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A Populares ou

América do Sul, que era


conhecida por ter governos
de direita, assistiu nos últi-

populistas, eis
mos anos à ascensão da esquer-
da. Partidos identificados com o
socialismo de diferentes matizes

a questão
estão no poder. Para alguns, são
governos populares; para outros,
neopopulistas. A guinada nem
sempre significou rompimento
com o liberalismo, como no Brasil
e no Chile. Os EUA se mostram A esquerda chegou ao poder na América
mais preocupados com Hugo do Sul, mas essa uniformidade ainda
Chávez (Venezuela), Evo Morales
(Bolívia) e Rafael Correa (Equa- não se traduziu na conclusão de projetos
dor), que lideram governos hostis energéticos comuns

© DIDA SAMPAIO/AE
à superpotência. Um fato comum
a esses países é ter gás natural ou
petróleo. São as grandes reservas
da Venezuela que permitem a
Chávez uma política externa mais
ousada. A ação conjunta de paí-
ses da região, no entanto, ainda
esbarra em obstáculos, como se
verá neste fascículo.

NESTA EDIÇÃO
Chávez, trajetória
entre golpes PÁG. 3

Conheça a gênese
do Mercosul PÁG. 4

Veja o tema vencedor


do 11o fascículo PÁG. 8 Lula, ladeado por Hugo
Chávez, da Venezuela (à esq.), > História
e Evo Morales, da Bolívia
> Geografia

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ENTENDA O ASSUNTO

Conservadora e oligárquica,
a América do Sul Com petróleo e gás, a região
volve à esquerda poderia ter peso maior nas
negociações com as potências
consumidoras, mas projetos
regionais enfrentam obstáculos
POR EDILSON ADÃO

A ONDA VERMELHA
SUL-AMERICANA
Eleições em abril de 2008

Governos de esquerda

Governo de direita

T
radicionalmente governada
por regimes associados à ide-
ologia de direita, a América do
Sul assistiu nos últimos anos à ascensão
da esquerda. Após a onda neoliberal dos
anos 1990, partidos identificados com o
socialismo de diferentes matizes alcançaram
o poder. Para alguns, são governos popula-
res; para outros, neopopulistas.
Em muitos casos, a referida ascensão não
significou rompimento absoluto com práticas liberais,
como demonstram os casos chileno e brasileiro. Assim,
tanto ao estudante como ao professor, faz-se necessário um
filtro ideológico para uma avaliação ponderada do quadro
político sul-americano e de sua conjuntura geopolítica.
Excetuando-se o claro exemplo da Colômbia, de Álvaro
Uribe, a grande maioria dos países sul-americanos encontra-se,
hoje, governada por partidos e/ou políticos com origem na esquerda.
Aguardemos a definição no Paraguai (por enquanto, o líder das pesquisas
para as eleições de 2008 é o ex-bispo Fernando Lugo,
Ilustração: Takashi/Adaptação: AKE Astbury

candidato de esquerda).
O atraso social e econômico da América Latina (onde se insere a América
do Sul) é um produto histórico e, independentemente do viés ideológico dos
atuais e próximos governantes, é difícil que o quadro se reverta no curto prazo.
A reparação da desigualdade construída em bases tão sólidas e incrustada há
séculos na região não será tarefa fácil para liberais ou socialistas.
Já a geopolítica regional é redesenhada, circunstancialmente, de acordo com

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Michelle Bachelet,
presidente do Chile

