de criança, e volto para casa, mas se o
senhor for, eles lhe internam!
— Não entendo o que quer?
— Sabe o que queremos, estávamos lá felizes, foi lá para
acabar com isto, prazer em fazer alguém que lhe fez feliz triste,
alguém que sempre cuidou de você, por que, por uma vadia!
— Ela não é uma vadia!
— Pai, ela é uma vadia, não é do mal, mas pessoas como
James, seu amigo Juiz, o pai de Ronald, e você a fizeram o que ela
é, sabe disto, ela não tem saída, o que ela vai fazer da vida depois
que foi abusada por James, que foi usada pelos pais para ganhar
dinheiro, que viu a cidade, esta imensa cidade a taxar de vadia, e
você, o que esta fazendo para ela superar isto, esta trazendo o prior
pesadelo de uma relação para dentro de casa, acha que sou fácil,
acha que ela vai resistir quanto tempo ouvindo os sentimentos de
Paula a cabeça, deveria estar cuidando dela, esta pensando em
dinheiro, Marlene é muito mais gente que estes seus amigos,
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J.J.Gremmelmaier
alguém sofrida, quando falo que ela é uma vadia, é pois esta cidade
a fez assim, não é por que assumiu ela que os demais não passam a
mão nela a rua, ela tenta evitar, mas fazem para dizer, você pode
ter achado um homem, mas ainda é a vadia da cidade, o pai dela, a
pôs para fora pois não entraria mais os programas com os clientes
do restaurante, se para o senhor vai ser difícil, para ela é bem pior!
— Não gosto disto, mas o que posso fazer!
— Você nada, é um covarde!
— Avisei na escola que amanha vai faltar, não vou lhe facilitar
filho!
O senhor fala olhando para Paula;
— Boa noite filha!
— Só se for para o senhor!
O senhor sai bravo pela porta;
Peter olha para a irmã e a dá a mão, e fala;
— Pelo jeito temos uma missão antes de voltar para casa!
— Como vamos dormir?
Peter desenha uma estante de livros, e esta se materializa no
pequeno quarto, desenha o livro com um símbolo engraçado e fala;
— Tranca a porta, irmã!
A menina correu a porte e a trancou, embora nem fosse
necessário, Peter puxou o livro e um quarto espaçoso se abriu por
trás da estante, uma cama espaçosa, a menina pulou na cama e
sorriu, ele deitou, esticou a perna, ela dormiu em seu braço, as
paredes eram grandes vidraças com a imagem do mar lá fora;
212
J.J.Gremmelmaier
— Que bagunça?
— Como você faz isto?
— Depois ensino você, se vai fazer meu pai feliz, tem de
saber o defender!
Marlene sorriu e seguiu as crianças;
— Este quarto mal cabe os dois, seu pai esta exagerando
menino!
— Entre Marlene, mas tem de saber uma coisa antes de
entrar!
— O que Peter, o bruxinho da cidade!
— O que viu, na arrumação, é um presente, mas não para
todo dia, o esforço do caminhar é uma dádiva, os braços para fazer
as coisas, a inteligência, algo maior, mas nem todos os dias serão
como hoje!
— Certo, não usa magia no dia a dia, apenas um dia especial!
— Sim, mas tenho usado para prover o melhor a minha irmã!
Peter faz sinal para as duas sentarem e a moça fala;
— Seu pais não tinha tirado os livros do quarto?
— Tinha, e vai tirar de novo, de novo, até se cansar!
— Certo, mas vamos brincar do que? – Marlene;
— Correr para o mar! – Peter olha para a irmã e pergunta. –
Acha uma boa forma de matar aula?
— Ótima! – Sorri a menina. Peter puxa o livro e a moça vê se
abri o quarto, sabia que aquilo não caberia na pensão que estavam,
olha para o menino fechar a mesma parede após entrarem, vai a
grande janela de vidro que abria para uma varanda de madeira, e
uma escada para a praia, estavam na enseada de Navarro, Marlene
olha para o menino e fala;
— Obvio que não faz isto todo dia?
— Não, deveria estar em aula, aprendendo, evoluindo, mas
não acho justo nós três ficarmos trancados, ou acha!
— Esta lindo o local, tão próximo, e tão distante para mim!
Peter estica a mão para a irmã e fala;
— Vamos aprender um pouco?
— O que vai me ensinar hoje?
— Lembra como é coiote em Navajo?
213
J.J.Gremmelmaier
— Coiote? – A menina põem a mão na cabeça — łééchąą'í?
— Não, isto é cão, não coiote! – Fala Peter;
— Então é ma'iitsoh!
— Sim, agora conte ate cinco em Navajo!
— Łáá'íí, Naaki, Táá', Dįį', Ashdla'!
— Ótimo, esta ficando boa nisto!
— Agora posso brincar?
— Pode, sabe que lhe quero mais poderosa que eu!
— Sei! – Paula sai correndo pela praia;
— Você a esta ensinando a tradição dos Navajo?
— Sim!
— Nunca entendi, os Navajo não são da região, como tudo
começou?
— Na verdade eles nem vinham a estas terras, a avó de uma
amiga, ela se sitiou na região, dizem que foi expulsa ainda jovem do
que eu chamo de nação Navajo, ela se situou em uma terra e
aplicando os conhecimentos dos rituais do povo, atraiu para o local
alguns dos seus, no começo vieram velhos, depois vieram outros,
ela conta que vinha por terras desconhecidas, beirando a costa,
quando um senhor falou que estava na enseada do rio Navarro, ela
achou que eram os deuses lhe dando o caminho, ela subiu o rio e
encontrou um índio Cocopa, os dois estavam sem terras, mas
estavam a buscar ouro na região, ele veio atrás de mudanças, saiba
que esta união não seria aceita para muitos descendentes Navajos,
mas o rapaz começou a trabalhar para os James, que tinham uma
das concessões de exploração de ouro, juntou um dinheiro e
compro as terras que chamam de reserva, mas que não tem nada a
ver com a reserva federal do rio, mas como as pessoas não sabem a
historia, acabam assemelhando o nome do rio a eles, mas nada tem
a ver!
— E você, como entrou nesta historia?
— Tenho uma amiga especial, ela acha que se livrou de mim,
mas nossas historias, se tiverem futuro, ainda vão se cruzar muito!
— Fala da menina dos James!
— Sim, e você, como veio parar aqui?
214
J.J.Gremmelmaier
— O sonho americano, ou pesadelo, depende em que família
nasce!
— Precisa aprender a se defender Marlene!
— Sou fraca, sempre escolhi o caminho aparentemente mais
fácil, hoje estou com pouco estudo, uma reputação que não vai me
levar a uma empresa da região!
— Não quer tentar?
— Ainda tem seu pai, ele não quer me ver exposta!
— Mas não pode lhe manter presa!
— As poucas vezes que saímos, ele acabou brigando, como
ele não vai brigar com os poderosos, sobra sempre para mim!
Peter olhava a irmã brincar e olha para uma gaivota, faz um
pequeno ruído e a moça viu a gaivota vir a sua mão direita, como
andam em casais, esticou a esquerda e a companheira veio também,
as duas se olharam e para o rapaz, e voaram novamente;
— Mas por que cultura Navajo?
— Culturas antigas, os relatos de um mundo que a muito
deixou de existir!
— Como assim?
— As lendas antigas, nos remetem a descendentes em
comum, os Navajos são o que trás a cultura desta região, cultura
tão antiga como a dos Gregos, ambos tem relatos de uma terra que
foi inundada entre os dois continentes!
— Atlântida?
— Alguns chamam assim, mas o ultimo vestígio tecnológico
antes do fim da era do gelo, alguns dizem que eles afundaram, mas
pense, os mares eram mais rasos, pois estamos falando do oceano
atlântico a 2 mil metros abaixo do que esta hoje, continentes que
não tinham a altura que tem hoje, pois sem o peso das geleiras,
estão a subir um pouco ainda, eles não afundaram do dia para a
noite, isto é lenda, eles foram perdendo espaço, terras, e obvio,
migraram!
— Você vê as coisas diferentes!
— Desculpe, sou chato às vezes!
— Queria ter estudado, mas o que não estudei, hoje vejo a
falta que me faz!
215
J.J.Gremmelmaier
— Não sou muito bom em ensinar, mas ajudo!
Paula veio correndo aos dois e falou;
— Não vão aproveitar, o dia esta ótimo!
— E a água deve esta muito gelada!
— Isto é verdade, mas não é você que diz que o mar lhe liga
ao mundo?
Marlene acompanhou o rapaz ate a beira do mar, tiraram os
calçados, e pisaram ao mar, estava gelado, o menino tocou o mar, e
o que a moça viu foi de assustar, uma grande onda se formou ao
mar, a praia estava vazia, Peter olhou para a onda como se visse
além de uma onda, e esta se desfez como apareceu, as gaivotas
pareciam todas em sintonia com o menino, depois foi dois golfinhos
que se aproximaram, Marlene ficou impressionada, todos falavam
que o menino era um bruxo, mas o que ela viu foi mais que isto,
alguém a quem a natureza respeitava e falou;
— Você não vem todo dia a praia!
— Não, se me vissem fazer isto, teriam medo, as pessoas tem
medo do que não entendem!
Ele sentou-se a areia e a moça sentou-se ao lado dele,
enquanto Paula corria para todo lado, acompanhada por gaivotas;
221
J.J.Gremmelmaier
— Não, mas ainda estou tentando que alguém alugue!
— Eu vou locar, faz o mesmo contrato de 6 meses, mas vou
precisar de uma carência lá, pois vou ter de investir lá!
— Vai fazer o que lá!
— A senhora Marlene vai abrir uma loja de velas e artigos de
bruxaria ali, um ótimo lugar para isto!
— Bem que me disseram que hoje seria um bom dia para os
negócios!
Peter sorriu e ele e as três saíram a rua, passaram por um
senhor que falou;
— Marlene, qualquer dia mostro para aquele paspalho como
lhe possuir!
Peter olha para o senhor e fala;
— Coitado, isto ai não sobe nunca mais!
O senhor olhou assustado para o menino, e saiu as pressas;
Compraram panelas, vários tipos de ervas, perfumes, glicerina,
e outras coisas, compraram gesso, plásticos para molde, uma
porção de coisas, e voltaram a pensão com um amontoado de
sacolas, as coisas estavam a sala, Peter com a ajuda de Marlene,
arrumaram as coisas na cozinha, tinham chego a meia hora quando
uns senhores entregaram madeiras para eles, Marlene viu o menino
fazer uma armação que isolava a sala de todo o resto, pregou as
tabuas, sala e cozinha estavam isoladas de tudo, ele pegou uma
tinta e com a ajuda da irmã e madrasta pintaram de branco as
paredes de madeira, e depois disto, Peter desenhou uma grande
porta, que dava a outra metade da sala, uma sala com TV, grandes
sofás e uma sacada que se via para fora, mas em nada tinha a ver
com a sacada anterior, a direita desta porta, ele desenhou uma
onde se via o corredor ao fundo, e a entrada de outras 3 portas, o
banheiro ao fundo, e os dois quartos, e do outro lado, um escritório
e biblioteca, a senhora olhou aquilo adentrando as peças e falou;
— Isto sim é incrível, uma casa dentro da outra!
— E para devolver no estado anterior, é só tirar a armação!
Marlene sorriu e Peter olhou os azulejos da cozinha,
quebrados, ela viu os mesmos se tornarem em quadrados menores,
e as paredes começarem a se remendar, o encanamento desentupir,
222
J.J.Gremmelmaier
surgir geladeira, fogão novo, e a grande mesa ao centro da cozinha,
ajeitaram a cozinha, e Peter estava a ensinar Marlene o significado
de cada planta, o que cada cheiro despertava, cada essência, tudo
não era só magia, tinha muita técnica, ele mostrou para ela como
fazer as formas, primeiro modelou em gesso, depois pois na
geladeira o molde, esquentou placas de alumínio, e pressionou
sobre o molde sobre a grande mesa, cortou as pontas e ela viu se
materializarem os moldes em formatos estranhos, como rostos de
indígenas, em forma da estrela de Davi, e muitas coisas, quando as
fôrmas ficaram prontas, ele fez com ela a primeira leva de velas, ela
anotou tudo, enfornaram algumas e quando tinham uma leva pronta
ele falou;
— Marlene, tem as que vão vender, e as que tem poder, duas
coisas diferentes, uma sobrevivência pelo trabalho, outra, magia!
— Fala como se tudo que falou não valesse?
— Algumas coisas, sim, mas com o tempo você vai ver a
diferença!
— Sabe que estou com fome!
— Então vamos arrumar esta bagunça, ainda não acabou o
dia!
— Não acabou?
— Sabe que não, acha que meu pai vai reagir como a esta
idéia?
— Estava a pensar nisto, mas ele não queria formar uma
família!
Fizeram algo para comer e saciaram as fomes;
Peter sorriu e os 3 foram a sacada que existia para os
habitantes daquele quarto;
— Marlene, amanha vamos começar algo bem mais
trabalhoso!
— Acha que aquela casa agüenta?
— Agüenta, mas como não estarei com vocês amanha, quero
que conheçam o lugar hoje!
Os três desceram e o senhor barrou o menino e falou;
— Vai acertar quando?
223
J.J.Gremmelmaier
Peter alcançou o cartão do banco para o senhor e este passou
na maquina, ele digitou a senha;
— Quero recibo disto!
— Vou providenciar, sei que vai reformar, mas se puder não
fazer muito barulho!
— Mais umas horas e estará do jeito que quero, tem a chave
da esquina?
O senhor abriu uma gaveta, perdeu um tempo e depois
alcançou a chave para o menino;
A casa da esquina, tinha as paredes rentes a rua, um telhado
que subia em três águas, encontrando-se junto a parede do vizinho
a mais de 12 metros do chão, as telhas estavam pretas de sujeita,
tinha duas portas de aço, na rua da pensão, e duas numa rua sem
saída ao lado, e bem na esquina, uma porta grande de madeira
escura, aquilo foi uma casa de moveis rústicos, Peter abre a porta;
A sujeira tomava o lugar, se via as telhas quebradas, teto alto,
se via a parte elevada que tinha o escritório do local, o local todo
aberto, Marlene olhou aquilo e falou;
— Tem certeza de que vamos se instalar aqui?
— Absoluta, o lugar é perfeito! – Paula;
— Perfeito para morrer! – Marlene;
— Marlene, algo com magia, eles acham que tem de comprar
em um lugar destes!
— Nisto é verdade, poderia dizer que alguns vampiros se
esconderiam aqui, se não tivesse os buracos nas telhas!
Peter sorriu e falou;
— Vampiros não viveriam perto de mim, Marlene, então não
se preocupe como meros imitadores de morcego!
— Falando assim até parece que eles existem!
— Marlene, magia é coisa de Hollywood!
Marlene sorriu e perguntou;
— E vamos abrir quando?
— Tem toda à parte legal, vai demorar mais do que ajeitar
isto!
Peter pegou o caderno e desenhou o lugar limpo, as telhas
consertadas, iluminação nova, desenhou as vitrines, os balcões, o
224
J.J.Gremmelmaier
setor de doces, o setor de roupas, e principalmente, o lugar de
venda de velas e porções, desenhou bruxas penduradas ao ar, em
suas vassouras, o luminoso para fora, os vidros limpos, as
estruturas que surgiriam no dia seguinte, a grande bruxa em fibra
de vidro que estaria sobre o telhado, e o grande letreiro com o
nome, ―Marlene – Produtos de Magia‖, mas ele olhou para ela e
falou;
— Acho que agora vamos a parte difícil!
Paula pegou na mão de Peter e falou;
— Estou com sono!
— Sabia que seria assim, mas já vamos dormir!
Marlene olhou para dentro, não era mais o mesmo lugar, e
pensou em como poderia tocar aquilo e perguntou;
— Sinto que quer algo, Peter!
―Eles vão ter medo de você, Marlene, quero ver eles no lugar
de mexer com você, quero os ver atravessar a rua para não serem
amaldiçoados!‖
— Não sei se quero assim!
―Quando lhe respeitarem, você escolhe o caminho!‖
Marlene olha para a menina e sobem ao quarto, e se deparam
com o senhor Carson sentado a porta e fala;
— Acha que foram onde?
— Dar uma volta, ou por acaso somos prisioneiros!
— Estava de castigo, sabe disto!
— Não foi isto que perguntei, pai!
— Acha que esta de férias?
— Não, matando aula por que o senhor resolveu isto, a
diretora ligou no meu celular logo cedo, perguntou por que não fui,
e falei que o senhor não me deixou!
— Como se atreve me desmentir!
— Quer que minta para que sua versão seja aceita, desculpa,
nisto sou ruim!
— Você vai ficar de castigo mais um dia! Acha que vou ceder
as suas manhas!
— Não, me deve 1200 de alugueis atrasados, e vou cobrar!
— Mas como vieram parar aqui em cima!
225
J.J.Gremmelmaier
— Pai, enquanto estava a beber, este cheiro é de cerveja, tem
um pouco de vodka ai também, estávamos sendo despejados, mas
queria o que, que deixasse Marlene passando vergonha à rua
enquanto bebia!
— Não vai fazer com ela como fez com sua mãe!
— Pai, se não cuida da casa, alguém tem de cuidar, vamos
entrar, corredor não é lugar para discussão!
— Você não acha que vou aceitar que torre seu dinheiro, com
luxo, se vai gastar dinheiro, vamos a um lugar melhor!
— Pai, Marlene pagou o aluguel por 6 meses, se quer ir a
outro lugar, nós estamos cansados, e amanha, eu vou a aula, e o
senhor, vai acordar cedo e achar um emprego!
— Sabe quem puseram no meu lugar?
— Poderia mentir e dizer que não, mas foi minha mãe, sei
disto, e olha que vai administrar muito melhor!
Peter abre a porta e o senhor entra, obvio que aquilo não
cabia no prédio, e falou;
— Sabe que tem de entregar como alugou!
— Sei, mas isto vejo em 6 meses quando Marlene comprar a
casa que vocês vão mudar!
— Eu não vou deixar ela voltar a trabalhar!
— Pai, ela vai trabalhar, mas não como antes!
— Mas sabe bem o que vai acontecer, esqueceu?
— Depois falamos, deixa eu por Paula para dormir, este dia de
compras a fez cansar!
Peter saiu pela porta e Carson olhou e falou auto;
— O que pensa que esta fazendo?
— Pensei que seriamos uma família!
— Sabe que o pus de castigo, você me desobedeceu!
— Não, você é que bebeu, vai dormir, amanha falamos!
— Vai acreditar nele, eu não bebi!
— Carson, o que queria, que estivéssemos sentados a rua,
esperando você chegar neste estado, fala serio, toma um banho,
vou fazer um café, e depois conversamos!
— Eu..— Carson pega forte no braço dela. – não bebi!
— Esta me machucando!
226
J.J.Gremmelmaier
— Você tem de entender, eu mando nesta casa, não ele!
— Desculpe, mas nesta eu mando, Carson, o aluguel esta em
meu nome, acha que bebe e resolve as coisas! – Ela puxa o braço e
fala;
— Vai lá e toma um banho, este banheiro tem água quente,
embora acho que precisava mesmo de água gelada!
— Eu..
— Vai tomar um banho, e depois vai falar comigo, antes de
falar com ela! – Peter;
— Você acha que esta tomando a casa?
— Já falei que dentro de dois dias minha mãe vai ter minha
guarda de novo pai, vai tomar um banho, na volta, conversamos!
O senhor foi ao quarto e Peter falou;
— Isto que vamos fazer não é magia, mas ele vai precisar!
Peter põem a cafeteira um pó de café integral, ele preferia
moer o pó, mas na falta, vira-se para Marlene e fala;
— Pede uma Tequila para a recepção!
— Mas ele já esta bêbado!
— Sei disto, mas eles não vão nos conseguir uma doze, então
pede uma garrafa, talvez ele ainda precise de algo assim amanha!
Peter pega o caderno e desenha uma fruta e a moça vê ele
tirar uma tigela de uma fruta alaranjada, cortando se via a parte
interna, esbranquiçada, ele tirou o interior de 12 destas frutinhas e
ela não resistiu e perguntou;
— O que é isto?
— Achachairu, é como chamam no Brasil!
— O que esta fazendo!
Peter pegou o liquidificador, pôs meio copo de água, coou
aquilo, a moça pegou e pagou a bebida a porta, e ouviu ele falar;
— Isto é energizante, mas não use açúcar, a própria fruta
adoça, em uma xícara, vai por ao fundo um dedo da fruta, uma
doze de tequila, e completa com café, faz ele tomar!
— De onde tiraram você? – Perguntou a moça a sorrir;
— Isto vai o levantar, é melhor que energizantes com um
punhado de sal que atacam o fígado!
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J.J.Gremmelmaier
Carson veio a cozinha e olhou para o filho ensinando a moça e
falou;
— Já disse que não é para aprender feitiçaria!
— Isto não é feitiçaria, é uma café forte com energizante! –
Falou ela serio;
— Não vou tomar!
— Vai sim! – Marlene estica a xícara para ele, experimenta e
pergunta;
— Mas tem álcool!
— Toma de uma vez! – Marlene;
O senhor tomou, era agradável ao paladar, então quando
terminou perguntou;
— Tem mais?
— Não! – Marlene;
— Temos de conversar, pai!
— Não vou conversar com você, acha que esta tomando as
rédeas?
— Senhor Carson, não me force a ter de o chamar apenas
assim, pelo resto da vida!
— Sou seu pai, mesmo que tente ignorar!
— Sei disto, mas seu amigo, foi afastado hoje do cargo de juiz
da família, amanha, vão começar a revisar todos os processos,
então melhor conversarmos, pois não tem nem onde morar, senhor
Carson!
— Andou vendo TV, pois esta muito informado!
— Esqueceu que não preciso, vejo e ouso o que minha mãe
ouve, sei até os absurdos que falou para ela, não aprendeu nem
perder como educação!
— O que vai fazer, transformar minha vida em um pesadelo?
— Tinha duvida disto senhor Carson, não pensou nisto
quando quis meu dinheiro!
— Pensei que estaria em um hotel de primeira!
— Desculpe, mas isto aqui esta no centro, e é melhor do que
90% dos quartos disponíveis naquele hotel!
— Mas o que quer?
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— Eu quero que não atrapalhe, vai procurar emprego, mas
vou ensinar a Marlene a calar estes homens da cidade, como falei
para ela, vão ter medo dela!
— Mas por que?
— Senhor Carson, respeito se conquista, e se tem uma coisa
que aprendi nestes últimos 2 meses, é que as pessoas nesta cidade,
não esquecem, então melhor saberem, mas terem medo de mexer!
— Sabe que me põe medo a envolver com você!
— Pai, desarme-se, acha que estou aqui para lhe perturbar
mesmo!
— O que foi que me deu que melhorou a cabeça?
— Só café com tequila, nada mais ao seu estilo!
— Sempre quis pisar nos James, e quando pensei em poder,
você me tirou as pernas!
— Pai, ser igual a eles, não tem poder, não leva a nada, sabe
disto!
— Não acho que seu avô ache isto!
— Pai, quando vai parar de se preocupar com o passado e
viver o futuro!
— Você não tem seu pai lhe gritando a cabeça, por isto acha
fácil!
— Pai, você nunca quis ajuda referente a isto, estaria disposto
a pedir ajuda!
— Mas nem gosto de falar disto!
— Pai, seu pai não esta ai, isto se chama consciência, em
alguns age assim, mas meu avô a muito é energia pura, bem
distante de nossas percepções, quem fala a você, é você mesmo,
mas tem de acreditar nisto, seu pai, meu avô, era positivo, se
irritava com você, mas lhe amava, nunca lhe ficaria gritando a
mente!
— Tem certeza disto!
— Sim, não ouço o senhor por isto, pois esta sempre gritando
com você mesmo!
— Mas por que não disse isto antes!
— Na verdade o senhor teria de se reconhecer nos gritos, mas
parece que perdeu mesmo o caminho do aprendizado!
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— Você nunca dá nada de graça, o que quer!
— Já falei, acha que não vi ninguém mexer com ela hoje,
duas pragas, amanha as mulheres deles vão estar reclamando, não
gosto nem deles mexendo com ela, como o que afirmam
indiretamente do senhor, mas vai demorar uns 15 dias para isto!
— Não sei se posso concordar com isto!
— Pai, se não deixar ajudar, não esquece que não é só você
que vai sofrer!
— Eu sei disto, mas alguns na cidade já falam em lhe por em
uma fogueira!
