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Índice

Apresentação .......................................................................................... 03
Apresentção .......................................................................................................... 04
A Ergonomia ............................................................................................ 05
Definição ............................................................................................................... 06
História da Ergonomia .......................................................................................... 06
Ergonomia no Brasil ............................................................................................. 07
Domínios de Especialização da Ergonoia ............................................................ 08
Bases .................................................................................................................... 08
Atuação ................................................................................................................ 09
Objetivo e Objeto .................................................................................... 10
Objetivo e Objeto .................................................................................................. 11
Métodos e Técnicas ................................................................................ 12
Técnicas utilizadas na análise do trabalho ........................................................... 13
Métodos Diretos .................................................................................................... 13
Métodos Subjetivos .............................................................................................. 15
Ergonomia na Informática ...................................................................... 16
Problemas Relativos ao uso incorreto da Informática ........................................... 17
O olho e o terminal de vídeo ou monitor ............................................................... 18
Micros para quem trabalha nos micros ................................................................. 18
Computador – Amigo ou Vilão .............................................................................. 19
Proteção ocular para usuários de computador ..................................................... 19
Dicas para quem trabalha em micros ................................................................... 20
Dicas de Ergonomia ................................................................................ 21
Hábitos Posturais ................................................................................................. 22
Doenças de Escritórios .......................................................................... 26
Ginástica Laboral .................................................................................................. 29
Bibliografia .............................................................................................. 31
Bibliografia ............................................................................................................ 32

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Apresentação

Como futuras secretárias vamos conviver diariamente com equipamentos que podem
prejudicar ou facilitar nosso trabalho.
Mesmo agora como estudantes lidamos diariamente com malas, bolsas, carteiras,
cadeiras, fichários, cadernos, estojos, etc.
Sem percebemos esses materiais acabam atrasando ou acelerando nosso rendimento,
sem contar a temperatura ambiente, a poluição visual e sonora.
É disso que se trata a Ergonomia o estudo do ser humano em seu ambiente de trabalho,
analisando aquilo que prejudica e melhora o seu rendimento e criando métodos eficazes e
inovadores para melhorá-lo ainda mais.

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A Ergonomia

Definição
Derivada das palavras gregas ERGON (trabalho) e NOMOS (leis, regras, normas), ou seja
normas para o trabalho. A ergonomia é definida de várias maneiras:
“A ergonomia estuda as relações do homem durante o trabalho com o seu ambiente
natural”. Wojciech Jastrzebowski (criador do termo)
A ergonomia é uma ciência interdisciplinar. Ela compreende a fisiologia e a psicologia do
trabalho, bem como a antropometria e a sociedade no trabalho. O objetivo prático da ergonomia é
a adaptação do posto de trabalho, dos instrumentos, das máquinas, dos horários, do meio
ambiente ás exigências do homem. A realização de tais objetivos, do nível industrial, propicia uma
facilidade e um rendimento do esforço humano. Leplat, J.
A ergonomia é uma tecnologia e não uma ciência, cujo objetivo é a organização dos
sistemas homens-máquina (1972). Murrel, K.F.
A ergonomia pode ser definida como o estudo cientifico das relações entre o homem e o
seu ambiente de trabalho (1965). Self
“É o estudo científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaços de
trabalho”. International Ergonomics Association (IEA)
“É uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e
outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a
fim de melhorar o bem estar humano e o desempenho global do sistema”. Associação Brasileira de
Ergonomia (ABERGO)
Esta última foi aprovada por unanimidade na Reunião do Conselho Científico da
International Ergonomics Association em San Diego, USA.
Em resumo a ergonomia nada mais é do que o estudo da relação homem - trabalho, que
visa aplicar as tecnologias necessárias para a boa execução do trabalho pelo homem, gerando ao
homem certa medida de saúde, segurança e conforto ao exercer suas atividades.
História da Ergonomia
A ergonomia embora pareça ser uma ciência nova vem do começo do desenvolviemnto da
espécie. Australopithecus Prometheus selecionava seixos dos ossos de antilopes para fazer suas
ferramentas numa clara exposição de selecionar e criar objetos para que suas tarefas ficassem
mais faceis de serem realizadas. Existem também no Museu do Louvre papiros egípcios que
denotam recomendações de natureza ergonômica para a construção de utensílios de construção
civil, assim como desenhos de arranjos organizacionais para o canteiro de obras de pirâmides.
O médico italiano Bernardino Ramazzini (1633-1714) foi o primeiro a escrever sobre
doenças e lesões relacionadas ao trabalho, em sua publicação de 1700 "De Morbis Artificum"
(Doenças do Trabalho). Ramazzini foi discriminado por seus colegas médicos por visitar os locais
de trabalho de seus pacientes a fim de identificar as causas de seus problemas. O termo
ergonomia assim também como sua definição foi criado em 1857 pelo professor polonês Wojciech
Jastrzebowski, em seu artigo “Ensaio de ergonomia ou ciência do trabalho baseada nas leis
objetivas da ciência da natureza”.
No século XIX, Frederick Winslow Taylor lançou seu livro “Administração Científica”, com
uma abordagem que buscava a melhor maneira de executar um trabalho e suas tarefas. Mediante
aumento e redução do tamanho e peso de uma pá de carvão, até que a melhor relação fosse
alcançada, Taylor triplicou a quantidade de carvão que os trabalhadores podiam carregar num dia.
Frank Bunker Gilbreth e sua esposa Lilian, no início do anos 1900s, expandiram os métodos de
Taylor para desenvolver "Estudos de Tempos e Movimentos” que ajudou a melhorar a eficiência,

