Faculdade de Farmácia Departamento do Medicamento Disciplina: FAR119 – Farmácia Hospitalar Docente: Profª Lúcia Noblat Aluno: Vinicius da Silva Barros
Atividade: Elaboração de um Guia Farmacoterapêutico
No Saint Anthony Hospital, foi notada pelo diretor do mesmo a carência de
uma lista institucional de fármacos que atendesse as necessidades medicamentosas do local. Este hospital é uma unidade terciária de alta complexidade, tem 500 leitos e possui serviços como: Emergência Geral, UTI (Unidade de Terapia Intensiva), Semi-UTI, Maternidade, Centro Cirúrgico, além de um Centro Médico com atendimento para um número considerável de especialidades. O diretor mostrou à equipe dos profissionais de saúde do hospital a importância de se selecionar os medicamentos corretamente através de comprovações na literatura de que a escolha correta evita erros na prescrição, perdas, multiplicidade desnecessária e permite uma melhor utilização do recurso destinado à compra dos mesmos. A responsabilidade sob a produção de tal guia ficou sob cargo de uma Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT). Tal CFT era composta pelo diretor do Saint Anthony Hospital, pela chefia da equipe de enfermagem, pela chefia do serviço de farmácia e pelos respectivos chefes dos setores de Emergência, UTI e Centro Cirúrgico. Essa equipe ficou responsável pelo estudo das doenças que mais acometiam os pacientes internados no hospital e da seleção dos medicamentos que seriam mais eficazes, mais seguros e menos custosos. Após a seleção dos medicamentos, os mesmos se encarregaram do desenvolvimento do Guia Farmacoterapêutico e se comprometeram em mantê- lo atualizado. O guia apresentava a seguinte estrutura: 1. Apresentação 2. Objetivos e funções da CFT 3. Guia de boas práticas de prescrição 4. Apresentação por grupos ATC (Anatômico-Terapêutico-Químico) e por classe terapêutica 5. Anexos 5.1. Critérios de inclusão/exclusão de medicamentos 5.2. Boas práticas de armazenamento e conversação de medicamentos 5.3. Fármacos usados na gravidez e amamentação 5.4. Fármacos usados por idosos 5.5. Fármacos usados por pacientes hepatopatas 5.6. Fármacos usados por pacientes renais 5.7. Interações medicamentosas mais comuns 5.8. Tratamento de intoxicações 6. Referências 7. Abreviaturas Utilizadas 8. Índice Remissivo O guia iniciava-se, portanto, com a apresentação do mesmo, com identificação dos responsáveis pelo desenvolvimento do guia, sendo estes: o comitê editor, os redatores, os revisores e os colaboradores. Em seguida, o guia ressaltava a importância de uma Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), sua formação e suas obrigações. Ensinava também como montar uma CFT, visto que muitos profissionais da área de saúde não sabem como fazer isso. O guia tem uma parte especial dedicada aos prescritores, ensinando-lhes as melhores formas de se receitar medicamentos de maneira a prover uma farmacoterapia mais racional. Basicamente essa parte abordava cinco tópicos, que são: • Definir o problema do paciente; • Especificar o objetivo do tratamento; • Desenhar um esquema terapêutico apropriado para o paciente; • Formular a receita; • Prover informações, instruções e advertências. A parte seguinte do guia é, sem dúvida, a de maior valia: a apresentação dos medicamentos selecionados segundo suas características anatômicas- terapêuticas-químicas e por classe farmacológica. Foram escolhidas ambas as formas porque se acreditava que possuíam vantagens consideráveis, como o fato da classificação ATC permitir avaliar o medicamento de maneira mais específica, enquanto que por classe farmacológica, como o próprio nome cita, permite avaliar os medicamentos por classe, permitindo uma visão mais ampla da farmacologia da terapia que se está pesquisando. Nessa parte, os medicamentos possuíam uma pequena monografia sobre os mesmos, o que leva a um entendimento ainda melhor sobre os fármacos que estão no guia. O guia possui também uma série de anexos, sendo eles: • Critérios de inclusão/exclusão de medicamentos – nesse anexo mostra quais foram os pontos avaliados pela Comissão de Farmácia e Terapêutica que permitiu ou não a entrada de determinados medicamentos na seleção do guia. • Boas práticas de armazenamento e conversação de medicamentos – importante para o setor pessoal da Central de Abastecimento Farmacêutico do Saint Anthony Hospital, pois indica as melhores maneiras de se armazenar e conservar os medicamentos para que eles possam manter suas características por o maior tempo possível e que venham a ser uma terapia eficiente para os pacientes internados no hospital; • Fármacos usados na gravidez e amamentação – visto que o Saint Anthony Hospital possui uma maternidade, a CFT decidiu por adicionar um anexo específico que falasse sobre os principais fármacos utilizados por gestantes. Isso garante uma maior segurança do tratamento para estas mulheres e para seus filhos, pois além de avaliar os medicamentos que poderiam levar a possíveis problemas na mãe e/ou no feto, levam em consideração as possíveis terapias medicamentosas que poderiam causar alterações no aleitamento materno. • Fármacos usados por idosos – visto que a fase senil é caracterizada por uma diminuição do metabolismo, avaliar corretamente a terapia medicamentosa desses pacientes é indispensável. Esse anexo avaliar tem como ponto-chave as principais interações medicamentosas que ocorrem com os medicamentos mais comuns que são utilizados por pacientes geriátricos; • Fármacos usados por pacientes hepatopatas – pacientes com problemas de fígado necessitam de atenção especial, já que este é um dos mais importantes órgãos de metabolização/eliminação do organismo. Estando debilitado, vários medicamentos podem ter sua meia-vida alterada. Nesta seção, são citados os principais medicamentos que devem ter ajustadas suas doses quando o paciente se encontra com hepatopatias; • Fármacos usados por pacientes renais – assim como os pacientes hepatopatas, pacientes com problemas relacionados ao rim também têm problemas farmacocinéticos de metabolização e eliminação. Nesta seção, os principais fármacos que devem ter suas doses ajustadas para que sejam usados em pacientes renais são abordados. • Interações medicamentosas mais comuns – visto que já tem uma seção que aborda as principais interações medicamentosas que ocorrem com idosos, esta seção se direciona mais para os medicamentos passíveis de interação para a faixa de 18-60 anos. • Tratamento de intoxicações – esse anexo é um dos mais importantes para o Saint Anthony Hospital. Foi verificado que um grande número de pessoas da região que procurava o serviço de emergência do hospital o fazia devido a intoxicações por diversos agentes. A CFT decidiu por elaborar um anexo em que fármacos poderiam ser usados em situações de emergência para tratar os pacientes que se apresentassem em tal estado. Por fim, o guia mostra quais foram as referências utilizadas na criação do mesmo e encerra com uma forma de facilitar a sua utilização, por descrever as abreviaturas usadas nos textos e um índice remissivo com os nomes dos medicamentos por ordem alfabética.