Você está na página 1de 3

Tarefa 2

Análise crítica ao Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares

“Fundar bibliotecas era ainda construir celeiros públicos,


acumular reservas contra um inverno de espírito.”

Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano, 1951

A literatura disponibilizada para esta sessão aponta para uma mudança de acção das
bibliotecas escolares.
O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares é “um instrumento pedagógico e
de melhoria” que permite:
- a identificação de pontos fortes e fracos, com vista a uma melhoria contínua;
- aos órgãos directivos e coordenadores avaliar o trabalho da biblioteca e o seu impacto na
escola e nas aprendizagens dos alunos;
- a inversão de algumas práticas que não contribuem para o sucesso;
- a apresentação de caminhos a seguir.
Só entendida como um processo pedagógico e regulador conduzirá a uma reflexão capaz
de “mudanças concretas na prática”.
Um conceito fundamental que se associa à avaliação é a noção de valor. Aqui reside toda a
diferença. Uma biblioteca agradável e com uma diversidade de colecção é fundamental, mas a ela
deve estar associada uma utilização dos vários domínios e de uma equipa motivadora capaz de
envolver os alunos em aprendizagens significativas.
A avaliação implica uma recolha sistemática de evidências, pelo que é necessário “criar
algumas rotinas de funcionamento”. De acordo com o modelo da Rede das Bibliotecas Escolares,
os dados recolhidos podem ter origem em diversas fontes (registos diversos, estatísticas,
trabalhos realizados pelos alunos…). Esta deve ter um valor estratégico para a escola, pelo que é
imprescindível que seja participada, conhecida e divulgada.

Página 1 de 3

Maria da Graça Pereira


Quando nos questionamos sobre a missão da biblioteca escolar no século XXI, podemos
apontar algumas orientações:
- criar novos contextos e conceitos de aprendizagem. O aluno deve ser um elemento activo,
construtor do seu conhecimento;
- introduzir novas estratégias de abordagem à realidade (questionamento das evidências) e
ao conhecimento;
- disponibilizar a informação em novos ambientes e suportes, que promovam a construção
do conhecimento;
- introduzir as TIC, o desenvolvimento de redes;
- ajudar a melhorar os resultados escolares, contribuindo para o sucesso educativo dos
alunos e para a resolução de problemas.

A aplicação do Modelo de Auto-Avaliação prevê que, decorrido um ciclo de quatro anos,


todos os domínios representativos do funcionamento da biblioteca escolar tenham sido avaliados.
A opção, no presente ano lectivo, pela avaliação do domínio B “Leitura e Literacias”, teve
em conta o meio onde se insere o agrupamento, pois alunos e pais/encarregados de educação
apresentam um grau elevado de iliteracia.
A avaliação de um domínio não significa o abandono dos restantes, pelo que todos serão
trabalhados de forma sustentada.

A dificuldade em estabelecer um trabalho articulado com os departamentos, o fraco


reconhecimento do impacto da biblioteca por parte de alguns docentes e pais/encarregados de
educação, a ausência da prática de recolha de evidências, o desconhecimento do Modelo pela
escola e a resistência à mudança, são factores que se afiguram constrangedores à sua
implementação.
Apesar de todos os escolhos, o Modelo indica o caminho a seguir. Para isso a motivação
individual da equipa, a liderança forte do professor bibliotecário, a comunicação com os
órgãos de gestão e o trabalho colaborativo com departamentos e professores poderão facilitar
a sua execução.

Página 2 de 3

Maria da Graça Pereira


Há, sem dúvida, desafios para o futuro. Nunca se esperou tanto do professor bibliotecário
e, como “actor principal da escola”, deve marcar a diferença. As dimensões da sua liderança
ditam que seja proactivo, um professor da literacia da informação, capaz de pensar e gerir
estrategicamente, de trabalhar em equipa, de ter uma atitude investigativa e construtiva.
O papel educativo do professor bibliotecário é formativo e informativo, contribuindo para
uma escola inclusiva e interactiva.

Será o professor bibliotecário um Fernão Capelo Gaivota?


Efectivamente “Vê mais longe a gaivota que voa mais alto?”.

Página 3 de 3

Maria da Graça Pereira

Você também pode gostar