Você está na página 1de 256
DIDATICA GERAL Edigio de texto: Joo Guizzo (supervisio) “José Anténio dos Santos, Wilma S.R. de Moura Fotos Delfim Fujiwara, Mustragdes: Rogério Borges Composigae ¢ artes. AM Producies Grificas Ltda, Capa: Pauto Cesar Pereira 20 etigio 5 impressio 2008 “oxdos os dietos reservados pela Eiitora Aten Run Barto de Iguape, 110 - CEP 01507-900 Capea Post 2957 - CEP 01065.970 Slo Paulo SP ‘Tel: OXX 11 3346.3000 - Fax: OXX 11 3277-4146 Inemet: pw aia come ‘email editra@atca com br ISBN 85 08 02698 6 TANGRAE 22, Apresenta¢gao Estudar Didatica nao significa apenas acumular informacées técnicas sobre 0 processo de ensino-aprendizagem. Significa, antes de ‘mais nada, desenvolver a capacidade de questionamento e de experi- mentagao com relacio a essas informacoes. Para que o professor nao se torne escravo do instrumental didati- co, deve saber questiond-lo e avalia-lo a partir da realidade em que arua, Nesse sentido, € importante que tenha uma visto ampla ¢ pro- funda do contexto em que desenvolve sua atividade docente. £ im- portante, também, que aprenda a refletir, a partir deste contexto, a0 escolher as alternativas docentes. Por isso, no decorter dos capitulos deste livro, além de apresen- tarmos uma sétie de alternativas para a atividade docente, apresenta- mos também alguns elementos de reflexio, para ajudat 0 professor a escolher as alternativas mais adequadas para cada situacao. O Autor CAPITULO 1 — EDUCACAO, ESCOLA E PROFESSORES: 1 Para que ensinar? 9 2 — Oque é educacao? un 5 — Educacio e valores B 4 — Educacio, valores ¢ objetivos. 14 5 — Educacio, valores, objetivos ¢ prioridades. 4 6 — Objetivos prioritatios da educacto brasileira 15 7 — Educagao escola 16 8 — Educacao e professores 18 CAPITULO 2 — ENSINAR E APRENDER 1 — Oensino ea aprendizagem na vida humana 2» 2 — Evolucio do conceito de ensino 28 3 — O que aprendizagem? 31 4 — Tipos de aprendizagem 32 5 — Aprendizagem e motivagio 33 6 — Aprendizagem e maruragio 4 7 — Fases da aprendizagem 34 8 — Relacio entre ensino ¢ sprendizagem: 35 9. — Conclusbes sobre ensina e aprendizagem 36 CAPITULO 3 — PEDAGOGIA E DIDATICA 1 ~ O que é Pedagogia? 39 2 — Aspectos fundamentais da Pedagogia 40 3 — Divisio da Pedagogia i 4 4 — Oqueé Diditica 42 5 — Didatica Geral e Didatica Especial a 6 — Didatica e Metodologia ..... B 7 = Ciclo docente 44 CAPITULO 4 — 0 CURRICULO E SEU PLANFJAMENTO 1 — O que écurriculo? 30 2 — Consequiéncias do novo conceito de curticulo 33 3 — Dimensoes do curriculo .. 54 4 — Planejamenta de curriculo. : 55 5 — Significado de alguns termos 56 CAPITULO 5 — PLANEJAMENTO DE ENSINO. 1 —O que € planejamento ¢ qual sua importincia? 2 — 0 planejamento educacional, de curriculo ¢ de ensino. 3 — Etapas do planejamento de casino 4 — Componentes bisicos do planejamento de ensi- 5 — Tipos de planejamento de ensino -.... 6 — Importancia do planejamento de ensino 7 — Caracteristieas de um bom planejamento de en: CAPITULO 6 — 0S OBJETIVO 1 — Importnca dos objetivos de ensino 2 — Tipos de objetivo. 3 — Fungdes dos objetivos instrucionais 4 — Como definir objetivos instrucionais CAPITULO 7 — SELEGAO F ORGANIZACAO DE CONTECDOS 1 = Oque écomtetido?...... 2 — Aselegio do conteido 3 — Organizacio do conteddo CAPITULO 8 — COMO ENSINAR? 1 — Conceitos basicos. 2 — Chasificacao dos métodos técnicas 3 — Aaula expositiva 4 — A técnica de perguntas erespostas 5 — Método Montessori 6 — Centios de interesse 7 — Unidades didaticas 8 — Trabalho em grupo 9 — Método de solusio de problemas 10 — Método de projetos 11 — Método psicogenético. 12 — Estudo ditigido. 13 — Fichas didaticas...... 14 — Instrugto programada. : 15 — Que métodos e téenicas utilizar? 16 — Como estudar? 60. 6 62 6 69 75 80 83 3 102 104 106 107 108 un 42 us 116 18 121 7 130 132 139 a2 CAPITULO. 9 — RECURSOS DE ENSINO 1 — O que sio recursos de ensino?.... oe ASL 2 — Classificagio dos recursos de ensino BL 5 — Objetivoscdo uso dos recursos de ensino 154 4 — Critetios e principios para a utilizagio dos recur 505 de ensi oe seseane 156 5 — Importincia dos recursos audiovisuais.... 155 6 — Clasificacio brasileira de recutsos audiovisuais. 157 7 — Deserigio de alguns recutsos 137 CAPITULO 10 — AVALIACAO 1 — Conceito de avaliagio _ 190 2 — Funcies da avaliacao. Soe 191 3 — Testar, medic e avaliar foe 192 4 — Principios basicos de avaliacao . 194 5 — Erapas da avaliacao ..... . 196 6 — Técnicas ¢ instramentos de avaliaga0 <0. 