UMA LIDERANÇA, DOIS GOLPES


> Duas frustradas tentativas
© AP

de golpe de Estado mar-


o tom partidário daqueles que chegam ao poder. Como líder das Américas, cam a trajetória política de
os Estados Unidos vêem com muita reticência os passos de Hugo Chávez Hugo Chávez, presidente da
(Venezuela), Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador), que lideram Venezuela. A primeira, que
regimes hostis à superpotência. Um fato comum a esses países é terem gás ele protagonizou, data de
natural ou petróleo. Outros líderes preocupam menos. É o caso de Lula, de fevereiro de 1992. Na épo-
Michelle Bachelet (Chile) e de Tabaré Vásquez (Uruguai), assim como Néstor ca, o então tenente-coronel
Kirchner (Argentina), no início do mandato. Chávez tentou derrubar o
A América do Sul tem papel importante na estratégica questão da presidente Carlos Andrés
energia no século XXI, particularmente a Venezuela. O país possui reservas Pérez, identificado com um
petrolíferas no Orenoco, uma das maiores do mundo. Essas reservas programa econômico liberal.
poderão colocar o país no primeiro lugar mundial, se confirmada a Preso, foi anistiado dois anos
certificação internacional em 316 bilhões de barris (atualmente, as reservas mais tarde. Com projeção
são de 77 bilhões de barris, a sexta maior concentração do mundo). As nacional, venceu a eleição de
reservas da Arábia Saudita, hoje as maiores do mundo, são de 218 bilhões 1998 e, em abril de 2002, seria
de barris. Quanto ao petróleo extrapesado, de menor vítima de um golpe de direita,
qualidade, a Venezuela detém a maior reserva mundial. que o afastou do cargo por
A Venezuela A política externa de Chávez põe seu prumo nessa apenas algumas horas.
possui enormes realidade. Estreitando os laços com Irã, Rússia e China,
reservas de suas ações são mais que uma simples provocação
petróleo, o que aos Estados Unidos. Há interesses econômicos e
determina geopolíticos. Por sua vez, a China já está em busca das
sua política principais zonas petrolíferas do mundo; o Sudão é um
externa exemplo. A Venezuela seria muito bem-vinda ao papel de
fornecedor ao dragão asiático.
No âmbito regional, Hugo Chávez lançou, em 2004,
uma ousada proposta: a criação da Petrosur, uma empresa multinacional
sul-americana do setor petrolífero, idéia que foi aceita de pronto pelo Brasil.
A intenção é aproveitar as estruturas da Petrobras e da PDVSA. Com a
Bolívia, Chávez fundou a Petroandina, empresa binacional, 60% boliviana e
40% venezuelana.
Outro grande projeto energético de porte é o Grande Gasoduto do Sul
(GGS), iniciativa venezuelana, brasileira e argentina, cujo projeto original
prevê um gasoduto de 8.000 quilômetros. O primeiro trecho ligaria Güiria,
na Venezuela, ao Recife. Nas fases seguintes, incorporaria Argentina, Bolívia,

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Uruguai, Paraguai, além de outros
O MERCOSUL E A países que desejassem.
INTEGRAÇÃO REGIONAL Para alguns, tais empreendimentos
Por André Guibur
energéticos fazem parte de um plano
expansionista de Chávez. Para outros,
As bases políticas para a criação do
Mercado Comum do Sul surgiram em representam uma possibilidade de
1985, com os acordos de cooperação independência plena da porção austral
técnica e econômica firmados entre da América. Esses projetos, no entanto,
a Argentina e o Brasil. Em 1991, com sofrem críticas sobre a viabilidade
a inclusão do Paraguai e do Uruguai, econômica, técnica e ambiental (o
foi assinado o Tratado de Assunção, ramal do gás atravessará a Floresta
que criou o Mercosul. Porém, foi o Amazônica).
Protocolo de Ouro Preto, de 1995,
que definiu sua estrutura institucional A consolidação da Petrosur e do GGS
© ANDREW ALVAREZ/AFP