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eliminando passos e ações desnecessárias. Ao aplicar tal abordagem, Gilbreth reduziu o número
de movimentos no assentamento de tijolos de 18 para 4,5 permitindo que os operários
aumentassem a taxa de 120 para 350 tijolos por hora.
A Segunda Guerra Mundial marcou o advento de máquinas e armas sofisticadas, criando
demandas cognitivas jamais vistas antes por operadores de máquinas, em termos de tomada de
decisão, atenção, análise situacional e coordenação entre mãos e olhos.
Foi observado que aeronaves em perfeito estado de funcionamento, conduzidas pelos
melhores pilotos, ainda caíam. Em 1943, Alphonse Chapanis, um tenente no exército norte-
americano, mostrou que o "erro do piloto" poderia ser grandemente reduzido quando controles
mais lógicos e diferenciáveis substituíram os confusos projetos das cabinas dos aviões.
Em 1949, K.F.H. Murrel, engenheiro inglês, começou a dar um conteúdo mais preciso a
este termo, e fez o reconhecimento desta disciplina científica criando a primeira associação
nacional de Ergonomia, a Ergonomic Research Society, que reunia fisiologistas, psicólogos e
engenheiros que se interessavam pela adaptação do trabalho ao homem. E foi a partir daí que a
Ergonomia se desenvolveu em outros países industrializados e em vias de desenvolvimento.
Nas décadas seguintes à guerra e até os dias atuais, a ergonomia continuou a
desenvolver-se e a diversificar-se. A era espacial criou novos problemas de ergonomia tais como a
ausência de gravidade e forças gravitacionais extremas. Até que ponto poderia este ambiente ser
tolerado e que efeitos teria sobre a mente e o corpo? A era da informação chegou ao campo da
interação homem-computador enquanto o crescimento da demanda e a competição entre bens de
consumo e produtos eletrônicos resultaram em mais empresas levando em conta fatores
ergonômicos no projeto de produtos.
O termo Ergonomia foi adaptado nos principais países europeus, onde se fundou em 1959
em Oxford, a Associação Internacional de Ergonomia (IEA – International Ergonomics Association),
e foi em 1961 que esta associação realizou o seu primeiro congresso em Estocolmo. Nos Estados
Unidos foi criada a Human Factors Society em 1957, e até hoje o termo mais freqüente naquele
país continua a ser Human Factors (Fatores Humanos), embora Ergonomia já seja aceita como
sinônimo. Em junho deste ano será realizada a 3ª Conferencia Internacional Ergonômica na
Croácia.
Ergonomia no Brasil
A ergonomia brasileira surgiu a partir da difusão da ergonomia a nível internacional e
desde então passou a ocupar um destaque no cenário internacional, particularmente no âmbito
latino-americano.
Sendo abordada pela primeira vez em 1960 por Ruy Leme e Sérgio Penna Kehl em um
projeto para a USP, que encorajou Itiro Iida a desenvolver a primeira tese brasileira em Ergonomia,
a Ergonomia do Manejo. Também na USP, Ribeirão Preto, Paul Stephaneek introduzia o tema na
Psicologia. Nesta época, no Rio de Janeiro, o Prof. Alberto Mibielli de Carvalho apresentava
Ergonomia aos estudantes de Medicina das duas faculdades mais importantes do Rio, a Nacional
(Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a ciencias Médicas (Universidade Estadual de Goias,
depois Universidade do Estado do Rio de Janeiro); O Prof. Franco Seminério falava desta
disciplina, com seu refinado estilo, aos estudantes de Psicologia da UFRJ. O maior impulso se
deu na COPPE (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pos-Graduacao e Pesquisa de Engenharia), no
início dos anos 70, com a vinda do Prof. Itiro Iida para o Programa de Engenharia de Produção,
com escala na Escola Superior de Desenho Industrial do RJ. Além dos cursos de mestrado e
graduação, Itiro organizou com Collin Palmer um curso que deu origem ao primeiro livro editado
em português.
No ano de 1974 foi realizado no Rio de Janeiro o 1º Seminário Brasileiro de Ergonomia
pela Associação Brasileira de Psicologia Aplicada (ABPA). No dia 31 de agosto de 1983 foi criada
a “Associação Brasileira de Ergonomia”. Em 1989 foi implantado o primeiro mestrado do país no
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa

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Catarina. No ano de 2003 foi realizado O 1º. Fórum Nacional de Certificação do Ergonomista
Brasileiro. Este ano a ABERGO comemora seus 24 anos.
Domínios de Especialização da Ergonomia
De maneira geral, os domínios de especialização da ergonomia são:
→ Ergonomia física: está relacionada com as características da anatomia humana, antropometria,
fisiologia e biomecânica em sua relação à atividade física. Os tópicos relevantes incluem o estudo
da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo
-esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde.
→ Ergonomia cognitiva: refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória,
raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros
elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho,
tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress e
treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas.
→ Ergonomia organizacional: ou macroergonomia está relacionada à otimização dos sistemas
sócio técnico, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos
relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações (CRM - domínio
aeronáutico), projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto
participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional,
organizações em rede, tele-trabalho e gestão da qualidade.
Bases
A ergonomia baseia-se em muitas disciplinas em seu estudo dos seres humanos e seus
ambientes, incluindo antropometria, biomecânica, engenharia, fisiologia e psicologia.
No Reino Unido, um ergonomista tem graduação em psicologia, engenharia industrial ou
mecânica ou ciências da saúde, e usualmente grau de mestre ou doutor em disciplina relacionada.
Muitas universidades oferecem mestrado em ciência, em ergonomia, enquanto algumas oferecem
mestrado em ergonomia ou mestrado em fatores humanos. Os salários típicos dos graduados são
de £18.000 a £23.000, aumentando para a faixa de £30.000 a £55.000 depois da idade de 40 anos.
Os excelentes salários contribuíram para uma crescente comunidade de ergonomistas no Reino
Unido. No momento existe já licenciatura em ergonomia através da Universidade de
Loughborough.
Em Portugal, a licenciatura existe na Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade
Técnica de Lisboa, encontrando-se integrada na instituição, sendo da responsabilidade do
Departamento de Ergonomia, com um corpo docente formado por alguns especialistas na área. A
licenciatura encontra-se homologada de acordo com os critérios definidos pelo HETPEP . Também
na Faculdade de Motricidade Humana é possível realizar-se formação a nível pós-graduado,
mestrado e doutoramento em Ergonomia.
No Brasil, a formação em ergonomia ocorre em nível de pós-graduação, através de cursos
de especialização (pós-graduação lato sensu). Os programas dos cursos normalmente incluem
conhecimentos básicos dos tópicos fundamentais em ergonomia, como as disciplinas: psicologia,
anatomia, fisiologia, organização do trabalho, design e métodos de avaliação e tecnologia da
informação. Os cursos de pós-graduação stricto sensu compreendem os mestrados e os
doutorados, com linha de pesquisa em ergonomia, para graduados em áreas como arquitetura,
desenho industrial e engenharia. Atualmente ainda não existem cursos de mestrado ou de
doutorado específicos para ergonomia no Brasil.
A Ergonomia pode ser aplicada em vários sectores de atividade (Ergonomia Industrial,
hospitalar, escolar, transportes, sistemas informatizados, etc.). Em todos eles é possível existirem
intervenções ergonômicas para melhorar significativamente a eficiência, produtividade, segurança
e saúde nos postos de trabalho. A Ergonomia atua em todas as frentes de qualquer situação de

