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Escola Secundária c/3º Ciclo de Campo Maior

Biologia e Geologia | Professor Alcides Silva

Índice

1. Objectivo da Aula Laboratorial............................................................................3


2. Introdução Teórica................................................................................................3
3. Materiais................................................................................................................5
4. Procedimento........................................................................................................5
5. Registo de Resultados.........................................................................................6

Ano Lectivo 2009/2010 2


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1. Objectivo da Aula Laboratorial


A aula experimental realizada no dia 19 de Outubro de 2009 teve como objectivo a
identificação de estádios de mitose em células vegetais do meristema do ápice radicular da
cebola.

2. Introdução Teórica
Os seres vivos multicelulares são constituídos por vários tipos de células, as quais
asseguram o funcionamento e desenvolvimento do organismo, tal como nos diz a Teoria
Celular. A Teoria Celular é o fruto das pesquisas de Matthias Schleiden, Theodor Schwann,
e Rudolf Virchow. Esta unifica algumas características celulares, dizendo que: as células
são a unidade básica de função e estrutura dos seres vivos; as células são também a
unidade de reprodução, de desenvolvimento e de hereditariedade dos seres vivos; e diz
ainda que todas as células provêm de células preexistentes. Como podemos depreender da
Teoria Celular, as células são estruturas fulcrais para o indivíduo, pois para além de serem
responsáveis pelo seu desenvolvimento, asseguram a manutenção do programa genético.
O programa genético tem como função geral regular a vida de uma célula, logo, regular a
vida de um organismo, sendo, pois, essencial a todas as células. A vida de uma célula é um
ciclo, o qual é constituído pelos processos que a célula experimenta desde que é gerada até
que origina descendência. A tal conjunto de processoa chama-se Ciclo Celular. No caso das
células somáticas o Ciclo Celular está dividido em duas grandes fases, a Interfase e a
Divisão Mitótica. A Interfase é caracterizada por ser um período de intensa biossíntesse,
tanto de organelos e proteínas (Fases G1 e G2), como de DNA (Fase S). Depois de todo o
material celular multiplicado, a célula entra em Divisão Mitótica, assegurando assim a
divisão igualitária do material pelas células-filhas. Por sua vez, a Divisão Mitótica é
constituída por duas fases, a Mitose e a Citocinese. Durante a Mitose, a célula atravessa
vários estádios que levam à divisão nuclear, depois de terminada a fase G2, a célula entra
em Prófase, a Carioteca desintegra-se e os Nucléolos desaparecem assim que os
Centríolos (caso existam) atingem os pólos opostos da célula e se completa a formação do
fuso acromático. Os cromossomas começam a encurtar, atingindo o seu máximo
encurtamento na fase seguinte, a Metáfase, quando apresentam, cada um, dois
cromatídios-irmãos unidos por um centrómero. Na Metáfase dá-se a migração dos
cromossomas, ligados a fibrilas do fuso acromático, para a zona equatorial, formando a
placa equatorial, dispondo os centrómeros na zona equatorial e os cromatídios-irmãos
virados para pólos opostos da célula. No período da Anáfase, as fibrilas começam a
encurtar, provocando a ruptura dos centrómeros e a migração dos cromatídios-irmãos para
pólos opostos da célula. Para terminar a Mitose, o fuso acromático desintegra-se, a
Carioteca regenera-se, os Nucléolos reaparecem e os cromossomas iniciam a sua