— Mas tem outros, que estão adorando alguns como o senhor
James, sendo pisado!
— Verdade, mas não queria ver ela ser descriminada por isto!
— Pai, acha que ela tem chance de ser mais discriminada do
que hoje?
— Não, mas o que vai fazer?
— Quero lhe mostrar, vamos lá Marlene? – Peter;
— Vamos, ainda não sei como vamos por estoque, mas
vamos!
— Já ouviu o termo consignado?
— Mas quem poria algo aqui para vender?
— Vai ver que podemos ter de fornecedores bem variados!
O senhor Carson sai com o filho, um senhor iria mexer com
Marlene, mas quando viu o menino, se encolheu, ela sorriu, como
este menino mudou o sentido da palavra Excluído nos últimos
meses, passou a ser quase um não toque, e antes era um avacalhe;
Quando Peterson olhou o lugar entendeu a idéia, uma quadra
da rodovia, entrada da cidade, e pensou um pouco e pergunta;
— Mas vai vender o que, magia real?
— Pai, magia só é real para quem acredita, a maioria, vai
levar uma lembrança, vamos vender velas que Marlene vai por um
pessoal para fazer, as primeiras já mostrei como fazer, vamos ter
fornecedores da Nação Navajo, teremos vasos e cocares especiais,
vamos vender símbolos que as pessoas acreditam, podemos ter
fornecimentos de coisas religiosas, judaicas, cristãs, e mesmo do
xamaismo, mas tudo isto, é o começo, se quiser trabalhar, sempre
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J.J.Gremmelmaier
tem muita coisa a fazer do sonho americano, que ainda estamos
construindo!
— Mas como vai fazer isto sem dinheiro?
— Pai, tem gente que me deve favores bem caros, e se me
faltar dinheiro, Eric me empresta!
— O que aconteceu com aquele homem, saiu de proprietário
de um sebo sem valor, a empresário dono de terras na cidade!
— Trabalho e honestidade geram isto pai!
Voltaram a pensão e o senhor olhou para o menino e falou;
— Tem uma moça na recepção querendo falar com você!
Peter olha Caterine e fala para o pai;
— Já subo, tudo bem?
— Se não fugir!
Peter não riu, olhou para a menina e chegou até ela e a
beijou;
— Como foram as coisas sem eu por perto? – Peter;
— Estava preocupada, me disseram que estava preso no seu
quarto, mas pelo jeito falaram de mais!
— Sempre falam, estou tentando me entender com meu pai!
— Pelo jeito já se entendeu com a madrasta!
— Acho que volto para casa em dois dias!
— Sabe o que a cidade fala dela!
— É fácil seu pai trair sua mãe e falar mal da moça, Caterine!
— Não quis ofender!
— Mas ofende, meu pai sabe se virar, a moça é que precisa
de ajuda!
Caterine sorri e fala;
— Só você mesmo, todos estariam a perturbar a mulher, você
a quer ajudar!
— Todos sabem que sou assim!
Os dois se beijaram e Peter sorriu, estava a terminar um dia
interminável, explicou para a namorada que ainda tinha coisas a
resolver, e os dois se despediram e subiu ao quarto;
Verificou se a irmã estava dormindo, escondeu a garrafa de
tequila, e viu seu pai a sala;
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J.J.Gremmelmaier
— Quer falar algo!
— Sabe que ninguém vai me contratar, ou não sabe!
— Imagino, não contraria alguém como o senhor para um
cargo como o que fazia, depois da forma que foi posto para fora!
— Não poderia falar a meu favor?
— Pai, sabe que sou péssimo com mentiras!
— Sabe quando sua vida muda toda, em questão de dois
meses!
— Sei disto, mas o que posso fazer pai!
— Será que deixaria eu ajudar ela?
— Acho que ela precisa mostrar a força dela, antes de você a
ajudar!
— Acha que ela dá conta?
— Ela esta com uma gana muito grande em fazer isto, por
isto vai dar certo!
— Por que a esta ajudando!
— Alguém tem de o fazer, então o faço!
— Obrigado por ela!
Peter abraça o pai, e resmunga;
— Quando vamos parar de brigar!
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J.J.Gremmelmaier
— Sei disto, e vão usar isto para me perturbar, mas isto já
acostumei, e como estão as coisas na sede dos Excluídos?
— Bem, sabe que não consigo fazer metade do que você faz!
– Robert;
— Passa o que sabe, depois eu passo um pouco mais, sabe
que estamos a atrair ainda!
— Sei, ainda não sei o que esta querendo?
— Tem um livro, escrito em alemão, sumiu na inquisição, mas
que preciso atrair, tem um senhor que deve fazer uma entrevista na
cidade de Navarro semana que vem, e tenho de assistir, e tem
coisas que ainda nem sei de onde vem, mas estamos atraindo!
— Você esta atraindo é problema! – Call;
— Sei disto, quando não atrai!
— Mas antes não enfrentava, sabe disto, me preocupo amigo!
– Call;
— Sei disto também, mas vamos entrar, depois tenho de
copiar a matéria de ontem!
— Você ainda pensa neste colégio? – Robert;
— Robert, isto é estrutura, organização, respeito as regras,
nem sempre as sigo, mas preciso aprender com elas!
Robert riu, e falou;
— Certo, mas sabe que perdeu uma aula incrível ontem,
anatomia dos sapos!
— Ainda bem que não vim, vai dizer que dissecam os bichinho
ainda?
— Sim, o professor vai adorar em lhe tirar um ponto por não
ter feito a experiência! – Call;
As aulas andaram naturalmente, e quando no intervalo seu
celular tocou, estranhou, atendeu e era Eric, que tinha algo para ele,
sorriu e disse que passaria depois na casa dele, Robert olhou para
ele e perguntou;
— Algo novo?
— Não sei, sabe que estava a estudar estes dias ritos como o
do sol dos Navajos, tem coisas interessantes a passar a frente!
— Como o que?
— Transmutação de materiais, levitação, leitura mental!
233
J.J.Gremmelmaier
— Esta na cultura deles também!
— Nas entrelinhas, como as receitas de magia em livros de
culinária!
— Você vai nos fazer acabar tudo numa fogueira!
Peter sorriu e falou;
— Pode ser, uma fogueira para a cidade inteira não levaria
muita coisa!
— Sabe que não gosto deste assunto! – Caterine;
— Minha bruxinha medrosa! – Peter;
No intervalo do almoço Ângela se juntou a eles, e viram Sheila
e Ronald chegarem ao grupo;
— Como estão os excluídos! – Sheila;
— Bem! – Robert;
— Peter, como esta à nova vida? – Pergunta Ronald com uma
malicia na forma de falar;
— Bem!
— Vê se não vai transar com a madrasta!
Sheila dá um cutucão em Ronald, mas Peter olha para ele e
fala;
— Transar, o que é isto, você já fez que não fosse com sua
mão!
Ronald olha com raiva e grita;
— Filhinho de ladrão, sempre dizem que arvore ruim não tem
como dar fruto bom!
— Verdade, mas servem para dar espinhos e estragar o
caminho dos demais!
— Os dois nunca vão parar de brigar? – Sheila;
— Talvez, mas ainda falta algum tempo! – Peter;
Sheila olha para Peter e pergunta;
— Disseram que o viram andando na cidade com Marlene,
espero que saiba onde esta pondo a mão!
— Em nada que o seu pai e o deste ai ao seu lado não
tenham posto coisa pior!
— Não precisa apelar!
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J.J.Gremmelmaier
— Sheila, homens como seu pai, o de Ronald acabaram com a
vida de muita menina que teve de sair da cidade para viver sem ser
descriminada, se querem falar merda, falem para seus pais, não
para mim!
— Já a esta defendendo! – Ronald;
— Sim, e vou ensinar a ela praguejar, os homens com línguas
e mãos soltas da cidade, quero ver se dentro de um mês alguém vai
falar dela sem ter afta por um mês!
— Você não pode fazer isto! – Ronald;
— Já comecei, então melhor avisar o paizinho para segurar a
língua, a praga pode deixar sua mãe subindo pelas paredes por
meses menino!
Robert sorriu, isto seria algo curioso para ver;
— Acha que consegue o que com isto? – Sheila;
— Amiga, eu denunciei todas as casas que exploram menores
na cidade, acha legal ver suas amigas pobres serem alugadas para
homens como seu pai, denunciei até aquele pseudo clube de golfe,
eu não gosto disto!
— Não disse que sou a favor, mas sabe que Marlene é sua
Madrasta!
— Sim, um homem com tantos problemas, meu pai teve
coragem pelo menos de fazer algo descente, mas isto sei que não
vão entender!
Caterine estranhou a posição do namorado, mas sabia que
vira ele com seu pai no dia anterior, nada de mais, ele deveria ter
gostado da moça, os dois viram que as palavras eram de ataque a
Peter, acharam onde o atacar, o erro do pai do menino;
236
J.J.Gremmelmaier
— Amenahem, você tocou as paredes, sabe mais que eles,
mas não acredita, se acreditasse no que viu, teria força, mas sem
ela, nada posso fazer!
— Esta dizer que a chave sou eu?
— Estou dizendo que você viu a sala, e por mais que tente
negar os símbolos nunca mais saíram de sua mente, foram
impressos em seu DNA, se você não passar a frente, um
descendente, mesmo que daqui a 20 mil anos passa!
— Vocês estão falando de que? – Delegado;
— Que eles já estão de saída, delegado, se fosse o senhor os
escoltava até a saída, lembra da ultima vez, ou não lembra!
— Lembro!
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J.J.Gremmelmaier
As duas sobem e o silencio de Marlene era de alguém que
estava diante de alguém, que a ultima vez que viu, acabou falando
de mais, estava a esperar uma briga;
— Sabe o que me trás aqui?
— Não senhora Carson!
— Não sou mais a senhora Carson, sabe disto, mas não é isto
que me trás aqui!
— Lhe devo desculpas, somente alguém especial educaria
duas crianças tão especiais!
— São especiais, mas por isto sofrem em dobro, mas o que
me trás aqui, é que falta a legalização disto tudo, e pedi para um
amigo de infância o fazer para você, mas não quero que Carson
desconfie!
— Você vai nos ajudar?
— Marlene, odeio esta situação, mas não tenho como abrir as
portas de casa de novo, para ele, tenho um pouco de amor próprio,
então vou lhe ajudar!
— Mas por que?
— Peter tem razão, você é quem entrou mais de cabeça nisto,
quem vai perder tudo, pisar em quem esta por baixo, é se reduzir a
inferior, pisar em quem esta encima, nos pisando, é ganhar força!
— Vocês são todos estranhos!
―Mãe, o pai esta chegando!‖ – Paula;
— Problemas! – Mari;
— O que aconteceu?
— Carson esta chegando bem agora!
— E não teria como sumir?
— Isto não é Disney! – Falou Mari que ouve em sua mente;
―Não, é o mundo de Peter!‖
Mari olha as mãos ficando translúcidas e a moça a frente ri, e
vê o senhor a entrar pela peça;
— Esta ficando bonito, sabe quando poderemos inaugurar?
— Eu vou inaugurar, você vai conseguir um emprego, não
importa onde, mas tem de achar um!
— Mas esta difícil!
238
J.J.Gremmelmaier
— Difícil é você vindo aqui, centro da cidade não tem
emprego nesta cidade, sabe disto, então esta fazendo o que aqui!
— Vim ti ver!
— Eu quero lhe ver trabalhando, senhor Carson, e não esta
procurando!
— Certo, mas esta lindo, sabe se Peter esta sabendo de tudo
isto?
— Esquece que ele vê o que sua filha vê quando quer, acho
isto muito complicado, mas se ela precisar de ajuda, ela abre esta
porta e ele dá o palpite!
— Esqueço as vezes que estamos no mundo de Peter, o
bruxinho!
— Não brinca, é seu filho, se o pessoal do mercado esta
pensando se lhe processa, é por medo dele, não de você, sabe
disto!
— Sei, estão falando dos casos de ontem, sem citar nomes,
mas já saberão quem foram, a cidade é pequena!
— Eu não vou falar sobre isto Carson!
— Desculpa, mas vão começar a falar depois da pequena
bruxa de 12 metros, lá de fora!
— Seu filho sabe impressionar, se duvidar vão falar disto na
cidade inteira!
— Sabe que ele ainda me põem medo, é meu filho, mas eu
tenho medo dele!
— É uma criança especial, sabe disto!
— O Juiz Honey perdeu mesmo o cargo ontem, estão
reanalisando o caso hoje, esqueço que às vezes ele pega pesado!
— Sabe que Mari criou bem eles, não entendi até agora toda
esta ganância, Carson?
— Queria lhe dar algo melhor!
— Acho que melhor do que as pessoas me respeitarem, não
terá coisa melhor!
— Seu pai me ligou!
— Ele também me ligou, mas não falei com ele, apenas disse
que não tenho nada a falar com ele!
— Ele quer lhe pedir desculpas!
239
J.J.Gremmelmaier
— Sabe que terei que pensar muito sobre isto, Carson!
— Sei, mas esta ficando lindo!
— Mas esta na hora do senhor ir achar um emprego,
esqueceu que Peter disse que não vai trabalhar aqui, quer que ele
tire tudo?
— Não, mas soube que aquele pessoal de Israel veio falar
com ele, a cidade não fala outra coisa!
— Fala sim, toda vez que seu filho se mexe, eles falam de
muitas coisas além dos vizinhos!
O senhor saiu pela porta e falou para a filha na saída;
— Esta gostando?
— Pai, sabe que é o começo!
O senhor saiu pensando saber o que ela estava falando;
Mari ressurge olhando as mãos e fala;
— Agora vamos falar de negócios!
— O que ele esta aprontando, pois a senhora não viria apenas
para falar o que podia fazer por telefone!
— Preciso de sua assinatura em 3 documentos, e amanha
começamos a construir!
— Construir?
— Sim, a idéia dele, é uma cidade turística, emprego aos
demais, igualar o nível de vida da cidade!
— Mas o que ele vai construir?
— Lembra do sitio do pai do Carson?
— Nunca fui lá!
— Peter vai lhe levar lá hoje a noite, e vai entender a idéia!
— Mas não era uma loja?
— Sim, uma loja, uma castelo de horrores e uma prisão de
bruxos, sobre terras indígenas dos Cocopa, já que não haviam tribos
Navajo na região!
— Não entendi!
— Ele lhe explica a noite, mas vamos legalizar isto!
— Mas ele não tinha doado as terras?
— Sim, mas ninguém olhou para quem senhora Marlene, dona
das terras dos antigos Carsons!
240
J.J.Gremmelmaier
— Ele me doou, mas não precisava ter assinado?
— Acabou de assinar, era o que o cartório estava reclamando!
— Mas..
— Marlene, o primeiro papel era o pedido de registro da
empresa aqui, empresa com duas sedes, dedicadas ao
entretenimento, o segundo o registro do imóvel que fora do pai de
Carson, e o terceiro a autorização para pormos dois portais na
estrada assim que entram na cidade nos dois sentidos, anunciando
que estão entrando na cidade de Comptche, a cidade onde magia
ainda existe, acho que alguns não vão gostar, mas vou pedir ao
prefeito, se autorizar, teremos duas estatuas de Curandeiros, Navajo
e Cocopa em cada entrada da cidade, ele disse que é uma
homenagem a Irene e seu Marido!
Ela assinava e a cidade, que sempre foi escondida dos olhos,
surge do nada, mesmo para os que não sabiam dela, mesmo para
os caminhoneiros que sempre passaram por ali, e nunca a viram.
— Vocês são malucos, quer dizer, incríveis!
— Marlene, sei que esta entrando para a família de uma
forma estranha, mas nisto sou como meu filho, não guardo rancor
de quem defende uma posição, odeio quem fica encima do muro!
Mari sai pela porta olhando o local, Marlene fica pensando em
como Carson era burro de deixar uma mulher daquela, e no fundo
pensou, ele não a deixaria, se não tivesse acontecido aquilo, não
teria se posicionado;
Paula olhava para ela e pergunta;
— Acha que vai ficar bom?
— Vai! — O proprietário entra pela porta e vendo como estava
ficando fala;
— Senhora Marlene, nunca pensei em a senhora se tornando
uma grande empresaria na cidade!
— Como diz meu enteado, estamos só começando!
— Sabe que aquela estatua lá fora, vai ate aumentar os meus
clientes!
— Se fosse o senhor, reformava os quartos, pois senão os
clientes vão sobrar no primeiro mês, e depois, sumir!
— Não tenho recursos senhora?
241
J.J.Gremmelmaier
— Se quiser uma sociedade, entro com a idéia, não disse que
iríamos investir pesado, mas este lugar, se olhar, esta quase na
estrutura que loquei, troquei algumas vigas e telhas, mas o principal,
a idéia!
— Mas não gosto de sociedade!
— Então vamos mudar de assunto, trouxe meu contrato?
Ela pega o papel e vê o preço, o dobro do tratado e apenas
assobia, todos olham para ela e fala;
— Senhor, se for nestas condições, estamos desfazendo tudo
a partir deste segundo!
— Mas tem de ver que o local tem seu potencial!
— Ou será como estava tratado, ou tiramos tudo, isto, instalo
em qualquer lugar, sabe disto!
— Mas este é o valor que quero pelo ponto!
— Pessoal, podem parar tudo!
Um silencio se fez na correria, e ela falou;
— É sua ultima palavra? – Olhou serio para ele e completou. –
Não esquece que não tratou isto comigo e sim com Peter Carson!
— Mas é a senhora que vai pagar, não é?
Marlene olha para Paula e fala;
— Diz para seu irmão achar outro lugar!
— Ele tem mais 4 pontos em vista, escolheu este por que
dava para ver da sacada, mas sabe que imóvel velho, e caindo aos
pedaços deve ter uns 20 no centro da cidade! – Paula;
O senhor olha para a pequena menina e fala;
— Acha que vou ceder por causa disto?
Marlene só faz sinal para o mestre de obras, e este grita para
cima;
— Pode desmontar, vamos tirar tudo, o senhor desistiu de
alugar!
— Vocês não pode desistir?
— Senhor, você tratou isto com um menino que leva a serio o
que trata, considera que palavra vale mais que papel, se não tem
palavra, nós se instalamos com mais calma, não temos tanta pressa
para abrir, seria quase um mês de propaganda, feita pela grande
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J.J.Gremmelmaier
escultura, antes de abrirmos neste endereço, ou acha que o alvará
do corpo de bombeiros vai ser fácil de tirar, num lugar destes!
O senhor olha para cima, e vê as cordas do guindaste a
prender novamente a estatua, e falou;
— Mas não tome isto como padrão, vou refazer o contrato!
— E pode por uma carência de um mês nele, seu ponto vai
valorizar, e põem uma proposta de venda, para daqui a 12 meses!
— Não quero vender!
— Então faz o contrato por 12 meses!
O senhor sai pela porta e olha para o mestre de obras;
— Tem gente que não se enxerga mesmo!
O senhor riu e tirou a corda que estava fixando a bruxa;
243
J.J.Gremmelmaier
— Quantos vieram?
— Um arcebispo, dois bispos e 12 padres, mais uns
seminaristas!
— Mas disseram o que querem?
— Já saberemos, estou estranhando isto também!
— Só não se assuste com o que ouvir ou vir, tudo bem
diretora?
— Certo, dizem que é um bruxo, mas não acredito nisto!
— Diretora, se falavam antes, vão estampar depois que minha
madrasta inaugurar um parque com este tema, mas isto, semana
que vem a cidade vai comentar!
— Soube que Marlene virou sua madrasta, sabe que não acho
boa influencia!
— Eu acho uns senhores respeitados da cidade, muito piores
influencia, diretora!
Peter levantou e a diretora o acompanhou ao refeitório;
— Bom tarde senhores, arcebispo, bispos, padres, este é o
menino!
Um senhor olhou para ele, parecia o mais velho, tinha o poder
da fé, mas fraca pela falta de esperança em algo novo, olhou para o
menino e falou;
— Boa tarde senhora, menino, não tenha medo, apenas
queremos conversar!
— Qual o assunto senhor?
— Não sei qual sua religião menino?
— Fui batizado, mas depois me afastei de qualquer religião!
— Somos representantes da igreja católica, nos chamam de
Opus Dey, mas não sei se sabe qual nossa missão dentro da igreja!
— Não senhor, não entendo de igrejas!
— Sente-se!
Peter fez sinal para a diretora sentar, de sentou-se depois,
Peter passou o olho em todos os presentes, dois seminaristas muito
velhos, olhou em seus olhos e depois para o arcebispo;
— Senhor, no que posso ajudar!
— Queríamos saber menino se entende a enrascada que esta
envolvido!
244
J.J.Gremmelmaier
— Não senhor, o que fiz?
— Soube que alguns representantes da inteligência Israelense
estiveram a falar com o senhor, soube que representantes do Irã,
da Arábia Saudita, dos Presbiterianos, estão com planos de vir falar
com o senhorio, tem idéia do quanto estas pessoas são perigosas?
— Tenho senhor, pois minha casa foi explodida a pouco mais
de 2 meses!
— E acha seguro negociar com alguém assim?
— Negociar?
— Nossas fontes afirmam que teve acesso a um documento
muito antigo, que vendeu parte, e que por isto sabem da
autenticidade, os Judeus, contrataram especialistas no Cairo, Roma,
aqui em New York, e ate na Etiópia, eles estão tentando decifrar,
mas geraram grande agito no mundo religioso, e precisava saber
menino, se poderia me dizer duas coisas?
— Duas, acho que duas perguntas não serão suficiente,
senhor!
— Certo, mas o que passou a eles?
— Um relato de 4 mil anos, que todos os testes confirmam a
idade, esta em copta, mas muito antigo, esta com os caracteres da
pedra de Moises, mas acho difícil que eles consigam decifrar!
— Por quê?
— Uma pergunta senhor, se tivesse um documento a mão,
que provasse que toda a sua crença, e parte da deles que é sua
também, é uma farsa, quando pararia de procurar, e poria fogo nas
folhas!
— Isto é heresia! – Falou um dos senhores mais velhos entre
os seminaristas;
Peter olhou o senhor de novo e falou;
— Se é heresia, por que todos se agitam, por que o interesse!
— Dizem que lá contem magia negra! – Falou o mesmo
homem, obvio que o eclesiasta não falaria termos assim;
— Se acham isto, melhor começarem a estudar religião, e não
demônios, senhor, não existe mal, todo padre, pastor, paraco, bispo
ou seja lá como denominam deveria saber disto, existe ausência de
bem, mas como fazer alguém pagar dizimo se não tiver medo do
245
J.J.Gremmelmaier
inferno, desculpe o termo senhor, mas demônios não existe, magia
negra, lenda, espíritos do mal, crenças mal apagadas do passado, e
se vêem querendo comprar um livro de magia, vieram ao lugar
errado!
O arcebispo fez sinal para o outro se calar, e falou;
— Me disseram que era um bruxo, menino!
— Depende de como definir bruxos, sei que todos que sua
igreja queimou, não o eram, e quando vão pedir perdão a deus por
aquelas pessoas mortas!
— Não vim aqui discutir menino!
— E veio fazer o que?
— Dizer que temos interesse no livro?
— Eles me ofereceram senhor, por dez paginas, 25 milhões de
dólares, estou disposta a vender, não me tem serventia nenhuma,
esta em uma língua morta, quem fizer a maior oferta leva!
— Poderíamos ver?
— Senhor, se quiser lhe mostro, mas não num lugar onde
podem explodir tudo com nos dentro, sei que o interesse de sua
igreja é sumir com aquilo!
— E por que teríamos este interesse?
— Se lá tivesse um ensinamento tido como passado de mestre
para mestre, pai para filho, de como ressuscitar a carne, de como
multiplicar qualquer comida aos milhares, de como transmutar vinho
em água, ou vice versa, ou pior, como fazer uma chuva de sapos,
transformar água em sangue, pragas de gafanhoto, em varias
intensidade, quando se tem a proliferação de sapos, lá defende a
técnica com enfrentamento a uma leva grande de aranhas na região
da Etiópia, mas tem as medidas, em pequenas quantidades, bem,
em quantidades maiores, uma praga, se lá tiver tudo isto, datado
oficialmente dois mil anos antes de cristo, sua igreja faria o que com
isto!
— E tem isto?
— Isto é uma amostra, são mais de 3 mil anos de estudos e
testes, posto em um monte de papiros que tomaram a forma de
livro, para ser guardado na biblioteca de Alexandria, por volta do
246
J.J.Gremmelmaier
ano 50 antes de cristo, muito se perdeu lá, mas sabe como é,
sempre algo escapa!
