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EQUAÇÕES EXPLÍCITAS PARA O FATOR DE ATRITO DA EQUAÇÃO

DE DARCY-WEISBACH

CARLOS ROGÉRIO DE MELLO1


DANIEL FURTADO FERREIRA2
JACINTO DE ASSUNÇÃO CARVALHO3

RESUMO - O objetivo deste trabalho é modelar equa- Kármán, utilizando-se um programa computacional es-
ções matemáticas que permitam o cálculo do fator de pecífico de matemática (MAPLE V Versão 3 para
atrito da equação de Darcy-Weisbach, na forma explí- Windows) para obter soluções de f, uma vez que essas
cita em f, devido ao fato de os modelos mais usados equações são tidas como as mais precisas. Para a de-
possuírem soluções matemáticas complexas, em razão terminação dos modelos, avaliaram-se diversas variá-
da forma implícita de f nos mesmos. Para isto, traba- veis, verificando a significância estatística e estimando
lhou-se com situações de fluxo turbulento de transição e seus respectivos parâmetros, através de regressão linear
liso, estimando-se modelos específicos para ambas situ- múltipla com o Sistema SAS para Windows, utilizan-
ações, limites de velocidade de 0,5 a 2,0 m/s, viscosida- do procedimentos de seleção de variáveis (Backward).
des da água às temperaturas de 20oC a 30oC, diâmetros Foi possível obter modelos cujas estimativas de parâ-
de 15 a 600 mm, rugosidades relativas de 0,000088 a metros estatísticos foram de alta qualidade, proporcio-
0,01. As diversas situações foram estudadas, respecti- nando soluções próximas aos valores exatos, caracteri-
vamente, com as equações de Colebrook-White e Von zando modelos de elevada precisão.
TERMOS PARA INDEXAÇÃO: Perda de carga, equações matemáticas, fator de atrito.

EXPLICIT EQUATIONS FOR THE DARCY-WEISBACH EQUATION


FRICTION COEFFICIENT

ABSTRACT - The purpose of this work is to fit 0.000088 and 0.01. Different situations were studied
explicit mathematic equations for calculating the using respectively the equations of Colebrook-White
friction coefficient from Darcy-Weisbach equation, in f and Von Kármán with the software MAPLE V Release
explicit form, based on fact that the most used models 3 for Windows, once these equations are considered
contain complex mathematics solutions due to their most exact. Several variables were studied in order to
implicit form. For these studies, it was used situations determine the models, by estimating their respective
of smooth pipe and transition zone turbulent flow, with parameter and verifying the statistical significance using
the objective to estimate specific models for both the software SAS for Windows, with the procedure
situations, considering flow velocity between 0.5 and Backward for selection of variables. With these studies, it
2.0 m/s, kinematic viscosity of water at the was possible to obtain models with high quality statistical
temperatures between 20 and 30oC, diameters between parameters, providing solutions close to the exact values,
15 and 600 mm and relative roughness between which characterizes models of high precision.
INDEX TERMS: Charge loss, mathematic equations, friction coefficient.

INTRODUÇÃO ção entre viscosidade e rugosidade, sendo refletida nos


custos variáveis da instalação (Kamand, 1988).
O cálculo de perdas de carga em situações que
Existem várias formulações desenvolvidas por
envolvam fluxo de água em tubulações é fonte cons-
alguns pesquisadores para o cálculo de perda de carga,
tante de estudos, uma vez que esse fator refere-se à perda destacando-se as equações de Flamant, Hazen-Willians
de energia provocada por atritos que ocorrem entre a água e Darcy-Weisbach. Segundo Gomes (1997), a equação
e as paredes das tubulações, como conseqüência da intera- desenvolvida por este último é a mais utilizada no meio

1. Eng. Agrícola, Pós-Graduando em Irrigação e Drenagem, Departamento de Engenharia da UNIVERSIDADE


FEDERAL DE LAVRAS (UFLA). Enviar correspondência para D.F.F. (DEX-UFLA).
2. Eng. Agrônomo, Dr., Professor Adjunto do Departamento de Ciências Exatas/ UFLA, tel.: (035) 829-1369.
3. Eng. Agrícola, Dr., Professor Adjunto do Departamento de Engenharia/UFLA, tel.: (035) 829-1482.
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científico, garantindo maior ajuste dos dados à realidade Como a expressão (3) depende do valor de f,
física. Esta equação, também conhecida como Fórmula considera-se, inicialmente, a situação de fluxo turbu-
Universal de Perda de Carga, possui a seguinte expressão: lento de transição, trabalhando com a equação de Cole-
brook - White.
L V
2
(1) 1  E 2,51  (4)
hf = f × × = −2 × LOG 10  + 
D 2g f  3,7 × D Re× f 