197 7 = Uilizagto dos resatadosdaaiagto noone 215 8 — Recuperasao... fone 216 9) — Ficha do aluno. ae 217 CAPITULO 11 — A MOTIVACAO DA APRENDIZAGEM 1 — Em que consiste a motvacio..... 233 2 — A atuasio do professor como incentivador 234 3 ~ Outros aspectos relativos & motivasio..... 236 CAPITULO 12 — A ORGANIZACAO E DIRECAO DE UMA CLASSE ESCOLAR 1 —Asaladeaula od 2 — Discplina na sala de aula sine 246 3 — Orelacionamento na sala de aula. 250 Bibliografia Fi fecneneee OST Capitulo 1 Educag¢ado, Escola e Professores 4. — PARA QUE ENSINAR? Antes de estudar os aspectos didaticos propriamente ditos, € muito importante refletir um pouco sobre.o sentido da atividade do- cente. E, para ter consciéncia do sentido de sua atividade, o professor precisa se perguntar: — Para que ensino? — Para que serve 0 que estou fazendo? Isso nao quer dizer que os aspectos didéticos nao sejam impor- tantes. Significa, apenas, que eles devem estar subordinados a defi- niggo de propésitos educativos validos para orientar nosso trabalho “Os objetivos que nos propomos alcancar junto as criancas sao 0 cle- mento fundamental em nosso trabalho letivo ¢ quando realmente ‘nos propomos ser educadores." (Mieicor, M. T. Ume eae pot o ovo. So Pau, Beaslense, 1983. p. 21 Segundo Mialaret, a formacio pedagogica dos futuros professo- fes se sustenta em quatro pilares principais. a) Uma teflexio de ordem histérico-filos6fico-sociol6gica a res- peito da instiruicdo escolar, seu papel na sociedade e as finali- dades ztuais da educacio. b) Um conjunto de conhecimentos cientificos acerca da estrurura, € do funcionamento psicol6gico dos alunos, seja como in- dividuos seja como pequenos grupos. ©) A iniciagéo na pratica dos diferentes métodos ¢ técnicas pe- dagogicas que permitam estabelecer a comunicagio educativa eficaz. d) Estudo psicolégico ¢ pedagégico da didatica das disciplinas escolares. Estes quatro pilares necessétios 4 formasio pedagégica de todo docente esto intimamente relacionados. Suas interagdes estio indi- cadas no esquema seguinte © qué? (Conteddo, }x——___ | Prosromasi tt A quent como? (rcbiomos rat, ail attcooe« psicolégicos...) |. | % téenicas} | Que resultados? (Avaliago) (MALARET, G, La formacion del docente. Bueno Aites, Huerul, 1978, p. 2.) 10 Embora a Didatica Geral se preocupe primordialmente com 0 como ensinar, ou seja, com métodos ¢ técnicas, julgamos importante, antes de estudé-los, refletir sobre o seu fundamento, sobre as razdes do seu emprego sobre os fatores que intervém cm sua aplicacao. C: 50 conttario, cortemos o tisco de nos converter em escravos dos instru- mentos (métodos ¢ téeniicas). Para evitar isso € de fundamental im- portincia reflctirmos, antes de mais nada, sobre a educacio. 2 —O QUE £ EDUCACAO? Podemos comecar a pensar sobre a educacdo analisando o se- guinte fato historico: Por ocasiao do tratado de Lancaster, na Pensilvania (Estados Uni- dos), no ano de 1744, entre o governo da Virginia e as seis nagdes indigenas, os representantes da Virginia informaram aos indios que em Williamsburg havia um colégio dotado de fundos para educagio de jovens indios e que, se os chefes das seis nacbes quisessem enviar meia dizia de seus meninos, o governo se responsabilizaria para que cles fossem bem tratados ¢ aprendessem todos os conhecimentos do homem branco. A essa oferta, 0 representante dos indios respondeu: ““Apreciamos enormemente o tipo de educacio que € dada nes- ses colégios € nos damos conta de que o cuidado de nossos jovens, du- rante sua permanéncia entre vocés, sera custoso. Estamos convenci- dos, portanto, que os senhores desejam o bem para nés ¢ agradece mos de todo coracio Mas aqueles que sio sibios reconhecem que diferentes nagdes tém concepcées diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores nac ficario ofendidos aq saber que a vessa idéia de educacao nfo € a mes- ma que a nossa .. Muitos dos nossos bravos guerteiros foram formados nas esco- las do Norte e aprenderam toda a vossa ciéncia. Mas, quando volta- vam para nds, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da flo- resta ¢ incapazes de suportar o fio € a fome. Nao sabiam como cacar © veado, matar o inimigo e construir uma cabana, ¢ falavam a nossa lingua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente iniiteis. Nao set- viam como guerreiros, como cagadores ou como conselheitos. Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora no possamos aceité-la, para mostrar a nossa gratidio oferecemos aos "

Você também pode gostar