— Você leu o livro menino? – O senhor que não se contentava
em ouvir;
— Não, não preciso ler algo que nem é segredo em certas
rodas do mundo!
— Esta a dizer que isto é sabido por um grupo?
— Sim, mas este grupo sempre foi muito pequeno, nunca
teve mais de mil pessoas, mas hoje, mil pessoas espalhadas pelo
mundo, é difícil de achar!
— E como teríamos acesso a estes homens? – O arcebispo;
— Não teriam, eles nunca falariam disto, negariam, alguns, 3
deles, sei que são de sua igreja, Arcebispos em Roma, tem gente
em todos os meios, eles tem como esconder as pegadas!
— Você é uma destas pessoas?
— Senhor, já falamos demais de mim, ainda não entendo se
querem o livro, se não querem, se vieram apenas jogar conversa
fora, sei que virão grupos mais violentos, mas esta em minhas
terras, minha cidade, como falei para o cônsul Israelense, nesta
cidade, entra e sai, quem os habitantes querem, e não quem bem
entende!
— Mas entramos! – O senhor;
Peter olha para o arcebispo e fala;
— Desculpa a minha falta de educação, sei que não tenho
direito de ofender a crença de vocês, mas como sei que o interesse
não é dos melhores nestes papeis, pus um preço que de pelo menos
dá para que ajude algumas pessoas por aqui, mas não acredito em
sua religião, na verdade não acredito em religião nenhuma, deus
existe, sei disto, mas toda vez que põem alguém para falar por ele,
se afasta deus cada dia mais, ouço muitas pessoas falarem que
deus fala por eles, mas não os vejo falar coisas que os magoariam,
que imporia algo diferente, o deus de vocês segue uma religião,
então, desculpa, não estão falando com deus, outra coisa, já
tentaram me exorcizar uma vez, eu deveria ter uns 9 anos, não sei
o que aconteceu, era muito novo, vi ele extorqui como ajuda a
igreja dinheiro de meu pobre pai, de lá para cá, passo longe de
247
J.J.Gremmelmaier
igrejas, na verdade os padres daqui chegam a me chamar de bruxo
mesmo, mas pense, que fé tem um padre que tem medo de um
menino de 13 anos, que deus é este que o deixa me temer!
— O nosso senhor Jesus, o que nos deu a forma de
chegarmos ao pai!
— Não, ele nos deu a forma de aguardar ao pai, a grande
contradição de sua bíblia, ou a salvação é assim que morre, baseado
no que Cristo pregou na cruz, e lá ele não era deus, sabem bem que
deus não viraria para si mesmo e perguntaria, pai por que
abandonaste, deus não tem como abandonar deus, se for um só,
trino, ou na forma que quiserem, mas lá ele diz que alguém estaria
com ele, logo após perguntar para seu pai, deus, pai de todos aqui,
por que o havia abandonado, que estaria com ele no céu, mais
contradição, vamos considerar que ele estava perdendo sangue, não
acredito nisto também, desculpe senhor, mas depois vocês põem o
apocalipse, e nele, todos somos julgados como no velho testamento,
num dia único, salvos, as tribos de Judá, estranho, excluídos até
então, mas salvos antes, mas sabe qual o mais cômico nisto tudo!
— Não tem nada de cômico, esta falando absurdos!
— E vocês ouvindo, mas o mais cômico, é que não há
contradição, o que há, é diferença de interpretação do que um dia
foi escrito, e do que foi passado como bíblia!
— Você é uma demônio em pessoa, o padre não deve ter
visto isto!
— Senhores, desculpa, sei que ofendo a religião de cada um,
mas é por querer padres pensando, pastores crendo, a fé é mais
importante que o resto, mas não em curas, pois isto, desculpa, vejo
os milagres diferente de vocês!
— E como vê os milagres, já que vejo que não deve acreditar
em nada referente ao que pregamos!
— Senhor, um dia leu o livro apócrifo de Tiago, por
curiosidade?
— Sim, li por curiosidade!
— Então sabe o que vocês chamam de incoerente, não que
tenha algo que contradiga o velho testamento, contradiz as religiões
em si, um cristo que acreditava que não era deus, que diz que deus
248
J.J.Gremmelmaier
é imortal apenas pela Câmera nupcial, quer dizer, se o pai não
passar aos filhos o ensinamento, acabou, deus morre, que falava
que a comunhão era muito importante, mas principalmente, a
Crisma era importante, mas como deixar alguém lá que dizia que ele
dedicava mais tempo a Maria que a eles, como deixar lá algumas
coisas que deixariam claro outra igreja, não a de vocês!
— Sabe que esta cometendo sacrilégio!
— Arcebispo, uma pergunta o que é mais sacrilégio, ler e
seguir Tiago, que foi um dos apóstolos de seu salvador, ou seguir
uma bíblia, que foi ditada por um ser como Constantino, que matou
a segunda mulher, o filho, mandou matar o cunhado, e como não
tinha matado sua sede de sangue, mandou açoitar o sobrinho até a
morte, este ser, foi quem aprovou a Bíblia que segue, vai dizer que
qualquer coisa que tem ai é pura!
— Sabe de historia, mas este livro é inspirado por deus, deus
nos fez chegar aqui, tudo que fala não mexe com minha fé!
— Sei disto, senão não estaria falando, mas que esta escrito
ai, que de arvore ruim, não nasce bons frutos isto esta, se analisar
primeiro os Judeus atuais, discriminando os demais, saíram deste
livro, se olhar a inquisição, saiu deste livro, Hitler saiu deste livro,
então esta não é uma boa arvore!
Um padre olhou assustado, e o arcebispo falou;
— Estamos desviando o assunto, então vendera para quem
pagar mais!
— Sim!
— Preciso ver uma amostra deste livro!
— Lhe mostro, e lhe forneço uma pagina para análise, certo
que nesta não estará escrito nada, mas servira para aguçar a
vontade!
— E quando posso ver esta folha?
— Quem gostaria de ver?
O senhor arrogante falou;
— Seria eu!
Peter olha para a diretora e perguntou;
— Me empresta sua sala um pouco!
— Sim, mas esta lá?
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J.J.Gremmelmaier
— Não, mas posso conseguir o que quero lá!
O menino levantou e o senhor caminhou atrás dele, e
estavam a entrar na sala quando o senhor falou;
— Eu acho que estão lhe dando credibilidade de mais!
— Também acho! – Falou Peter;
O senhor sentou-se, e viu o menino pegar o seu caderno nas
costas, na mochila, uma caneta e o viu desenhar primeiro um prédio,
depois um cofre, depois o abrir do cofre, três livros lá dentro, ele
olha o menino por a mão que penetrou no livro, arregalou os olhos
e puxou o livro, abriu na ultima pagina, o senhor viu que o livro era
grosso, e perguntou;
— Quantas paginas disse que tinha o livro?
— Não disse, falei que estou vendendo 10 paginas!
Peter pegou a ultima, as 8 ultimas paginas estavam em
branco, quer dizer, tinham uma cor meio bege sujo, e destacou,
fechou o livro, iria por de novo o livro lá quando o senhor viu o
símbolo na capa e perguntou;
— Sabe o que diz ai?
— Sim!
Pôs o livro no caderno, fechou o cofre, e afastou o prédio, e o
senhor olhou assustado ele fechar o caderno, esticando a folha que
destacara;
— Esta folha tem a mesma idade das demais, pode fazer uma
analise!
— Aquele é o livro da vida, sempre me disseram ser uma
lenda, heresia!
— Senhor, tudo que tem neste livro é heresia para sua igreja,
não tem nada nele que não seja!
— Mas você usou magia para ter acesso a ele!
— O senhor viu 3 livros lá, não viu?
— Sim!
— Livro da vida, da morte e o que Moises anotou do livro da
vida!
— Você tem os 3?
— Não, o de Moises, será leiloado em Los Angeles por um
amigo, o da vida, eu me apoderei dele, tirando de quem o tinha,
250
J.J.Gremmelmaier
quando explodiram a minha casa, e o ultimo, ganhei deste amigo
que vai leiloar o de Moises!
— Primeiro quero ver se é autentico, depois falamos!
— Senhor, se não quiserem, os Israelenses querem,
compraram as ultimas 20 folhas escritas, somente historia de faraós,
mas eles não sabem disto ainda, querem mais um pouco, vou
vender mais 10 folhas, e quando chegar a hora de minha morte,
talvez alguém simplesmente me roube eles!
— Mas se eles já compraram uma parte, por que esta
vendendo mais!
— Não sou eu que estou querendo vender, eles que querem
comprar!
— Soube que estão quebrando a cabeça para decifrar, e você
já sabe o que tem lá, isto que não entendi!
— Senhor, sua fé não deixaria ver, então não perco tempo
mostrando nada, só perturbando, acha que qual a intenção em falar
mal de sua fé, desviar do que acham de mim, pois se me chamam
de bruxos, posso lhes chamar de vigaristas, já que se para mim sua
religião é uma farsa, e para você, magia não existe, então, todos
vigaristas!
— Eu sei que cristo é meu deus encarnado, não preciso de
que alguém me prove, sei por que sinto isto!
— Como falei, estes livros, são heresias, houve homens que
morreram a fogueira por citar que eles existiam!
— Mas ainda acho muito estranho aparecerem todos juntos!
— Senhor, eu posso dizer que tenho coisas menos valiosas
comigo, como o relato de Buda, tenho os rabiscos de Lutero na
primeira tradução para o Alemão, tenho a versão da bíblia de Tiago,
mas a escrita por ele, não o que circula na Internet, traduções
pobres, não estou falando da bíblia com Tiago, estou dizendo a
bíblia que ele usava para pregar, com as suas anotações!
— Fala como alguém que não tem 13 anos!
— E o senhor como uma principiante na religião, ou é fé de
mais, ou inexperiência, acredito na fé de mais, pois não preciso
provar o que falei lá fora, sei que é verdade, você acha que é o que
acredita, diferença crucial, você pode dizer assim!
251
J.J.Gremmelmaier
— Como tem certeza!
— Eu li as leis de deus, as originais, nas paredes do tempo
para este fim, não eram escritas em Copta, era uma língua base que
gerou o Copta, você acredita mesmo sem saber a verdade, isto é
importante, fé não se compra, não se aprende, se tem ou não, eu
acredito em deus, mas meu deus não cabe em um homem, num
primata, na verdade não cabe em nossa galáxia inteira, nossa
galáxia é para o universo, o que um átomo de seu corpo, é para a
galáxia, mas não adianta tentar explicar!
— Gostaria que tentasse!
— Senhor, como acha que deus se parece?
— Tem alguns trechos contraditórios, sou mais a definição de
João!
— A do apocalipse, a melhor de todas, um ser que não viveu
a modernidade, tentando definir algo como energia pura, que
distorce o ar em volta, criando arco íris diante da umidade, em
nosso mundo, mas tem de saber física para entender!
— Acha que deus nos deu suas regras para que?
— Senhor, eu li as leis de deus, mesmo quem as escreveu,
adicionou 6, pois as 4 primeiras explicam tudo!
— O que quer dizer com isto?
— O que você viu a pouco, eu dispor de algo, que esta em um
cofre em um prédio no centro de Los Angeles, é possível pois deus
nos passou a primeira lei!
— E qual a primeira lei!
— Como dominar toda a matéria, em qualquer estado, em
qualquer forma, em qualquer gravidade!
— Mas isto é física!
— Sim! – Peter reabre o caderno e fala. – Pense em algo!
O senhor pensou em um lindo lírio e Peter não desenhou,
traçou uma janela no caderno e falou;
— Se tiver fé, é só pegar!
O senhor olhou desconfiado, mas não acreditava naquilo e
sua mão barrou no caderno;
— Não acredito nisto, menino!
252
J.J.Gremmelmaier
Peter estica a mão e esta atravessa a janela desenhada, e
pega uma flor e trás para o senhor e fala;
— Não haviam Lírios Amarelos, aceite um vermelho!
— Mas isto é impossível!
— O que é impossível para deus?
— Nada!
— E o que ele quer, que sejamos primatas, ou evoluamos, e
entendamos deus!
— Sou pelo tradicional menino!
— Sei disto, ou quer que acredite que é um seminarista, um
não iniciado!
— Mas o que acha que esta sua primeira lei de deus
permitiria?
— Permitiria curar pelo toque, pela fé ou pela ciência,
permitiria acabar com a fome, com diferenças, ensina que todos
somos nada diante de deus, mas temos algo que não cabe em uma
religião, temos a fé em algo que não sabemos definir, que nunca
veremos, mas isto é mais importante para deus, que a religião que
segue senhor, deus não nos deu livre arbítrio, ele nos fez com livre
arbítrio, pois escolhemos crer, acreditar, saber, evoluir, sempre digo
que uma coisa é ver deus, saber do seu poder e o temer e seguir,
outra coisa e não o ver, não sentir seu poder, e mesmo assim
decidir que ele existe!
— Para um arrogante menino, tem um deus bonito na
definição!
— Sei que sou arrogante, mas vivo em uma cidade, que o
vaticano é 5 vezes maior que ela! Não o município, e sim a cidade,
mas não é o tamanho da cidade que importa, aqui posso ser
humilhado pelo vizinho por não concordar comigo, mas tenho uma
comunhão com todos eles, leis de um pequeno bruxo desta cidade,
eu, sei que muitos não ligam, mas comunhão com meus próximos é
a primeira, seguir os caminhos das coisas puras, não como carne,
nem de carneiro, não tem força, são criados para serem mortos,
algo assim, nos contamina a alma com morte, tento não mentir,
pode não concordar com o que penso, mas não vou mentir para
você que acredito, isto vai sempre parecer arrogante, não mentir,
253
J.J.Gremmelmaier
muitas vezes é arrogante, sei que a força do homem, é o que passa
para os filhos, nunca juraria celibato, um Mestre, tem filhos e os
inicia em sua religião, e por ultimo, amar com força quem o cerca,
mesmo os que nem sabem que lhe amam, amor gera amor, ódio
gera ódio, mas o amor é muito mais poderoso, pois ódio é ausência
de amor, então não tem como ser derrotado por ele, o bem sempre
vence o mal, pois não existe mal, apenas ausência momentânea de
bem, mas para fazer estas minhas regras, tenho de estar fora de
uma religião, não cabem nelas!
— Uma forma diferente de ver deus, mas temos comunhão
também, temos o celibato, pois um Papa o definiu, mas é uma
forma diferente de ver os filhos, a palavra Mestre, tem mesmo 13
anos menino!
— Sim, quase catorze, mas talvez nem chegue as 15 senhor,
então faço o que posso hoje!
— Tem alguma doença rara?
— Tão rara que não pode ser detectada, eu tenho de a curar,
ou materializar ela antes de que seja tarde, mas isto não tem a ver
com o senhor, nem com os demais, leve o papel, faça o exame, se
achar que deve me procurar, pode vir a cidade, sei que parte
daqueles que estão lá são seguranças, mas que a professora não os
deixaria entrar armados se identificasse quem são, mas são bem
vindos, fé nunca é demais, mas acho que poderiam fazer mais,
adoro a definição de Mestre do Israelense, alguém capaz de unir fé
e conhecimento, com preceitos sociais rígidos, não gosto da parte
de eles se acharem outro povo, a genética já provou que não são,
mas não sou a favor de matar ninguém por isto senhor!
— Eu tenho de ir, já devem estar preocupados!
— Recomendava saírem a leste, ate a cidade de Navarro, e de
lá seguirem caminho, tem uns árabes vindo do Oeste, melhor não
arriscar senhor!
— Pelo jeito domina mesmo a cidade, embora nela não pareça,
me disseram horrores de você!
— Imagino, mas não tenha medo, como digo, não subestime
sua fé em deus, pois ter medo de mim é fazer isto!
— Só uma ultima coisas?
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J.J.Gremmelmaier
— Sim?
— De que ano vai datar isto?
— Carbono 14 não é preciso, mas vai apontar para próximo
de 5 mil anos!
— Mas então é muito antigo os relatos?
— Muito, a historia de um povo, o que eles entediam de deus,
e o que seu deus os explicou como fazer!
— E o que diz o livro da morte?
— Lá é ritual, ressurreição dos mortos! Crenças, pagas e
muita historia!
— E por que não começou por aquele?
— Não precisamos de gente sendo ressuscitada, já temos
muitos para cuidar!
O senhor riu, Peter guardou o caderno e foram ao refeitório,
as pessoas se despediram e a professora perguntou;
— É serio que tem um livro que eles vão pagar 25 milhões por
ele?
— Na verdade diretora, não sei ainda quanto vão pagar, mas
que os primeiros compradores me ofereceram isto, é verdade!
— Não gostei da arrogância que tratou o senhor mais velho,
era quem aquele?
— O verdadeiro arcebispo!
— Mas por que não se identificou?
— Não sei, sabe que não entendo disto diretora, os padres e
pastores desta cidade, atravessam a rua para não cruzar comigo, se
era ruim antes, os últimos 2 meses tem sido terrível!
256
J.J.Gremmelmaier
pés, no outro grupo, um senhor de terno impecável saiu e os dois se
olharam, não falaram nada, mas após se hospedarem aquela leva
de carros foi ao centro da cidade, e pararam na pensão dos Klenst,
informaram que o menino saiu com o pai no sentido da antiga
fazenda que fora da família do menino, e os carros foram no
sentido;
Peter estava a parar em frente ao portal na entrada da
estrada, com uma serie de esculturas, Caveiras, Carrancas,
esqueletos, num túnel negro, feito de fibra, foi leve instalar, o
menino olha para o pai e fala;
— Vamos entrar, quero mostrar um lugar para Marlene!
— Mas você disse que não estava mais em seu nome?
— E não esta, doei a duas semanas, mas Marlene não havia
assinado o recibo ainda!
O senhor Carson olhou o filho, deixaram o carro na entrada e
entraram a pé por aquele túnel negro, e foi mostrando cada coisa a
Marlene;
258
J.J.Gremmelmaier
— Ele não põe a irmã em perigo, vocês iriam chegar com
todas estas armas diante da menina, ele se preocupou, e desviou os
seus caminhos, mas nada que ele assim que terminar lá, não os
receba!
―Irene, como estão os rapazes?‖
―Bem, mas o que pretende?‖
―Saber se acha se conseguiu materializar o suficiente?‖
―Não entendi?‖
―Você deve estar sentindo a sua parte corporal materializar e
rejuvenescer nestes últimos 2 meses, pelo menos é o que estava
escrito nas paredes das leis de deus!‖
―Sinto mais minhas mãos, vejo elas mais novas a cada hora,
mas o que tem a ver!‖
―Sabe dizer se sente os seus poderes, como antes?‖
―Eles estão retidos, não os consigo dominar, sua magia as
anula!‖
―Mas as sente, independentes?‖
―Sim, as sinto!‖
―Não sei se teria coragem de recomeçar num mundo
diferente!‖
―Do que esta falando!‖
―Deve estar com um corpo próximo de 12 ou 11 anos, bem
jovem, dons separados, acho que podemos tentar pela primeira
vez!‖
―Tentar?‖
―Sim, diz para o senhor, Sheik Abd, que a condição de saída,
é lhe dar uma carona na saída!‖
―Esta falando serio?‖
―Já me viu brincar com isto Irene!‖
―Mas será que seria capaz de sair?‖
―Irene, nunca tentamos isto, nunca ouvi caso igual, então
estou seguindo o que aprendi, e se eles estão ai, é por eu achar que
precisava de uma carona de volta, a pé o túnel é longo, eles vão
acelerar tudo, para sair, facilita a aceleração de saída!‖
―E se não der certo?‖
259
J.J.Gremmelmaier
―Vamos tentar outra coisa, você apenas tem de saber que
estou tentando!‖
―Pensei que tinha me esquecido aqui dentro!‖
―Mentir para mim Irene, não adianta! Não ai dentro!‖
260
J.J.Gremmelmaier
— Acabam de revogar a decisão da guarda, Pai, mas eu
preciso de alguém para cuidar de Irene, quando fizer ela sair de
mim!
— Quer que cuide daquela velha? – Carson pai;
— Não, quero que cuide dela, é um favor, não quero que os
demais saibam quem é, primeiro não aceitariam, depois, não
acreditariam, e por ultimo, geraria um problema muito grande a
nível legal e todo o resto!
— Mas como vamos justificar uma senhora como ela? –
Marlene;
— Não sei o que vão falar, mas dentro de algumas horas, vou
tentar separar a existência dela da minha, se der certo, vou precisar
de ajuda!
— Eu ajudo! – Paula;
— Eu sei irmã, mas preciso da ajuda dos outros também!
Ela sorriu, e falou;
— Mas que vão se assustar vão!
Peter sorriu e falou;
— Espero que dê sorte, e funcione!
— Você nunca acreditou em sorte! – Paula;
Os 4 se despedem e Peter fala;
— Nos vemos dentro de pouco tempo, amanha será
complicado!
Senhor Carson abraçou Marlene e foram no sentido da cidade;
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J.J.Gremmelmaier
— A partir de amanha, um só para você, Irene, hoje temos de
nos ajeitar!
— Sabe que não durmo, pelo menos a 7 anos!
— Imagino! – Sorri Peter;
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J.J.Gremmelmaier
— Delegado, anunciei ontem que iria fazer isto, ontem, cada
grupo fez um deposito para garantir a participação, de 10% do
lance final, são 20 grupos, já tenho os recursos, mas é muito
dinheiro, e quando tudo terminar, pode sempre alguém ficar
descontente!
— Mas o que vai vender, aquele livro ainda?
— Sim, ontem alguém me fez a proposta para levar o livro
inteiro, não pensei que alguém teria coragem de o fazer, mas isto
quer dizer, muito dinheiro!
— Certo, me liga, vou mandar segurança para lá, é bom não
brincar com este pessoal!
— Mas evita puxar a arma, pois se um puxar, pode virar uma
guerra!
— Sei disto!
Carson Pai estava a porta, a ouvir a conversa, e perguntou;
— Mas como vai administrar tudo isto!
— Olha que deus lhe dá o que deseja pai!
— Certo, Irene não sai do telefone, o que estão aprontando?
— Ela conheceu dois grupos, e esta a negociar com eles!
— Negociar o que?
— O original, temos de por lenha, sabe quanto quero
arrecadar hoje?
— Os 24 de antes?
— Não, um pouco mais!
Carson não entendia o que o filho estava a vender, mas sabia
que era muito dinheiro, e viu Irene olhar para ele e falar;
— Mas como vamos fazer!
— 5 lugares diferentes, se querem decifrar, todos terão
chance, se quiserem queimar, 5 terão a chance, mas – Peter pega o
caderno e desenha o cofre, e tira o livro de dentro, e olha para o pai
e fala. – temos de conseguir que tudo de certo!
Irene liga um computador na mesa e acessa a conta do
menino, e fala;
— Israel depositou a parte deles! – Ela olhou o montante e
falou – O príncipe também, acho que se esperar um pouco,
podemos ter mais 3 depósitos!
266
J.J.Gremmelmaier
O senhor Carson olhou os números entrando e falou;
— Mas isto é maluquice, eles estão fazendo depósitos
altíssimos!
— Sim pai, os 10% já são altíssimos, mas os depósitos agora,
são lances!
— Esta falando serio?
— Sim, vamos ter de devolver a maioria, mas uma conta com
10 dígitos já me é suficiente, não preciso chegar aos 11!
Peter olha para Marlene e fala;
— Marlene, leva minha irmã para a loja, vê se o pessoal vai
trabalhar este feriado, vê se esta tudo em ordem para amanha, e na
semana que vem, devemos estar inaugurando a loja, vê se o
proprietário alterou o contrato, e me prepara os dois outros pontos,
amanha devem começar a montar!
— Vejo isto, sabe se vão entregar as coisas a tempo?
— Amanha deve chegar parte de uns 50 fornecedores, muita
gente esta apostando na idéia, acho que a cidade deve começar em
uma semana ver que a idéia é boa!
— Certo, eu vou!
As duas saíram e olhou para o pai e falou;
— O senhor tem uma audiência, vê se não atrasa, pois é em
Navarro!
— Esta me mandando embora?
— Sim, quanto menos alvos para atirarem, melhor!
Carson olha assustado e pega o terno e sai pela porta e o
menino sorri para Irene;
— Vai mesmo fazer isto?