em que hf é a perda de carga (m), f é o fator de atrito Estimando-se f e observando se a relação 3 pro-
(adimensional), L é o comprimento da tubulação (m), porciona um valor entre 14 e 200, intervalo esse que
D é o diâmetro (m), V é a velocidade (m/s) e g é a define o regime turbulento de transição, o valor encon-
constante gravitacional (m/s2). trado de f por (4) estará correto (Yanagi Júnior, 1995).
O fator de atrito representa a principal dificulda- Para valores menores que 14, f deverá ser reestimado
de ao cálculo da perda de carga, pois as formulações pela equação de Von Kármán, que constitui no regime
propostas são do tipo implícitas, com f em ambos os de fluxo turbulento liso, no qual a rugosidade relativa
membros da equação, sendo de difícil resolução, mesmo não influencia significativamente na perda de carga, e
com o uso de calculadoras programáveis e programas apenas o Número de Reynolds é relevante (Azevedo
de informática específicos de matemática. Bernardo Netto e Alvarez, 1991), significando que o fator E/D
(1989) propõe o uso de resolução gráfica através de um não tem importância física:
diagrama conhecido por Diagrama de Moody. Tal pro-
cedimento é trabalhoso tanto quanto impreciso, não 1  2,51  (5)
produzindo resultados satisfatórios. = −2 × LOG 10  
f  Re× f 
De acordo com Azevedo Netto e Alvarez
(1991), o fluxo de água em uma tubulação pode ser Nos casos de valores acima de 200, regime de
classificado em turbulento, laminar ou crítico (transitó- fluxo turbulento rugoso, utiliza-se a equação de Niku-
rio). Essa característica é determinada através do cál- radse (Azevedo Netto e Alvarez,1991), a qual é explí-
culo de um parâmetro adimensional denominado Nú- cita em f:
mero de Reynolds (Re):
V×D (2)
Re = 1  E  (6)
= −2 × LOG10  
ν f  3,7 × D 

em que Re é o número de Reynolds (adimensional) , ν Cossolosso e Satto (1996) citam algumas equa-
é a viscosidade cinemática (m2/s), V e D definidos na ções explícitas para o fator f, destacando-se a equação de
equação 1. Chen Ning Hsing , que proporciona resultados satisfatórios
Conforme o valor encontrado, trabalha-se com somente dentro do fluxo turbulento de transição, não ge-
formulações diferentes do fator de atrito, exceção feita rando precisão desejada para a turbulência lisa,
ao regime transitório, que não possui formulação. Sen-
do assim, para um Re menor que 2000, tem-se o regime   1 
5,8506  (7)
11098
,
1  E 5,0452  E
= −2 × LOG10 − × LOG10 ×  +
laminar; entre 2000 e 4000, o transitório, e maior que   0,8981 
f

37065
, × D Re 

28257
, D ( Re) 
4000, o turbulento. A maioria dos escoamentos em tu-
bulações de sistemas de irrigação pressurizados ocorre
em regime turbulento (Gomes, 1997). em que os parâmetros f, E, D e Re estão definidos pelas
O fluxo turbulento pode ser classificado em três expressões anteriores.
regimes diferentes, o que leva a equações diferentes do Para o fluxo turbulento liso, destaca-se a equa-
fator f (Yanagi Junior, 1995). Trabalha-se com os regi- ção de Blasius, que é matematicamente simples. Entre-
mes: turbulento liso, misto e rugoso, o que pode ser ca- tanto, há o inconveniente de que essa equação é especí-
racterizado a partir do seguinte cálculo: fica para cada tipo de material, necessitando-se estimar
os parâmetros a e b da mesma.
E (3)
× f × 
Re×
D 1
f =a×
Re b (8)
em que E é rugosidade absoluta (m), Re é o nú-
mero de Reynolds (adimensional), f é o fator de atrito Re e f estão definidos nas equações anteriores; a
(adimensional) e D é o diâmetro (m). e b são constantes a serem determinadas.