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trabalho ou lazer, desde do stress físico nas articulações, músculos, nervos, tendões, ossos, etc.,
até aos fatores ambientais que possam afetar a audição, visão, conforto e principalmente a saúde.
Atuação
Alguns exemplos das áreas de atuação da ergonomia:
No desenho de equipamentos e sistemas computadorizados, de modo a que sejam mais
fáceis de utilizar e que haja menor probabilidade de ocorrência de erros durante a sua operação -
particularmente importante nas salas de controlo, onde existe uma elevada carga de stress.
Na definição de tarefas de modo que sejam eficientes e tenham em conta as necessidades
humanas, tais como, pausas para descanso e turnos de trabalho sensíveis, bem como outros
fatores, tais como recompensas intrínsecas do trabalho em si.
No desenho de equipamentos e organização do trabalho de modo a melhorar a postura e
aliviar a carga de trabalho no corpo, reduzindo assim as Lesões Músculo-Esqueléticas do Membro
Superior e as Lesões resultantes de Trabalho Repetitivo.
Na arquitetura da informação, de modo a que a interpretação e uso de guias, sinais, seja
mais fácil e sem ocorrência de erros.
Na criação de ações de formação para que todos os aspectos do trabalho sejam
compreendidos pelos trabalhadores.
No desenho de equipamento militar e espacial - casos extremos de resistência do corpo
humano.
Na concepção de ambientes de trabalho, incluindo a iluminação e a temperatura ambiente,
de modo a satisfazer as necessidades dos utilizadores e das tarefas executadas. Onde seja
necessário, na concepção de equipamentos de proteção individual para o trabalho em ambientes
hostis.
Nos países em desenvolvimento, a aceitação e eficiência do uso de tecnologia básica
podem ser melhoradas significativamente.
A Ergonomia usa os conhecimentos adquiridos das habilidades e capacidades humanas e
estuda as limitações dos sistemas, organizações, atividades, máquinas, ferramentas, e produtos de
consumo de modo a torná-los mais seguros, eficientes, e confortáveis para uso humano.

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Objetivo & Objeto

Objetivo da Ergonomia
A ergonomia tem como objetivo geral: melhorar as condições específicas do trabalho
humano, com a higiene e a segurança do trabalho. Os organizadores do trabalho também
estudam o trabalho real para determinar procedimentos mais racionais e formas mais produtivas de
efetuar a tarefa. Variam as ênfases, as estratégias, alguns métodos e técnicas. Imprescindível se
faz enfatizar que a ergonomia orienta-se prioritariamente para a aplicação. O seu objetivo final,
portanto é a adaptação do trabalho ao homem. Considerando, aqui, trabalho num sentido mais
amplo, englobando toda e qualquer situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e seu
trabalho.
Envolve, então, não apenas máquinas e equipamentos utilizados para transformar
materiais, mas também o ambiente físico como um todo, bem como os aspectos organizacionais
de como este trabalho é programado e controlado para produzir os resultados desejados.
O atendimento aos requisitos ergonômicos possibilita maximizar o conforto, a satisfação e
o bem-estar; garantir a segurança; minimizar constrangimentos, custos humanos e carga.
Objeto da Ergonomia
O objeto da ergonomia seja qual for a sua linha de atuação, ou as estratégias e os
métodos
que utiliza, é o homem no seu trabalho trabalhando, realizando a sua tarefa cotidiana, executando
as suas atividades do dia-a-dia. Esse trabalho real e concreto compreende o trabalhador, operador
ou usuário no seu local de trabalho, enquanto executam sua tarefa, com suas máquinas,
ferramentas, equipamentos e meios de trabalho, num determinado ambiente físico e arquitetural,
com seus chefes e supervisores, colegas de trabalho e companheiros de equipe, interações e
comunicações formais e informais, num determinado quadro econômico-social, ideológico e
político.

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Métodos e Técnicas
A Ergonomia utiliza métodos e técnicas científicas para observar o trabalho humano.
A estratégia utilizada pela Ergonomia para apreender a complexidade do trabalho é
decompor a atividade em indicadores observáveis (postura, exploração visual, deslocamento).
A partir dos resultados iniciais obtidos e validados com os operadores, chega-se a uma
síntese que permite explicar a inter-relação de vários condicionantes à situação de trabalho.
Como em todo processo científico de investigação, a espinha dorsal de uma intervenção
ergonômica é a formulação de hipóteses.
Segundo LEPLAT "o pesquisador trabalha em geral a partir de uma hipótese, é isso que
lhe permite ordenar os fatos". São as hipóteses que darão o status científico aos métodos de
observação nas atividades do homem no trabalho.
A organização das observações em uma situação real de trabalho é feita em função das
hipóteses que guiam a análise, mas também, segundo GUERIN (1991), em função das imposições
práticas ou das facilidades de cada situação de trabalho.
Os comportamentos manifestáveis do homem são freqüentemente observáveis pelos
ergonomistas, como por exemplo:
Os deslocamentos dos operadores - esses podem ser registrados a partir do
acompanhamento dos percursos realizados pelo operador em sua jornada de trabalho. O registro
do deslocamento pode explicar a importância de outras áreas de trabalho e zonas adjacentes.
Exemplo; em uma sala de controle o deslocamento dos operadores até os painéis de controle está
relacionado à exploração de certas informações visuais que são fundamentais para o controle de
processo; o deslocamento até outros colegas pode esclarecer as trocas de comunicações
necessárias ao trabalho.
Técnicas Utilizadas Na Análise Do Trabalho
Pode-se agrupar as técnicas utilizadas em Ergonomia em técnicas objetivas e subjetivas.
→ Técnicas objetivas ou diretas: Registro das atividades ao longo de um período, por exemplo,
através de um registro em vídeo. Essas técnicas impõem uma etapa importante de tratamento de
dados.
→ Técnicas subjetivas ou indiretas: Técnicas que tratam do discurso do operador são os
questionários, e as entrevistas. Esse tipo de coleta de dados pode levar a distorções da situação
real de trabalho, se considerada ma apreciação subjetiva. Entretanto, esses podem fornecer uma
gama de dados que favoreçam uma análise preliminar.
Deve-se considerar que essas técnicas são aplicadas segundo um plano preestabelecido de
intervenção em campo, com um dimensionamento da amostra a ser considerado em função dos
problemas abordados.
Métodos Diretos
Observação
É o método mais utilizado em Ergonomia, pois permite abordar de maneira global a
atividade no trabalho.
A partir da estruturação das grandes classes de problemas a serem observados, o
Ergonomista dirige suas observações e faz uma filtragem seletiva das informações disponíveis.
Observação assistida
Inicialmente considera-se uma ficha de observação, construída a partir de uma primeira
fase de observação "aberta".