Peter olha para o livro e surgem 5 deles sobre a mesa, iguais,
ele pega o original e devolve ao caderno, embala cada um com um
papel diferente, e olha para a menina e fala;
— Sabe que podem atirar?
— Sei me defender Peter!
— É que não esta ainda com todo o poder!
— Sei disto, mas eles tem medo de você!
Peter sorriu e falou;
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J.J.Gremmelmaier
— Sabe que meu poder vai enfraquecer, quando tudo isto
estiver feito!
— Por isto me tirou de lá antes, bem esperto, mas arriscado
para você!
— Sei disto!
A porta tocou e Robert veio com Sheila, os dois olham a
menina enquanto Sheila perguntava;
— Quem é a menina?
— Irene, é você! – Robert;
— Sim, pelo menos alguém me reconhece!
— Você é minha avó!
— Sim neta, a mais teimosa menina da família, deve ter
puxado isto de alguém!
Sheila sorriu e ouviu Robert falar;
— Mas o que faremos hoje!
— Avisa seu pai, que vou devolver o dinheiro dele hoje, se
tudo der certo!
— Mas ele vai recomeçar a pisar!
— Robert, ele teve a chance de mudar, se não mudar, não
será o único com dinheiro na cidade, devo a mesma quantidade
para Eric, e no fim, pago minhas dividas, até com sua avó!
Karine entrava pela porta e fala;
— Alguém pediu carona?
— Sim, mas temos aqui uma missão pessoal!
— Fala! – Sheila;
Peter pega cada uma das mochilas sobre a mesa, põem um
dos livros dentro, e primeiro fala;
— Irene, este você leva a enseada de Navarro, os Israelenses
estarão esperando lá!
— Certo, qualquer coisa, fica de olho!
— Eu vou tentar, Robert, este você leva a cidade de Navarro,
em frente a sede da prefeitura, deve ter o pessoal do Vaticano!
— Já pagaram?
— Sim, eles pagaram!
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J.J.Gremmelmaier
— Sheila, este e arriscado, na reserva, marquei com o pessoal
do Sheik, já pagaram!
— Acha seguro lá?
— Sim, acho que o problema vem do príncipe!
— E como você vai sair de lá!
— Não sei ainda, mas calma, temos este aqui, Call, você vai a
prefeitura de nossa cidade, um rapaz da igreja Anglicana estará lá
esperando, acaba de entrar o pagamento! – Peter fala olhando o
computador, pega o ultimo envelope e termina – Agora vou a um
pseudo leilão!
— Sabe que podem chegar a quantias maiores que o pago por
alguns? – Robert;
— Difícil chegarem a passar muito, mas foi Irene que
negociou com cada um deles, estão me passando a perna, então
acham que todos estão ganhando, todos passando todos para traz,
mas vou lá!
Peter sai com direção às terras de seu avô, Karine estacionou
ao lado de fora e olhou Caterine a entrada e pôs a mochila as costas,
e falou;
— Vai entrando, devo chegar dentro de minutos!
Peter andou até Caterine e ela não aceitou o beijo, afastou o
rosto e ele a olhou serio e perguntou;
— Vai mesmo me deixar livre assim, só por ciúmes?
— Você não falou quem era a menina?
— Falei, sabe que não poderia mentir, o que quer ouvir?
— A verdade!
— Dentro de momentos, estarei vendendo uma farsa, meu
poder estará fraco, mas não tenho como fugir a isto!
— E por que vai vender?
— Se ficar comigo, terei minha vida transformada em uma
guerra, pessoas sumindo, sendo mortas, seqüestradas, ou coisa pior,
então tenho de vender!
— Mas sabe que estarão com você na mira!
— Sei, se não lhe detive ontem, foi para não estar aqui hoje!
— Acha que é perigoso?
— Para todos, todos mesmo!
269
J.J.Gremmelmaier
— Eu te amo, Peter Carson, como posso aceitar que você saia
por ai, com uma menina mais nova, e que tem a cara de Sheila!
— Sheila que tem sua feição!
— Posso entrar com você?
— Gostaria que fosse para casa, é mais seguro Caterine!
— Vou entrar com você!
Peter sabia que não teria como mudar isto, lhe esticou a mão,
e adentraram a região, um senhor veio a frente, pediu o que estava
com Peter, ele pôs numa proteção de vidro, alguns especialistas
vieram ver, tinham pessoas de vários museus e instituições, e
depois de um tempo, Peter sentou-se ao fundo e viu começarem os
lances, quando chegou em 1 e seiscentos, alguns representantes,
começaram a receber telefonemas, e se viu ficar entre duas partes a
briga, museu de Louvre, e o Príncipe Árabe, quando o mesmo fez a
proposta de 2 bi, o rapaz do Louvre recolheu os seus, parecia que
tinha vencido uma batalha, mas a transferência foi confirmada, e o
leiloeiro foi cumprimentado por muitos, o rei olhou para os
Israelenses presentes, como se tivesse vencido, os demais foram se
retirando, e Peter saiu com a menina, adentrando ao castelo, e
olhou para trás, sabia que estavam o seguindo, quem, dois ou três
grupos, encostou Caterine em uma parede e falou;
— Desculpe!
A moça viu que ele puxou o caderno e terminou o desenho
dela em sua casa, e a menina olhou-se em seu quarto e o xingou;
— Quem vem ai? – Peter;
— Fica quieto que ninguém se machuca, falou uma voz
estranha!
Alguém atirou na pessoa que havia falado, e ouviu outra voz;
— Iraneano desgraçado, morra!
Mais tiros, estavam no salão de entrada do castelo, Peter
estava estático, quando sente algo lhe atravessar o braço, sentiu o
gosto de sangue, na boca, e caiu para traz;
270
J.J.Gremmelmaier
algo estava errado, Robert olha para o telefone e liga para o
Delegado;
— Senhor Delegado, como foram as coisas no leilão!
— Todos já foram, por que?
— Viu se Peter saiu de lá?
— Não vi, por que?
— Ele já deveria ter voltado senhor, sumiu!
— Vou avisar o pessoal!
Robert olha a porta e Irene chegava a eles;
— Qual o problema neto!
— Não sente, falta energia no ar, alguém apagou Peter, não é
morte, ele esta desacordado!
— Sinto, mas parece distante!
— Quem foi? – Sheila;
— Não tenho idéia!
Robert olha para o saguão do hotel, Mari e Paula e sabe que
algo aconteceu, os olhos se cruzaram e a mãe de Peter chega até
ele e fala;
— Robert, temos de o achar!
— O que aconteceu?
— A ultima coisa que vi foi ele pondo a mão no ombro, senti o
gosto de sangue a boca, e nada mais!
— Ele foi baleado? – Sheila;
— Parece que sim, ele esta fraco, posso sentir como se
estivesse a guardar forças! – Paula;
— Ele sozinho pode demorar dias para expelir uma bala, se
ainda estivéssemos unidos! – Sheila;
— Não adianta pensar em o que não podemos mudar, vamos
precisar ver quem muda de atitude!
— Mari, todos vão mudar, Peter não vendeu o original! –
Sheila;
— Como assim?
— Ele disse que não teria como permitir que um grupo se
desfizesse de tudo e vendou 5 copias, mas o original ainda esta
guardado, por isto ele esta fraco, antes de repassar os recursos, de
os usar para o bem, ele é frágil, perde poder! – Irene;
271
J.J.Gremmelmaier
— E por que fez isto?
— Não sei, poder é algo estranho, não posso dizer que seu
filho não esteja começando a gostar!
— Sei que não é por poder, mas temos de o achar!
273
J.J.Gremmelmaier
— Senhor, cada homem que mandar me bater, não terá
herdeiros nestas terras, cada homem que não me servir comida,
seus familiares morreram tendo a comida a frente, mas sem
conseguir comer, cada ameaça que me fizer, cobrarei em dobro!
— Acha que temos medo de ameaças criança!
Peter se calou, e foi levado novamente ao buraco, todo dia
levavam água, pois não queriam o ser morrendo por falta de água,
fome poderia passar, sede lhe tiraria a vida, Peter estava a 5 dias
sem comer quando o senhor o recebeu em sua sala novamente;
— Vai nos ajudar a decifrar isto, ou não!
— Senhor, perde tempo comigo!
O senhor chega a porta e um homem adentra a sala com
Paula, presa, olha para o senhor e fala;
— Que homem prende uma criança, para conseguir o que
quer?
— Alguém que sabe que é a única coisa que presa!
Peter olha para a irmã;
―Tudo bem?‖
Peter sorriu e falou;
— Bem parecida com ela!
―Desculpa irmão!‖
―Como você esta?‖
―Triste, onde eles colocaram a mãe?‖
―Pegaram a mãe também?‖
―Sim, ontem a noite, a induzi a vir lhe ajudar, e olha onde
paramos!‖
―Mãe, esta onde?‖
―Bem perto, por trás da cortina, lhe ouso, mas estou
amordaçada, eles querem o que?‖
— Senhor, sabe o que consegue com isto?
— Não, o que consigo?
— A certeza que não ajudarei, pois se ajudar, mata a mim, a
minha irmã e mãe, acha que ganha o que com isto!
— Quero ver se consegue ver sua irmã sofrer, e não faz nada!
— Certo, o que ela sofrer senhor, suas filhas, netas e netos
sofreram igualmente!
274
J.J.Gremmelmaier
Peter sente o senhor recuar;
— Vai continuar nos amaldiçoando, não tenho nem mais um
homem que lhe queira servir água, quer o que, morrer!
— Tem coisa pior que morrer, mas não entendeu ainda!
— Levem a menina!
―Calma Paula, sabe o que fazer!‖
Peter tira o chinelo, e risca sobre o tapete ao chão um
desenho e a menina some da vista de todos, passa o pé sobre o
tapete e o desenho some, olha para o senhor e fala;
— Agora vou lhe dar mais uma chance, sempre dizem que me
decepciono, mas continuo tentando!
Desenha a mãe, e esta some de frente ao senhor que a
olhava, ela levanta—se e se põem junto a parede, e sente a mão se
soltar e ouve em sua mente;
―Sai com calma, Paula esta lhe esperando no corredor, assim
que estiverem lá fora, embaixada Americana, não vão dar uma de
salvadoras, não tenho um caderno, senão as devolvia a nossa casa!‖
―Se cuida!‖
―Te amo mãe, mas tem de proteger Paula!‖
— Homens, ninguém sai da casa, fechem tudo!
Peter riu e falou;
— Homens sou um covarde e tenho medo das conseqüências,
não deixem elas saírem senão eu estou ferrado, meu deus, o que
faço com este marginal ai!
— Esta achando graça?
— Senhor, a 5 dias não como, daqui a pouco, vou morrer
mesmo, nem tratar meu ombro fizeram, perdi sangue, vida, não me
alimento bem, sabe que eu morrer, é como se tivessem jogado 2
bilhões no lixo, pois só eu leio este escrito!
— Dentro de alguns dias, estará mais maleável!
— Acha que vale as mortes senhor!
— Levem ele!
Os amaldiçoados não conseguiam comer, se comiam,
vomitavam, mesmo água não parava ao estomago, e quando as
pessoas começaram a cair às camas, o senhor resolveu conversar
com o menino na boca de seu buraco;
275
J.J.Gremmelmaier
— Peter Carson, o que é você, um demônio com certeza!
— Demônios não existem senhor!
— Então é um anjo se vingando de nós, mas qual a diferença?
— Anjos não existem senhor!
— O que faço com você?
— Senhor, preso aqui, sou a parte ruim de mim, a parte
imprestável, aquela que pode fazer mal, pois esta apenas se
defendendo, sorte sua, que me pegou fraco, senão estariam todos
em um lugar pior que este!
— Mas por que não definha, os que amaldiçoou estão quase
morrendo, e você, ai como se nada tivesse acontecido, fora a
sujeira!
— Senhor, as vidas deles me alimentam, posso amaldiçoar
quando detido, e ter a força de quem esta em volta, eles morrem,
amaldiçôo outros, e assim vivo, vocês morrem, e como estou preso,
não serei julgado, pois estou apenas mantendo meu corpo limpo,
eles não comem para não contaminar o meu eu!
— Mas o que você é?
— Apenas Peter Carson, um menino de 13 anos, que muitos
chamam de bruxos, mas estou em formação, já não sou um bruxo,
sou um mestre, mas evoluindo!
— E não vai nos dizer como traduzir aquele documento?
— Senhor, de que adianta contar a um burro a formula da
penicilina!
— Não somos burros!
— Mas são primatas, crentes em um deus que não existe,
inspirado em Judeus mentirosos, em cristão alucinados por poder
em Roma, e por a linha que surgiu depois, deus ajudando em
guerras pessoais!
— Não conhece nosso deus, por isto fala isto!
— Não, é que sei que o que tem lá, se você decifrar, o
queimara, pois contradiz seu deus, ou você usaria para conquistas
pessoais, dois usos que não gosto!
— Não teria curiosidade de saber o que esta escrito lá!
— Senhor, sei o que foi escrito antes, no qual foi baseado o
livro!
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J.J.Gremmelmaier
— Um bruxo, vamos acabar lhe queimando em publico como
exemplo!
— Um bom fim a um bruxo!
— Não tem medo de ser morto?
— Senhor, como disse, tem a chance de fazer o certo, mas
continua no caminho errado!
— Ao que me levaria o caminho certo menino!
— Deus não é como esta em sua religião, mas deus, gosta de
homens de fé, fé é poder, magia, mas seguir o caminho lhe tirara a
fé, e isto é perder força, perder o pouco de deus que lhe
acompanha!
— Esta a dizer que aquele documento me tiraria a fé!
— Testaria aos limites da razão, poucos homens resistem a
isto senhor, não posso dizer que o senhor resistiria!
— Mas teria uma chance de resistir?
— Sim, mas quer arriscar o pouco deus que tem, por algo que
pode nem chegar a decifrar, um trabalho de mais de 100 anos de
trabalho árduo!
— Não entendo então por que os vendeu?
— Para não estar em um buraco como este, mas não adiantou,
para proteger minha mãe e irmã, mas esqueci que tem gente sem
noção do valor da família, e que fala em religião!
— Você não nos deu escolha!
— Na verdade estão com pressa, e resolveram fazer da forma
mais racional possível, e se lixe aquele americano, são todos lixo
mesmo para vocês!
— Sabe que era a saída mais rápida menino!
— Acho que estou perdendo tempo, e isto esta me
preocupando!
— Acha que vai voltar?
— Uma hora você não terá mais homens, ou me solta ou
decide me matar de vez, nem que volte em espírito, eu volto!
— Como salvo meus homens?
— Isto só me soltando, mas não o fará!
— Mas por que eles não conseguem comer!
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J.J.Gremmelmaier
— Senhor, não como carne animal, não como muitas coisas
que sei que me tiram força, isto é incutido em mim, como padrão de
comportamento, é fazer um judeu comer carne de porco, eles
podem tentar comer, mas vão por tudo para fora!
— E se eles comecem apenas comidas puras?
— Não recomendo!
— Por que?
— 20 seres me dando força, se recobrarem a saúde, não terá
buraco para me segurar!
— Por isto prefere que eles morram?
— Já disse para eles não comerem carne, mas toda vez que
começam a comer bem algo, eles comem carne, ou coisas com
açúcar, e voltam a vomitar tudo!
— Como disse a eles?
— Senhor, esta me tomando pela aparência!
— Certo, mas o que eles poderiam comer?
— Frutas, comidas a base da terra, carne apenas de peixe,
não é frutos do mar, é peixe, mas nada que seja excessivamente
industrializado, como coisas com açúcar!
— Mas tomariam ao que?
— Água, suco de frutas, sem açúcar!
— Um bruxo naturalista!
— Sim! – Peter riu;
— Quer dizer que mesmo que tivessem trazendo este tipo de
comida, não estaria comendo!
— Tem dias que recuso até a água senhor!
O senhor se despediu e o menino sentou—se novamente em
seu buraco, e olhando em volta, acalmou Caterine, Sheila, Paula e
sua mãe, conversou um pouco com Irene, e Robert pediu para o
Delegado cuidar da segurança de Paula e sua mãe, Marlene estava
as voltas de inaugurações, as bases do hotel estavam a ser
construídas, a ausência de Peter estava lhe quase custando o ano,
de um menino sem faltas para ausente mais de 10 dia;
Sheila continuava a se safar das enrascadas da vida, ditadas
por um Peter que não falava mais em sua mente, era diferente, ela
sabia o que fazer, mas podia jurar que as vezes ainda ouvia ele falar,
278
J.J.Gremmelmaier
o namoro com Ronald estava a pegar fogo, Ângela estava feliz de
ter o namorado de volta, e Irene olhava aquele saldo, pulando nas
telas, sem nada poder fazer, e Marlene as vezes via a menina a
olhar para ela como se estivesse a aprontar algo;
283
J.J.Gremmelmaier
ou falar com deus, mesmo carregando em nossos DNA, o segredo
de deus!
— Sabe que assim como tem paginas que basicamente temos
de comparar o uso em mais de um lugar da mesma palavra e serão
decifradas, outras nada parece ter mudado!
Peter olha para o rapaz e fala;
— Abre na pagina 78!
O rapaz abriu e ele falou apontando para um símbolo;
— O problema é denominar, este símbolo é o equivalente aos
neutrinos!
— Eles já haviam chegado tão longe?
Peter indicou outra palavra e disse;
— Esta e gravidade, e esta, eles chamavam de Cisne, nós
chamamos de Andrômeda, a galáxia!
— Mas o que tem de relação uma coisa com outra?
— Rapaz, estou dizendo que mesmo eu passando outras 100
palavras para você, terão pelo menos 200 folhas sem tradução, e as
importantes, não as históricas, não as de credos que não os leva a
nada, como um Deus Primata!
— Esta a dizer que tem símbolos que vão definir até qual grau
de física?
— Menino, é física, biologia, química, e a união de tudo, em
uma pauta de leis, é difícil de traduzir, vai ser difícil das pessoas
aceitarem, mas quando o primeiro cientista começar a entender,
muda a forma de encarar tudo, até deus!
O senhor olhou para o menino e falou;
— Deve estar com fome, 10 dias sem comer?
— Quando estiver em casa como senhor!
— Mas ainda precisamos de sua ajuda!
— Senhor, leia o que esta quase traduzido, depois muitos
sistemas vão dar 3 ou quatro possibilidades para completar as
frases, leia, vê se lhe interessa, acho que não, mas se quiser posso
voltar, mas não como antes!
Peter estava com uma caneta na mão e falou;
— Ou vai insistir em me manter preso?
— Sabe que tem uma leva de pessoas lhe procurando!
284
J.J.Gremmelmaier
— Sei disto, só não estão procurando embaixo de seus narizes,
então não vão me achar!
— Quem disse que temos autorização para vocês dois saírem!
— Senhor, será que é pior do que achei?
Peter olha para o senhor que mede o menino e fala;
— Tem muita gente com medo de você, não me autorizaram
lhe libertar!
— Então terei de decifrar tudo, e realmente me mataram no
final!
O senhor olha para o menino e não respondeu, Irene viu que
a ajuda não daria frutos, mas Peter encostou no computador e ele
desligou automático, e o rapaz olhou para ele;
— O que fez?
— Formatação rápida, energia compacta, apenas positiva!
O menino toca no livro e este toma a forma de uma bíblia
judaica e olha para Irene;
— Me empresta este seu caderno!
O senhor tentou se mexer mas o medo o deixou estático, o
computador reinicia e pede CD de sistema, o rapaz olha para o
senhor e diz;
— Tudo perdido!
Peter terminava de desenhar ele e Irene em Comptche, os
dois vêem o menino sumir, o livro adulterado, e os dois se olham e
o rapaz fala;
— Por que temos de bater quando o rapaz esta ajudando!
— Sabe as regras!
— E ele obedece regras, alguém capaz de apagar um sistema
com um toque, capaz de com um caderno sumir daqui, nem idéia de
onde foi, ou transmutar um livro, eu odeio o Tora! – Fala o rapaz
olhando o livro a mesa;
285
J.J.Gremmelmaier
— Altamente complicadas, o Delegado passa duas vezes por
dia aqui, os homens de varias tendências estão a passear na cidade,
e alguns que querem falar com você, outros preocupados, Eric
passou aqui todos os dias!
— Já veio hoje?
— Não, deve estar por chegar!
— Ótimo, e o resto?
— Estão ajudando Marlene!
— Desculpa, esqueci que é Sábado, vou tomar um banho,
teria uma comida mãe, não como a 12 dias!
— E fala como se estivesse apenas com vontade de um
lanche!
— Sim, descobri uma forma de não me alimentar por anos!
— Você faz em carne, o que fazemos em espírito, muito
estranho! – Irene;
— Tem de me dizer o que faço com esta menina?
— O pai vai a matricular na escola, gosto de ter todos aos
olhos!
— Eu não vou a escola?
— Se não for, as pessoas vão estranhar, sabe disto, quer o
que, alguém a pondo para correr da cidade!
— Minha filha não deixaria?
— Quer arriscar?
Peter sobe e toma um banho, troca de roupa, e desce para
comer algo, comia bem lentamente, as primeiras mordidas de
sólidos pareceram doer ao estomago, ele tomou um copo de suco e
Eric bateu a porta, pediu a mãe para pegar o computador pessoal, e
o senhor falou;
— Onde estava, parece abatido!
— Dez dias num buraco é um pouco estressante!
— Mas esta bem?
— Sim, e sabe como foram as coisas?
— Não entendi, estão me falando absurdos, você havia me
falado em milhões!
— E o que não entendeu?
286
J.J.Gremmelmaier
— Estão falando que você iria me passar o dinheiro, mas não
entendi ainda o montante?
— Vamos ser justos, o senhor que achou, então vou transferir
o valor integral da venda para o senhor, mas não disse que iria
mudar para a cidade grande?
— Falei, mas a calma vale muito mais que apenas um ou
outro conforto da cidade!
Peter faz a transferência e fala;
— Bem vindo ao mundo dos ricos, Eric!
— Mas qual o valor, estou me achando perdido!
— Sua parte é 2 bilhões de dólares!
Eric deixa o corpo soltar na cadeira e Mari lhe serve um copo
de suco e fala;
— Você vendeu a 2 bi, você sempre me surpreendendo, mas
que imposto vou ter de pagar nisto?
— Uma fortuna, então melhor não sair esbanjando, mais de
500 milhões de imposto, Eric!
— Quer dizer que vou pagar de imposto, 20 vezes mais do
que pensei que receberia?
— Não fiz este calculo, mas deve ser algo por ai!
O homem estava solto, sorriso de orelha a orelha, sem saber
mais nem o que fazer, uma coisa é você dizer para alguém, você é
milionário, outra é bilionário, o senhor ficou ali estático, não sabia o
que fazer, Peter transferiu para uma poupança conjunta de Sheila e
Robert os outros 1,5 bi, passou 1,5 bi para a mãe, 1,5 para o pai,
olhou em volta e pensou no que iria fazer, tem coisa que não
adiantava falar e olhando para Eric voltar a vida, e sorrir um pouco
mais fala;
— Ainda bem que já estava sentado Eric!
— Imagina que lhe venderia por 20 dólares, já tinha gente
dizendo que deveria ter fugido com os meus milhões, e vem, me faz
a transferência como se fosse trocado!
— Eric, você merece, agora vê se não torra tudo!
— Se tentou ser engraçado, não funcionou, estava a tentar
pensar em quanto gasto por ano, perto de 60 mil dólares ano, não
é muito, mas levaria quantos anos para gastar isto, a este ritmo!
287
J.J.Gremmelmaier
— Pense mais redondo, se gastar um milhão por ano, dá mil e
quinhentos anos, já descontado o imposto!
Eric ainda estava estático e Peter falou;
— Esta bem ou quer uma ambulância para casa?
— Estou bem, apenas pensando no que farei, o que falarei,
como me portarei, quanto posso gastar, coisas que eram sonho até
agora pouco!
Peter pediu para a Mãe cuidar um pouco do senhor e saiu a
rua, foi direto a loja de Marlene, ainda estava aberta, e viu a Moça a
olhar os clientes, tinha um ônibus de excursão a porta, as 3
vendedoras estavam a correr para todos os lados, o aparecimento
de Peter na cidade, fez os excluídos aparecerem lá, logo após ele,
Caterine o chamou e falou;
— Não se faz isto?
— Desculpa, mas não queria lhe ver morrer!
— E por que morreria?
— Caterine, eu fui baleado, jogado em um buraco, não recebi
nenhuma comida por 12 dias, e acha que baleada agüentaria, não
são racionais, são animais que se dizem racionais!
