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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA – UNIARA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


BIOMEDICINA
QUÍMICA GERAL E INORGÂNICA

EXPERIMENTO DE LABORATORIO No. VI:


MEDIDAS DE pH
Debora Malvestitti 3709-036
Juliana Etihataru 3709-028
Raissa Santos 3709-026
Rute Lopes 3709-008

Araraquara
2009

1. INTRODUÇÃO
Na titulação potenciométrica, também chamada de potenciometria relativa, mede-se a f.e.m.
da célula no curso da titulação. As titulações são acompanhadas de variações bruscas de
concentração nas imediações do ponto de equivalência, o que provoca uma variação brusca
no potencial do eletrodo indicador e, portanto, também na f.e.m. da célula. A titulação
potenciométrica é uma técnica de localização do ponto final na análise volumétrica, aplicável
sempre que se dispuser de um eletrodo indicador para a espécie desejada. São realizadas
sucessivas medições da f.e.m. da célula, sendo cada uma delas após a adição de certo volume
de solução titulante. A seguir relacionam-se esses potenciais com o volume de solução
titulante consumida. As medições realizadas no decorrer da titulação potenciométrica são
relativas e informam sobre as variações ocorridas no potencial da célula. Através delas, pode-
se estabelecer com precisão o ponto de equivalência que determinará a concentração da
espécie sob análise.
A titulação potenciométrica é mais trabalhosa do que a técnica volumétrica com indicadores
visuais e requer equipamento especial, mas apresenta uma série de vantagens sobre a técnica
convencional:
 Maior sensibilidade; pode ser aplicada a soluções bem diluídas;
 Pode ser empregada para soluções coloridas ou turvas, pois dispensa o uso de indicadores
visuais;
 Pode ser aplicada para certas reações que não disponham de indicadores visuais
adequados;
 Pode-se determinar sucessivamente vários componentes;
 Pode ser aplicada em meio não aquoso;
 Pode ser adaptada a instrumentos automáticos.
Em 1955, surgiram as primeiras buretas de pistão motorizadas, permitindo a automatização
das titulações, acima de tudo com maior precisão na dosagem. As titulações
potenciométricas, atualmente, podem ser executadas manual ou automaticamente, com ou
sem registro da curva.
Na titulação manual, utiliza-se um pHmetro e um conjunto de titulação, que compreende uma
bureta de pistão, montada junto com um agitador sobre uma base compacta. Esse tipo de
titulação potenciométrica requer o controle constante das diversas etapas, anotando o volume
de reagente dosado e o respectivo potencial, dados que posteriormente são utilizados para
construir a curva de titulação, de onde é calculado o volume de reagente gasto até o ponto de
equivalência e a concentração da espécie analisada.
Titulações automáticas dispensam todas as operações manuais e representam um grande
avanço sobre as automatizadas, que dependem de operações manuais e são comumente
encontradas nos laboratórios de controle de qualidade de matérias-primas ou de produtos
finais, enquanto que as titulações automáticas são empregadas na área industrial.
Na análise química experimental lida-se freqüentemente com baixas concentrações
hidrogeniônicas. Para evitar o incômodo de escrever números com fatores de potências
negativas de 10, Sörensen (1909) introduziu o uso do expoente hidrogeniônico ou pH,
definido pela relação:
pH = - log [H+]
Assim, o pH é o logaritmo da concentração hidrogeniônica com sinal negativo ou o logaritmo
do inverso da concentração hidrogeniônica. É muito conveniente expressar a acidez ou
alcalinidade de uma solução por seu pH. Na maioria das vezes o pH das soluções aquosas
permanece entre 0 e 14.
Para uma solução ácida pH < 7
Para uma solução alcalina pH > 7
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O método mais avançado e preciso para determinação do pH é fundamentado na medição da
força eletromotriz (f.e.m.) de uma célula eletroquímica que contém uma solução de pH
desconhecido como eletrólito, e dois eletrodos. Os eletrodos são conectados aos terminais de
um voltímetro eletrônico, a maioria das vezes denominado, simplesmente, medidor de pH ou
pHmetro. Quando convenientemente calibrado com uma solução-tampão de pH conhecido,
pode-se ler diretamente na escala do aparelho o pH da solução de teste.
A f.e.m. de uma célula eletroquímica pode ser definida como o valor absoluto da diferença de
potenciais de eletrodo entre os dois eletrodos. Os dois eletrodos utilizados na construção da
célula eletroquímica têm funções diferentes na medição e devem ser escolhidos
cuidadosamente. Um dos eletrodos, denominado eletrodo indicador, adquire um potencial
que depende do pH da solução. Na prática, o eletrodo de vidro é utilizado como eletrodo
indicador. O segundo eletrodo, por sua vez, deve ter um potencial constante independente do
pH da solução, com o qual, portanto, o potencial do eletrodo indicador pode ser comparado
em várias soluções; daí este segundo eletrodo ser denominado eletrodo de referência. Na
medição do pH, o eletrodo de calomelano (saturado) é utilizado como eletrodo indicador.