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Segundo Von Bernuth (1990), a equação de Bla- ção de fluxo turbulento liso, para cada diâmetro, situa-
sius é altamente precisa para tubos de plástico lisos com ções de velocidades entre 0,5 e 2,0m/s e viscosidades às
pequenos diâmetros e em situações em que o Número temperaturas de 20oC a 30oC, gerando, assim, 418 situ-
de Reynolds for menor que 100.000, o que, em projetos ações.
de irrigação, correspondem a um diâmetro máximo de Após essa etapa, estudou-se o modelo mais ade-
80mm, gerando, portanto, dificuldade técnica em certos quado para cada situação, utilizando-se o Sistema
dimensionamentos. SAS para Windows (System Analysis Statistical,
Devido às dificuldades matemáticas geradas 1985), tendo as equações de Colebrook-White e Von
pelas equações implícitas que exprimem o fator f, este Kármán como base para determinação do modelo. Tra-
trabalho propõe o desenvolvimento de modelos mate- balhou-se também com regressão linear múltipla dos
máticos explícitos desse fator, tendo-se como base as dados obtidos, através do procedimento Proc Reg, utili-
equações de Von Kármán e Colebrook-White. zando-se o método Backward para seleção de variáveis.
Foram testadas a significância do modelo e dos respec-
MATERIAL E MÉTODOS tivos parâmetros da regressão (Ho: bi=0), ou seja, o
teste em que a variável em questão não trouxe contri-
Para a realização deste trabalho, foram utiliza-
buição significativa para a variação do fator de atrito,
dos dados de diâmetro, rugosidade relativa, velocidade,
para a situação de fluxo turbulento de transição e para o
viscosidade cinemática e Número de Reynolds, com
fluxo turbulento liso.
valores próximos da realidade prática dos projetos de
Como parâmetros estatísticos para averiguação
irrigação pressurizada e sistematizados em pequenos
da qualidade do modelo, foram considerados: o coefici-
intervalos de variação. Com isto, trabalhou-se com
ente de determinação ajustado (R2), o coeficiente de varia-
diâmetros de 15 a 600 mm, viscosidades referentes às
ção (CV), significância ao nível de 0,01 de probabilidade
temperaturas de 20oC a 30oC (Von Bernuth, 1990), ve-
para as estimativas dos parâmetros e a média dos desvios
locidades de 0,5 a 2,0 m/s (valores econômicos para
em relação aos dados originais. Estes desvios foram calcu-
dimensionamentos, segundo Bernardo,1989), proporci-
lados seguindo metodologia de Kamand (1988):
onando número de Reynolds maiores que 4000, sempre
caracterizando fluxo turbulento, e rugosidades relativas
fE − f
(E/D) de 8,8x10-5 a 10-2. ∆f ( %) = × 100
f (8)
Foram consideradas as situações de fluxo turbu-
lento misto e liso, uma vez que as equações implícitas
em f (equações 4 e 5) são as que governam essas situa- sendo fE estimados pelos modelos e f oriundos das
ções. equações de Colebrook-White e Von Kármán.
A fim de obter bons ajustes para os modelos,
procurou-se trabalhar em cada situação de diâmetro, RESULTADOS E DISCUSSÃO
velocidade e temperatura, com um intervalo de rugosi- As estimativas dos parâmetros para o modelo
dades relativas que abrangesse os extremos do fluxo relativo ao fluxo turbulento de transição estão apresen-
turbulento de transição. Assim, foi investigado, em tados na Tabela 1, com suas respectivas variáveis e si-
cada situação, os valores de E/D e de f que proporcio- gnificância ao nível de 0,01 de probabilidade. Observa-
nassem resultados da equação 3 igual a 200 e igual a se que todas as variáveis testadas foram altamente si-
14, gerando também, alguns dados intermediários, co- gnificativas, demonstrando a sua importância na des-
brindo, portanto, todas as possibilidades de fluxo tur- crição do modelo. Foram obtidos, coeficiente de deter-
bulento de transição. minação ajustado (R2) de 99,85%, coeficiente de varia-
Essas investigações foram realizadas com a ção (CV) de 1,298% e média dos desvios entre os valo-
equação de Colebrook - White, que é tida por vários res estimados e os originais de 0,955%, sendo os valo-
pesquisadores como sendo a mais precisa dentre vários res máximo e mínimo observados, respectivamente, de
modelos, sendo aceita universalmente (Gomes, 1997). 6,53% e 0,00059%.
Ela foi solucionada com o Sistema MAPLE V, Versão 3 Como foram consideradas 5 casas decimais, a
para Windows, gerando soluções com várias casas de- maioria dos erros ocorreu na quarta ou quinta casa de-
cimais, tendo-se adotado, neste caso, 5 casas decimais. cimal, e como todos os parâmetros estatísticos são de
Do total de valores combinados dentro dos limites esta- alta qualidade matemática, o modelo descrito abaixo é
belecidos, foram gerados 593 valores para f, os quais capaz de prever, com alto grau de confiabilidade, o fa-
foram encontrados com alta precisão. tor de atrito, desde que todas as variáveis estejam den-
A equação de Von Kármán foi solucionada por tro dos intervalos especificados na metodologia. O mo-
meio do referido programa computacional, para a situa- delo estimado está apresentado a seguir.