— Mas fiquei preocupada, não gosto ainda daquela criança
morando com você!
— Não esta morando comigo, mas vem aqui! – Peter a beija.
– Tem de confiar um pouco!
Ela o abraçou e Robert chega logo em seguida, olha ele e fala
que transferiu para aquela poupança que a mãe deles havia aberto
os recursos, e viu seu pai entrar pela porta e olha ele, e perguntar;
— Só pode ter sido você!
— Você que vai pagar a obra do hotel, não eu!
— Mas .. – olhou em volta, a loja cheia e não quis atrapalhar
o momento, mas subiu e falou com Marlene que olhou o menino lá
em baixo, agradeceu e falou;
— Pensei que iria perder a inauguração da loja!
— Sabe como é, as vezes mesmo eu me bato para fugir!
Chegaram os amigos e Paul falou;
— Sabe que estamos em uma enrascada, Peter!
— Enrascada?
288
J.J.Gremmelmaier
— Sim, aquela sua amiga, a irmã de Robert, montou os anti
excluídos e esta nos pressionando, nos isolando, se bandeou para o
outro lado!
— E alguma vez tivemos problemas de ser excluídos?
— As vezes eu tinha, mas com você por perto, era diferente!
— Calma amigo, voltei, mas as coisas vão piorar, é só
esperar!
Robert entendeu, sem dinheiro a sua irmã era terrível, com
ele, seria muito terrível;
— Sabe o que acho Peter, mas não tenho como provar!
— Sei, mas calma, se tem uma coisa que sei fazer é distorcer
as coisas!
— Vamos fazer o que hoje? – Call;
— Vamos nos reunir na praça!
— Que praça? – Robert;
Peter olhou para Marlene e perguntou;
— Não falou para eles da praça?
— Não, achei que iria fazer uma festa para a entregar a
cidade!
— Marlene, a praça continua minha!
Ela sorriu e Marlene verificou como as coisas estavam e
andaram duas quadras, o rapaz da obra olhou Peter e falou;
— Senhor, quando inauguramos?
— Me ajude a tirar o tapume! – O rapaz fez sinal para os
demais e começaram a tirar o tapume, no centro do que fora a
fabrica de compensados, fechada a 20 anos, um prédio que parecia
três livros de pé, encostados um no outro, em cada uma das 4
esquinas, grandes estatuas dos patriarcas da cidade, e sobre os
livros, um menino olhando para a rua, sentado sobre os livros, ele
acendeu as luzes e se fez a praça, e Peter falou;
— Minha doação a cidade, uma biblioteca municipal!
— Pensei que iria construir algo maior aqui?
— Não, a cidade é pequena mesmo, mas sem uma biblioteca,
ficamos somente nas coisas que tem na Internet!
— E embeleza toda esta parte da cidade, dispõem o hotel de
frente a rodovia, e de costas a praça, nos abre os 3 imóveis, como a
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J.J.Gremmelmaier
lanchonete, a loja de lembranças e a casa assombrada, todos de
frente a praça! – Marlene;
Todos olharam para Peter, e viram o prefeito vindo a Peter e
falando;
— Pensei que teríamos uma solenidade para inauguração?
— Também, mas ficou bonita, não ficou!
— Sim, os comerciantes estavam com medo que abrisse outro
mercado aqui!
— Sabe que não os quero mal, e como esta a prefeitura?
— Sabe que tivemos pedidos de abertura de concessão de
outros hotéis e pousadas, duas fabricas de velas, a prefeitura esta
em polvorosa, estávamos muito mal acostumados!
— Já acalma prefeito, e tudo volta ao normal!
Peter abraça Caterine e vê chegando ao local, em seus carros,
Ronald e seus amigos, e Robert sorriu, pois Ronald iria tirar sarro,
veio direto, mas quando viu a praça, a estatua do menino, olhou ao
lado de Caterine e viu Peter, e se calou, Sheila chegou perto e falou;
— O sumido apareceu, e meu dinheiro?
— Se no lugar de ficar namorando, tivesse olhado o estrato,
não estaria me perturbando! – Peter;
— Mas depositou o integral?
— Obvio que não, somente a sua parte e de Robert!
— Pensei que havia os abandonado!
— Soube que a patricinha de Los Angeles, tomou forma de
vez!
— Sabe que não gosto deles, quer o que!
— Respeito, outra coisa, não sei se notou, mas as coisas não
estão redondas!
— Reparei, me disse que tinha desenhado minha proteção,
por mais um ano!
— E tinha, mas esqueci de dizer isto para os demais, e
explodiram minha casa, com tudo que havia desenhado, as historias
se perderam!
— Então estou livre de você! – Sheila;
Call chegava perto e falou;
— Pronto, com alguns dias de atraso!
290
J.J.Gremmelmaier
Peter olha para o amigo e começa o show pirotécnico de
inauguração da praça, abraça sua namorada e a cidade vem ao local,
conhecer o novo espaço da cidade, Ronald não gostava disto, o
menino estava a conseguir muita influencia, mas Sheila estava com
ele, e isto que importava;
Caterine olhava para Sheila que não tirava os olhos de Peter,
algo que sabia que ainda teria problemas, alguém que o tirou da
inércia, capaz de fazer coisas malucas diante dele, insegurança, era
o que passava na cabeça da moça;
Paula chega ao lado de Peter e Caterine e sorri, a menina era
mais apegada ao irmão do que qualquer criança que conhecera,
segura sua mão e fica ali, a olhar a queima de fogos, as pessoas
viam a cidade mudar, e os recursos ainda estavam nas contas, nem
começara a mudar a cidade;
291
J.J.Gremmelmaier
— Aquilo não foi legal, sei disto!
Peter sorriu e abraçou a irmã e falou;
— Amor às vezes nos faz fazer coisas impensadas, perigosas,
mas de uma força incrível irmã!
A menina o apertou em um abraço, e depois saiu pela porta
com um olhar de criança travessa;
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— Carson, seu filho não tira nada de você, mas tem de lutar
pelo que ama, não se deixar comprar!
— Mas então por que ele me passou o dinheiro!
— Ele lhe incluiu nos planos dele, estava até a dois dias,
reclamando que ele não estava o mantendo na vida dele, que
estava a parte, agora ele lhe põem os recursos do hotel e dois
empreendimentos, que disse que você tocaria, e você pensa em
viajar o mundo, em viver a vida!
Carson não falou mais nada, parecia que a moça não o
entendia;
294
J.J.Gremmelmaier
Ronald abriu o caminho, para eles passarem, pararam diante
da construção das fundações do hotel, e Peter sentou-se a um
banco, ainda a praça;
— As vezes é difícil não fazer nada!
Robert sorriu e viram os demais chegarem perto, Call e Paul,
a manha de domingo na cidade, geralmente era para reuniões
familiares, pois o que se teria para fazer, a praça era a novidade,
então estavam a olhar a cidade acordar tarde e vir ver a novidade,
os excluídos estavam a esperar as namoradas, se tinha uma coisa
que estava a perturbar o grupo de Ronald, era o fato dos 4
excluídos terem namorada, embora o rapaz falasse a todos que
venceu Peter, todos sabiam que era uma questão de Peter ficar
quieto, pois se ele falasse, tudo mudaria;
Sheila chega a praça, beija Ronald e olha para os Excluídos e
fala;
— Vamos fazer o que, pessoal?
— As meninas não chegaram ainda! – Carlos;
Sheila estava a olhar os olhos de Carlos e viu ele acompanhar
o caminhar de sua irmã, ao lado do pai de Carson, e pensou em
quanto uma cidade daquelas era interligada, as moças da torcida
foram chegando, e saíram em direção a lanchonete, mas Ronald
não estava feliz, teria de aprontar naquele dia;
295
J.J.Gremmelmaier
volta quando uma moça, com uma roupa justa, toda negra, cabelo
preso, perguntou;
— O que vão querer?
Muitos refrigerantes e dois sucos de laranja, para comer,
batata frita, Peter não era magro a toa, ele mal comia, mas não
estragaria a alegria de Call, apresentar um lugar que ele conhecera;
— Tem algo errado? – Caterine;
— Não, cheira a confusão o local, mas tudo bem!
Caterine viu que haviam muitos seres vestidos inteiramente
de preto, muita bebida alcoólica as mesas, o palco a frente das
mesas, pareciam guitarras e uma bateria, grandes caixas de som,
ligadas a potentes amplificadores, Call estava a tentar impressionar
a namorada, e a menina parecia ouvir cada palavra que falava,
paixão, Ângela e Robert era mais amor, mais equilíbrio de forças,
Karine impunha-se sobre Paul, difícil de saber, pareciam nascidos
um para o outro, o local foi enchendo, muitas pessoas com caras de
poucos amigos, uma carga pesada de sentimentos contraditórios,
como desejo e proibições, o show começou, Punk-Rock, falando de
sexo, estupro, violência, morte e amores impossíveis, o som era
bom, ignorando as letras, o guitarrista e o baterista faziam as
pessoas se mexerem, já o vocalista, gritava e mesmo assim era
inaudível o que ele falava;
O pessoal estava a se divertir, mais refrigerante, mais suco de
laranja, estavam em meio a uma festa Punk, aquela forma de um
jogar o corpo sobre o outro como dança, quem olhasse distraído,
diria que estão brigando, mas certa hora, alguém não gostou e virou
uma briga a frente do palco, mais de 20 metros da mesa, Robert viu
que sua irmã estava na confusão e olhou para Peter, que apenas
indicou os brutamontes da segurança, na briga uma outra moça
havia a acertado o lábio esquerda, e sangrava, os olhos de Peter
percorreram as feições das pessoas e falou;
— Merda!
— O que ouve? – Call;
— Cuida das meninas, Robert, me ajuda!
— Vai lá ajudar ela? — Caterine;
Peter olha para ela, e chega perto e fala;
296
J.J.Gremmelmaier
— Olha para os dois senhores por trás da briga! Olha nos
olhos deles!
Caterine olhou, eles passavam a língua lentamente a boca,
olhos brilhosos, fixados no sangue, e ela falou;
— Vampiros, mas é dia lá fora!
— Depois explico o que é mito, mas tenho de ajudar!
Peter faz um sinal para o Robert ir a frente, ele nunca abriria
o caminho sem magia, não queria chamar a atenção, Ronald estava
seguro por dois seguranças, os amigos sumiram, as meninas da
torcida pareciam se deliciar com o fato de Sheila ter sido abalroada,
Peter chega até ela que lhe olha e fala;
— Sai daqui, não preciso de ajuda!
Peter não falou nada, olhou para os dois vampiros e um dos
seguranças seguiu seu olhar e olhou aqueles olhos estranhos, que
quando percebidos, tenta vir a forma normal, mas Peter viu a moça
que havia agredido Sheila, falar;
— A briga é entre eu e ela, não se mete!
— Precisa de ajuda moça!
— Não preciso de nada de você, eu vou quebrar esta ai,
inteira!
— Não duvido e depois?
— Não quero discutir com um pirralho!
―Moça, sou um pirralho chato, não me force a ter de intervir,
em seus amigos dou um jeito!‖
— Não tenho amigos, eles são...— a moça não conseguiu
falar;
―Tomadores de sangue!‖
— Você é um deles?
―Não, meu nome é Peter Carson, não sei se ouviu falar!‖
A moça para diante dele;
Sheila sabia que Peter estava a acalmar a moça, mas o toque
de Peter fez o lábio desinchar e cicatrizar rapidamente, Sheila
sentindo-se melhor falou;
— Não se mete Peter, eu posso com ela!
―Não se faz do que não é Sheila, você não pode com uma
tomadora de sangue, baixa a bola!‖
297
J.J.Gremmelmaier
Peter voltou a moça e esta falou;
— Mas vai fazer o que, me amaldiçoar, Peter Carson!
Os dois Tomadores de Sangue recuam, e a moça vê que
estaria sozinha, mas são seguros por dois imensos seguranças;
— Moça, posso ajudar, mas tem de querer!
Robert ajuda a irmã a levantar-se e a tira da vista, o
segurança chega perto do menino e fala;
— Deixa que cuidamos disto, menino!
— Preciso falar com ela e os dois!
— Não manda aqui!
Peter toca no segurança e fala;
— Eu não mando em ninguém, mas preciso falar com ela!
O segurança fez um sinal para uma porta dos fundos, e
saíram por lá, a moça, os dois rapazes e Peter, o segurança vindo
atrás, e falando;
— Não gosto de bruxos em minha casa!
— E gosta de Sanguessugas! – Fala Peter;
O segurança olha para os três, pálidos, e fala;
— Mas não existe vampiros!
— Não são vampiros, são seres que tem sua força, tirada do
sangue dos demais, posso estar errado, mas você não poderia com
a moça ai!
— Mas por que se deixaram então dominar!
Peter não respondeu, olhou para a moça e perguntou;
— Como é seu nome moça?
— Pode me chamar de Pity!
— Se meteu hoje com a menina errada!
— Percebi, deveria ter escolhido outra, mas uma patricinha
em nosso meio, não resisti!
Peter olha os outros dois e fala;
— E vocês dois, não os quero nas imediações de minha cidade,
já disse isto antes!
— Peter Carson, pensei que estava detido, onde estava, Irã,
Iraque, onde?
— Arábia Saudita, mas sempre de olho em vocês!
298
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— Não queríamos importunar, mas quando falaram que a
magia estava alta nesta região, não resistimos, sabe que sangue de
áreas assim, tem gosto muito melhor!
— Estão brincando com fogo, o sangue daquela menina
mataria Pity!
— Por que? – Pity;
— Ela é neta de Irene, a curandeira, sangue forte dos Navajo,
iria queimar por dentro!
— Não acredito nisto!
— Tanto não acreditam que passam longe de certas regiões
do país, mas não os quero ver por aqui de novo!
— Esta se achando, Peter Carson, ainda não acabou!
— Quer me enfrentar quando Yuri?
— Ainda terei minha chance!
— Se não pode comigo com 9 anos, acha que os anos vão lhe
facilitar em que?
— Mas agora não estou sozinho!
Peter desfaz o feitiço que os mantinham estático, e o
segurança vê o rapaz o arremessar contra a parede, e avançar como
uma sombra sobre Peter, que prestava a atenção nos demais, um
ser de um metro e noventa, forte, branco como leite, a moça tenta
se mexer mas Peter a pôs em uma pequena bolha, o senhor bem
mais alto que Peter avança, e ele segura a mão do senhor, torce e o
joga contra uma parede, Peter faz um gesto rápido com a mão, e vê
o segundo ser libertado, um segundo segurança, jogado contra a
parede, ele ao centro da peça, espera cada um avançar, as portas
se trancam e os dois avançam em sintonia, e Peter segura os dois
pela garganta e Yuri fala, socando para soltar-se;
— Acha que vamos perder?
Peter deixa o corpo maior, estica, cresce, e olha para o senhor
a frente e fala;
— Não pretendo vencer, isto seria os derrotar, não me traria
boas coisas destruir vocês, mas tem de saber que não é um lugar
para vocês, digamos que vou me repetir, não gosto disto! – Peter
apertava os pescoços dos dois, como havia crescido em tamanho,
299
J.J.Gremmelmaier
estes estavam pendendo ao ar. – O vale do rio Navarro, é minha
região, será que terei de vigiar mais a fundo!
Peter joga os dois contra a parede, e volta ao seu tamanho, e
fala ao segurança
— Se quiserem por eles para fora, preciso falar com a moça! –
Peter vê os dois se levantarem rapidamente, olharem para ele e
saírem empurrando os seguranças a porta;
Peter era observado pelo segurança, enquanto abaixava-se
para a moça e pergunta;
— Quer continuar nesta vida?
— Não tenho saída, é um caminho sem volta!
— Lhe enganaram direito, mas teria de ter coragem para
querer voltar!
— Yuri disse que não teria volta, seriamos caçadores o resto
de nossas vidas!
— Yuri já esta velho e não cansa de mentir, mas seus dias
estão chegando ao fim, mas não serei eu que o destruirei!
— Mas teria saída?
— É dolorida a saída moça, mas teria!
— Mas o que teria de fazer?
— Voltar a comer, mas apenas coisas puras, isto quer dizer,
frutas, cereais, água e sucos, e se abster de qualquer carne, por um
ano, depois disto, optar pelo outro caminho!
— Mas o que teria isto de dolorido?
— Se livrar de um vicio sempre é dolorido, as primeiras frutas
vão lhe queimar por dentro, como acido, mas depois do terceiro dia,
começa a melhorar, sucos de preferência ricos em ferro, mas pode
ser qualquer suco, mas de forma alguma, comer qualquer produto
que tenha origem animal, esquece queijo, leite, qualquer coisa, não
esquece que até a gelatina vem do animal, por 365 dias, mas tem
de escolher, não tenho como monitorar isto, mas toda vez que
quebrar a dieta, teria de começar a contar de novo!
— Mas eles não vão me deixar para traz!
— Estão a mais de 50 km daqui, e estão se afastando
rapidamente, acho que vão por outra em seu lugar!
— Mas se eles voltarem!
300
J.J.Gremmelmaier
— Moça, a escolha é sua, se estiver a fazer o que falei, nem
seu sangue serve a eles, se o sangue de Sheila tem magia, que a
mataria, esta em uma curva da magia que não sei exatamente o
que faria com ela, podendo a por como a líder de um grande grupo
de Sanguessuga, um a matar por tentar isto!
A moça pediu licença e se retirou e o segurança chegou a ele
e falou;
— Quem e você menino!
— Ninguém, mas tem de ficar atento, brigas assim podem ser
mortais!
Peter olha para os dois seguranças, que foram atirados contra
a parede, os vendo bem, retorna a lanchonete e senta-se ao fundo,
abraçando sua namorada, os demais nem viram o acontecido, mas o
segurança olhava para Peter com aqueles garotos, a banda tocava a
toda, e Call e a namorada foram ao pequeno salão dançar, Paul
acompanhou, e Robert tentou induzir Peter a ir, mas ficou ali a
beijar sua namorada;
Caterine olhou para ele e perguntou;
— Você me induziu a achar que eram vampiros!
— Não os das lendas, e sim, uma maldição de só conseguirem
se alimentar de sangue, enquanto o fazem, tem agilidade,
juventude, mas não conseguem comer nada que não seja sangue,
lhes queima por dentro, tem de ser muito valente para sair de uma
maldição destas!
— Fala como se fossem amaldiçoados, mas a quanto tempo
sabe disto!
— Um deles era Yuri, um senhor de mais de 600 anos,
conheci ele a 4 anos, numa festa de fim de ano, na cidade, lhe disse
que não era terra para ele, esteve fora 4 anos, mas veio atraído
pela magia crescente, quando se atrai, vem tudo, não só a parte
boa, vem tudo!
— Mas foi lá proteger sua amiga, não gosto disto!
— Contra estes, iria lá até proteger Ronald, não é questão de
quem, e sim de manter as coisas nos caminhos certos!
— Sabe o que esta se passando no salão?
— Não, o que esta acontecendo? – Fala Peter a beijando;
301
J.J.Gremmelmaier
— O pessoal de Ronald esta a cercar os Excluídos, vai dar
merda!
— Difícil, mas todo excluído sabe o sabor de uma boa surra!
— Esta brincando, não?
— Lógico que estou brincando!
Peter vê o segurança chegar perto de Ronald e falar;
— Rapaz, vai provocar mais confusão!
— Estamos só nos divertindo!
— Rapaz, os amigos de Peter são convidados da casa, melhor
não perturbar!
Ronald olha para Peter, mas este estava de costas e Caterine
fala;
— O segurança esta a falar algo para o Ronald!
— Deve estar dizendo para manter a calma, não fazer
bagunça!
Ronald olha para Sheila ao seu lado, e se afastam para o
outro lado, e ela fala;
— Ele não tinha que se meter em minha briga! – Sheila;
— Parecia conhecer os marginais!
Sheila tentava olhar para Peter sem chamar a atenção, mas
não estava sendo eficiente;
— Por que esta olhando para ele?
— Quem?
Ronald odiava isto, toda vez que o menino aparecia, Sheila
mudava, era ele tocar nela e ela mudava, ele viu ele a curar, um
toque, como iria enfrentar isto, qual o caminho que seguiria, não
deixaria barato cada segundo que Sheila esquecia de olhar para ele;
Os demais vieram a mesa, e o vocalista chamou um amigo
para cantar, e Call foi ao microfone, estranho ver alguém dos
excluídos cantando com a banda, Peter sorriu, era bem melhor que
os vocalista original, parecia que ele sabia cada letra, e o barulho
tomou o local novamente, os demais foram dançar e uma senhora
senta-se a mesa, olha para a moça, e depois para Peter e fala;
— Deve ser quem esta fazendo esta disfunção forte de magia!
— Com que falo?
— Meu nome é Margarida Sout, dona do local!
302
J.J.Gremmelmaier
— Peter Carson!
— O menino Bruxo, dizem que esta a transformar a região em
um pólo de exploração do sobrenatural, sabe que isto lhe tira força!
— Sei, mas não estou explorando o sobrenatural, estou os
preparado para o sobrenatural!
— Eles não podem saber menino, seria uma disfunção muito
grande de poder!
— Senhora, desculpa se pareço muito, mas quero eles me
aceitando como sou, não estou preocupado com os demais, por
sinal, eles nunca se preocuparam comigo!
— Muitos pediram sua morte quando nasceu, sabe disto?
— Sei, tenho uma cicatriz na altura do coração, uma as costas,
uma na altura do fígado, três tentativas no primeiro ano de vida, a
primeira me perfurou o coração, a segunda, o pulmão esquerdo, e o
terceiro o fígado, procuro as respostas que não tem!
— Que resposta?
— Como sobrevivi!
— Se alguém soubesse não estavam sempre tentando, a
muito não via Yuri por aqui!
— Esta é a segunda vez que o vejo, a primeira aos meus 9
anos!
— Verdade, antes ele vinha mais freqüentemente, ele passava
por aqui indo e vindo, sempre com sumiços estranhos, mas não
gosto de mexer com ele!
— Estava cobrando o pacto de 4 anos atrás, as terras do vale
do Navarro não são para ele!
— Então foi você desde o começo, vai dizer que os falsos
bruxos também foi você!
— Não, mas onde se tem muita magia, os farsantes evitam!
— Mas vim dizer que não gosto de demonstração de poder
em publico!
— Desculpa, poucos notaram!
— Meus seguranças notaram, já é demais!
A senhora levantou-se e foi a sua cabine sobre todos, o
segurança viu que a senhora saia da mesa, Peter olhava para
Caterine e falou;
303
J.J.Gremmelmaier
— Estou começando a ficar cansado, melhor irmos!
— Sabe que não vão querer voltar!
Peter fala na mente de Robert;
―Estou indo, ainda não estou de todo forte!‖
Peter pegou um pequeno caderno e desenho o portão da casa
de Caterine, e os dois surgiram lá, a senhora quando olhou para a
mesa, antes de se prender aos números, o menino já não estava lá,
o segurança viu ele sumir, com a menina, poucos repararam, mas
Sheila também viu, e Ronald olha para onde ela olhava e pergunta;
— Sentindo-se sozinha?
304
J.J.Gremmelmaier
— Tudo, deixa entrarem em sua casa, com tamanha
facilidade!
Peter olha para a irmã e pergunta;
— A moça é de confiança?
— Sim, tem uma boa aura!
— Sabe o que ela é, irmã?
— Uma Sanguessuga, mas pensei que eles não tivessem
auras boas!
Peter olha para a moça e fala;
— Se acha que ela é fraca, não a conhece, eu enfrentei Yuri
aos meus 9, Paula o enfrentaria com 5!
A moça olha para a menina e fala;
— Mas o que faria, se a atacasse?
— Pity, quer tentar? – Paula;
— Considerando uma brincadeira de pega!
Peter sentou-se a cama e viu Pity se deslocar rapidamente, e
quando pensou em tocar em Paula, esta apenas materializasse na
outra extremidade do quarto, foi uma perseguição de mais de 12
minutos, e Paula no fim falou;
— Quer ver como sou boa no outro extremo da caça?
Pity fez que sim, a menina olhou para ela e menos de 15
segundos a menina estava a segurar a mão de Pity com força;
— E daí, vamos conversar ou vão continuar brincando! –
Peter;
Pity olhou para o menino e falou;
— Tem certeza do que falou?
— Eu tenho, mas tem certeza que quer, por um tempo não
terá forças para muita coisa, e estará abrindo mão desta rapidez!