e permitiu a celebração de acordos seria interessante ao menos em duas


reconhecidos internacionalmente. Fidel vertentes. Megaempresas regionais
Entre 1996 e 2004, outros países Castro, a quem teriam robustez para negociar em
sul-americanos ingressaram no bloco Chávez se aliou melhores condições com as potências
como países associados, inicialmen- consumidoras de gás e petróleo e, de
te Bolívia e Chile, e, mais recente- certa forma, garantiriam o abastecimento sul-americano
mente, Peru, Colômbia e Equador. A
Venezuela assinou um protocolo de (ainda mais se considerarmos o esgotamento das
A eleição de reservas mundiais e a decorrente escassez a que,
adesão plena com o Mercosul, que um político de
ainda não foi ratificado. com certeza, assistiremos nos anos vindouros;
Desde sua criação, o Mercosul pro- esquerda no problemas de abastecimento energético na região
porcionou a ampliação das relações Paraguai pode estão previstos para 2010).
comerciais entre os países da região, causar um Após a empolgação nos últimos três anos, no entanto,
apesar da instabilidade nas relações problema para neste ano a alternativa do gasoduto ficou mais distante
entre seus membros, sobretudo Brasil o Brasil
e Argentina, e das condições nem sem- e o ânimo brasileiro com os projetos de integração
pre favoráveis da economia mundial. energética diminuiu sensivelmente. Hugo Chávez
No âmbito institucional e econô- acusou o golpe e passou a fazer cobranças. O arrefecimento brasileiro
mico, as maiores dificuldades estão está diretamente ligado à nova preferência energética do presidente Lula:
na adoção de medidas protecionistas o biocombustível. Chávez juntou-se a Fidel Castro e ambos criticaram a
entre os membros, como sobretaxas alternativa brasileira, vinculando a questão do biocombustível a uma imediata
e cotas, a fim de atender a interesses falta de alimentos, alegando que a cana-de-açúcar substituiria os cultivos de
de determinados setores das econo-
mias nacionais, criando obstáculos alimentos básicos.
para a livre circulação de mercadorias. Outra possível celeuma energética (dessa feita, na fonte hidráulica) está
Além disso, a Tarifa Externa Comum prevista em caso de vitória de Fernando Lugo no Paraguai, em abril de 2008.
(TEC), que deveria padronizar as tari- Sua chegada ao poder, por si só, já seria algo extraordinário, pois poria fim
fas de importações de fora do bloco, à hegemonia de seis décadas do Partido Colorado, o mais antigo partido no
ainda não foi efetivada. Tais desa- poder do mundo. Igualmente, seria
justes comprometem a integração
© NORBERTO DUARTE/AFP

motivo de preocupação ao governo


proposta em Assunção.
André Guibur é professor de Geografia da
brasileiro, pois uma das plataformas
rede privada e em cursos pré-vestibulares eleitorais do candidato é a revisão
dos acordos da usina hidrelétrica
binacional de Itaipu, que ele considera
Fernando Lugo,
candidato à danosos aos paraguaios. ◆
Presidência
do Paraguai

EDILSON ADÃO, mestre em Geografia


Humana pela USP e especialista em
geopolítica, é autor de Oriente Médio: a
Gênese das Fronteiras (Editora Zouk)

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7 EVISTA ÉPOCA | FASCÍCULO X

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Qual o sentido da ascensão da
esquerda na América do Sul?
Avalie o que de fato mudou após partidos de esquerda
terem sido eleitos; a resposta e o comentário
estarão no fascículo eletrônico da próxima semana
Sobre o cenário geopolítico sul- entre Lula e Chávez promoveram esquerda terem chegado ao poder
americano, podemos afirmar que: uma retomada da corrida armamen- na América do Sul, o sistema de
A) a ascensão de regimes de esquerda tista sul-americana. economia de mercado foi mantido
levou vários países da região a adotar C) o ingresso da Venezuela no em todos eles.
o sistema de economia planificada, Mercosul foi vetado por conta da ins- E) o Paraguai saiu do Mercosul devi-
como o Brasil e o Chile. piração marxista de Hugo Chávez. do a uma aproximação estratégica
B) os recentes desentendimentos D) apesar de muitos partidos de com os Estados Unidos.

RESPOSTA DA QUESTÃO INÉDITA DO FASCÍCULO IX

Razão geopolítica explica a ocupação


das colinas de Golã
A

Um dos motivos para a ocupação Líbano


das colinas de Golã (letra A no mapa)
Síria
foi o fato de essa região ser a mais
importante área de nascentes da A
Bacia do Jordão, o que a valoriza
geopoliticamente, pois a região é Rio Jordão

muito pobre em recursos hídricos. Mar Mediterrâneo Mar Mediterrâne


B
A Cisjordânia (letra B no mapa) é a
mais importante área agrícola; a Faixa
C
de Gaza (letra C no mapa) pertencia Mar Morto
originalmente ao Egito; a Península do Israel
Sinai (letra D no mapa) foi devolvida
em 1979 ao Egito; as colinas de Golã e
Cisjordânia permanecem sob domínio
israelense.
Gabarito: alternativa A. (Um dos D Jordânia
Egito Egito
motivos que levaram à ocupação da
região A, no território sírio, é o fato Golfo de Ácaba
de tratar-se de importante área de Golfo de Suez Golfo de Suez
manancial em uma região marcada
Ilustração: AKE ASTBURy