Os indicadores de pH são substâncias orgânicas que possuem a propriedade de mudar de


coloração com a variação do pH do meio. A mudança de coloração se processa de maneira
gradual entre valores definidos da escala de pH.
Uma das causas de erro no uso dos indicadores é o fato da viragem dos mesmos ser gradual e
se dar em certo intervalo de pH. Outra causa de erro é devido ao fato da mudança de cor do
indicador ocorrer em um pH diferente do pH do ponto de equivalência, fazendo com que o
volume do titulante no ponto final seja diferente do volume do titulante no ponto de
equivalência. Na prática procura-se escolher um indicador que cause o menor erro possível. É
necessário frisar que não há necessidade de se eliminar o erro, isto é, não é preciso fazer com
que o ponto final coincida exatamente com o ponto de equivalência.
No caso de uma titulação de um ácido forte com uma base forte esta coincidência existiria se
o ponto final da titulação ocorresse em pH 7,0. Quando se observa num mesmo gráfico a
curva de titulação e o intervalo de viragem de um dado indicador, é possível decidir se o
mesmo é ou não adequado para esta titulação. Assim, o indicador correto para uma titulação
será aquele cuja mudança de coloração ocorre em pH igual ao obtido dissolvendo-se no
mesmo volume de sal formado pela neutralização, ou seja, o pH do ponto de equivalência.
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1. OBJETIVO

Através do uso do papel de tornassol vermelho e azul, papel indicador de pH


universal e pHmetro, identificar as medidas de concentração de íons H+ nas substâncias, de
acordo com as diferentes características que cada método apresenta.
Observar, no uso do papel indicador de pH universal, a variação na medição em
substâncias turvas, com aditivos (“não puras”).

2. PARTE EXPERIMENTAL

a) No béquer contendo NaOH, imergir o papel tornassol vermelho, retirá-lo e anotar


se houve mudança de cor. Fazer o mesmo para o papel tornassol azul. Imergir o
papel indicador de pH universal, comparar a coloração indicada contra a escala de
cores e anotar o pH indicado.
b) Levar a solução ao pHmetro e, seguindo os procedimentos corretos, anotar o
resultado por este indicado.
c) Repetir os passos A e B para as outras substâncias.

1.1. MATERIAIS E MÉTODOS

 HCl
 NaOH
 Refrigerante
 Suco
 4 béqueres de 50 mL
 Bagueta
 Vidro de relógio
 Papel de Tornassol azul e vermelho
 Papel indicador de pH universal

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1. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nas medições, os resultados obtidos foram:

Substâncias Tornassol Indicador de pHmetro [H+]


Vermelho/Azul pH universal
NaOH Azul/azul Entre 11 e 12 12,46 3,467x10-13
HCl Vermelho/vermelho Entre 1 e 2 1,52 3,02x10-2
Refrigerante Vermelho/levemente Entre 5 e 6 2,77 1,698x10-3
vermelho
Suco Vermelho/vermelho Entre 4 e 5 3,64 2,29x10-4