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descondensação, ocorrendo a Telófase. No fim da Mitose, a célula-mãe possui,


temporariamente, dois núcleos. A Citocinese dá-se depois da Telófase, ou pode iniciar-se
ainda durante esta. Nas células eucarióticas animais a membrana celular divide-se por
estrangulamento da mesma, e nas células eucarióticas vegetais dá-se a Citocinese pela
fusão de vesículas do complexo de Golgi, uma vez que a parede celular não é passível de
estrangulamento. Para além das diferenças na Citocinese, as células eucarióticas vegetais,
ao invés das animais, não possuem Centríolos, sendo o fuso acromático dependente de um
centro organizador de microtúbulos. É também importante referenciar que apesar de todas
as células experimentarem os processos do ciclo celular, existem algumas células que
quando atingem a maturidade perdem a capacidade de se reproduzir (por exemplo as
células nervosas, os neurónios).
Ao possuírem dimensões muito reduzidas, entre 1µm e 100µm, não são visíveis a olho
nu, excepto alguns tipos de células (por exemplo os gâmetas femininos humanos, os
óvulos). Para as observar são necessários instrumentos que permitam ampliar a amostra
em estudo, os microscópios. Desde os tempos de Hooke (1637-1703) e de Leeuwenhoek
(1632-1723), pioneiros da microscopia, que esta se desenvolveu exponencialmente. E hoje
em dia existem vários tipos de microscópios, de entre os quais destacamos o microscópio
óptico composto e o microscópio electrónico. O microscópio óptico composto é mais simples
e mais comum do que o microscópio electrónico, usa um sistema de lentes para ampliar a
amostra, logo não possui grande poder ampliador, permitindo assim observar as células na
sua generalidade, sem detalhes. O microscópio electrónico utiliza feixes de electrões para
explorar a célula, permitindo ampliações muito maiores, sendo utilizado para explorar
organelos, vírus, e outras estruturas com dimensões muito reduzidas. Ao utilizar o
microscópio óptico composto para observar células, existem características, para além do
tamanho destas, que dificultam a visualização das células, tais como estas tomarem um
aspecto transparente quando são atravessadas pela luz. Para resolver a questão da
transparência das células usamos corantes, estes coram as estruturas que pretendemos
estudar, permitindo o seu estudo (por exemplo: a Eosina cora o citoplasma, o Verde-de-
Metilo cora o núcleo).
Para estudarmos a Mitose necessitamos de células que se encontrem em divisão, e
necessitamos de um corante que core os cromossomas, permitindo assim distinguir cada
fase pela posição destes. Escolhemos células eucarióticas vegetais do meristema apical da
raiz da cebola (Allium cepa), pois são as únicas que se estão a dividir-se em toda a raiz,
uma vez que estão encarregadas do crescimento em comprimento desta. E seleccionámos
os corantes Carmim Acético e Orceína Acética pois coram os cromossomas.
(Fonte: Gispert, C. (2006). Manual de Apoio ao Estudante: Biologia. ; célula. In Diciopédia X [DVD- ROM]. Porto :
Porto Editora, 2006. ISBN: 978- 972-0-65262-1 ; microscópio electrónico. In Diciopédia X [DVD-ROM]. Porto :
Porto Editora, 2006. ISBN: 978-972-0-65262-1 ; http://www.prof2000.pt/users/biologia/ptemporarias.htm .
Acedido em 11 de Novembro de 2009)

3. Materiais

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• Raiz de cebola
• Vidro de relógio
• Lamparina de álcool
• Lâminas e lamelas
• Material de dissecção (agulha espatulada e bisturi)
• Ácido clorídrico a 37%
• Orceína acética
• Carmim acético
• Papel de filtro
• Pinça de dissecção
• Fósforos
• Gobelé 50 ml
• Conta gotas
• Papel de limpeza
• Microscópio Óptico Composto (binocular)