Arábia
pela aridez.) Saudita

Mar Vermelho

Colinas de Golã. Pertencia à S


5 | R EV ISTA É PO C A | FA SCÍC U L O X importante área de manancia
Cisjordânia. Pertencia à Jordâ
zonafértil, gurda grande valor
para o Judaísmo, Cristianismo
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Faixa 16:03:18
de Gaza. pertencia ao Eg
QUESTÕES RESPONDIDAS

Petróleo e geopolítica
Nas questões a seguir, veja o que já foi perguntado em vestibulares a
respeito de temas energéticos e ideológicos sobre a América do Sul
<@OF9I8J@C&M<E<QL<C8 de fluxos e meios de transporte e energia.
1ª questão :XiXZXj
Gl\ikf
CX:ilq (
C`e_X[\kiXejd`jjf
>li`$DXeXlj
<jkiX[X[\if[X^\d
DXeXljXGl\ikfCXZilq

?`[i\c„ki`ZX>li`$DXZX^lX
E) podem reforçar os conflitos existentes
com os países da Comunidade Andina
Observe o mapa ao lado. Note a linha I`fFi`efZf (CAN), em face da perspectiva de
cheia e a linha pontilhada, quase sempre FZ\Xef8kcek`Zf expansão dos interesses brasileiros na
,.'bd
paralelas. M<E<QL<C8
região. FGV, 2001
)
Em relação às obras de infra-estru- 9fXM`jkX
*
tura destacadas, assinale a alternativa II COMENTÁRIO
INCORRETA: ('',bd Tanto a presença do mapa como a
9I8J@C
A) podem permitir a abertura de canal I`f8dXqfeXj solicitação da alternativa incorreta (menos
de escoamento de produtos da Zona comum nos exames) podem confundir o
Franca de Manaus para outros mercados DXeXlj
8D
G8 candidato. Mas a alternativa incorreta é tão
e a consolidação da ligação Brasil– óbvia que deve compensar o susto. As obras
Venezuela, via Manaus e Boa Vista. =fek\1ÈF<jkX[f[\JfGXlcfÉ#('&'0&)'''#g%8$/% de infra-estrutura apontadas no mapa atuam
B) podem contribuir para agilizar e muito mais num sentido de integração que
intensificar fluxos econômicos, baratear circulação terrestre do subcontinente, de confrontação, como aponta a alternativa
a exportação de produtos brasileiros e conforme proposta firmada recentemente incorreta. Os países da Comunidade Andina
articular zonas da Amazônia setentrional, pelos chefes de Estado da América do Sul. até são vistos como potenciais candidatos a
numa região fronteiriça. D) podem contribuir para consolidar a ingressarem no Mercosul, como já anunciou
C) inscrevem-se no contexto de melhoria posição estratégica de Manaus, como o governo brasileiro. Portanto, o espírito de
da infra-estrutura de integração física e sede da Zona Franca e nó de confluência conflitos é totalmente improcedente.

2ª questão oposição venezuelanos.