— Sei disto, mas posso voltar a tentar ter amigos, amigas,
família, pois do lado de cá, não posso nem deixar meus herdeiros!
— Peso da maldição!
— Me ajudaria?
Peter olha para Paula e fala;
— Pede um suco de maça para a mãe?
— Esta com sede?
305
J.J.Gremmelmaier
— Não, vai aprender como reverter uma Sanguessuga!
A menina sai pela porta e a moça fala;
— O que você é, bruxos não ajudam Sanguessugas?
— Um Mestre, não mais um bruxo!
— Mas não é muito novo para ser um Mestre?
— Estou a tentar ser um Mago, mas ainda estou nas
provações!
Paula chega com uma jarra e 3 copos, e Peter fala para a
irmã;
— Pede gelo para a mãe, e uma atadura, ela sempre tem uma,
não sei por que, mas sempre tem!
Paula desceu e a moça perguntou;
— O que vai fazer?
— Vamos fazer uma compressa de gelo na altura do
estomago, reduzir a temperatura externa, vai doer moça!
Paula traz um pote de gelo, e as compressas, Peter põem em
um saco de plástico o gelo, a moça levanta a blusa, e ele amarra a
compressa na altura do estomago, pondo um saco de gelo
pressionado tanto a frente do corpo, como as costas, ele olha para a
moça e fala;
— Sei que vai doer, os 3 primeiros dias são insuportáveis, e
uma vez tomado, não tem volta, a dor vai vir, não terei o que fazer!
— Eu sou forte!
Peter enche o copo e fala;
— Toma de uma vez, pois independe da quantia, a dor vai ser
a mesma!
A moça pega o copo, estava decidida a fazer, olhou para
Peter e tomou de uma vez, um segundo depois ela estava a se
contorcer ao chão de dor, se via o derreter do gelo na altura do
estomago, e Mari chega a porta, vendo a moça ao chão, e fala;
— Os vizinhos vão querer saber se estamos matando alguém!
Paula não gostava do som da dor, do sentir da dor, e abraça a
mãe, a moça sentiu dor seguida na altura do estomago por uma
hora seguida, e depois Peter a ajudou a sentar-se, a trocar os sacos
de gelo, que já continham água quente, por novos sacos de gelo, e
a moça quando viu Peter com o segundo copo a mão, perguntou;
306
J.J.Gremmelmaier
— Não teria como ser mais lento?
— Quer sentir mais dor, podemos ir mais lentos!
A moça toma o segundo copo, e não sente a dor e fala;
— Não sentirei mais dor?
— Anestesiou por hoje o cérebro, mas dentro em pouco,
quando começar a descer pelo intestino, este também vai reclamar,
então toma dois copos de suco a mais, e minha mãe vai lhe trazer
uma roupa mais confortável, toma um banho, estarei aqui dentro de
uma hora, quando a reação pior começar!
— Reação pior?
— Até daqui a pouco, Pity!
Peter foi a seu quarto, tentou centrar-se e tomou um banho
demorado, segundo do dia, mas ainda achava que a terra estava em
suas entranhas, Mari emprestou uma roupa bem leve para a moça e
esta foi ao banho, a água da casa parecia a queimar a pele, não era
um costume dos Sanguessugas, tomar banho era algo raro, já que
não suavam, não gostavam de sol, não por que os queimassem,
como as lendas falavam, mas lhes dava mais fome, já era difícil
passar desapercebidos, caçando a noite, durante o dia seriam alvo,
mas aquela água parecia a queimar em parte a pele, mas depois de
tamanha dor, estava quase que gostosa a pequena dor, vinda de
outra parte do corpo, pôs as roupas largas, olhou a compressa, e a
deixou ao lado da cama, e Peter veio a ela comendo uma maça e
falou;
— Como foi o banho, queimou um pouco?
— Sim, estranhei isto!
— Um bom sinal, agora vem a parte de cólicas, isto diminui
como o tempo, mas verá que a cada dia vai reduzir, teremos uma
crise dentro de perto de 3 meses, mas cada coisa a sua vez!
— Crise?
— Moça, quando vier a ter a primeira cólica menstrual
novamente, ela vai valer por todas as que não sentiu antes,
enquanto não menstruava, mas isto é em 3 meses, se você
agüentar até lá!
— Parece já ter feito isto?
307
J.J.Gremmelmaier
— Não, e nem sei de alguém que o tenha feito, terá que
confiar em mim!
— Nunca fez, como sabe como fazer?
— Pity, acreditar não poderei fazer por você!
A moça olhou desconfiada e ele falou;
— A melhor forma de enfrentar esta parte nem sei se existe,
recomendo deitar, esticar bem o corpo, estarei aqui para lhe cobrir
quando começar a sentir frio!
— Não tem como ser diferente?
— Ou se sai dela, ou se vive nela, uma vez no caminho,
retornar é difícil!
Peter alcançou um pano para ela e falou;
— Se precisar morder, melhor do que forçar a mandíbula!
A moça começou sentir as cólicas, começaram lentamente,
mas foram piorando, depois de algum tempo ela esta contorcida
sobre a cama, começou a suar frio, Peter a cobriu, estava ali a
morder muito forte, a dor durou a noite inteira, era perto das 5 da
manha quando Peter desceu e se deparou com Irene a cozinha e
falou;
— Pensei que estava a cama!
— Se eu sumir dois dias, apenas Marlene percebe, seu pai
nem percebe!
— Não gosto do que fez!
— Não fiz nada!
— Sinto os dois em sua mente, Irene!
— Me tirou a terceira, quer o que com isto, ver alguém sofrer?
— Lhe poupar de seres do bem!
— Peter, seriamos um casal de muito poder na cidade, por
que perde tempo com aquela Caterine!
— Desculpa, mas sabe que o perigo não é ela, vi que esta a
deteriorar o poder em sua neta, sinal de fraqueza, tem de parar de
mostrar seus fracos, Irene!
— Eu não quero lhe fazer mal menino, mas não entende o
poder por trás de tudo que absorveu!
Peter ficou quieto, e a senhora, naquele corpo de adolescente
fala;
308
J.J.Gremmelmaier
— Acha que a moça consegue agüentar?
— Como disse para ela, nunca soube de alguém que tivesse
feito isto, ela não entendeu que não é por não terem tentado, e sim,
por não agüentarem e voltarem ao sangue!
— Sabe que a sede deles é estranha, influencia na
alimentação da gente!
— Irene, você sempre procurando caminhos complicados,
mas na verdade, o poder deles está no sangue, mas você não tem
como os alimentar de sangue, pode até se alimentar, mas não
chegará a eles, então dentro de dias os vai acabar absorvendo!
— Peter Carson, você é muito estranho, conhece coisas que
sei que os bruxos e curandeiros da região sempre mantiveram
longe!
Peter sorri, serve o café que estava a fazer e olha a porta a
irmã vir a cozinha e falar;
— Acabei dormindo na sua cama irmão!
— Sei disto irmã, serão noites intermináveis, mas deve
começar a melhorar no fim da semana!
— Eu bloqueei o som depois de um tempo, precisava dormir!
— Mas vai ser difícil a aula hoje! – Peter;
Paula olha para Irene e pergunta;
— E você, o que faz aqui?
— Olhando os métodos de seu irmão, para tentar salvar um
ser como aquele lá encima!
— Se não tem nada a fazer aqui, melhor ir!
Irene pensou em fazer algo com a menina, mas qual seria a
conseqüência, saiu e Peter perguntou;
— O que aconteceu?
— Ela tem aqueles dois falando besteira na cabeça dela, não
suporto isto!
Peter sorriu e foi ao quarto se aprontar para a aula;
310
J.J.Gremmelmaier
— Passa na enfermagem, soube que desmaiou outro dia na
sala!
Peter sai da sala, e foi a enfermagem, a medica olhou a cara
do menino e perguntou;
— Esta acabado Peter, senta aqui, deixa eu medir sua
pressão!
A pressão estava um pouco baixa e a medica perguntou;
— Andou sumido, soube que suas façanhas estão animando a
cidade, mas o que é real?
— 12 dias sem comer, por isto estou meio fraco, doutora!
— 12 dias, mas é muito tempo!
— Sim, principalmente para alguém como eu, índice de
gordura quase no negativo, mas devo estar bem em alguns dias!
— Esta se alimentando bem?
— Sim, mas tenho de ir com calma, sei que a alimentação não
é como outras coisas, ela tem absorção lenta!
— Não seria propicio repor com reforço alimentar?
— O dia que souber o que tem ai dentro, talvez coma, mas
ainda não sou cão de raça!
A medica riu e falou;
— Parece estar precisando de descanso!
— Sei disto, mas não posso perder o ano, então tenho de vir
a aula!
— A maioria iria querer estar com desculpas medicas em casa,
você parece querer estar a aula!
— Aqui sempre foi uma de minhas casas!
A medica indicou repouso, mas ele voltou a aula, a
preocupação estava muito além da sala, mas pôs um pequeno
pedaço de sal marinho em sua boca, um cristal de sal, e pareceu
ligar na tomada, o sono se fora, as energias voltavam, Robert viu a
diferença, no intervalo pediu um suco, pediu como sempre, sem
açúcar, tomou e olhou os demais e falou;
— Como foi o fim da noite de ontem?
— Foi incrível, a proprietária nos deu convites de entrada
franca, os meus amigos cantaram muito, eu gostei de mais! – Call;
311
J.J.Gremmelmaier
— Não sabia que era um consumidor de Energias Ocultas
amigos!
— Não sei o que é isto?
— Call, deve ter sentido a força das pessoas quando pegou o
microfone, os músicos tremem as costas, mas após o primeiro
refrão seus dedos se soltam, você sente a vibração vinda da musica,
emanam na vibração de cada tipo de musica, no caso a musica que
cantava estava pregando coisas da carne, sexo, drogas, e muito
sangue, mas a maioria nem liga para a letra apenas a batida em
sincronia, quanto mais rápido a batida, mais eles ficam no
desespero!
— Você vê magia em tudo? – Call;
— Foi mágico Call, muito além do normal!
Call sorriu e viu Sheila chegando a mesa e falar;
— Podemos falar um momento? Sem testemunhas!
Caterine foi pegar algo e todos saíram, mas Call ainda sorria
de orelha a orelha;
Peter olhava a menina, a sua frente como se esperasse algo
impossível;
— Peter, as vezes tenho a sensação de que ainda esta em
minha mente!
— Desculpe, mas é apenas sensação, você queria liberdade, e
mesmo sem sua permissão, nos desliguei, você segue sua vida, e eu
a minha!
— Mas esta ainda presente, eu sinto!
— O que sente, é o que muitas pessoas sentem, mas você
sabe identificar que sou eu, mas não é em você, e em tudo que a
cerca!
— Quer dizer que não vou conseguir me livrar de você por
inteiro?
— É só se afastas, você esta fazendo isto, cada vez seu poder
é menor, ainda bem que não precisamos dele, pois não saberia nem
mais o que fazer!
— Fala como se tivesse torcendo por algo assim!
— Sheila, sei hoje que fiz o correto, duvidei por dias, mas
quando sumi, você mostrou o que é capaz de fazer, eu arrisquei
312
J.J.Gremmelmaier
minha vida para salvar o seu irmão, e você o desmoraliza para ficar
ao lado de um, desculpa a sinceridade, menino que será como seu
pai, vai lhe trair, vai mentir, roubar, matar, mas se este é o caminho
que escolheu, sabe que me afastarei cada vez mais, pois a
lembrança era muito melhor do que a pessoa que sobrou, depois de
5 anos!
Sheila ouve aquilo e quis dizer algo, mas Ronald chegou ao
lado e perguntou;
— Estão voltando a se falar?
Peter olhou para a menina, queria algo que não aconteceria,
os olhares dos dois se encararam e a menina puxou Ronald para
longe dali, e as palavras vão corroer como acido, a alma de Sheila
que resmunga;
— Eu mato isto ainda!
Ronald achou que a discussão foi muito pesada, pois o sorriso
de Sheila se foi, e Irene tentava se enturmar com um grupo que não
estava em nenhum dos grupos, alguém de aparência nova, como
assuntos muito chatos, difícil de achar algo, olhou para Peter e
pensou;
‖Isto é uma chatice, o que faço aqui?‖
Peter olha para ela e sorri, a ligação dos dois ainda era forte,
as vezes a própria Irene achava que estava ainda na mente de Peter,
mas não mais como antes, não sabia o que a ligava ao menino,
alguém com respostas e atitude estranhas a ela;
313
J.J.Gremmelmaier
— Não importa o quanto se faça, as pessoas com medo,
fazem o que querem, vão me acusar da explosão, e vamos ter 10
testemunhas confirmando me ver sair do banheiro, pouco antes da
explosão, e realmente estive ali pouco antes da explosão!
— Mas por que isto!
Peter viu a diretora chegar a ele e perguntar;
— Por que Peter?
— Uma boa pergunta diretora, porque a senhora acredita no
marginal, e acusa o intelectual, por quê?
— Ele tem testemunhas que lhe viram sair de lá!
— É crime ir ao banheiro?
— Não, mas talvez tenha de o afastar da escola!
— Tudo bem diretora, sei que tem medo de mim, me afasto,
mas não inventem!
Peter vê sua mãe chegando e a diretora fala com ela, conta a
historia e ouve;
— Senhora diretora, esta dizendo que meu filho, que
considera a escola uma segunda casa, pôs uma bomba no banheiro!
— Estou dizendo que tem muitos indícios disto!
— Entendi, não tem prova, mas quer culpar alguém, mas não
tente desmoralizar meu filho diante de mim, senhora, se não tem
orgulho de seu filho, não denigra o meu filho!
— Não entendeu senhora, tudo indica que foi ele!
— A senhora não entende, eu sei que não foi ele!
Peter olhou para a mãe e fala;
— Não se preocupe mãe, sempre aparece o culpado, e se não
aparecer, me expulsão, acha que me preocupo se a diretora acha
que sou inocente ou culpado mãe!
— Mas sei que gosta da escola!
— Gostar não é não conseguir viver sem ela, se me querem
longe, — olha para a diretora – se tem gente grande por trás, ou
pequena, ou tudo junto, não se preocupe diretora, seu cargo é
imposto, não conquistado, sei como deve sentir isto!
— Esta me ameaçando?
— Não, vou dar parte da policia de calunia, quero ver quem
vai provar o que estão falando, se acha que estão lidando com
314
J.J.Gremmelmaier
qualquer um, não tem uma ocorrência do gênero, pois não gastaria
pólvora para trazer um colégio destes abaixo senhora!
Peter dá as costas, e sai dali, sabe que o pegaram, não
gostava disto, odiava ser caluniado, sua mãe o acompanhou a sua
casa, estava a chegar lá quando a direção resolveu afastar Peter
Carson por um mês, com 12 dias, 25% das faltas do ano, estava a
um acordo para não repetir o ano, estava prestes a ter de achar
uma nova escola para estudas, chega em casa, a moça dormia ao
seu quarto, Paula estava a lhe esperar na porta, e falou;
— Esta muito nervoso, não ajuda, só falamos merda nestas
horas!
— Olha o palavreado Paula! – Ralhou Peter;
Peter sentou-se a sala, se isolou, segundos de horas, estava a
acalmar tudo, desfez o isolamento e voltou, olhou para a mãe e
falou;
— Me suspenderam por um mês, vou precisar provavelmente
de uma escola nova, para o ano que vem!
— Ela não pode fazer isto, não foi você!
— Mãe, tem pressão de todas as partes, dos donos, do
pessoal da oposição do prefeito, que não está querendo eu
apoiando o atual prefeito, tem Ronald, tem Sheila, tem até mão de
Irene nesta historia, mas como disse, estou atraindo, sempre se
colhe as conseqüências!
— Mas não é justo?
— Não, isto que me revolta, então que seja como querem,
não posso bater em todos!
— Mas tem de estudar!
315
J.J.Gremmelmaier
— Ele tem razão, você esta me enfraquecendo, mentira atrás
de mentira!
— Vai dizer que acredita nele e não em mim!
— Ronald, você o afastou por um mês da escola, não foi isto,
enquanto ele não voltar, nem passa perto de mim!
Ronald segurou o braço dela e falou;
— Depois de tudo vai me deixar, tem certeza!
— Ronald, nem tenho mais força para lhe por em seu lugar,
no que me transformou, alguém que tem de ter ajuda dele para
enfrentar perigos fáceis!
Sheila saiu e foi para a casa e Ronald falou;
— Amanha esta mais calma, atingimos o Peterzinho dela!
Peter sai a andar a rua, sabia que não estava calmo ainda,
estava a pensar quem estaria por trás e lembra que ela o tirou da
sala, para que os membros do vaticano viessem a ele, mas poderia
317
J.J.Gremmelmaier
ser algo a mais, sentou-se a praça a olhar uma arvore, estava muito
distante quando Irene sentou-se ao lado dele;
— Parabéns, no seu primeiro dia de aula, fui expulso!
Olhava querendo a calma, não tinha, as energias não estavam
boas, nem as internas, nem as externas.
— Não é lugar para você!
— Não pedi para me expulsar, estou me desligando de você
Irene, de vez, você deveria estar me ajudando, esta me
atrapalhando, então, meu pai não lhe dará casa, e nem minha mãe,
se quer, volta para a sua cabana, mas me esquece!
— Não esta sendo drástico?
— Estou, se quer viver por suas regras, melhor estar bem
distante de mim!
— Mas não quero me afastar!
Peter olha para ela e fala;
— Já afastou, pensasse antes, sabe que nós fazemos o nosso
caminho, e uma vez nele, o mais difícil é mudar de rumo, mas quer
ficar no antigo rumo, melhor bem longe então!
Irene sai dali, quando se aproxima do hotel, vê que não
consegue entrar, o mesmo na loja de Marlene, tentou ir falar com
Paula, mas também foi barrada, antes de entrar no quintal, algo a
proibia de avançar, acabou indo ao hotel e pedindo para falar com
Sheila;
— O que quer vó!
— Preciso de ajuda, acho que seu namorado pegou pesado
com Peter!
— Ele e a senhora, pelo jeito!
— Sim, mas ele me isolou, não tenho mais como ir a casa
dele, e nem do pai dele, nem na loja daquela vadia da madrasta
dele!
— Acabo que terminar meu namoro por isto, a escola para
Peter é mais sagrado que uma igreja, afastar ele disto, é matar ele
um pouco, e para que, ninguém ganha nada com isto!
— Pensei que teria mais tempo para aprender, para obter dele
o que ele sabe!
— Como o que?
318
J.J.Gremmelmaier
— Como reverter uma Sanguessuga, que até então, me
diziam ser impossível!
— Ele vai reverter alguém?
— A moça que lhe atacou ontem!
— Mas por que?
— Ele sabia que eu iria aprisionar o trio, por algum motivo ele
resolveu a separar!
— Ele não faz por motivos, e sim rumos, ele me deixou por
que queria me testar mas o que aconteceu foi que deixei os
ensinamentos, sei que você me influenciou avó, mas me deixei levar,
achava que estava no caminho certo, a noite de ontem, foi triste, a
manha de hoje, pior, senti-me normal, sem magia, mas também,
comecei a descuidar da alimentação, das coisas básicas, esqueci que
um dia seria assim, ele foi se tornando um homem, e eu uma
criança, a nível de magia!
— Culpa minha, ele sempre disse que deixou em você o poder
dele, o medo me fez a induzir a isto, mas e agora, isolada dele, pela
primeira vez desde que ele absorveu Paul, vejo que quando ele nos
abre uma porta, esta é a entrada de tudo que ele sabe, e parte do
poder dele flui por nós, agora mal consigo controlar as absorções de
ontem!
— Tem de parar de fazer isto avó, um dia vai se dar mal!
— Mas preciso convencer Peter de que não fiz por mal!
— Avó, pode não ter feito por mal, mas todos os demais o
fizeram, ou se omitiram de pensar, para impor isto, quando ele viu a
diretora ouvindo Ronald, ele já sabia que sobraria para ele, pois a
diretora nunca falou com Ronald, depois de uma ameaça que ele fez
a ela!
As duas estavam conversando quando a mãe de Sheila para
diante das duas e pergunta;
— O que esta acontecendo filha, seu pai alegre, você
preocupada, esta carga negativa na cidade, o que fizeram a Peter?
— O expulsaram do colégio, armaram uma bomba no
banheiro e testemunhas afirmam que ele foi o único a sair de lá!
— E a diretora engoliu esta?
319
J.J.Gremmelmaier
— Tem parte nisto, pois não é o racional, é o medo que
impera!
Sabrina olha a menina, ao lado de Sheila e pergunta;
— Você me parece conhecida?
— Sim, mas nada fácil de explicar!
— De onde a conhece filha?
— Mãe, esta e a ...
— Eu sei quem é filha, mas como ela voltou!
— Peter tinha de a tirar de sua energia, ou morreria, ele
conseguiu a re-materializar, mas para isto, na forma que ela tinha,
aos 12 anos!
— Você teve parte nisto, com certeza!
— Estava tentando convencer sua filha a tentar ajudar!
— Mas o que ganha com isto, este clima negativo era o que
imperava, quando resolveu nos deixar!
— Filha, ainda esta com raiva de mim, pensei que passaria
com o tempo!
As três começam a conversar, e no meio de tudo não acham
uma saída;
327
J.J.Gremmelmaier
— Tem um pessoal do vaticano que chegou, interceptamos
uma ligação deles, estão esperando outro grupo chegar a cidade,
mas apenas atrasados pelo que entendi!
— Devem estar atrasados como os nossos, algo deve ter
acontecido no acesso!
— Não conheço o local, acha que teria chance?
— Se um caminhão virar naquela estrada, para nos dois
sentidos!
329
J.J.Gremmelmaier
Robert estava a fim de bater em alguém mesmo, não podia
mais descarregar em treinos pesados que Peter tinha inventado,
estava a querer testar a sua magia, como Peter falou para fazer,
estava doido para descarregar, obvio que toda a escola estava a
porta esperando Robert sair, no fim da aula, Ângela tentou o
desencorajar, mas ele estava cheio de Ronald;
— Apareceu a menina! – Ronald;
Call e Paul barraram Angel e Carlos, se era para ter uma luta,
seria entre os dois;
Ronald quando viu que seria uma luta pessoal, mano a mano,
tirou a camisa, o frio era grande, corpo de atleta, Robert olhou para
o rapaz e pensou em o que teria se transformado, e relaxou os
ombros e esperou o Ronald vir com tudo, um soco no ar, um por
baixo, que nada pegou, e Robert esquivou-se, Ronald veio pela
segunda vez, o soco acertou o queixo de Robert, embora a cabeça
do mesmo tenha sido jogada para trás, o barulho de ossos foi da
mão de Ronald, que recolheu sua mão e a viu inchar, Robert estava
lá, e quando Ronald veio de novo, lhe deu um direto de direita, e
acertou com a esquerda, o baço, Ronald sentiu a força, ela emanou
por ele, Robert estava de olhos no rapaz quando sentiu alguém lhe
acertar pelas costas, era Michael, ele ia acertar de novo, e sentiu
sua mãos segura por Sheila, que o torceu no chão e falou;
— Melhor não mexer, estou maluca para quebrar este braço!
Ronald veio com toda a violência, e chutou Robert ao chão,
este rolou para evitar absorver o impacto, levantou-se e acertou
outro direto de direita, Ronald viu o mundo balançar, e o rapaz
pegar a mão inchada e torcer para traz, o estalo foi de quebrado,
empurrou o mesmo e saiu de perto, Ronald estava ali, caído, as
moças da torcida, sabiam que ele não jogaria no momento que
ouviram a mão estalar, como lançar com uma mão quebrada, e
somente Carlos o ajudou a levantar;
— Sai daqui, não preciso de ajuda agora!
Carlos olhou para Ronald e se afastou;
Sheila soltou Michael, e saiu junto com o irmão, briga inútil,
Robert não deveria ser um inimigo, mas Ronald o transformou em
inimigo;
330
J.J.Gremmelmaier
Quando a segurança chegou ao local, só acharam o rapaz
sentado ao chão, nem testemunha tinha mais, e quando a noticia
chegou aos ouvidos do pai de Ronald, principalmente a mão
engessada, sem poder jogar por pelo menos 6 meses, o senhor
brigou e falou coisas que nunca Ronald havia ouvido, mas nada que
o fizesse mudar, pois quando chegava inteiro, o próprio pai apoiava;
336
J.J.Gremmelmaier
— Temos o relato do FBI, todos os nossos homens mandados
para interceptar o menino, estão mortos!