1. Procedimento
1. Misturou-se, num vidro de relógio, nove gotas de orceína acética com uma gota de ácido
clorídrico. A função deste é quebrar as lamelas medianas que unem as células umas às
outras.
2. Cortaram-se dois vértices vegetativos, com cerca de 2mm de comprimento. Estes
colocaram-se, posteriormente, na solução preparada.
3. Aqueceu-se o vidro de relógio, passando-o várias vezes sobre a chama da lamparina.
Repetiu-se o processo até que se soltassem vapores, não deixando ferver.
4. Tirou-se um vértice vegetativo para uma lâmina de vidro e cortou-se cerca de 1mm a
partir da extremidade, e rejeitou-se a parte restante.
5. Colocou-se uma gota de orceína noutra lâmina. Pôs-se o material na gota de orceína
durante três minutos. Após isso, fragmentou-se o material com a agulha espatulada.
6. Colocou-se uma lamela sobre o material, auxiliando a colocação com a agulha
espatulada.
7. Quando a lamela já se encontrava colocada, retirou-se o excesso de orceína com o
papel de filtro.
8. Procedeu-se à observação no Microscópio Óptico Composto com a objectiva de 40x,
sendo a ampliação total de 400x.
9. Identificaram-se as figuras de Mitose observadas, e fez-se a esquematização das
mesmas.
Uma vez completo o processo acima descrito, repetiu-se o mesmo, mas desta vez, usando
o carmim acético em vez da orceína acética.
(Fonte: DA SILVA, A et al. (2008). Terra, universo de vida.1ºEdição, Porto Editora. Porto)
(Fonte: Própria)
2. Registo de Resultados

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A
Esquema nº 1 Amp.Total=400x
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C D

Esquema nº 2
Amp.Total=400x

Esquema nº 3
Amp.Total=400x

Esquema nº 4
Amp.Total=400x

3. Análise e Tratamento de Resultados


Ao realizarmos esta actividade experimental conseguimos observar e diferenciar as
quatro figuras de mitose: a Prófase no Esquema nº1, identificamo-la devido ao facto de os
cromossomas(A) estarem visíveis ao microscópio óptico; a Metáfase no Esquema nº2, pois

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os cromossomas com dois cromatídios (C) encontram-se dispostos da zona equatorial (D),
estando cada cromatídio-irmão (B) virado para pólos opostos da célula, formando a placa
equatorial ; a Anáfase é identificada no Esquema nº3, ainda que numa fase final, uma vez
que os cromatídios-irmãos (E) se encontram separados e em pólos opostos da célula sem
ainda se terem descondensado; identificámos o Esquema nº4 com a Telófase, pois já se
formaram dois núcleos-filhos, mas a célula ainda não se dividiu totalmente, possui
temporariamente dois núcleos.

4. Conclusão e Crítica
De modo a aferirmos se a actividade foi bem sucedida ou não, é fundamental analizar-
mos figuras de mitose em células eucarióticas vegetais.
Comparando duas figuras com vários esquemas de figuras de Mitose:

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Fig. Fig.
(Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/nucleo10.php (Fonte: Própria)
,Acedido em 11-11-2009 [Adaptado])

Comparando as duas figuras, podemos verificar que os resultados obtidos foram os


esperados, uma vez que as figuras observadas correspondem às sub-fases de Mitose
(Prófase, Metáfase, Anáfase, Telófase).
Ainda que tivéssemos que usar ambos os corantes para conseguir observar todas as
figuras, o objectivo foi cumprido com êxito. A contribuir para esse êxito tivemos a boa
escolha, tanto das células, como dos corante. Se não tivéssemos escolhido células em
divisão, como são as do meristema apical da raiz da cebola (Allium cepa), e os corantes
correctos para corar os cromossomas, como são o Carmim Acético e a Orceína Acética,
seria impossível observar a Mitose.

5. Bibliografia
• Gispert, C. (2006). Manual de Apoio ao Estudante: Biologia.
• célula. In Diciopédia X [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2006. ISBN: 978-
972-0-65262-1

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• microscópio electrónico. In Diciopédia X [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora,


2006. ISBN: 978-972-0-65262-1
• http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/nucleo10.php . Acedido em
11 de Novembro de 2009
• http://www.prof2000.pt/users/biologia/ptemporarias.htm . Acedido em 11 de
Novembro de 2009
• Da Silva, A. D. et al. (2008). Terra, universo de vida.1ºEdição, Porto Editora.
Porto
• Da Silva, A. D. et al. (2007). Terra universo de vida: biologia. 1ª
Edição, Porto Editora, Porto
• Peralta, C. R. et al. (2007). Magia da vida 6. 1ª Edição, Porto
Editora, Porto

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