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A utilização de uma ficha de registro permite tratar estatisticamente os dados recolhidos; as
freqüências de utilização, as transições entre atividades, a evolução temporal das atividades.
Em um segundo nível utiliza-se os meios automáticos de registro, áudio e vídeo.
O registro em vídeo é interessante à medida que libera o pesquisador da tomada
incessante de dados, que são, inevitavelmente, incompletos, e permitem a fusão entre os
comportamentos verbais, posturais e outros. O vídeo pode ser um elemento importante na análise
do trabalho, mas os registros devem poder ser sempre explicados pelos resultados da observação
paralela dos pesquisadores.
Os registros em vídeo permitem recuperar inúmeras informações interessantes nos
processos de validação dos dados pelos operadores. Essa técnica, entretanto, está relacionada a
uma etapa importante de tratamento de dados, assim como de toda preparação inicial para a
coleta de dados (ambientação dos operadores), e uma filtragem dos períodos observáveis e dos
operadores que participarão dos registros.
Alguns indicadores podem ser observados para melhor estudo da situação de trabalho
(postura, exploração visual, deslocamentos etc).
Direção do olhar
A posição da cabeça e orientação dos olhos do indivíduo permite inferir para onde esse
está olhando.
O registro da direção do olhar é amplamente utilizado em Ergonomia para apreciação das fontes
de informações utilizadas pelos operadores. As observações da direção do olhar podem ser
utilizadas como indicador da solicitação visual da tarefa.
O número e a freqüência das informações observadas em um painel de controle na troca
de petróleo em uma refinaria, por exemplo, indicam as estratégias que estão sendo utilizadas pelos
operadores na detecção de presença de água no petróleo, para planejar sua ação futura.
Comunicações
A troca de informação entre indivíduos no trabalho pode ter diversas formas: verbais, por
intermédio de telefones, documentais e através de gestos.
O conteúdo das informações trocadas tem se revelado como grande fonte entre
operadores, esclarecedora da aprendizagem no trabalho, da competência das pessoas, da
importância e contribuição do conhecimento diferenciado de cada um na resolução de incidentes.
O registro do conteúdo das comunicações em um estudo de caso no Setor Petroquímico
da Refinaria Alberto Pasqualini, Canoas - RS, mostrou a importância da checagem das
informações fornecidas pelos automatismos e pelas pessoas envolvidas no trabalho, através de
inúmeras confirmações solicitadas pelos operadores do painel de controle.
O conteúdo das comunicações pode, além de permitir uma quantificação de fontes de
informações e interlocutores privilegiados, revelar os aspectos coletivos do trabalho.
Posturas
As posturas constituem um reflexo de uma série de imposições da atividade a ser
realizada. A postura é um suporte à atividade gestual do trabalho e um suporte às informações
obtidas visualmente. A postura é influenciada pelas características antropométricas do operador e
características formais e dimensionais dos postos de trabalho.
No trabalho em salas de controle, a postura é condicionada à oscilação do volume de
trabalho. Em períodos monótonos a alternância postural servirá como escape à monotonia e
reduzirá a fadiga do operador. Em períodos perturbados a postura será condicionada pela
exploração visual que passa a ser o pivô da atividade. Os segmentos corporais acompanharão a
exploração visual e escrutarão os gestos.

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Estudo de traços
A análise é centralizada no resultado da atividade e não mais na própria atividade. Ela
permite confrontar os resultados técnicos esperados e os resultados reais.
Os dados levantados em diferentes fases do trabalho podem dar indicação sobre os custos
humanos no trabalho, entretanto, não conseguem explicar o processo cognitivo necessário à
execução da atividade. O estudo de traços pode ser considerado como complemento e é usado,
com freqüência, nas primeiras fases da análise do trabalho. O estudo de traços pode ser
fundamental no quadro metodológico para análise dos erros.
Métodos Subjetivos
O questionário é pouco utilizado em Ergonomia, pois requer um número importante de
operadores. Entretanto a aplicação de questionário em um grupo restrito de pessoas pode ser
utilizada para hierarquizar um certo número de questões a serem tratadas em uma análise
aprofundada.
As respostas dos questionários podem ser úteis para a contribuição de uma classificação
de tarefas e de postos de trabalho. O questionário, entretanto, deve respeitar a amostra e as
probabilidades de aplicação.
Deve-se ressaltar que com o questionário se obtém as opiniões, as atitudes em relação
aos objetos, e que elas não permitem acesso ao comportamento real.
Segundo PAVARD & VLADIS (1985), o questionário é um método fácil e se presta ao
tratamento estatístico, e, se corretamente utilizado, permite coletar um certo número de
informações pertinentes para o Ergonomista.
Tabelas de avaliação
Esse tipo de questionário permite aos operadores avaliarem, eles mesmos, o sistema que
utilizam. O objetivo é apontar os pontos fracos e fortes dos produtos. No caso de avaliação de
programas, uma tabela de avaliação deve cobrir os aspectos funcionais e conversacionais.
Entrevistas e verbalizações provocadas
A consideração do discurso do operador é uma fonte de dados indispensável à Ergonomia.
A linguagem, segundo MONTMOLLIN (1984), é a expressão direta dos processos cognitivos
utilizados pelo operador para realizar uma tarefa.
A entrevista pode ser consecutiva à realização da tarefa (pede-se ao operador para
explicar o que ele faz, como ele faz e por que).
Entrevistas e verbalizações simultâneas
As entrevistas podem ser realizadas simultaneamente à observação dos operadores
trabalhando em situação real ou em simulação.
A análise se concentra nas questões sobre a natureza dos dados levantados, sobre as
razões que motivaram certas decisões e sobre as estratégias utilizadas.
Dessa maneira o Ergonomista revela a significação que os operadores tem do seu próprio
comportamento. As verbalizações devem ser aplicadas com cuidado e de maneira a não alterar a
atividade real de trabalho.