— Como mortos?
— Um misterioso acidente, na estrada entre Navarro e
Comptche, todos bateram juntos em uma carreta, tudo explodiu e
morreram carbonizados!
— Um acidente terrível, já comunicou os familiares?
— Ainda não senhor, a lista é de prováveis vitimas, pois
dificilmente se reconhecera algum deles, será tudo por DNA senhor!
— Entendo, mas por que chamou o acidente de misterioso!
— Por que eles não deveriam estar naquela estrada! Por que
eles iriam para lá pela estrada que liga Mendocino a Comptche, e
não pelo sul!
— Quem mais se envolveu no acidente?
— Por que desconfiou senhor?
— Eu fui por esta estrada do acidente, e ressurgi na de
Mendocino!
— Tem outros carros do pessoal do Príncipe Saudita de uma
leva de 10 seguranças do Vaticano!
— Não pensei que o menino chegasse a isto, preciso falar
com o diretor!
— Acha que foi o menino?
— É só ficar de olho, os Sauditas vão mandar alguém, e sei
que tinha um grupo nosso chegando lá hoje, precisamos segurar o
pessoal!
— Acho que o diretor acelerou a ida, no lugar de frear!
338
J.J.Gremmelmaier
ao ar, o estouro foi de sacudir a escola, Sheila olhou para Irene e
balançou negativamente a cabeça;
Uma correria se fez na escola, muitos se assustaram, e a
diretora veio a frente de todos e falou;
— Não sei quem esta fazendo isto, mas não vou revogar a
suspensão de Peter por isto!
Sheila olha para ela e pergunta auto;
— Por que, não é claro ainda que não foi ele?
— Não temos esta certeza!
— E vai esperar alguém se ferir para descobrir quem esta
fazendo isto?
— Estamos investigando!
— Meu pai disse que vai processar a escola, se algo me
acontecer, pois a senhora não esta fazendo nada para nos garantir
a segurança!
— Todos estão liberados da aula hoje, teremos de verificar os
danos a escola!
A diretora encara Sheila, sabia que estava a começar a
parecer ineficiência, e ela recebeu um pedido de esclarecimento de
10 alunos, referente a desconto em suas mensalidades, já que seus
filhos por 5 dias foram liberados antes do fim das aulas, gerando
custos maiores, e providencias referente aos acontecimentos;
340
J.J.Gremmelmaier
da cidade, as 14 a inauguração do cinema local, as 16 inauguração
do passeio do horror, dentro das antigas minas de ouro, e as 18 a
inauguração oficial do Macro Mundo, dentro do parque!
— Sabe que a cidade esta em polvorosa, os ônibus estão
chegando, a cidade não tem grandes atrações a mostrar, e tudo que
temos esta preste a inaugurar!
— Verdade, mas com calma chegamos lá, na primeira semana
é novidade, depois vamos ter um fluxo mas racional, será mais fácil
de administrar!
— Acha que teremos quanto a nível de visita!
— Deve chegar a não mais de 100 mil ao ano, mas quero que
cada um gaste no mínimo 600 dólares por visita, ou deixarem no
município pelo menos 60 milhões por ano!
— Pensei que os planos fossem maiores!
— Prefeito, isto é a minha parte, Peter nem esta em atividade
ainda!
— Acha que o menino vai investir na cidade?
— Ele com certeza vai investir, mas o mundo dele é o
raciocínio, não só diversão, mas não sei ainda o que ele vai fazer!
— Mas o que ele faria?
— Ele deve começar a restaurar as casas antigas, sempre foi
um amante do natural e sobrenatural, o mundo dele é de coisas
como um parque cultural, muitos não vão querer ir, mostrar o que
foi feito com os índios da região, mostrar a verdade, não os filmes
de faroeste, a idéia da montanha russa dentro da antiga mina é dele,
quando as pessoas falarem como foi aos demais, aquilo vai atrair
gente do mundo inteiro!
O prefeito sorriu, para quem fora eleito em uma cidade sem
nenhuma pretensão, de repente as coisas começam a acelerar, o
poder político seria somado nisto;
343
J.J.Gremmelmaier
pressionar a traduzir um documento antigo, ele não nos deixara
mais a mercê deles!
— Deles quem?
— Ele vendeu algo a alguns dias, é só ver o dinheiro na conta
dele, um documento que pertencia a um Sebo da cidade, ele achou
os compradores, e vieram a comprar Sauditas, Iranianos, Vaticano,
Anglicanos e Inteligência de Israel, mas ninguém entende o que
comprou, sabem que é antigo, pelo teste de carbono 14, mas não
tem idéia do que contem lá!
— E o que tem lá!
— Já deve ter ouvido falar das tabuas de Moises?
— Sim, os 10 testamentos!
— Sim, mas elas foram feitas em uma língua que eles nunca
decifraram, mas o documento é na mesma língua, contem entre
outras coisas, as 10 leis de deus, as originais, nada de não matar, e
sim a lei que rege o universo, uma lei universal!
O senhor que estava quieto fala olhando para a menina;
— Quer dizer que ele tinha em mãos o Livro dos Mortos?
— Não, ele tinha o Livro da Vida, onde esta todas as pragas e
regras usadas pele império dos Faraós, o ultimo a herdar este
conhecimento antes de ser roubado por Moises!
O senhor olha para a menina e depois para Romer e fala;
— Se for este o motivo, teremos uma guerra, pois farão de
tudo para ter o menino, ou alguém para o pressionar!
— Mas por que? – Romer;
A menina olhou para Romer e falou;
— Ele gostaria de falar com você!
— Quem?
— Meu irmão?
— E onde o encontro?
A menina senta-se ao lado dele, e lhe estica as mãos, ele
estranha, olha para o senhor que os acompanhava e pega nas mãos
da menina, e vê a mata surgir em volta, e um menino de pé a frente
dele, e pergunta;
— Onde estamos?
344
J.J.Gremmelmaier
— Você continua lá sentado, eu, em todo lugar, mas queria
lhe mostrar uma coisa!
Peter toca no rapaz e mostra a leva de pessoas vindo pelo ar
de Sacramento, de helicóptero, mostra o pessoal falando em carros
em Navarro, se preparando para entrar na cidade, vê os homens do
vaticano a esperar na entrada de Sacramento, estão vindo reforços
a nível de exorcismo, estavam a preparar para vir pelo ar também, e
o menino mostra para o rapaz as saídas, e os helicópteros dos
Israelenses serem sugados por um tornado que se formou sobre
eles, os sugou e sumiu, viu o helicóptero a voar em um mundo
avermelhado, tirou a mão da do investigador e falou;
— Ou os param, ou eu os pararei a meu modo!
— Mas o que você é?
— Alguém que leu as leis de deus, um iniciado em magia, mas
quando vendi os livros, era para ficar em paz, mas não me deram
paz, não quero confusão, mas amanha teremos muita, tem corpos
espalhado por toda a lateral das estradas que dão a região, eles se
mataram, nem tive chance de intervir, sobrou um em 36 homens!
— Mas pode ser indiciado por assassinato!
— Sei que estou arriscando, mas quero parar isto, e não vou
me esconder, ou eles param, ou os paro!
— Mas o que posso fazer?
— Não sei, mas melhor fazer algo, não sou a lei, mas quero
ser deixado em paz!
— Mas os recebendo assim, espera o que?
— Evitar que os meus fiquem em um buraco por 12 dias,
como fiquei, quem daria falta, não sou um nada, me seqüestram em
minhas terras, e ninguém fez nada, a proteção só vale para
Americanos famosos?
— Mas o que vai fazer se nada fizermos?
— Lembra da cor do céu, estava vermelha, não estava?
— Sim!
— Esta defesa interfere na pureza da minha magia, se chegar
a preto, esquece, todos vão morrer mesmo!
— Mas não tem como ser diferente?
345
J.J.Gremmelmaier
— Este preto pode ser conseguido bem mais rápido, como eu
saber que mataram minha irmã, ou minha mãe, minha namorada,
meus amigos, se os deixar chegar, isto vai acontecer, alguém morre,
daí vai ser um caso de guerra, por isto estou pedindo ajuda!
Paula solta as mãos de Romer e ele vê os demais ressurgirem,
olha para a menina e pergunta;
— Como fez isto?
— Senhor, este é apenas um truque, espero que ajude!
— Sabe o que ele falou?
— Eu vejo o que ele vê, sinto o que ele sente, então obvio
que sei!
Romer olha para o senhor e fala;
— Temos de conversar, teremos problemas!
346
J.J.Gremmelmaier
— O pior é que até para mim isto é lenda, poucos falam dele,
quase ninguém, se procurar o livro dos mortos tem até versões na
internet, mas o livro da vida, seria um livro de magia e historia, mas
nem sei se é real!
— Alguém acredita que sim, mas ele me disse algo que
estranhei, ele não disse que leu o livro, ele falou que leu as leis de
deus!
— O que estamos falando parece maluquice, mas..
O celular de Romer tocou e ele atendeu, ouviu um pouco e
depois falou;
— Estamos saindo daqui, passamos ai perto de uma hora!
Romer desliga e falou;
— Encontraram um helicóptero, caído sobre o rio Navarro,
mas não haviam corpos!
— Como dizia, mas o que estamos falando, é impensável,
quando se via os poderes de magos nos cinemas, nem eles tinham
coragem de falar em nome de deus, seria como se o menino
dominasse coisas que não entendo, senti a força que a menina
impôs para fazer a ligação, para ela pareceu não ser muito, mas
também não havia sentido isto nesta intenção!
— Temos também alguns corpos encontrados baleados, o
menino disse que somariam 35 corpos, se encontramos 27 ainda
tem corpo caído por ai!
— Mas ele demonstra alguma emoção referente as mortes?
— Nada, pede ajuda para não ter de matar de novo, mas se
vierem, ele vai agir!
— Mas onde ele esta?
— Parecia uma floresta, arvores para todos os lados, nada
diferente, tudo muito verde!
— Temos de tentar deter os grupos!
Enquanto falavam o helicóptero com cardeais, e seguranças, 6
deles sai de Sacramento em direção a pequena cidade, eles estavam
voando baixo, nem viram o que os atingiu, mas quando se viram
num mundo que estava em um vermelho sangue, para todos os
lados, um dos padres começa a orar, outro a fazer de conta que
haviam espíritos do mal em volta, e os seguranças em pânico;
347
J.J.Gremmelmaier
Peter se materializa a frente dos religiosos e o segurança lhe
baixa a arma e fala;
— Menino, sei que estamos em seus mundo, desculpe a
intromissão!
— Como é seu nome segurança?
— Peterson Rosa!
— É só não tentar me matar, e tudo acaba bem!
O segurança larga a arma e esta some, outros seguranças o
empurraram e apontaram a arma para o menino;
— Você deve ser a ameaça, onde esta meu irmão?
— Se veio aqui, deve ter morrido!
O rapaz dispara a arma, o menino olha para ele, pensa, um
estalo e o rapaz some, os demais olham para ele assustados,
abaixam a arma e somente depois olha para o arcebispo a sua
frente e fala;
— Corajoso, voltou!
— Sabe que não desistiremos!
— Manda aquele falso padre exorcista calar a boca, pois
senão vou lhe tirar a língua!
O padre olha assustado, mas continua a orar;
Peter fala em sua mente;
―ch'ał‖
O padre tenta falar, mas todas as palavras saiam como
coaxos;
— Menino, temos de saber o que tem lá!
— Sim, mas para que, vão usar para que, mais dinheiro, acho
que sua igreja já tem demais, senhor!
— Queremos aprender!
— Ninguém de vocês quer aprender, me trouxeram um
exorcista, não tem espíritos para ele exorcizar!
— Mas o que diz naquele livro?
— Como explicar para alguém que vive de uma religião, que
Magia existe, que fé tem poder, mas que a palavra tem mais, que o
fim de tudo é energia, que deus é energia, não aceitou ainda isto!
— Não, mas sei que você entendeu algo que nos interessa!
— Sim, interessa saber e destruir, conheço os métodos!
348
J.J.Gremmelmaier
— Esta nos julgando, não somos todos do mal!
— Não, realmente não são!
Peter olha para Peterson e pergunta;
— In quanto tale, il professor Rosa?
— Sapete mio padre?
— Sapeva di mio nonno, tanto tempo fa!
— È bravo, ma deve migliorare la sua aura, Peter!
— Ma, come con le persone attaccare me, che vogliono
uccidere la mia famiglia, mentire, inventare ragioni, credo che darò
di fuga in tutti i libri!
— Tu sai che mio padre ha sempre voluto controllare il libro,
non avrebbe letto, sa che non ha cultura, ma certo voluto sentire
l'energia contenuta in essa!
O arcebispo olha para o menino e pergunta;
— Si parla italiano?
Peter sorriu e falou em Frances;
— Portugais, français, italien, grec, arabe, hébreu, chinois et
russe!
— Et comme vous le savez, je suis français?
— Accent!
Peter olha para os senhores e termina;
— Pela ultima vez, vão me deixar em paz!
— Sabe que não temos como!
Peter olha para Peterson e fala;
— Ha un abbraccio per il padre!
Peter estala o dedo e os Arcebispos derretem no ar, olha os
soldados, e sorri, estala o dedo e os mesmo vêem surgir em suas
casas, em Roma;
Os corpos dos Arcebispos foram sendo encontrados na região
que os helicópteros haviam sumido;
A caminhonete do FBI chega ao local, onde a policia local
estava a identificar os corpos, Romer foi verificando quem eram os
mortos, e olha um dos que estavam a um dia a sua frente, no
Hospital, e falou para Patrícia ao seu lado;
349
J.J.Gremmelmaier
— Este estava ao hospital ontem, tentaram de novo, mas
desta vez, não sobrou para contar historia!
— Acharam os seguranças?
— Não, nem os pilotos, parecem ter ido parar em outro
estremo!
Um dos rapazes chega e fala;
— Tem um senhor na linha, quer falar com o responsável!
Romer olha para Patrícia e atende;
— Boa tarde?
— Boa, não esta boa, com quem falo?
— Investigador Romer, FBI!
— General Partson do Pentágono!
— Em que estamos envolvido senhor?
— Não sei, mas algo esta atraindo para o local que você esta,
grandes nomes do crime local e internacional, e alguém do Vaticano
ligou para falar pessoalmente com o presidente!
— Senhor, o que quer que faça?
— Descubra quem matou estas pessoas?
— Isto eu sei, mas o que faço?
— Sabe, temos ai alguém capas de enfrentar uma leva de 4
dos grupos armados mais violentos do mundo, e não sabemos, pois
estou com pressão por um lado para o deter, por outro, saber os
métodos e o por a trabalhar para nós!
— Senhor, o que esta acontecendo aqui, ainda é uma
incógnita, mas quem pôs todos estes homens em sacos plásticos foi
um menino de 13 anos!
— Fala serio!
— Falo, ele nos escolheu deixar vivos ontem, mas ele quer
que afastemos o pessoal de sua família, senão vai continuar a agir!
— Mas onde vive a familia dele?
— Uma micro cidade chamada Comptche!
— Não entendi, todos estão indo em função desta cidade, é
isto?
— Sim, mas teremos problemas aqui!
— Por que?
350
J.J.Gremmelmaier
— Oficialmente temos a queda de seis helicópteros, mas
dentro tínhamos Arcebispos, Cardeais e padres, estão todos mortos,
os seguranças de pilotos sumiram simplesmente!
— Alguém tem como indagar que não foi uma queda natural?
— Um morador disse que se formou um tornado e sugou os 6
helicópteros e jogou-os sobre um rio!
— Então pode ter sido natural?
— Senhor, não foi natural!
— Vou mandar dos meus para ai, sabe se é seguro?
— Depende das ordens, se for deter alguém da família do
menino ou ele, nem mandava, ou mandava os sacos para
recolhermos os corpos depois!
— É tão violento assim?
— Senhor, as mortes de ontem, vamos ter de reconhecer no
exame de DNA, dos ossos carbonizados!
— Vou mandar lhe reportarem o que estão fazendo!
Romer desliga o celular e olha para Patrícia;
— Vai piorar, agora o exercito!
— Sei que tem um grupo da CIA, em Navarro, chegaram a
pouco!
— E ainda a cidade de Comptche esta cheia de turistas para a
inauguração de um parque temático, as estradas estão todas
tomadas!
— Sabe se teríamos como segurar a inauguração?
— Não seria uma boa idéia, pois teríamos ônibus perdidos no
meio do caminho, daí sim teríamos uma confusão, eles vão ao
parque e saem do caminho!
— Se acha, mas que cada hora piora!
— Vai piorar, soube que o grupo do FBI estava a perseguir o
pessoal que veio de Teerã e sumiu junto!
— Mas não era para barrarem o pessoal?
— A direção achou melhor acompanhar de longe!
— Merda, tomara que voltem, pode nos por contra o menino,
não queria ter de morrer!
— Ele não é ruim!
351
J.J.Gremmelmaier
— Mas ele quer evitar o pior, foi o que me disse, e estes
corpos aqui é para confirmar o que ele falou quando estávamos lá,
que se o Papa quisesse algo, que viesse pessoalmente, não
mandasse intermediários, mas acho que o Papa não teria coragem
de vir depois disto!
353
J.J.Gremmelmaier
Os agentes entraram nos dois carros e se mandaram e Peter
olhou para o senhor e falou;
— Acha que ganha o que me desafiando senhor?
— Você não é mais do que uma criança!
— Sim! – Os carros somem e Romer estava a recolher os
corpos e os carros começam a cair do céu e o rapaz olha e torce
para não ver carros do FBI, e ouve na sua mente; ―O seu pessoal
saiu!‖
— Acha que me põem medo com estes truques de câmera!
Peter sorri, estava pensando em o que fazer, e olha para o
rapaz que estava falando, e fala;
— Passa o recado para o Sheik! Diz que o resto fica como
garantia do cumprimento do acordo!
— Mas o que vai fazer com eles?
— Me divertir, eles acham que podem comigo, vamos ver o
que acham dentro de 15 dias, se ainda tiverem vivos!
Peter estala o dedo e o rapaz surge diante de uma avenida
em Teerã;
Peter desmaterializa e deixa os demais lá, ao nada;
O celular de Romer toca e apenas fala;
— Estamos na direção de Navarro, devem estar aqui em uns
10 minutos, e conversamos!
O investigador senta-se e um policial o pergunta;
— De onde veio estes carros?
O rapaz sorriu e falou;
— Esta sua terra é especial, chove Mercedes do céu!
O policial não gostou da brincadeira, mas perguntas idiotas,
se responde como, e os dois outros carros do FBI param diante
deles e vêem os carros dos Iranianos, ao rio, e Paul fala;
— Pelo jeito era serio que ele faz o que bem entende com o
espaço!
— Como esta a cor do céu lá!
— Indo para o roxo!
— E o que ele fez com os rapazes do Irã?
— Não sei, nos deu uma chance de sair, saímos!
— Pedi esta chance a ele, ainda bem que me ouviu!
354
J.J.Gremmelmaier
— Você falou com ele?
— Estranhamente sim, mas por que não os deterão antes!
— Não sei, duas ordens de Washington e uma do Pentágono!
356
J.J.Gremmelmaier
vêem a medica por um pano sobre a menina, Peter perde o controle
e some, diante de todos;
Peter surge em meio ao negro do seu mundo, a luz havia se
ido, um breu total, ele encostou na senhora e a pôs ao ar e
penetrou em sua mente, o frio estava a atingir ali também, ele viu a
ordem, exercito, queriam ter o menino, mandaram a qualquer custo,
levar a moça, Peter iria explodir algo, quando ouviu em sua mente;
―Irmão, não me deixe ir!‖
Peter se materializa diante do lençol, o tira e olha para a irmã,
uma saída não convencional, a tocou e todos viram o corpo sumir,
ele olhou para a mãe e falou;
―Temos uma chance, ela quer tentar!‖
―Eu a ouso, mas o que vai fazer?‖
―Eu a pus em meu mundo, lá o corpo não tem a importância
deste, se refiz Irene, por que não ela, alguém muito mais especial
para mim!‖
―Mas é arriscado!‖
―Sim, mas o que posso fazer, desistir?‖
Mari chega ao lado do filho e fala;
— Faz o que tem de ser feito!
Peter some no ar, todos em volta estavam a pensar o que
havia acontecido, e vêem os carros do FBI chegando a porta;
Era um clima de velório, mas agora sem o corpo, Romer fez
pergunta a algumas pessoas, e anota tudo que podia fazer diferença,
mas não entendera nada;
Sheila chega perto de Mari e pergunta;
— O que aconteceu senhora?
— Deram um tiro em Paula, Exercito!
Romer ouve e vê os demais chegando se encolhendo de frio;
— O que o general queria com a mãe do menino?
— Do que esta falando?
Romer encosta o rapaz na caminhonete e fala;
— Melhor termos colaboração, pois não sou a favor de matar
crianças!
— Não sei do que esta falando senhor!
— Então sinta-se a vontade para voltar, pois aqui acabou!
357
J.J.Gremmelmaier
O militar olha para o rapaz do FBI e se afasta;
— Patrícia, estamos saindo em meia hora!
— Onde vamos?
— Tomar uma cerveja em Los Angeles!
— Mas..
— Marca com todos, não quero ninguém aqui em uma hora!
— Mas as ordens são..
— Patrícia, as minhas ordens são estas, da vida dos meus, eu
que cuido!
A moça foi ao comunicador e passou as ordens, os rapazes do
exercito chegaram perto, o Delegado quis saber o que faziam ali,
não tinham resposta, os militares estavam a querer avançar quando
se ouve um estrondo no céu, e caem dois corpos, o casal que se
esborracha no chão a frente dos militares;
O Delegado abaixa-se e pega a identificação e fala;
— São dos seus, melhor a arma na mão da moça não ser a
que deu o tiro!
— Vocês não tem nem corpo, o que acham que vão provar!
— Não falo de leis, vocês atiraram na irmã do rapaz, se
queriam problemas, vão ter!
Romer estava saindo da cidade quando seu celular tocou;
— Senhor Romer, onde acha que vai?
— General, algum problema?
— Soube que estão saindo da cidade, sobre ordens de quem?
— Estamos em um caso complicado, vamos todos a Los
Angeles, achamos uma boa pista!
— Que pista?
— Se falar, você mata antes de chegar lá, então recolhe os
dois corpos, pois não gosto de covardes!
— Esta me ofendendo Investigador Romer!
— Não senhor, estou chamando de covarde o homem que
ordenou a operação!
— Não sou covarde!
— Atirar em uma menina de 5 anos é o que, valentia, mandou
assassinos para pegar a senhora, acha que estou o ofendendo,
problema seu, não mais meu!
358
J.J.Gremmelmaier
— Vou relatar ao seu superior!
— Relate, me afaste, não seria a primeira vez!
Estavam a ir ao sul pela costa, quando o celular de Romer
tocou de novo;
— Investigador Romer, onde esta?
— Quase Los Angeles, senhor!
— Não deveria estar em Comptche?
— Desculpa senhor, mas quando acabar as matanças lá,
retorno para recolher os corpos!
— Mas estava lá para evitar isto?
— Sim, mas o senhor me desautorizou, arriscou os meus,
mandando seguir os Iranianos, então se estão vivos foi pois
consegui que o menino não os matasse, mas quem lhe pressionou,
acabou de matar a irmã de 5 anos do menino, covardia, ele não vai
deixar barato!
— Mas ele não me falou de menina, disse que não tinha
corpo?
— Mas a menina sumiu, os agentes dele morto, pergunta a
ele onde esta a menina de 5 anos, irmã do menino, chamada Paula!
— Vou ligar para ele, mas gostaria que voltasse!
— Se quiser mandar alguém para a morte, a vontade, não
vou!
Patrícia viu que Romer havia levado para o pessoal, ele tivera
uma filha morta a 6 anos atrás, ela tinha 8 anos, um policial reagiu
a um assalto e o marginal disparou na direção do policial, sua filha
estava logo atrás, morreu por uma bala perdida, seu casamento
desandou, sua vida se resumiu a entrar em casos impossíveis, e sair
deles vivos, Patrícia sabia que ele nunca esquecera, não era coisa
para se esquecer, quando soube da criança, ficou revoltado;
O exercito tentou tomar a cidade, um general chegou a frente
da casa de Mari e pediu para falar com ela, o Delegado da cidade
disse que ela não falaria;
O senhor com insígnias ameaçou o rapaz e viu a senhora
pegar no ombro do Delegado e falar;
— Só cobre minhas costas, pois estes são covardes,
Parterson!
