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Marcos Aurelio Salles

Comentários sobre o tema:

Organizações, instituições e campos organizacionais.

Gestão Estratégica de Pessoas


Professor Marcelo Milano Falcão Vieira
Nestes capítulos, os autores, discorrem sobre a teoria institucional, fazendo uma
revisão histórica e situando-a no contexto atual. Também mostram que as organizações, à
partir de trabalhos de outros autores como Meyer e Rowan ( 1991 ), não se estruturam
buscando exclusivamente eficiência em suas atividades, mas em razão de seus efeitos
simbólicos. Isso implica em que as organizações respondem a influências do ambiente,
mas não apenas a variáveis concretas, como tecnologia e tamanho, mas também e, em
alguns casos com maior ênfase, a valores, crenças e mitos compartilhados. Também é
apontado, à partir dos estudos de DiMaggio e Powell ( 1991 ), o conceito de campo
organizacional, sendo este formulado na tentativa de mapear a dinâmica de relações
organização-ambiente que conduzem processos de institucionalização de formas
organizacionais.
Concordo que o ambiente exerce influência sobre as organizações, afetando-as
tanto em seus aspectos internos como também em seu relacionamento com o mesmo. No
entanto, apesar das pressões ambientais serem semelhantes para organizações do mesmo
tipo e inseridas num mesmo setor, as decisões estratégicas implantadas a fim de responder
as pressões ambientais, podem ser diferentes de empresa para empresa. Isso ao meu ver se
deve, em grande parte, ao modo pelo qual os principais executivos interpretam tais
questões, levando a determinadas escolhas estratégias de ação em detrimento de outras.
A fim de analisar o ambiente organizacional, a teoria institucional, mostra ser um
excelente instrumento para melhorar a compreensão da realidade, pois, além de considerar
o ambiente técnico, valoriza também os aspectos institucionais.
No texto é apontado que, em seu estágio inicial, um campo organizacional é
composto de organizações isoladas e especializadas que não se reconhecem num campo e
que não compartilham valores. Com o passar do tempo, o campo vai se estruturando e as
organizações reconhecem a importância umas das outras , estreitando relacionamentos,
aumentando a interação e convergindo para o compartilhamento de valores.
Então, para compreender as decisões organizacionais, percebe-se que tais decisões
são resultantes não de uma reação mecânica, mas de interpretações que seus dirigentes
fazem da concorrência, dos fornecedores, das exigências legais, das necessidades dos
clientes, como também das demandas internas, sejam dos funcionários ou controladores,
entre outros, ou seja das forças e pressões ambientais no campo organizacional específico.
Como as forças e pressões exercidas pelo ambiente se dão de formas distintas e,
portanto, afetam diferentemente cada organização, de forma que todas recebem influência
em maior ou menor grau, e as tratam também com estratégias específicas. Me parece que
as organizações fabricantes de bens ou serviços tendem a se orientar mais pelo ambiente
técnico buscando uma maior eficiência técnica, e as instituições de ensino bem como
órgãos governamentais nas várias esferas buscam valorizar mais o ambiente institucional.
Há também as pressões internas da organização exercidas pelo ambiente técnico e
cultural. Essas pressões exercidas sobre as organizações, em interação com o ambiente,
conduzem a diferentes tipos de ação, mesmo que haja semelhança no contexto em que se
inserem. Essas respondem por meio das ações tomadas pelos seus dirigentes, baseadas na
interpretação do contexto no qual a organização está inserida, bem como a estruturação e
os processos internos da organização.
Baseado no exposto acima me surgiu uma dúvida: será que se colocarmos nosso
foco nas Organizações privadas, onde o principal objetivo é o lucro, mesmo sob influência
de pressões externas ou internas, tais Organizações, em via de regra, não obedecem apenas
ao poder mais influente, que normalmente é o do seus controladores, onde sempre buscará
a eficiência a fim de maximizar o lucro ?

BIBLIOGRAFIA
1. GOULART, Sueli: VIEIRA, Marcelo Milano Falcão; CARVALHO, Cristina Amélia.
Universidades e desenvolvimento local: uma abordagem institucional. Porto Alegre: Sagrado
Luzzato, 2005. ( capítulos 1 e 2 )
2. VIEIRA, Marcelo Milano Falcão; CARVALHO, Cristina Amélia. Introdução: sobre
organizações, instituições e poder. In: VIEIRA, Marcelo Milano Falcão; CARVALHO, Cristina
Amélia ( Orgs. ). Organizaçõs, instituições e poder no Brasil . Rio de Janeiro: FGV Eitora, 2003.
( introdução )

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