Você está na página 1de 2

MEDITAR: OUVIR DEUS

No livro “Consciência e Mediunidade”(1) encontramos que Mediunidade é como a vida: requer


transposição de desafios, à semelhança de pontes que conduzem os viajores, no carro das experiências
evolutivas, às metas colimadas que redundam numa só: a iluminação.”
Uma dessas “pontes” é a meditação: “reflexão e quietude para escutar a resposta de Deus”.(2)
Atentemos, pois, para a importância da meditação, a fim de que possamos “ouvir Deus”! Jesus,
orando, falava ao Pai... No intervalo da oração, escutava a Deus!
Mas, o que é meditar? Joanna de Ângelis nos recorda que “É combustível precioso que mantém o
vigor moral.”,”É dínamo poderoso que movimenta a máquina da ação.”, “É amiga fiel que corrige
com bondade e esclarece com humildade.”,“É terapia que oferece paz.”(3). Aliás, a palavra origina-se
da raiz indo-europeia “med”, que significa “cuidar”, “tratar”, “medicar”, “curar”.
Somo espíritos, dotados de inteligência (4): pensamos, raciocinamos. E a meditação nos faculta o
identificarmos com clareza a nossa própria essência, permitindo-nos, consequentemente, modificar os
padrões de nossos pensamentos, sentimentos e atos.
Não imaginemos que meditação seja fuga, ou algo inerte, passivo: é dinâmica de iluminação a
longo prazo... Ao contrário, “...é silenciar os veículos fisicopsíquicos que influem na elaboração do
pensamento ou na sua manifestação de forma mais qualitativa.”(5) Assim, entendamos que não
devemos passar todo tempo meditando, nem desprezar a meditação, suprimindo-a totalmente como
processo mental. Recordemos que “...Deus quer que o homem pense nele, mas não quer que só nele
pense, pois que lhe impôs deveres a cumprir na Terra.”(6) Como sempre, devemos buscar o
equilíbrio.
Quais os objetivos da meditação? Primeiramente, tornar-nos conscientes, desvendando-nos nossa
vida interior. Sua meta, porém, é atingirmos a fonte da vida e da consciência. Desse modo, nossos
pensamentos e emoções perdem poder, do que resulta que corpo e mente são instrumentos que passam
a poder ser controlados.
Nossa mente assemelha-se a um a um lago ou oceano, cuja superfície é coberta por ondas de
pensamentos, como felicidade, irritação, tristeza, etc, que causam imagens distorcidas, e até mesmo
falsas... Para vermos com clareza, precisamos aprender a aquietar essas ondulações – meditar – para
apaziguar essas ondas, a fim de que possamos apreender a calma das profundezas do oceano. Portanto,
é-nos necessário acalmar a turbulência de nossa mente, serená-la, revelando sua clareza natural,
tornando-nos, pois, senhores de nossa mente, e não sermos dominados por ela.
Muitos estudiosos do assunto nos afirmam que os benefícios da meditação são inúmeros para nossa
saúde física, intelectual e psíquica: descanso físico, mental e emocional; aumento de capacidade de
concentração; maior autoliderança; redução da ansiedade; respiração equilibrada e profunda; melhoria
da oxigenação e da frequência cardíaca; obtenção paulatina de estado de estabilidade; lucidez que
impede a entrada em conflitos emocionais internos; mais clareza mental: objetividade, paciência,
compreensão e justiça; etc. Ela equilibra altos níveis de stress causados pela rotina da vida ou dos
problemas, e faz o cérebro trabalhar numa onda elétrica mais sutil (alfa), o que gera aumento da força
mental, curando e fortalecendo o corpo físico. Ela promove a concentração e o equilíbrio da mente,
possibilitando serenidade e felicidade ao espírito.
Através do desenvolvimento integral do corpo, da mente e do espírito, surge naturalmente uma
consciência expandida, que vai proporcionar a compreensão mais profunda da própria vida e de todo o
Universo, o que ajuda o ser humano a identificar-se com os outros seres vivos do planeta, facultando
profundo respeito e preocupação por todas as expressões da vida, e naturalmente gerando estímulo
para trabalharmos altruisticamente pelo aperfeiçoamento de toda a Humanidade.
Por tudo isso, lembremo-nos: “Minutos que desperdiças, se usados para meditação, transformar-
se-ão em pontos luminosos do teu dia.”(7)
Inspirado e fortalecido pela oração (falando com Deus), ouvindo-O através da meditação, o homem,
vivenciando o amor, ascende decidido em seu destino de progresso e felicidade.
1) Projeto Manuel Philomeno de Miranda – “Apresentação”, pág. 11, 1ª ed. – Editora Leal, 2003.
2) KARDEC, Allan – “O Livro dos Espíritos”, 2ª p., cap.II, questão 13, pág. 103 – FEB, Rio de
Janeiro – 77ª edição, 1997.
3) FRANCO, Divaldo P. – pelo Espírito Joanna de Ângelis – cap.: “Terapêutica espírita” , pág. 65/66,
6ª ed. – Livraria Espírita Alvorada Editora, 1965.
4) Kardec, Allan: “O Livro dos Espíritos”, 1ª parte, cap. II, questão 23, pág. 59 - FEB, Rio de Janeiro –
77ª edição, 1997.
5) Projeto Manuel Philomeno de Miranda – 2ª parte, item 2.1, pág. 54, 1ª ed. – Editora Leal, 2003.
6) Kardec, Allan: “O Livro dos Espíritos”, 3ª parte, cap. II, questão 657, pág. 318 - FEB, Rio de
Janeiro – 77ª edição, 1997.
7) Projeto Manuel Philomeno de Miranda – 2ª parte, item 2.4, pág. 117/118, 1ª ed. – Editora Leal, 2003.

Você também pode gostar