359
J.J.Gremmelmaier
— Se não quiser, não precisa falar!
Mari olha para o senhor e pergunta;
— Onde esta minha filha de 5 anos senhor?
— Não temos nada a ver com isto!
— E aquele casal do exercito, se passando por carteiro, num
dia que ninguém estava olhando, com todas as identificações do
exercito, não são seus homens!
— São, mas deve ter havido um mal entendido!
— Sim, se fosse o senhor saia da cidade enquanto consegue,
pois as estradas estarão intransitáveis em horas, depois, os
habitantes da cidade, a magia de meu filho protege, o resto, vai
virar picolé!
— Esta nos ameaçando?
— Sim, vai me prender, como antes, mataram minha filha
senhor , se não entendeu isto, é burro além de arrogante!
— Senhora, esta passando dos limites!
O delegado olhou para o militar e falou;
— Limites, nem viu nada ainda!
O radio narrava que houve deslizamentos nas 3 estradas de
entrada, logo após os ônibus de turismo saírem da região, e Carson
vem a eles e fala;
— A cidade esta isolada Mari!
— Sei disto, mas ele ainda esta deixando os militares
entrarem!
Mari olhava nos olhos do militar, e ouviu em sua mente;
―Mãe, eu ainda estou aqui, acalma!‖ – Paula;
A senhora põem a mão sobre a cabeça e fala;
— General, tem uma chance, ele não esta deixando entrar,
ele esta dando a opção de se retirarem, amanha, esquece!
— Onde esta seu filho senhora, ele é acusado de assassinato!
— Difícil de provar algo assim, o senhor sabe, mas eu vi os
seus atirarem em minha filha, se eles foram atirados para cima, 600
metros e desabaram depois, sinal que além de mentirosos tinham
asas, mas algo as quebrou!
— Vou lhe deixar pensar até amanha!
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J.J.Gremmelmaier
Amanhecia domingo, a temperatura estava abaixo de 30º
Celsius negativo, o senhor saiu de sua barraca e se deparou com
dois dos seus soldados congelados a porta, andou até o refeitório,
todos congelados, seus 10 mil homens congelados, andou com
dificuldade os mais de mil metros até a casa da moça, a mãe do
menino, olhou em volta, a cidade estava normal, mas onde tinha
parte do exercito, estava muito mais frio, os quase 2 metros de gelo
as ruas, chegou a porta e viu um menino sentado a lhe olhar, e
falou;
— Você que é Peter Carson!
— Sim, e o senhor é o general Partson, um dos covardes do
pentágono!
— Lá temos homens que garantem a nossa independência e
supremacia sobre os outros, acha que esta fazendo o que?
— Eu, minha irmã ainda tenta me acalmar, dizer que os
soldados não tem culpa, mas acha que qualquer um, que atira em
uma criança por que um superior mandou, não o chamo de herói,
chamo de covarde, e não interessa se a criança é americana ou não,
é covardia do mesmo modo!
— Você matou todos eles!
— Eu não matei ninguém, o frio matou, o que posso fazer,
são fracos!
— Você é uma assassino!
— Somos senhor, mas eu não ganho insígnias por ter matado,
o senhor sim, eu não recebo um salário para isto!
— Nós vamos acabar com você, com esta cidade!
— Senhor covarde, lhe deixei vivo para uma noticia chegar ao
Pentágono, se não querem que isto que aconteceu aos soldados
aconteça com o Pentágono, ou a própria Casa Branca, me deixem
em paz, pensei que minha nação me defenderia, mas não, querem
me usar, depois de amanha as rodovias estarão livres, tire os corpos,
sempre disse que não gosto de mortes sofridas, esta, dormindo, é
tranquila!
— Não vai me matar?
— Não, quero ver o pessoal do Pentágono lhe avacalhar, pois
é o responsável até agora por 10 mil mortes, por enquanto!
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J.J.Gremmelmaier
— Vamos explodir sua cidade!
— Senhor, não brinque com o que não controla, este frio, é
minha tristeza, me deixe mais triste e terá de descongelar um
estado inteiro, e lhe atribuirei cada morte, pois foi você que decidiu!
Mari vem a porta e vê o filho, este levanta-se lentamente e
vai até ela, Peter estava a tentar sentir algo de bom, antes queria
acalmar sua fúria, agora, encontrar um caminho, o caminho da
floresta sumiu;
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J.J.Gremmelmaier
— Ele esta triste, magoado, perdido em um caminho da magia,
este negro senhor, é o estado de espírito de meu irmão!
— Você é irmã dele, mas o que faz aqui?
— Bem longa a historia, mas nem sei se poderei sair, pois
meu corpo esta quase morto, para o mundo externo!
— Não entendi!
— Senhor, vem a uma guerra, e não se intera do inimigo?
— Ele é um menino, 13 anos!
363
J.J.Gremmelmaier
―Sabe que cada homem que ajudar, pode ser um tiro que
levaremos!‖
―Sabe que é o certo, nós é que não somos normais, eles são!‖
―Mas eles tentaram lhe matar!‖
―Você já se vingou daquilo, e não era o correto a fazer, irmão!
―Mas,,‖
―Peter, eu sei que ainda estou aqui, pense em quantas
crianças chorando em suas casas na manha seguinte, quer esta
energia em seu interior?‖
―Não, você esta ai, você sentiria este mal!‖
Peter olha para os soldados e estala os dedos, o gelo se
desfaz, os soldados primeiro vêem ele a frente e depois, com um
segundo estalo, cada qual acorda em suas camas, em suas casas, o
equipamento se desfaz, some como o gelo a derreter a rua, as
estradas se abrem, a neve derrete, o rio descongela, lentamente o
domingo tomava forma, e ônibus de turismo reaparecem na estrada,
e Romer recebe uma ligação em Los Angeles;
— Investigador Romer?
— Fala general?
— Soube que ele matou todos os meus homens?
Romer riu e o senhor bradou;
— Não é engraçado!
— Senhor, seu sistema de informação esta defasado, ele não
matou ninguém ainda, melhor olhar as imagens de satélite, o
exercito sumiu de lá, pensei como o senhor que haviam morrido,
mas os soldados ressurgiram em suas casas, como estão espalhados
de norte a sul do país, é difícil de monitorar, mas aparentemente,
todos vivos!
— Tem certeza disto?
— Senhor, comece a trabalhar, a cidade esta a voltando ao
normal, os turistas até voltaram, as noticias locais ainda são as de
ontem, achamos os corpos, que faltavam os Iranianos, a Cia esta a
assumir lá, pois o caso ultrapassou nossa alçada, ligue para eles!
— Mas vai parar de o caçar?
— Senhor, é hora de por panos quentes, se quer tentar de
novo, tenta a conversa, e não o atirar antes, perguntar depois!
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— Parece entender o menino?
— Os meus homens ele poupou, os seus também, então esta
reclamando do que?
— Ele é perigoso!
— Sim, ainda esta do nosso lado, então melhor não cutucar,
ou quer o que?
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Peter olha para a menina a sua frente, não sabia o que falar,
era complicado, ele tinha namorada, tinha a missão de salvar sua
irmã, e agora, como lidar com isto?
Um silencio se fez, cortado apenas pelos gemidos de Pity a
cama, estava em mais uma curva da vida de Peter Carson, uma
curva tão perigosa quanto o exercito Americano, que o queria deter;
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João Jose Gremmelmaier
Mundo de Peter
III
O Retorno
de Paula
Primeira Edição
Curitiba / Paraná
2010
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Autor; João Jose Gremmelmaier
Edição do Autor
Nome da Obra; Mundo de Peter – O retorno de Paula
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O retorno
de Paula
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— Gostaria de falar com você!
— Pode falar?
— Queria dizer que decidi enfrentar os meus medos, e vou
batalhar por Peter!
— Batalhar? – Caterine;
— Sim, quero jogar limpo, eu já disse para ele, agora estou lhe
comunicando!
— E o que posso fazer, ou o que tenho a ver?
— Ele é seu namorado, ou não é!
— Sim, e que saiba, era seu melhor amigo, o que mudou?
— A percepção das coisas, agora entendo o que sinto!
— O faz sofrer, e depois volta como se nada tivesse feito?
— Eu sei que errei, não negarei isto, mas lhe aviso por
cordialidade!
Caterine viu que as coisas iriam pegar fogo, Sheila sentou-se
sozinha, algumas moças da torcida tentaram falar com ela, mas ela
não deu atenção, Ronald, também tentou, e ela o gelou, em si
estava a se formar um triangulo por Peter Carson, algo impensável
a 4 meses;
Peter olha para Caterina ao lado da irmã na saída e vai até ela;
— Peter, temos de conversar!
— O que houve Ângela?
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— O que fez com todos aqueles padres, cardeais, diz que não
os matou?
Peter não tinha como mentir, então respondeu com uma
pergunta;
— Mas quem disse isto?
— Todos falam isto, até Nani falou isto!
— Acho que esqueceram de falar dos homens armados que
vieram junto!
— Mas você os matou ou não?
— Não é tão simples assim, Ângela!
— Peter, eu não lhe quero mal, mas não vou deixar você perto
de minha irmã!
Peter olha para Caterina e pergunta;
— Você quer ficar longe?
— Peter, ela tem razão, você passou do limite!
— E quem contou para sua irmã que passei do limite, pois até
ontem estava a defender minha família, esqueceu o que aconteceu
com Paula?
— Não é isto, sabe que lhe amo!
— E quer que fique longe, é isto?
Caterine ia responde mas Ângela falou antes;
— Peter, não faz isto com ela, ainda é uma criança, esta a
forçar a ficar com você!
— Ângela, você era mais nova que ela quando se envolveu
com Robert, não estou lhe entendendo!
— Quero a proteger!
— Não, esta a afastando de mim, não esta pensando nela,
mas – Peter olha para Caterine – você não me disse o que quer!
— Estou confusa, tem de entender Peter!
— Não entendo, uma hora ama, na outra, me deixa quando
estou mais precisando de você!
— Tem de entender! – Fala Caterine andando de costas, se
afastando dele;
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Peter senta-se e vê a menina se ir, com a irmã, e vê o pessoal
de Ronald a sua volta, e o mesmo falar;
— Algo errado, marginalzinho?
— Não, medo faz isto!
— Ainda bem que não tenho medo de você!
— Ronald, para ter medo, tem de pensar, não é seu caso!
Michael segura Peter pelas costas e Ronald lhe acerta a boca,
com a esquerda, pois a direita estava no gesso, Peter se solta e vê a
boca sangrar, olha para o que havia o segurado, ia praguejar, mas
ficou quieto, ouvindo sua irmã;
―Não vale a pena!‖
Olha para Ronald e fala;
— Cada vez mais valente, hoje pode até bater, quero sumir
mesmo, quem sabe morto para de doer, tudo que passei estes dias!
Ronald lhe soca de novo, a escola já havia esvaziado, iria
receber outro soco, quando os seguranças chegaram e puseram os
rapazes para fora, Peter olha a boca, inchada, uma lagrima lhe vem
ao rosto, poderia se curar, mas não queria, as vezes as dores nos
fazem crescer, pensa olhando em volta, a cidade estava calma
quando ele andou as 4 quadras até em casa, Mari vê o rapaz e lhe
faz uma compressa e pergunta;
— Por que não se defendeu!
— O que adianta, toda vez que me defendo, piora as coisas,
quando era apenas o saco de pancada, vivíamos melhor, discretos,
podia cuidar de minha irmã, cuidar de você mãe, e agora, todos
querem o meu fim, fiz por merecer, perdi noção de certo em alguns
atos, neste momento queria sumir!
―Sabe que sempre terá a mim, irmão!‖
Peter deixa uma lagrima lhe correr o rosto, ardeu ao passar
pelos lábios, sua mãe cuidava dele, sabia que era demais os pesos
que ele carregava, abraçou sua mãe, estavam ali a se abraçar
quando a campainha tocou, Mari levantou, olhou pela janela e falou;
— Entra Sheila!
A menina entrou e viu o rosto inchado de Peter, já imaginava
que poderia acontecer, mas ela estava preocupada com outra coisa;
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— Queria que soubesse que não fui eu!
— Sei que foi Irene, ela só não serve para proteger as pessoas,
para o resto serve!
Mari pensa em falar algo, mas tudo ficaria muito evidente e vai
a cozinha pegar mais gelo;
Sheila chega perto e fala pegando em suas mãos;
— Queria dizer que não tenho medo de você!
— Obrigado!
— Que namorada mais incompreensiva você arrumou?
— A gente sempre escolhe os mais difíceis!
— Sabe que estou aqui!
Peter aperta a mão de Sheila e fala;
— Eu gosto dela!
— Eu sei, nem reagiu, sei por que, não queria que ela desse
razão a irmã!
Mari chega com a compressa, e Pity chega ao lado e fala;
— Não sei quem lhe acertou, mas fez um bom trabalho!
— Qualquer dia lhe apresento, aquele não liga em bater em
mulheres!
Sheila sorriu, dois casos perdidos;
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— Robert, não vou por panos quentes por que ele lhe ajudou!
— Mas queria que pensasse friamente, pois esta sendo injusta!
Ângela não respondeu, os dois se despediram e Robert passa
na casa de Peter e vê o estrago em seu olho e fala;
— Você as vezes tem de reagir!
— Sabe bem o que acontece quando reajo!
Os dois conversaram e marcaram para o fim do dia, no
Monster, e lá estavam parte dos excluídos, os meninos de um grupo
dividido, estranho como as coisas mudam, Peter pede um suco de
laranja com Granola e Cereais, era um monstro de embalagem, os
demais viram o olho de Peter, cada qual um comentário, estava ele
a comer quando Ângela chega ao lado de Robert, nem olhou para
Peter, mas Caterine em outra mesa olhou, ele evitou problemas,
terminou em comer e se despediu dos demais, Robert olha para
Ângela quando ele saiu;
— Não vai nem falar com ele?
— Não concordo com o que ele fez!
— Então melhor evitar este clima, quando ele estiver, não vou
marcar com você!
— Esta preferindo ele a mim!
— Ângela, não seja injusta, ele perdeu o pai, em uma
separação, ele perdeu uma irmã, agora a namorada, apanha na
saída do colégio do ex namorado de minha irmã, ele precisa de
apoio, estou lhe estranhando!
— Ele é forte!
— E você também, e não era tão arrogante!
— Esta me ofendendo!
— Olha o que esta fazendo, as pessoas se mostram nesta hora,
quando na festa, todos são amigos, é nesta hora que se vê os
verdadeiros amigos, não esta facilitando!
— Se acha que ele esta precisando tanto, vai lá, me viro
sozinha!
Robert levanta-se e fala;
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J.J.Gremmelmaier
— Vou mesmo, pois aquele menino foi o único a acreditar que
estava preso, o único a fazer algo para me tirar de lá, não vou
deixar ele sozinho bem quando todos o fecham as portas!
Robert sai em direção a casa de Peter, e a moça olha para Call
e Paul, levanta-se e vai a mesa da irmã e fala;
— Ele prefere o amigo a mim!
— Você esta pegando pesado irmã, ele nunca lhe ameaçou,
esta o tratando como inimigo!
— Ele é perigoso!
— Nem olhou para ele, o que esta acontecendo irmã!
— Vai o defender também?
— Não, quero saber o que esta errado, pois você não é assim!
— Eu me preocupo com Robert, como você, só isto!
— Inventa outra, sei que não é isto, esta o mandando embora,
não o segurando, então não é para o defender!
— Soube do caso dos Padres e Cardeais?
— Irmã, isto também não é desculpa, pois nem provas disto
eles tem!
— Mas ele não negou!
— Ele não mente, enfrenta, perdeu a irmã tentando se
defender, acha que se não tivesse defendendo quantos teriam
morrido, provavelmente Robert, os amigos dele, mais pai, mãe e
madrasta, ainda ia sobrar para namoradas e amigas dos amigos,
pois estamos falando de gente que atira a queima roupa em uma
menina de 5 anos!
— Acha que estou pegando pesado?
— Demais, me afasto dele, mas não perde Robert por isto,
você o esta jogando fora de sua vida, esperou 5 anos por ele, e
agora, vai apenas o jogar fora!
— Mas ele tinha de entender meu lado!
— Irmã, você nem olhou para Peter, estava com os olhos roxo,
pelo jeito Ronald pegou ele de novo, esta com uma Sanguessuga
em casa, a ajudando, com a mãe precisando dele, mais que ele dela,
pois perder uma filha, é difícil, por mais que ele tenha esperança de
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ela voltar, é apenas uma suposição, se quer pegar pesado, escolhe
outra hora!
— Sabe de tudo isto e se afasta?
— Quero saber se ele realmente me ama!
— Esta a deixar o caminho livre para ver se ele se aproxima de
Sheila, esta maluca!
— Ângela, você até a pouco estava torcendo por isto, sabe
disto!
— Na verdade queria o afastar de Robert, mas se afasto de
você, ele se aproxima por Sheila, e se nenhuma da duas chegarem,
Robert ainda acha que deve sua vida ao menino!
— Ele não acha, tem certeza!
Ângela se cala;
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―Calma, vou descobrir como sair daqui, ouvi a mãe chorando a
noite!‖
―Ela sente sua falta!‖
Peter vai ao banho, desce, prepara o café e leva a sua mãe a
cama, a mesma sorri, o abraça, ela estava meio que sentindo-se
perdida, nem estava reclamando de estar trabalhando, pois era
quando conseguia tirar a cabeça dos problemas, mesmo cuidar da
Sanguessuga, era uma missão, continuação de uma missão de Paula,
as vezes chorava, mesmo Pity, a Sanguessuga, chorava as vezes
lembrando da menina;
Peter vai a frente de casa esperar o ônibus, todos viram seu
olho inchado e roxo, mas Peter não reclamou, não falou nada,
sentou-se a sua carteira, viu Caterine sentar-se lá a frente
novamente, Sheila sentou-se ao lado dela, como a alguns meses,
Karine olhou para Peter e perguntou;
— O que ela pensa que esta fazendo?
— Não sei, acho que devo ser um péssimo namorado, também,
com minha experiência nisto!
— Peter, o problema não é você!
— Não sei, mas logo me acostumo de novo a ser só, não nasci
grudado nela, se ela me quer longe, vou aprender a viver sem ela
de novo!
— Não seja duro com ela!
O professor entra na sala, e olha para Peter;
— Bem vindo de volta Peter! O que foi isto em seu olho!
— Tropecei e dei de cara com um punho fechado!
Alguns riram, mas Peter estava serio, estudando, tinha no fim
do dia, duas provas a fazer, que fora proibido de fazer pois estava
afastado, estava a prestar a atenção em tudo, Irene as vezes olhava
para ele, sorrindo, Sheila olha para a avó, sabia que estava a armar,
cada qual jogando um jogo diferente, podia gerar uma guerra no
fim;
Não saiu para o intervalo, ficou a estudar, estava com tudo
atrasado, e não queria pensar nos problemas pessoais neste
momento, queria passar no colégio;
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Sheila chega até Caterine e fala;
— Esta fazendo burrada Cati, ele gosta de você!
— O que tem a ver com isto?
— Não gosto de o ver triste, o deixei ao seu lado por que o
fazia feliz, por que o fazer sofrer nesta hora?
— Acha que só você se preocupa, e você, por que não esta lá!
— Por que você pensaria besteira, ele me põem para correr e
você pensaria que ele é volúvel, seria fácil fazer você pensar isto,
ele esta frágil, é só oferecer minha amizade, nem precisa rolar e
você engoliria direitinho!
— Mas por que esta falando isto?
— Por que minha avó estava rindo olhando para você, ela quer
separar sua irmã de meu irmão e qual a forma mais facial, afastar
Peter de você, sabe que Robert é grato!
— Acha que ela esta fazendo a cabeça de minha irmã?
— Ela pode interferir até nos pensamentos dela, deixando
mais sensível e agressiva, o suficiente para sentir mais uma historia
e reagir como ela esta fazendo!
— Mas como posso enfrentar isto!
— Anota ai! – Fala Sheila passando um papel, pediu para a
menina comprar umas coisas na casa de Marlene, e preparar, um
suco, uma rosa vitrificada, acender uma vela de isolamento, e
recomendou um banho de sal grosso com essência de camomila;
— Acha que precisa de tudo isto?
— Não, mas se fizer tudo não faz mal, mas sei que não vai ser
fácil convencer sua irmã, começa pelo acender da vela no seu
quarto, compra umas rosas vermelhas, desfolha e joga a frente de
sua casa, seve o suco com naturalidade, e tenta a rosa vítrea,
somente depois fala do que achamos!
— Não entendo o que quer?
— Primeiro ele feliz, talvez não saiba Caterine, mas me ver
feliz o fazia feliz, no começo não se preocupou com meu namoro, se
preocupou quando comecei a mudar, ele não queria ouvir o que
estava a falar, eu o magoei, por isto ele quis me dar liberdade,
tinham outros motivos, mas sentia ele feliz quando me sentia feliz,
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agora não o sinto, mas não precisa ser esperto para ver que ele esta
triste!
— Tem de ter um jeito de Ronald o deixar em paz!
— Logo ele se encanta por outra, e deixa Peter em paz!
— E se não acontecer?
— Vamos praticar magia nele, pois a aura de Peter esta muito
negra para reagir nesta hora!
— Pensei que estaríamos brigando por ele?
— A idéia era esta, mas você saiu de campo, primeiro animar
ele, depois voltamos ao campo!
Caterine sorriu;
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O professor riu, somente Peter para fazer isto, indagar um
Suiço em Alemão e quando percebeu de onde ele era, inverter para
a língua da região de origem do rapaz;
— Nos acompanha? – Falou o rapaz num inglês arrastado;
— Sim!
Peter segue a guarda suíça, a escola parou, lá estava Peter
novamente diante de mundos inimagináveis, entrou em uma sala e
viu dois cardeais, e diante deles, o papa, quando falou em ele vir a
ele, era uma forma de falar, de cada um ficar na sua, olha o senhor
sentado a sua frente e fala;
— Guten Tag!
O papa olhou o menino e falou;
— Boa tarde, você que é o menino que me desfalcou de bons
homens!
— Bons homens, no lugar errado, na hora errada!
— Tem coragem menino, sabe que vendeu a maior heresia da
historia?
— Senhor, com todo respeito, não vendi heresias, senão não
estaria aqui!
— É esperto, quantos anos tem!
— Treze!
— Sabe o que contem naquele livro?
— Sei, mas aquilo já gritava dentro de mim, quando o li!
— Quer dizer que leu aquele livro?
— Ele e muitos outros que a sua igreja, chama de heresia, ou
de Apócrifos!
— Pelo jeito conhece um pouco de nossa religião!
— Senhor, quando tinha meus 9 anos, meu avô a beira da
morte, me deu um livro, qualquer o poria de lado, um livro em
hebraico, a bíblia que Felipe usava para orar, o Tora, enrolado como
todo Torá muito antigo, mas o que mais me impressionou, não foi o
fato dele ser algo muito antigo, e sim, as anotações de Felipe,
alguém que me induziu a continuar o caminho!
— Quer dizer que respeita as leis de deus!
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— Não as suas leis de deus, Felipe escreve, Deus e
antropófago, antes matávamos animais para deus, pois não éramos
deuses, agora estes não mais lhe agradam!
— Você esta confundindo as coisas criança, deus é amor!
— Amor por um e ódio por outro, desculpa, não disse que
acreditava em Felipe, mas explica as cruzadas, Constantino, e
muitos outros que usaram as palavras de deus para se tornar mais,
daí entendi onde a religião se baseava, no poder!
O papa olha o menino e pergunta;
— Não vim discutir, queria saber o que tem naquele
documento, antes de o destruir!
— Algo a ser destruído!
— Por que?
— Senhor, aquilo explica como ressuscitar alguém, ciência da
magia, como produzir pragas, como controlar água e mar, chuva e
tempestades, como transformar água em qualquer coisa, até vinho,
mas pode ser sangue também, aquele livro transforma seu homem
deus, em homem, e transforma qualquer um em Deus, mas como
tinham caráter religioso, sempre com sacrifícios bem cruéis!
— Não tem como existir algo assim!
— Falei que era algo a ser destruído!
— Mas por que o vendeu?
— Por que precisava ajudar uns por aqui, apenas por isto,
outra coisa, não é um texto fácil de decifrar, deve saber disto,
senhor!
— Sei, tem especialistas tentando mas não chegaram a nada!
— Senhor, aq