Tem-se como parâmetro que:

Tornassol Ácido Básico


Vermelho Vermelho Azul
Azul Vermelho Azul

E que o papel indicador de pH universal indica faixa de pH de 0 a 1, de 1 a 2, de 2 a 3, e


assim sucessivamente até de 13 a 14.
Segundo os resultados obtidos experimentalmente, pode-se verificar que para o NaOH e para
o HCl a diferença da medição feita pelo indicador de pH universal e o pHmetro foi pequena.
Para o NaOH o valor indicado pelo pHmetro extrapolou em 0,46 a faixa do indicador
universal, contudo para o HCl o indicador universal mediu dentro da faixa condizente com a
medição do pHmetro.
Para o suco também a medição do indicador universal esteve próxima à do pHmetro. Assim
como para o NaOH a faixa foi diferente, neste caso por 0,36 abaixo da leitura (entre 4 e 5).
O caso com maior variação de resultados foi do refrigerante. Enquanto o indicador esteve pH
entre 5 e 6, o pHmetro mediu pH=2,77. Este resultado pode ser atribuído aos muitos corantes
e aditivos encontrados nesta substância, que interferem na medição realizada pelo indicador
universal. Mesmo com o papel tornassol azul, a mudança de cor não foi tão acentuada como
para as outras substâncias, e este indicou nada mais que um tom levemente avermelhado, ou
seja, próximo ao neutro, e não ácido como verificado pelo pHmetro.

2. CONCLUSÕES

Pode-se concluir, a partir dos dados obtidos, que como métodos de medição de pH de
substâncias, de acordo com a capacidade de indicar resultados precisos, tem-se em ordem
crescente:

Papel tornassol vermelho/azul < Papel indicador de pH universal < pHmetro


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Sendo que o tornassol permite apenas determinar se o caráter de uma substância é ácido ou
básico, e inferir o caráter neutro se houver mudança leve de cor em ambos os papéis
vermelho e azul.
Já o papel indicador de pH universal tem sua capacidade de indicar o pH de uma substância
limitada pela pureza da mesma, e também pela faixa de pH. Ou seja, o pH indicado
pertencerá a uma faixa de 0 a 1, 1 a 2, até 13 a 14, podendo-se deduzir um valor mediano
(0,5, por exemplo), caso a coloração resultante assim o indique, porém sem muita precisão.
Caso a substância não seja pura, possua muitos corantes, açúcares, conservantes, aditivos em
geral, a leitura oferecida pelo indicador universal é comprometida, e assim sendo não deve
ser usada como guia.
O pHmetro, aparelho que oferece precisão centesimal (referente ao utilizado na experiência),
“quando convenientemente calibrado com uma solução-tampão de pH conhecido, pode-se ler
diretamente na escala do aparelho o pH da solução de teste”, e portanto foi utilizado como
referencial da precisão da medição do papel indicador de pH universal.
“O método mais avançado e preciso para determinação do pH é fundamentado na medição da
força eletromotriz (f.e.m.) de uma célula eletroquímica que contém uma solução de pH
desconhecido como eletrólito, e dois eletrodos. Os eletrodos são conectados aos terminais de
um voltímetro eletrônico.”
Assim, através da diferença de potencial entre os dois eletrodos, o pHmetro determina o pH
de cada substância, com precisão, independente da substância ser “pura” ou não.

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 http://www.cial-paulinia.com.br/dbimagens/20060725092006.JPG. Acesso em 14 de
setembro de 2009, às 15 horas.

 http://www.coladaweb.com/quimica/quimica-geral/a-agua-h2o/. Acesso em 14 de
setembro de 2009, às 15 horas.

 http://www.deboni.he.com.br/tq/analitica/pote.htm#23. Acesso em 14 de setembro de


2009, às 15 horas.

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