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INTRODUÇÃO

O trabalho estatístico é um amparo muito bom para o trabalho policial-militar,


visto que pode dar um norte para as ações da polícia ostensiva. A estatística se
utiliza de teorias probabilísticas para observar a freqüência da ocorrência de fatos,
ou seja, através dela chega-se a certas previsões e a algumas conclusões acerca de
algum assunto estudado.

Com o uso da estatística a Polícia Militar, assim como qualquer outra


instituição, pode tomar suas decisões de maneira mais correta, se tornando mais
eficiente no cumprimento de sua missão. A partir de estudos estatísticos, a
instituição pode empregar suas forças nos pontos específicos de maior necessidade,
pois essa informação será mostrada estatisticamente aos comandantes.

Atualmente, na Polícia Militar, se tem feito uso dessa ferramenta tão


importante na atividade preventiva. Com base nos vários dados obtidos nas
ocorrências atendidas se fazem estudos estatísticos acerca dos diversos assuntos,
sejam os tipos de crimes e suas incidências, sejam as horas trabalhadas pelos
policiais, seja a avaliação desses policiais em diversos aspectos, enfim, a gama de
estudos que podem ser realizados com a finalidade de contribuir com a eficácia
operacional é muito grande. Inclusive o CIOSP tem uma estrutura pronta para
fornecer todos esses dados, visando justamente a melhora na prevenção da PM.
Portanto, o uso da estatística é realidade da Polícia Militar, mas poderia ser mais
presente. Os oficiais têm a obrigação de realizar o melhor trabalho possível na
Corporação, e para isso deve utilizar ferramentas que vão lhe auxiliar a alcançar
esse objetivo, uma delas é a estatística.

Contudo, o uso da estatística, embora dê uma excelente noção do que deverá


ser feito, não totalmente certa. Primeiro porque normalmente um estudo estatístico
faz uso de amostra, ou seja, para a análise retira apenas uma parte do todo, fazendo
com que exista uma margem de erro. Em segundo lugar, a estatística estuda dados
relativos a fatos passados, portanto, uma previsão do que poderá acontecer é
possível, mas esta não é certa. A ressalva que se faz quanto ao estudo da
estatística é justamente quanto ao seu grau de correção. Porém sem dúvida não se
pode atuar sem ela.
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A pesquisa realizada, sobre os roubos e furtos de veículos no Estado do Mato


Grosso nos últimos 60 meses, busca justamente verificar os casos passados para
entender e buscar modificar os que ainda vão acontecer.

1 OBJETIVOS

1. Demonstrar o índice de roubos e furtos de veículos no Estado de Mato


Grosso;

2. Verificar o aumento ou a diminuição nesse índice ao longo de 60 meses;

3. Realizar um estudo acerca dos dados encontrados;

4. Identificar os meses de maior incidência;


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5. Apresentar sugestões para uma melhoria nos números.

2 ELEMENTOS DO ESTUDO

2.1 VARIÁVEL

A variável é uma característica de uma unidade da amostra, que a partir de


sua verificação em conjunto, ter-se-á o resultado desta em relação à população ou à
amostra.

Neste estudo estatístico foi utilizada apenas uma variável, pois já atendia os
objetivos da pesquisa. A variável estudada foram os roubos e furtos de veículos no
Estado de Mato Grosso.

2.2 POPULAÇÃO

A população estudada foi à quantidade de roubos e furtos de veículos no


Estado de Mato Grosso, a partir de outubro de 2004 a setembro de 2009. A escolha
do número de meses se deu por ser um prazo suficiente para realizar uma análise
mais correta sobre o assunto.

2.3 AMOSTRA
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O número de meses em estudo foi o suficiente para a realização das análises,


contudo, não eram suficientes para que deles se retirasse amostra a fim de estudá-
la. Portanto não foi usada a amostragem nesta pesquisa.

2.4 MÉTODO UTILIZADO

Foram selecionados todos os roubos e furtos de veículos no Estado de Mato


Grosso dos últimos 60 meses.

Não foi realizada amostragem devido ao pequeno número de meses


analisados.