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 E  1,1098 1 
f = 0,011096 − 0,000108 × V − 4, 39543 × 10 −10 × Re + 0,178996 × LOG 10   + 
 D  Re 
 
2
  E  1,1098 
 1   E  46,161642
+ 0, 004001 ×  LOG10   +   − 0,157153 × LOG10  +
   D  Re   3, 7 × D  Re
  

 E
+ 0, 032358 ×   × V
 D

TABELA 1 - Estimativas dos parâmetros e sua significância segundo as variáveis do modelo para situação de
fluxo turbulento de transição.

Variável Estimativas Prob > |t| para Ho:bi=0

Intercepto 0,011096 0,0003

V -0,000108 0,0010

Re -4,39543x10-10 0,0001

-2xLOG10[(E/D)1,1098+1/Re] -0,089498 0,0001

{LOG10[(E/D)1,1098 + 1/Re]}2 0,004001 0,0001

-LOG10[E/(3,7xD)] 0,157153 0,0001

1/Re 46,161642 0,0001

(E/D)xV 0,032358 0,0001

Analisando-se a Fig. 1, que caracteriza as situa- Contudo, as diferenças em relação à equação de Cole-
ções de diâmetros pequeno, médio e grande, para uma brook-White ocorreram, em ambas, apenas na quarta
velocidade em torno de 1,5m/s, nota-se uma pequena e/ou quinta casa decimal, mostrando que, na prática,
variação entre os valores de f estimados a partir do mo- ambos os modelos proporcionam resultados equivalen-
delo desenvolvido para fluxo turbulento de transição e a tes.
equação de Colebrook-White, o que confirma o espera- Para os casos de fluxo turbulento liso, a Tabela 2
do, devido ao alto valor de R2 encontrado. apresenta os parâmetros estimados com suas respectivas
Cossolosso e Satto (1996) citam vários mode- significâncias, tendo-se obtido um R2 de 99,98%, um
los explícitos para essa situação, os quais possuem CV de 0,473% e média dos desvios de 0,347%, com
desvios superiores aos obtidos neste trabalho, como valores máximo e mínimo, respectivamente, de 3,14% e
as equações de Barr e Swamee e Jain, que obtiveram 0,0016%, mostrando que o modelo foi satisfatório
desvios, respectivamente, de 1% e 6,22%. A equação quanto à sua qualidade em predizer os valores de f, em
de Chen Ning Hsing (equação 7) apresentou um des- relação aos valores exatos. O modelo estimado está
vio médio de 0,30%, inferior ao obtido com o modelo. apresentado a seguir:

f = 0 ,059737 − 0 , 000124 × V + 3,9783 × 10 −9 × Re − 1, 03909 × 10 −15 × Re 2 − 0 ,008767 × LOG 10 ( Re )


 50 ,646040 
+0 , 000287 × LOG 10 ( V × Re) +  
 Re 

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0,0405 0,027
Colebrook-White Colebrook-White
Modelo Estimado D=20mm; V=1,4m/s; 20oC Modelo Estimado D=300mm; V=1,57m/s;20oC
0,0255
0,039

0,024
0,0375
Fator de atrito (f)

Fator de atrito (f)


0,0225
0,036
0,021

0,0345
0,0195

0,033
0,018

0,0315
0,0165

0,03 0,015
0,003 0,004 0,005 0,006 0,0075 0,009 0,01 0,0005 0,00075 0,0009 0,001 0,002 0,00267
Rugosidade relativa (E/D) Rugosidade Relativa (E/D)

0,024
Colebrook-White
Modelo Estimado D=600mm; V=1,45m/s; 20oC

0,0225

0,021

0,0195
Fator de atrito (f)

0,018

0,0165

0,015

0,0135

0,012
0,00014 0,00025 0,0005 0,00075 0,001
Rugosidade Relativa (E/D)

FIGURA 1 - Comparação da regressão obtida com a equação de Colebrook-White para os diâmetros de 20, 300 e
600 mm, a 20o C e praticamente à mesma velocidade.