B) pelo fato da Venezuela ser membro
COMENTÁRIO
A leitura atenta do enunciado auxilia
da Opep e o terceiro maior exportador na escolha da alternativa correta, uma
O presidente da Venezuela, Hugo mundial de petróleo e temer um vez que, ao final, refere-se à Opep e
Chávez, voltou ontem a concentrar aumento da produção e conseqüente lembra ao candidato a relação entre os
a atenção internacional ao tornar-se queda de preços do produto. países citados. Apesar de a alternativa
o primeiro chefe de Estado a fazer C) pela necessidade de conseguir impor- correta apontar o fato de a Venezuela
uma visita oficial ao Iraque desde o tar petróleo a preços subsidiados, alivian- fazer parte da Opep como o principal
fim da Guerra do Golfo, em 1991. A do a pressão inflacionária na Venezuela. motivo da visita de Chávez ao Iraque, a
viagem faz parte de seu tour pelos D) para tentar reduzir os preços inter- questão vai além. A visita a Saddam tam-
países-membros da Opep (...) nacionais do petróleo, favorecendo as bém demonstrou um tom desafiador de
“O Estado de São Paulo” – 11/8/2000 exportações venezuelanas do produto, Chávez à comunidade internacional, uma
principalmente para os EUA. vez que o Iraque estava sob embargo da
A visita do presidente venezuelano E) para se antepor ao isolamento da ONU desde 1991 e, até então, nenhum
justifica-se: Venezuela junto à comunidade inter- chefe de Estado havia adotado tal pos-
A) pela necessidade de obter apoio nacional, que questiona a lisura da tura. Na mesma viagem, Hugo Chávez
interno, uma vez que sua eleição eleição de Chávez. visitou o dirigente líbio, Muammar
é contestada por vários grupos de Mackenzie, 2001 Kadafi, e o cubano Fidel Castro.

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3ª questão Golfo Pérsico, foi o principal motivo da
invasão do Iraque pelo Kwait.
didato. Argentina e Chile travaram
intensa disputa pelo controle da rota
Em relação às vias marinhas de D) Canal de Suez, no Egito, está com do Canal de Beagle, no extremo sul da
circulação destacadas abaixo, assinale sua navegação impedida por determi- América, e essa é uma questão ainda
a alternativa correta: nações israelenses. mal resolvida. Ligação entre os ocea-
A) Ilhas Lennox, Picton e Nueva, situa- E) Estreito de Gibraltar é reivindica- nos Atlântico e Pacífico, o canal tem
das no Canal de Beagle, extremo sul da do por Portugal junto à Inglaterra, importância estratégica. Também é
América, foram objeto de disputa entre tendo em vista o controle da navega- importante saber: o Canal do Panamá
Argentina e Chile. ção comercial entre o Atlântico e o foi devolvido em 1999 ao Panamá, e
B) Canal do Panamá, na América Mediterrâneo. não aos Estados Unidos; o Estreito de
Central, que une os oceanos Atlântico UFRS, 2000 Ormuz, na entrada do Golfo Pérsico,
e Pacífico, passará ao controle dos COMENTÁRIO é disputado pelo Irã e pela Arábia
Estados Unidos em 2000. Enunciado curto, objetivo e direto, Saudita; e a intervenção israelense em
C) Estreito de Ormuz, localizado no mas que não fornece dica para o can- Suez se deu nos anos 1950.

4ª questão nomes dos países


envolvidos na questão
Guiana
Suriname
O cenário geopolítico sul-ameri- representa mais um A Guiana Francesa
cano anda turbulento. Assinale a complicador. Em 2006, B
alternativa que indica corretamente uma proposta norte- Arquipélago

alguma característica geopolítica americana de conceder D Fernando


de Noronha

sul-americana recente, o país e a vantagens comerciais


respectiva indicação: e alfandegárias ao
A) as Farc continuam realizando Paraguai em troca da Peru BRASIL
seqüestros em nome de uma ban- utilização de seu território
deira política = Venezuela. para uma suposta C
B) o presidente Lúcio Gutierrez não instalação de base norte- E
resistiu à crise política e renunciou americana causou mal- Chile
= Colômbia. estar entre os Oceano
C) a revolução bolivariana levada vizinhos, inclusive Oceano
Atlântico
adiante por Hugo Chávez tem con- com a possibilidade Pacífico Uruguai
quistado simpatia junto à popula- de expulsão do país Argentina
ção de mais baixa renda = Bolívia. do Mercosul. As mais
D) o líder da oposição Evo Morales calorosas reações foram
desponta como principal nome nas do representante das relações
eleições de dezembro = Equador. exteriores do governo argentino,
E) a concessão de seu território mas também se manifestou
para uma suposta base militar o Ministério das Relações Ilhas Falkland (Malvinas)