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Ergonomia na Informática
A atividade humana no trabalho evoluiu. Hoje um forte componente mental está agregado
às inúmeras funções que são desempenhadas com computadores. As solicitações físicas também
são as mesmas. Hoje trabalhar com informática significa manter posturas rígidas ao longo da
jornada de trabalho e disponibilizar os membros superiores para realizar a comunicação necessária
com o sistema informatizado. Esta evolução trouxe conseqüência e custo humano do trabalho e
promoveu uma revisão dos conceitos tradicionais aplicáveis ao projeto de mobiliário, ambiente
físico e organização do trabalho.
A partir das várias queixas e sintomas da população usuária de computadores, duas
grandes empresas do setor de serviço solicitou avaliações ergonômicas para traçar um
planejamento estratégico de prevenção de possíveis síndromes associadas ao uso da informática.
Foram realizadas avaliações ergonômicas em empresas, que abrangeram atividades
diversas, tais como as de: gerentes, secretárias, analistas de sistemas, programadores e outros.
As pesquisas observaram que: em 93,4% dos postos de trabalho o teclado é mais alto que altura
do cotovelo. E 62,5% das pessoas trabalham com a tela abaixo do ângulo de conforto visual e
22,4% trabalham com a tela acima deste ângulo de conforto.
Dados revelam que 56,9% destas pessoas utilizam o computador durante mais de 80% do
tempo total de trabalho. Na população estudada em 56,9%dos postos de trabalho não apóiam
corretamente os pés no chão, 72,2% das pessoas utilizam o monitor abaixo do ângulo referencial
de conforto, e 88,4% das pessoas trabalham com telas de reflexos oriundos das luminárias. No
total dos postos de trabalho 90,9% utilizam cadeiras com encosto fixo a 110 graus e sem apoio
lombar pronunciado e 72,2% dos postos de trabalho são compostos por mesas fixas.
Ergonomia é um ponto fundamental na avaliação das constantes mudanças internas de
cada empresa. Os equipamentos devem ser adequados às características dos trabalhadores.
Geralmente as cadeiras de um escritório, são as grandes culpadas dos problemas relativos à
ergonomia, a verdade é que os motivos podem estar diluídos em toda regulagem de altura e
angulação do tampo, até a facilidade dos movimentos obrigatórios a cada função.
Um detalhe, geralmente deixado de lado, é o fato de que as pessoas nascem de todas as
formas e tamanhos. Fazer cadeiras que se adaptem as mais variadas formas e tamanhos, dada a
quantidade populacional de cada local de trabalho, é tarefa complicada para os designers de
plantão. Um bom ajuste de cadeira é fundamental para um assento de escritório, confortável e
forte. A cadeira também deve oferecer um confortável repouso dos pés no chão, com as coxas
totalmente apoiadas e, aproximadamente paralelas ao chão. As costas devem estar apoiadas e o
ângulo formado entre as coxas e o tronco, deve estar entre 90 e 150 graus.
Outro item, de muita importância, é que a cadeira deve permitir trocas freqüentes de
postura, elemento essencial no sentar confortável. Cadeiras com ajustes mais baixos ou que
tenham assentos que possam deslizar para frente ou para trás podem ajudar muito, mas são
poucas as disponíveis no mercado que oferecem esse tipo de acessório. As melhores empresas
desse segmento, acompanham os estudos de ergonomia, voltado ao ambiente de trabalho. Este
estudo visa muito mais que o conforto, ele apresenta a melhor forma de se ter produtividade,
rendimentos, adaptação às atividades e principalmente o bem estar social aliado à qualidade de
vida. Portanto, a ergonomia mostra a melhor maneira de auxiliar e prevenir a LER (Lesão por
Esforços Repetitivos).
Problemas Relativos ao Uso Incorreto da Informática
O uso de cadeiras e mesas sem regulagens e dimensionalmente incompatíveis com as
medidas antropométricas da população brasileira.
A dificuldade das pessoas de manter a postura rígida durante toda a jornada de trabalho.
O desconhecimento das regulagens de cadeiras e mesas pelos usuários.

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O desconhecimento dos setores de compra dentro da empresa em relação à conseqüência dos
produtos adquiridos sobre a saúde e bem - estar das pessoas.
→ Mobiliário: um mobiliário bem adaptado para um funcionário faz muito mais que prevenir
doenças ocupacionais, faz com que o trabalhador renda mais nos serviços diários.
→ Cadeira: a cadeira deve ter características que possam facilitar as mudanças posturais
confortavelmente. Assento e encosto estofados e revestidos de material perspirante, sem ser duro
ou mole, braço para suporte e apoio, sem interferir com a mesa. Os assentos devem ser
arredondados para não interferir na circulação dos membros inferiores, e os pés da cadeira devem
ser os mais estáveis possíveis, com cinco pés e rodízios para sua movimentação.
→ Mesa: com dimensões apropriadas ao tipo de tarefa a ser desenvolvida e espaço suficiente para
a movimentação do usuário, fazendo com que adote postura correta.
→ Apoio para os pés: com inclinação de 20 graus para melhorar a firmeza do corpo do operador,
bem como para melhorar a circulação venosa.
→ Postura: sentar de modo ereto, os braços formando um ângulo de 90º com antebraços aliviando
o trabalho dos ombros, estando os punhos na linha do antebraço.
O olho e o terminal de vídeo ou monitor
Existe uma preocupação entre os médicos principalmente, com relação as radiações
emitidas pelos monitores de vídeo, que podem provocar várias doenças desde a catarata até
defeitos congênitos. Sendo o problema mais comum a Astenopia (cansaço visual) que tem como
sintomas fortes dores de cabeça e nos olhos provocados pelo excesso de trabalho diante do
monitor.
Espectro de cores: a camada pigmentar da retina é a responsável pelo descoramento e
restauração do pigmento existente nos fotos-receptores. As radiações ultravioletas são
convencionalmente divididas em três categorias:
→ Ultravioleta UV-C: são muito tóxicas, existindo em pouca quantidade entre nós;
→ Ultravioleta UV-B: são as responsáveis pelo bronzeamento da pele sendo filtradas parcialmente
no olho pelas células conjuntivas e corneanas, contudo, havendo uma exposição prolongada pode
ocasionar uma catarata brumescente;
→ Ultravioleta UV-A: são as que estão em maior quantidade entre nós, passando com grande
facilidade pela córnea e com isso potencializando um maior numero de agressões à retina.
São, portanto as radiações UV-B e UV-A as mais danosas ao olho, em exposição sem a
devida proteção.
Fica claro que, como qualquer instrumento eletrônico, o terminal de vídeo, produz
radiações eletromagnéticas, porem em níveis de emissão bem abaixo dos limites mínimos de
segurança e tolerância mundialmente estabelecidos pela ciência.
Micros para quem trabalha nos micros
O computador vem dia a dia ganhando mais espaço na vida das pessoas, tornando-se tão
importante quanto à televisão, em termos de diversão ou o freezer em termos de utilidade.
Nos últimos dez anos o avanço de seu uso foi vertiginoso, a informática está realizando a
maior revolução tecnológica do século XX e abrindo as portas para o século XXI. No entanto, algo
está indo muito mal no mundo dos computadores. Ele não esta deixando seus usuários tão
satisfeitos quanto deveria, o problema é que o trabalho contínuo e intenso junto ao computador
causa doenças que provocam grande sofrimento e que podem ser amenizadas com tratamentos e
afastamento do seu agente causador (computador), pois ainda não tem cura efetiva.
Estas doenças são conhecidas como LER (Lesão por Esforços Repetitivos) e DORT
(Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Embora pareçam doenças novas que