Os dados foram organizados ao longo de 60 meses, bem como também


foram concentrados os números de cada mês nos cinco anos. Visando uma análise
geral ao longo de cinco anos, assim como uma visão mais particular de cada mês, a
fim de identificar os meses mais expressivos.
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3 DADOS

3.1 DADOS SELECIONADOS

3.1.1 Ordem de obtenção dos dados

Foram selecionados os roubos e furtos no Mato Grosso, entre outubro de


2004 e setembro de 2009, num total de 60 meses. A fonte desses dados é o SIOPM,
relativo ao CIOSP. Também faz parte dos dados selecionados e estará sujeita à
análise posterior a frota de veículos do Mato Grosso em 2008, sendo fonte desse
dado o DENATRAN. Os dados estarão nas tabelas a seguir:

ROUBOS E FURTOS NO MATO GROSSO


ANOS
2004 2005 2006 2007 2008 2009 TOTAL
MESES
JAN - 10 82 103 77 113 385
FEV - 12 61 70 71 101 315
MAR - 17 67 80 65 96 325
ABR - 24 61 96 98 102 381
MAI - 12 70 145 87 118 432
JUN - 34 97 110 90 112 443
JUL - 38 85 90 80 137 430
AGO - 30 71 97 75 98 371
SET - 28 63 76 108 105 380
OUT 20 52 61 102 112 - 347
NOV 15 47 118 92 82 - 354
DEZ 7 73 60 97 123 - 360
TOTAL 42 377 896 1158 1068 982 4523

FROTA DE VEÍCULOS DE MATO GROSSO


ANO QUANTIDADE
2008 879.110

3.1.2 Ordem crescente dos dados

Os dados organizados em ordem crescente:


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7; 10; 12; 12; 15; 17; 20; 24; 28; 30; 34; 38; 47; 52; 60; 61; 61; 61; 63; 65; 67; 70; 70;
71; 71; 73; 75; 76; 77; 80; 80; 82; 82; 85; 87; 90; 90; 92; 96; 96; 97; 97; 97; 98; 98;
101; 102; 102; 103; 105; 108; 110; 112; 112; 113; 118; 118; 123; 137; 145.

3.2 MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL

3.2.1 Média

A média é a divisão da somatória de todos os dados pelo número de


elementos avaliados. No caso em questão esse número é 60, que é a quantidade de
meses. A somatória de todos os membros é igual a 4523, então a média pode ser
expressa por:

x=
∑xi
=
4523
= 75 ,38
n 60

3.2.2 Moda

A moda expressa os números que mais se repetiram dentre os dados. No


caso dos dados dos roubos e furtos no Mato Grosso, os números que mais se
repetem são o 61 e o 97 que se repetem por três vezes, como pode ser observado
na seção 3.1.2 que estão em negrito.

A moda é uma das medidas de tendência central que mais fogem à média,
pois o número que vai se repetir pode estar em qualquer parte da ordenação dos
dados, porém é uma medida que pode ser bem empregada em alguns casos.

3.2.3 Mediana

A mediana representa o valor central da análise, quando os dados estão ordenados


crescentemente, como na seção 3.1.2. Como o número de dados (n) é igual a 60, ou
seja, um número par, não há um único valor central, então se utilizam os dois
centrais ( que no item 3.1.2 estão sublinhados) , somando-os e dividindo o resultado
por 2. Os dois valores centrais a partir dos dados ordenados são 80 e 80, então a
mediana é expressa assim:
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80 + 80 160
med = = = 80
2 2
3.3 MEDIDAS DE DISPERSÃO

3.3.1 Amplitude

A amplitude (A) é que revela a distância entre o menor e o maior número


dentre os dados obtidos. Estes são o 7 e o 145, respectivamente. O cálculo se dá
pela subtração do maior pelo menor:

A = 145 − 7 = 138
3.3.2 Desvio padrão

O desvio padrão é uma das medidas de dispersão mais utilizadas, ela


expressa justamente a dispersão dos dados em relação à média. Estatisticamente,
cerca de 70% dos dados estão a um desvio padrão a mais ou a menos que a
média. O desvio padrão é representado por “s”, e seu cálculo pode ser expresso
dessa forma:

s= ∑ i
( x −x ) 2

= 33,85
n
3.3.3 Variância

A variância indica quão longe se encontram os valores encontrados em


relação ao valor que se espera. De um modo mais simples, a variância nada mais é
do que o quadrado do desvio padrão, então se expressa por “s²”:

s² = ∑ i
( x −x ) 2

= 1146
n
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3.3.4 Erro padrão

O erro padrão (EP) mede a discrepância entre a média calculada em uma


amostra e a média verdadeira da população. Seu resultado é obtido a partir da
divisão do desvio padrão pela raiz do número de elementos:

s 33,85
EP = = = 4,37
n 60

3.3.5 Coeficiente de variação

O coeficiente de variação (CV) é uma medida de dispersão utilizada para


comparação de duas distribuições diferentes. Sua aplicabilidade está em utilizar uma
medida comum nas duas distribuições, pois seu resultado é em porcentagem. O
cálculo é o desvio padrão (s) dividido pela média. O resultado disso é multiplicado
por 100, então expressando-se em porcentagem:

s 33,85
CV = ⋅100 = ⋅100 = 44,91%
X 75,38
4 ANÁLISE DOS DADOS

Para uma boa análise de dados, é preciso ter gráficos que demonstrem de
maneira clara o que se busca em análise. Foram feitos seis gráficos que foram
colocados ao final do trabalho estatístico para consulta.