norte-americana foi malvista pelos Exteriores do Brasil. As regras


vizinhos = Paraguai. do Mercosul proíbem que um
ESPM, 2006 membro do bloco faça acordos
alfandegários em separado com
COMENTÁRIO outros países, daí a ameaça de
Enunciado vago (“alguma expulsão. Igualmente, preocupou
característica geopolítica”) sempre os governos argentino e brasileiro
Ilustrações: AKE Astbury

gera insegurança no candidato. a possibilidade dessa suposta base


Para aqueles mal informados norte-americana, próxima às suas
sobre cartografia, a ausência dos fronteiras.
Gabarito: 1 (E), 2 (B), 3 (A), 4 (E)

11 de junho de 2007 I r e v i s ta é p o c a I 

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Biotecnologia encerra série
O próximo fascículo, que terá apenas versão
eletrônica, focará a questão das células-tronco

N
o próximo fascículo do Guia ÉPOCA Vestibular 2008 - Atualidades,
o tema abordado será biotecnologia e células-tronco. Esse foi o
assunto mais votado na enquete realizada no site de ÉPOCA (www.
epoca.com.br). Mais de 40% dos internautas escolheram esse tema, entre
os quatro disponíveis. Os outros três foram: Globalização e Organizações
Multilaterais, União Européia e Crime Organizado.
Biotecnologia é um conceito associado à modernidade. Mas é tão antigo
quanto a própria civilização. Existe há milênios, desde os primeiros tempos
da fabricação de pão e vinho.
A biotecnologia moderna começa com a descoberta e manipulação do
TOME CUIDADO DNA. Seqüenciamento de DNA, manipulação de genes, transgenia, clona-
com o uso indiscriminado das
generalizações: “maioria” é gem, pesquisas com células-tronco e terapias decorrentes são assuntos a
diferente de “todos”, do mesmo
modo que “muitas vezes” é serem tratados no fascículo. As questões éticas envolvidas também serão
diferente de “sempre”. O uso abordadas. O 11o fascículo, que terá a mesma estrutura dos outros dez,
inadequado ou a interpretação
Ilustração: AKE ASTBURy

imprecisa desses termos podem com questões comentadas pelos professores, estará disponível apenas
significar a resposta errada
a uma questão. em versão eletrônica.

DIRETOR GERAL Juan Ocerin


DIRETOR EDITORIAL Paulo Nogueira
DIRETOR DE MERCADO ANUNCIANTE Gilberto Corazza
DIRETOR DE FINANÇAS Frederic Zoghaib Kachar
DIRETOR DE ASSINATURAS Stavros Frangoulidis Neto
DIRETORA DE MARKETING yara Grottera

DIRETOR DE REDAÇÃO Helio Gurovitz epocadir@edglobo.com.br


REDATOR-CHEFE David Cohen
DIRETOR DE CRIAÇÃO Saulo Ribas
EDITORES-EXECUTIVOS André Fontenelle, David Friedlander
DIRETOR DE ARTE Marcos Marques

O Guia ÉPOCA Vestibular 2008 - Atualidades é um projeto


editorial de 11 fascículos desenvolvido pelo UNO Sistema
de Ensino da Editora Moderna para a Editora Globo. © 2007
Editora Moderna e Editora Globo. Todos os direitos reserva-
dos. Nenhuma parte desta coleção pode ser reproduzida sem
autorização prévia da Editora Moderna e da Editora Globo.

COORDENAÇÃO GERAL DO PROJETO Ana Luisa Astiz


COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA Carlos Piatto (UNO)
COORDENAÇÃO DE TEXTOS Antonio Carlos da Silva (Prof.
Toni) e Venerando Santiago de Oliveira (Prof. Venê)
COMENTÁRIOS AOS ENUNCIADOS E DICAS Jô Fortarel
EDIÇÃO DE TEXTO Oscar Pilagallo
EDIÇÃO DE ARTE Leonardo Nery Protti
ILUSTRAÇÕES AKE Astbury
REVISÃO Bel Ribeiro
SUPERVISORA DE INTERNET Adriana Isidio (UNO)

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