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foram trazidas pela informatização, as LER e DORT são doenças antigas. Relatos do século XVIII
contam sobre uma doença que atacava as costureiras e os escribas, os médicos não sabiam do
que se tratava e os patrões achavam que era uma doença imaginária. Até pouco tempo, isso ainda
acontecia, mas com o agravamento do quadro chegando a invalidez dos membros superiores e
com o avanço tecnológico dos aparelhos médicos que proporcionaram exames mais precisos, a
doença pôde ser finalmente esclarecida.
Computador - Amigo ou Vilão
Hoje em dia o patrimônio mais importante de uma empresa é a informação e com o
advento da Internet, a informação chega como um flash de luz. As distancias são encurtadas e o
volume de documentos diminuídos, evitando o deslocamento de funcionários, de transporte de
material e o desperdício de tempo.
O tempo economizado com a facilidade e agilidade da transmissão de informações são
utilizados para aperfeiçoar ainda mais o computador, conquistar novos mercados criar novos
produtos e ter cada vez mais lucros. Na verdade o grande vilão seria o patrão ganancioso que quer
produzir cada vez mais à custa do empregado que é obrigado a ficar cada vez mais tempo diante
do teclado e do mouse, sem fazer pausas que ele tem direito e sem ir embora enquanto não
terminar o trabalho do dia.
Os próprios funcionários estão cada vez mais exigentes consigo mesmo. Em busca de
superar a perfeição dos computadores, não desistem enquanto não estiverem dominando o
programa, isto muitas vezes causa estresse.
O computados é um grande causador de estresse, porque as pessoas querem concorrer
com ele, querem superá-lo. Se o computador revolucionou o mundo moderno, ele também foi um
grande causador de desemprego, por isso as pessoas querem domina-lo, ser melhor do que ele
para se manter no emprego, para se indispensável ao empregador. Porem, o patrimônio humano é
muito mais importante na empresa, o fato de ter-se mão-de-obra sobrando não torna o fator
humano menos importante, por isso cada um deve respeitar seus limites e exigir que o empregador
também o faça para o bem da própria empresa.
Proteção ocular para usuários de computador
Não há existência confirmada de qualquer tipo de dano que possa ser causado através dos
monitores de microcomputadores. Estudos confirmam que os monitores emitem pouca ou
nenhuma radiação X ou não ionizante do tipo ultravioleta, e as radiações eletromagnéticas
existentes ficam muito abaixo dos níveis considerados prejudiciais para o ser humano, mesmo
usando micros por períodos exagerados. Existem outras considerações a serem feita com maior
importância para os usuários de micros:
 Ergonomia no arranjo entre o usuário e sua estação de trabalho: posição da cadeira, tela,
teclada e papéis para leitura e digitação devem ficar ao nível dos olhos e na mesma distancia
da tela, existem acessórios próprios para esta finalidade.
 Posicionamento do monitor de modo que não ocorra reflexos de lâmpadas ou qualquer
outro tipo de iluminação, como por exemplo, a luz proveniente das janelas. Na impossibilidade
disto ser feito, a tela polarizada pode solucionar em parte este problema, mas somente as telas
polarizadas de boa procedência.
 Descansar 10 minutos após cada 50 minutos trabalhados. Isto evita a vista cansada e lhe
dá algum tempo para descansar os membros.
 Quando a vista foca algo durante muito tempo consecutivo faz com que seus olhos não se
movimentem o que impede uma lubrificação satisfatória do globo ocular. O trabalho continuo
pode ocasionar o que chamamos de fadiga ocular, originando dores de cabeça, dificuldade de
foco e vista avermelhada. Piscar repetidamente por varias vezes consecutivas é um bom
exercício de prevenção.

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 Sempre que possível optar pelos monitores coloridos ao invés dos monocromáticos e
possuam controles de brilho e contraste.
 Efetuar exames anuais junto a um oftalmologista é essencial para que possamos evitar
que algumas deficiências visuais venham a aumentar devido ao não uso de lentes corretivas.
Às vezes temos algum tipo de deficiência que nos leva a sensações de desconforto ao
trabalhar com micros e sem um exame mais apurado nunca poderíamos detectar este
problema.
 Quando você for a um oftalmologista lembre-se de descrever sua rotina de trabalho, seu
posto e as atividades desenvolvidas, isto pode ser importante para definir um ou outro tipo de
lente a ser prescrita.
Com relação aos óculos de segurança para proteção a estes tipos de usuários não podemos
afirmar suas vantagens ou desvantagens. Com relação ao conforto perante luminosidade intensa
alguns modelos até poderiam ser indicados, mas as regulagens existentes nos monitores podem
perfeitamente sanar este inconveniente.
Dicas para quem trabalha em micros
 A cadeira deve ser estofada, e de preferência, com tecido que permita a transpiração;
 A altura da cadeira deve ser regulável. A altura certa de sua cadeira é aquela em que seus
cotovelos estejam na altura do tampo da mesa;
 A borda do assento deve ser arredondada;
 Apóie as costas no encosto da cadeira que deve ter regulagem de altura. Ajuste a altura do
apoio lombar de forma a lhe proporcionar conforto sem forçar qualquer ponto da coluna;
 Procure sempre se sentar alinhado com o eixo da cadeira;
 Caso os pés não estejam bem apoiados, procure um apoio para os mesmos;
 Mantenha os olhos no mesmo nível do topo da tela do computador. Não deixa a cabeça
tombar para frente;
 Coloque o monitor de vídeo de lado para as janelas (nunca de frente nem de costas);
 Posicione o mouse junto ao teclado;
 Procure arranjar um suporte para documentos;
 Nunca use o teclado longe do corpo ou torcido;
 Os braços devem trabalhar na vertical, os antebraços devem estar na horizontal e os
punhos apoiados;
 É recomendado apoio para os punhos.

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Dicas de Ergonomia
1. De olho no conforto visual!- para garantir o conforto visual, mantenha seu monitor entre 45 e 70
cm de distancia e regule sua altura no máximo até a sua linha de visão. Isto pode ser feito através
de um suporte de monitor, ou pela utilização de mesas dinâmicas. Sempre que possível procure
descansar a vista, olhando para objetos (quadros, plantas, aquários, etc...) e paisagens a mais de
6 metros.
2. Punho neutro é fundamental!- Assim como altura do monitor, a do teclado também deve ser
regulável. Ajuste-a até que fique no nível da altura dos seus cotovelos. Durante a digitação é
importante que o punho fique neutro (reto). Mantenha o teclado sempre na posição mais baixa e
digite com os braços suspensos ou use um apoio de punho!
3. Pés bem apoiados!- É importante que as pessoas possam trabalhar com os pés no chão. As
cadeiras devem possuir regulagens compatíveis com as da população em questão. Para o Brasil, o
ideal seria cadeiras com regulagem de altura a partir de 36 cm. Quando a cadeira não permite que
a pessoa apóie os pés no chão, a solução é adotar um apoio para os pés, que serve para relaxar a
musculatura e para melhorar a circulação sanguínea dos membros inferiores.
4. Dê um descanso para as costas!- com exceção de algumas atividades, as cadeiras devem
possuir espaldar (encosto) de tamanho médio. Uma maior superfície de apoio, garante uma melhor
distribuição do peso corporal, e um melhor relaxamento da musculatura.
5. Iluminação - Para evitar reflexos, as superfícies de trabalho, paredes e pisos, devem ser foscas
e o monitor deve possuir uma tela anti-reflexiva. Evite posicionar o computador perto de janelas e
use luminárias com proteção adequada.
6. Cores - Equilibre as luminâncias usando cores suaves em tons de mate. Os coeficientes de
reflexão das superfícies do ambiente devem ser e3m torno de 80% para o teto; 15 a 20% para o
piso; 60% para a parede (parte alta); 40% para as divisórias, para a parede (parte baixa) e para o
mobiliário.
7. Temperatura - Como regra geral, temperaturas confortáveis, para ambientes informatizados, são
entre 20 e 22 graus centígrados no inverno, e entre 25 e 26 graus centígrados no verão (com
níveis de umidade entre 40 a 60%).
8. Acústica - É recomendável para ambientes de trabalho em que exista solicitação intelectual e
atenção constante, índices de pressão sonora inferiores a 65 dB (A). Por esse motivo recomenda-
se o adequado tratamento do teto e paredes, através de materiais acústicos e a adoção de
divisórias especiais.
9. Humanização do ambiente - Sempre que possível humanize o ambiente (plantas, quadros e
quando possível som ambiente). Estimule a convivência social entre os funcionários.
Hábitos Posturais Corretos – Como proteger sua coluna
Posição dos braços e postura de trabalho podem causar dores nas costas e nos ombros.