O gráfico 01 é relativo ao total de roubos e furtos ao longo dos meses. A


organização dele permite verificar como foi aquele mês em cada um dos cinco anos
pesquisados. Quando diminuiu, quando aumentou, quando estagnou, etc. Dois
meses chamam a atenção: maio e julho. Maio por 2007 ter tido mais roubos e furtos,
quando praticamente todos os outros meses tinham 2009 como o mês mais
incidente dessa prática ilícita. O mês de julho também é interessante pelo fato de no
ano de 2009 o aumento em relação aos outros anos ter sido muito grande.

O gráfico 02, trata da freqüência absoluta dos 60 meses em ordem


cronológica. Sua análise deve ser feita em conjunto com o gráfico 03, que traz a
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freqüência relativa dos 60 meses, que traz em porcentagem a representação


daquele mês no total de roubos e furtos dos cinco anos. O que pode ser visto é que
o mês de maio de 2007. É possível perceber também que o lado direito do gráfico,
ou seja, o último ano, assim como a parte central, que representa principalmente o
ano de 2007, têm valores mais altos, principalmente 2009, o que demonstra que o
ano de 2008 teve um índice menor de roubos e furtos no Estado de Mato Grosso.

O gráfico 04 representa a freqüência acumulada de todos os meses, partindo


de outubro de 2004 e indo até setembro de 2009, ou seja, partindo de 0,44% e indo
até 100%. Este gráfico reforça a análise anterior e demonstra de forma clara, através
da linha crescente que se intensifica na metade do ano de 2007.

O gráfico 05, assim como o gráfico 06, estudam os meses agrupando os


roubos e furtos de veículos dos cinco anos. O primeiro deles refere-se à freqüência
absoluta, o segundo trata da freqüência relativa. O que é possível de ser analisado é
que a partir de abril, mas principalmente em maio, há um crescimento do número de
roubos e furtos de veículos, e concentra-se alto tal valor até julho, quando em
setembro a incidência diminui. Todos os outros meses se mantêm praticamente num
mesmo patamar, exceto janeiro que se equivale a abril.

4.1 ANÁLISES FINAIS

Por fim, a partir da frota de veículos do Estado do Mato Grosso em 2008, que
é 879.110, e relacionando com o total de roubos e furtos do referido período que é
1068, é possível determinar qual é a porcentagem de veículos subtraídos. Esse
valor corresponde a apenas 0,12%, o que se pode dizer pouco, resultado de um
bom trabalho da polícia possivelmente.
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CONCLUSÃO

O trabalho realizado pôde cumprir com todos os objetivos pré-estabelecidos,


e serviu de demonstração da importância da estatística para o desempenho da
profissão policial-militar. Sem ela, nenhum planejamento seria tão bem feito como
acontece, e a execução do policiamento ostensivo não surtiria tantos efeitos
positivos quanto tem surtido.

Como é possível notar, alguns meses foram mais expressivos que os outros
no tocante a roubos e furtos de veículos. Os comandantes dos batalhões,
certamente deveriam intensificar o policiamento nesse período, visto que é uma
tendência de cinco anos. Nos meses menos expressivos, caso não haja prejuízo do
serviço, pode-se até ministrar cursos e instruções aos policiais, a fim de capacitá-los
melhor.

Esse trabalho chegou a algumas conclusões importantes, mas que


necessitam de uma melhor análise histórica para uma compreensão total. Contudo,
seus resultados já são satisfatórios, visto que as conclusões e análises feitas
puderam comprovar índices importantes. Principalmente quando pôde-se identificar
os meses mais expressivos em relação ao cinco anos.

Em relação à estatística, percebo que tive um bom aprendizado. Compreendi


que é uma área muito útil na Polícia Militar, e que sem ela, o desempenho das
atividades-fim fica muito prejudicado, principalmente em seu planejamento. Os
conteúdos ministrados foram bem assimilados, então todos os trabalhos que se
fizerem necessários nessa área, certamente serão muito bem realizados. Acredito
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que o aperfeiçoamento deve ocorrer, mas toda essa base estatística que o CFO I
recebeu, sem dúvida é o pontapé inicial, dependendo apenas do interesse dos
futuros oficiais de melhorarem cada vez mais.

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