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PRINCÍPIOS DO SERVIÇO PÚBLICO

Celso Bandeira de Melo , inspirado na Doutrina Francesa do Direito Administrativo,

aponta os seguintes princípios como básicos para a formação do conceito e do


regime jurídico dos serviços públicos a serem prestados pelo estado:
a) Princípio da obrigatoriedade do Estado de prestar o serviço público – é um
encargo inescusável que deve ser prestado pelo Poder Público de forma direta ou
indireta. A Administração Pública responderá pelo dano causado em decorrência de
sua omissão.
b) Princípio da supremacia do interesse público – os serviços devem atender
as necessidades da coletividade.
c) Princípio da adaptabilidade – o Estado dever adequar os serviços públicos
à modernização e atualização das necessidades dos administrados.
d) Princípio da universalidade – os serviços devem estar disponíveis a todos.

e) Princípio da impessoalidade – não pode haver discriminação entre os


usuários.
f) Princípio da Continuidade – os serviços não devem ser suspensos ou
interrompidos afetando o direito dos usuários.
g) Princípio da Transparência - trazer ao conhecimento público e geral dos
administrados a forma como o serviço foi prestados, os gastos e a disponibilidade
de atendimento.
h) Princípio da motivação - o Estado tem que fundamentar as decisões
referentes aos serviços públicos.
i) Princípio da modicidade das tarifas – as tarifas devem ser cobradas em
valores que facilitem o acesso ao serviço posto a disposição do usuário.
j) Princípio do Controle – deve haver um controle rígido e eficaz sobre a
correta prestação dos serviços públicos.
Para Hely Lopes Meirelles - são princípios do serviço público:
a) Princípio da permanência (continuidade);
b) Princípio da generalidade (universalidade);
c) Princípio da modicidade;
d) Princípio da Cortesia – o usuário tem direito a um bom atendimento.

Já José dos Santos Carvalho Filho traz os seguintes princípios:


a) Princípio da generalidade;
b) Princípio da continuidade;
c) Princípio da eficiência –
d) Princípio da modicidade. – o Estado deve prestar um serviço adequado com o
menor dispêndio possível.

Pelo observado não há grandes divergências na doutrina pátria.


Na legislação também encontramos esses princípios:

Lei 8.987/94:
“Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao
pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas
pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e
modicidade das tarifas. <...>”
Vejamos agora a Jurisprudência:

“ADMINISTRATIVO. ÁGUA. FORNECIMENTO. CORTE. ART. 6& ordm;, § 3º, II, DA LEI Nº
8.987/95. LEGALIDADE. DÉBITOS ANTIGOS.
1. O princípio da continuidade do serviço público, assegurado pelo art. 22 do
Código de Defesa do Consumidor, deve ser obtemperado, ante a regra do art. 6º, §
3º, II, da Lei nº 8.987/95, que prevê a possibilidade de interrupção do
fornecimento de água quando, após aviso, permanecer inadimplente o usuário,
considerado o interesse da coletividade. Precedentes de ambas as Turmas de Direito
Público.
2. É indevido o corte do fornecimento de serviço público essencial, seja de água
ou de energia elétrica, nos casos em que se trata de cobrança de débitos antigos e
consolidados, os quais devem ser reivindicados pelas concessionárias pelas vias
ordinárias de cobrança, sob pena de infringir o disposto no art. 42 do Código de
Defesa do Consumidor, de seguinte teor: "Na cobrança de débitos, o consumidor
inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça".

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