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INCORRETO CORRETO
Lembre-se: Procure sentar-se com os pés tocando totalmente o solo. Se isto não for possível,
utilize um apoio para os pés.

INCORRETO CORRETO
Postura inadequada para apanhar objetos em gavetas baixas.

Atenção: transfira os materiais mais utilizados para as gavetas superiores.


Postura inadequada de pescoço e ombro ao atender ao telefone e fazer anotações.

Atenção: Utilize uma das mãos para atender ao telefone.


Postura correta para exercer atividade com o microcomputador.

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Utilize um apoio para os pés durante atividades realizadas na postura em pé.

Nunca erga coisa alguma (pesada ou leve) com as pernas esticadas. Dobre sempre os joelhos.

INCORRETO CORRETO
Nunca transporte objeto pesado afastado do seu corpo.

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INCORRETO CORRETO
Lembre-se: músculos contraídos constantemente geram dor. Evite realizar tarefas com os ombros
contraídos.

Evite tarefas realizando a torção do tronco com os pés fixos no solo. Procure girar o corpo todo e
não apenas o tronco.

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Doenças de Escritório – Ler e Dort

1. O que é LER?
O termo LER refere-se a um conjunto de doenças que atingem
principalmente os membros superiores, atacam músculos, nervos e
tendões provocando irritações e inflamação dos mesmos.
A LER é geralmente causada por movimentos repetidos contínuos
com conseqüente sobrecarga do sistema músculo-esquelético. O
esforço excessivo, má postura, más condições de trabalho também
contribuem para aparecimento da LER.
Em casos extremos pode causar sérios danos aos tendões, dor e
perda de movimentos. A LER inclui várias doenças entre as quais, tenossinovite, tendinites,
epicondilite, síndrome do túnel do carpo, bursite, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro
torácico e síndrome do pronador redondo.
Alguns especialistas e entidades preferem, atualmente, denominar as LER por DORT ou
LER/DORT. A LER também é conhecida por L.T.C. (Lesão por Trauma Cumulativo).
2. A quem a LER ataca? A LER é contagiosa?
As principais vítimas são digitadores, publicitários, jornalistas, bancários, secretárias e todos os
profissionais que têm o computador como companheiro de trabalho.
Não é contagiosa, pois não é causada por bactérias, fungos ou vírus, mas sim por movimentos
repetitivos.
3. Porque há quem diz que LER não existe?
Penso que por se definir a LER como um conjunto de doenças e não como uma doença específica.
Quando alguém diz que tem LER, na verdade trata-se de uma tendinite, tenossinovite ou outro tipo
de doença causada por esforço repetitivo.
4. Que significa DORT?
Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho
5. Qual a diferença entre LER e DORT?
LER é a designação de qualquer doença causada por esforço repetitivo enquanto DORT é o nome
dado as doenças causadas pelo trabalho. Alguns especialistas e entidades preferem, atualmente,
denominar LER por DORT ou ainda LER/DORT.
6. Quais os sintomas da LER?
Em geral dores nas partes afetadas. A dor é semelhante a dor de reumatismo ou de esforço
estático, como por exemplo, a dor causada quando se segura algo com o braço, por longo tempo,
sem movimentá-lo. Há formigamentos e dores que dão a sensação de queimadura ou às vezes frio
localizado.
7. A LER é uma doença nova?
Não. Já na idade média era conhecida sob outros nomes, como por exemplo, a "Doença dos
Escribas", que nada mais era do que uma tenossinovite, praticamente desaparecendo depois da
invenção da imprensa por Gutenberg. Ramazzini, em 1700, também, descreve a doença dos
escribas e notórios. Em 1895 o cirurgião suíço Fritz de Quervain descrevia a “Entorse das
Lavadeiras”, atualmente conhecida como Tenossinovite De Quervian, um tipo de doença causada
por esforço repetitivo.

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A LER, entretanto, acentuou-se demasiadamente na década de 1990, com a popularização dos
computadores pessoais.
8. A LER é causada somente pelo trabalho?
Não, também podem ser causa de LER atividades esportivas que exijam grande esforço. Da
mesma forma a má postura ou postura incorreta, compressão mecânica das estruturas dos
membros e outros fatores podem causar LER.
9. Quais as possíveis causas das lesões por esforços repetitivos?
Podemos citar entre tantas outras,
1. Posto de trabalho inadequado e ambiente de trabalho desconfortável;
2. Atividades no trabalho que exijam força excessiva com as mãos;
3. Posturas inadequadas e desfavoráveis às articulações;
4. Repetição de um mesmo padrão de movimento;
5. Tempo insuficiente para realizar determinado trabalho com as mãos;
6. Jornada dupla ocasionada pelos serviços domésticos;
7. Atividades esportivas que exijam grande esforço dos membros superiores;
8. Compressão mecânica das estruturas dos membros superiores;
9. Ritmo intenso de trabalho;
10. Pressão do chefe sobre o empregado;
11. Metas de produção crescente e pré-estabelecidas;
12. Jornada de trabalho prolongada;
13. Falta de possibilidade de realizar tarefas diferentes;
14. Falta de orientação de profissional de segurança e ou medicina do trabalho;
15. Mobiliário mal projetado e ergonomicamente errado;
16. Postura fixa por tempo prolongado;
17. Tensão excessiva e repetitiva provocada por alguns tipos de esportes;
18. Desconhecimento do trabalhador e ou empregador sobre o assunto.
10. Quais as doenças decorrentes de esforços repetitivos?
São diversas, as mais comuns são:
1. Tenossinovite;
2. Tendinites;
3. Epicondilite;
4. Síndrome do túnel do carpo;
5. Bursites;
6. Dedo em gatilho;
7. Síndrome do desfiladeiro torácico;
8. Síndrome do pronador redondo;
9. Mialgias.
Veja abaixo uma explicação das principais doenças:

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Tendinite - Inflamação aguda ou crônica dos tendões. Manifestam-se com
mais freqüência nos músculos flexores dos dedos, e geralmente são
provocados por dois fatores; movimentação freqüente, e período de repouso
insuficiente.
Manifesta-se principalmente através de dor na
região que é agravada por movimentos voluntários.
Associados à dor, manifestam-se também edema e
crepitação na região.
Tenossinovite - Inflamação aguda ou crônica das
bainhas dos tendões. Assim como a tendinite os
dois principais fatores causadores da lesão são;
movimentação freqüente, e período de repouso insuficiente. Manifesta-se
principalmente através de dor na região que é agravada por movimentos
voluntários. Associados à dor, manifestam-se também edema e
crepitação na região.
Síndrome De Quervain - Constricção dolorosa da bainha comum dos
tendões do longo abdutor do polegar e do extensor curto do polegar. Estes
dois tendões têm uma característica
anatômica interessante: correm dentro da
mesma bainha; quando friccionados,
costumam se inflamar. O principal sintoma é
a dor muito forte, no dorso do polegar.Um dos
principais fatores causadores deste
tipo de lesão está no ato de fazer força torcendo
o punho.
Síndrome do Túnel do Carpo -
Compressão do nervo mediano no túnel
do carpo. As causas mais comuns deste tipo de lesão são a
exigência de flexão do punho, a extensão do punho e a
tenossinovite ao nível do tendão dos flexores - neste caso, os tendões inflamados levam a uma
compressão crônica e intermitente da estrutura mais sensível do conjunto que compõe o túnel do
carpo: o nervo mediano.
11. Que fazer em caso de suspeita de LER?
O mais recomendado é procurar o médico imediatamente e passar por uma avaliação. Também é
aconselhável parar com a atividade suspeita de ser causa da LER.
12. Estou com suspeita de LER. Que médico devo procurar?
Um médico com conhecimento e especialização em LER/DORT, ortopedista, reumatologista ou
neurologista. É comum o encaminhamento para fisioterapia depois de avaliação médica.
Prevenção da LER/DORT
A ergonomia é uma das principais formas de prevenção, pois trata de reeducar posturas, adequar
ps moveis e equipamentos a cada trabalhador. Com a melhoria do local de trabalho visando o
conforto e o bem-estar do funcionário, aumenta o nível de satisfação com o cargo ou função,
diminuindo fatores físicos e psicológicos como um dos agentes causadores dos distúrbios.
Outra forma de prevenção é o exercício laboral.
Ginástica Laboral
Consiste em uma atividade física leve e de curta duração, realizada no próprio ambiente de
trabalho, onde são aplicados exercícios preventivos através de alongamentos para compensação e

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relaxamento das estruturas musculares envolvidas nas tarefas diárias, sem levar o trabalhador ao
cansaço.
A ginástica procura compensar e relaxar as estruturas mais utilizadas durante a atividade, e ativar
as que não são requeridas e tonificar ambos.
A ginástica laboral pode ser aplicada nas empresas como exercícios de:
Preparação
Compensação ou Relaxamento.
Ginástica Preparatória: indicada para tarefas que exigem muito esforço físico deve ser
realizada antes da jornada de trabalho, com duração de 10 a 15 minutos. Ela prepara o
funcionário para iniciar suas tarefas diárias, despertando-o e prevenindo-o distensões
musculares. Os exercícios podem ser de alongamento, aquecimento e etc.
Ginástica Compensatória: realizada durante a jornada de trabalho, com duração de 5 a 10
minutos, como pausa ativa, compensando posturas inadequadas e esforços repetitivos,
exigidos em funções operacionais, minimizando desconfortos musculares. Esta ginástica é
indicada para tarefas repetitivas, de muita concentração e pressão.
Ginástica de Relaxamento: realizada no final ou após o expediente com duração de 20 a
30 minutos e objetivando recuperar o funcionário do desgaste exigido no trabalho. Indicada
para todas as tarefas dentro da empresa.
Benefícios da Ginástica Laboral:
 Melhora a integração social e clima organizacional;
 Maior disposição e concentração no trabalho;
 Melhora a consciência corporal e postural;
 Diminui a tensão muscular desnecessária;
 Melhora a oxigenação dos músculos e oxigenação sanguínea;
 Diminui riscos de acidente no trabalho, por falta humana;
 Diminui absenteísmo e afastamentos.
Aquecimento
Para os olhos: contraía e relaxe os olhos.
Para a voz: faça sons imitando o barulho do mar. Emita o barulho do mar.
Para mãos e dedos: esfregue as mãos entre si, gire os punhos em sentido horário e anti-horário.
Compensatória
Para os olhos: visualize a palma da mão a 20cm de distancia e alterne olhando um objeto qualquer
a 4m de distancia aproximadamente.
Para mãos e dedos: traga cada punho em direção ao braço com o auxilio da outra mão. Repita o
movimento com a palma da mão.
Para a voz: realize movimentos circulares, horários e anti-horário, nas cordas vocais.
Para o corpo: eleve a cabeça para frente e para trás; faça rotação e flexão lateral: olhando para
todos os lados. Queixo no peito desloque o tronco da cadeira curvando-se totalmente e retorne à
posição inicial lentamente. Eleve as pernas alternadamente. Circunde os ombros para frente e para
trás. Traga o pé em direção ao joelho (direito e esquerdo). Circunde os tornozelos sentido horário e
anti-horário.

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Relaxamento
Para os olhos: esfregue as mãos entre si para aquecê-las e, em seguida, coloque-as em forma de
concha sobre os olhos por alguns segundos e faça movimentos sobre os olhos com as pontas dos
dedos.
Para as mãos e dedos: coloque os braços para baixo e balance-os, girando para os lados.

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Bibliografia

 TRABALHO
Leandro Zvirtes/Marcelo Ochoa – CEFET/RS-UNED/Sapucaia do Sul.

 LIVRO
Ergonomia – Antoine Laville – Editora EPU.

 SITEs
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ergonomia;
http://www.abergo.org.br/
http://www.croergosociety.hr/;
http://www.users.rdc.puc-rio.br/moraergo/ergomund.htm;
http://www.cdof.com.br;

http://www.sitemedico.com.br
;
http://www.ergonomia.com.br;

http://www.ivogomes.com.br.

 IMAGENs:
Homem Vitruviano – http://www.abergo.org.br;
http://pro.corbis.com;
Saúde e Qualidade de Vida – Programa Senac-SP de Educação e Cidadania

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