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Na Fig. 2 estão apresentados os valores estimados determina-se a sua característica através da equação 3.
pelo modelo proposto e os valores originais de Von Kár- Se ficar caracterizado fluxo turbulento liso, utiliza-se o
mán. Verificou-se, novamente, que o modelo de regressão modelo correspondente; ficando caracterizado fluxo
obtido foi altamente satisfatório para predizer o valor de f. turbulento de transição, o valor encontrado estará cor-
Com relação ao uso dos modelos, deve-se verifi- reto; caracterizando fluxo turbulento rugoso, trabalha-
car a importância do parâmetro E/D, considerando flu- se com a equação de Nikuradse (equação 6), que não
xo turbulento de transição. Com o valor de f calculado, apresenta dificuldades para sua solução.

TABELA 2 - Estimativas dos parâmetros e sua significância para as variáveis do modelo para situação de fluxo
turbulento liso.

Variável Estimativas Prob > |t| para Ho:bi=0

Intercepto 0,059737 0,0001

V -0,000124 0,0002

Re 3,9783x10-9 0,0001

Re2 -1,03909x10-15 0,0001

-LOG10(Re) 0,008767 0,0001

-LOG10(VxRe) -0,000287 0,0003

1/Re 50,646040 0,0001

0,0265 Equação de Von-Kármán


Modelo estimado V=1,5m/s; 20oC
0,025

0,0235

0,022

0,0205

0,019
Fator f

0,0175

0,016

0,0145

0,013

0,0115

0,01
23347 122525 267327 429703 583168 898515
Número de Reynolds

FIGURA 2 - Comparação do modelo de regressão ajustada com a equação de Von Kármán.

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Os modelos desenvolvidos não apresentam os de hidráulica. 7. ed. São Paulo: Blücher, 1991. 724p.
inconvenientes de serem específicos para um tipo de
BERNARDO, S. Manual de irrigação. 5. ed. Viçosa:
tubo (material) podem ser usados para número de
UFV, 1989. 596p.
Reynolds bem acima de 100.000, não mostrando a mag-
nitude dos desvios apresentados por algumas equações ci- COSSOLOSSO, M. A.; SATTO, J. Equações explícitas
tadas; e o fator f é explícito, não havendo grandes compli- de Colebrook-White. In: CONGRESSO
cadores, principalmente em termos de desenvolvimento de BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA,
programas de computador para dimensionamentos hidráu- 25, Anais...Bauru, UNESP, 1996. (CD-ROM).
licos. Deve-se ressaltar que poderá haver ligeiras diferenças
GOMES, H. P. Engenharia de irrigação. 2. ed. Cam-
em relação aos dados originais para alguns casos, mas em
pina Grande: UFPB, 1997. 390p.
termos de cálculos hidráulicos em projetos de irrigação,
tais diferenças não são significativas. KAMAND, F. Z. Hydraulic friction factors for pipe
flow. Journal of Irrigation and Drainage Engi-
CONCLUSÕES neering, New York, v. 114. n.2. p.311-323, may,
Com base nas soluções obtidas para os valores 1988.
de f, conclui-se que os modelos desenvolvidos são apro- SYSTEM ANALYSES STATISTICAL. Language
priados para estimar o fator de atrito, desde que sejam guide for personal computers. 6. ed. Cary: SAS
usados dentro dos limites estabelecidos. Deve-se res- Institute Inc, 1985. 429p.
saltar, também, que esses modelos além de auxiliar o
desenvolvimento de programas de computador para VON BERNUTH, R. D. Simple and accurate friction
cálculos hidráulicos, podem ser usados utilizando-se loss equation for plastic pipe. Journal of Irrigation
uma simples calculadora científica, agilizando cálculos and Drainage Engineering, New York, v.116, n.2,
do fator f e conseqüentemente de perda de carga, sem p.294-298, Mar./Apr. 1990.
perder precisão significativa. YANAGI JUNIOR, T. Dimensionamento e predição
da distribuição de água em sistemas de irrigação
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS por aspersores autopropelidos. Lavras: UFLA,
1995. 79p. (Dissertação-Mestrado em Irrigação e
AZEVEDO NETTO, J. M.; ALVAREZ, G. A. Manual Drenagem).

Ciênc. e Agrotec., Lavras, v.23, n.2, p.365-371, abr./jun., 1999

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