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PAT - Programa de Alimentação do Trabalhador

Origem:

Tudo começou em 1948, na Inglaterra, quando foi desenvolvido o primeiro sistema de


refeição - convênio do mundo. O clima de construção dominava o país destroçado pela
guerra e fortalecia a solidariedade entre os homens. O berço da
industrialização precisava ser reerguido e, para tanto, necessitava de trabalhadores bem
nutridos.
Em 1976, o governo brasileiro, através dos Ministérios do Trabalho e do
Emprego, Fazenda e Saúde, instituiu o Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT -
sob a Lei 6.321, e o sistema de Refeição-Convênio foi a modalidade admitida para o
atendimento aos trabalhadores lotados em escritórios de grandes centros urbanos.
Para a implementação do Programa, o Ministério do Trabalho credenciou
empresas da iniciativa privada, como a Sodexo, para a prestação de serviços de
alimentação coletiva, com habilitação para a emissão de documentos de legitimação.
Em 1991, para expandir a alimentação de um maior número de
trabalhadores, o sistema de Alimentação-Convênio é admitido pelo Programa de
Alimentação do Trabalhador - PAT- como mais uma das modalidades de atendimento
Antes da implantação do PAT

Primeiras iniciativas (a partir de 1940)


Na segunda metade da década de 30, o Governo Vargas, como parte
de sua política trabalhista, tomou duas medidas que deveriam ter influência na
alimentação da classe trabalhadora: o salário mínimo (1), que deveria "satisfazer às
necessidades normais do trabalhador e sua família"; e o Serviço de Alimentação da
Previdência Social (Saps), criado em 1940, com os encargos de promover a
instalação de refeitórios em empresas maiores, fornecer refeições nas menores,
vender alimentos a preço de custo a trabalhadores com família numerosa,
proporcionar educação alimentar, formar pessoal técnico especializado e apoiar
pesquisas sobre alimentos e situação alimentar da população

Em 1942, foi criada a Coordenação da Mobilização Econômica - CME,


que incluía um Serviço Técnico de Alimentação Nacional, com o objetivo de orientar
a produção agrícola e industrial de alimentos e racionalizar a produção agropecuária
e a comercialização, além de prestar assistência técnica à indústria através de um
laboratório de tecnologia de alimentos.

Em 1945, foi instalada a Comissão Nacional de Alimentação (CNA),


com funções de definir a política nacional de alimentação, estudar o estado de
nutrição e os hábitos alimentares da população, acompanhar e estimular as
pesquisas relativas às questões e problemas de alimentação, trabalhar pela correção
de defeitos e deficiências da dieta brasileira estimulando e acompanhando
campanhas educativas, e contribuir para o desenvolvimento da indústria de
alimentos desidratados.

Em janeiro de 1946 fundou-se o Instituto Nacional de Nutrição (INN)


(2), que incorporou o Instituto de Tecnologia Alimentar criado em 1944. A nova
entidade era dividida em quatro seções: pesquisa biológica, pesquisa social,
educação alimentar e patologia clínica.

Em 1952, foi elaborado o plano Conjuntura Alimentar e Problemas de


Nutrição no Brasil abrangendo inquéritos nutricionais, expansão da merenda escolar,
assistência alimentar a adolescentes, programas regionais, enriquecimento de
alimentos básicos, apoio à indústria de alimentos. Deste projeto ambicioso
sobreviveu apenas a campanha da merenda escolar, sob o controle do Ministério da
Educação a partir de 1955.

O PAT foi iniciado pelo Ministério do Trabalho em 1977, sob a Lei


6.321/76 e ofereceu refeições grandes (1.400 cal) epequenas (300 cal) a
trabalhadores de baixa renda, a preços de até 20% do custo. Os outros 80% ficavam
a cargo do setor público e do empregador . O programa expandiu-se rapidamente
nos centros mais industrializados, passando a envolver o maior volume de recursos
entre os componentes do Pronan, com dois terços das empresas participantes
localizadas no estado de São Paulo. Um componente para volantes rurais foi
interrompido em 1979. O PAT cresceu regularmente alcançando 6,4 milhões de
trabalhadores em 1990 e 7,8 milhões em 1992 com, respectivamente, 34.000 e
39.181 empresas participantes.
Depois da implantação
Completando 30 anos de existência, o PAT superou a volatilidade dos
programas sociais no Brasil e se expandiu em um contexto mundial de retração da
política social do Estado. Atualmente mais de oito milhões de trabalhadores são
diretamente beneficiados pelo Programa. Para o governo, o Programa tem um baixo
custo. Em 2000, a renúncia fiscal do governo foi equivalente a R$155 milhões,
porém, estima-se que os negócios gerados pelo PAT foram de R$7 a 8 bilhões. O
Ministério do Trabalho considera o PAT uma das iniciativas públicas de maior sucesso
em âmbito mundial.3
O impacto do PAT sobre produtividade e redução de absenteísmo e
acidentes de trabalho é de difícil mensuração. Entretanto , estudando 85 empresas
inscritas, obteve um resultado expressivo na redução do absenteísmo, sugerindo um
impacto positivo sobre a redução dos dias perdidos por acidente e rotatividade.
O objetivo central do PAT é melhorar as condições nutricionais dos
trabalhadores, com repercussões positivas na qualidade de vida, na redução de
acidentes de trabalho e no aumento da produtividade.3 A partir da década de 90, foi
incluída no Programa a promoção de uma alimentação saudável, estimulando as
empresas a realizarem ações de educação nutricional.5
Contudo, estudos prévios mostraram inadequação das refeições
oferecidas, que continham quantidades excessivas de gorduras e proteínas.
Adicionalmente, identificaram que o PAT teve impacto negativo sobre o estado
nutricional dos trabalhadores, favorecendo o ganho de peso, principalmente em
trabalhadores de baixa renda. Estudo recente realizado no Distrito Federal mostrou
que 43% dos trabalhadores de uma amostra de empresas inscritas no Programa
apresentaram excesso de peso.10 Esses estudos sugerem um descompasso entre os
objetivos atuais do programa e a sua operacionalização.
O ambiente de trabalho é reconhecido como um local estratégico de
promoção da saúde e alimentação saudável.2 A Organização Mundial da Saúde
considera que o local de trabalho deve dar a oportunidade e estimular os
trabalhadores a fazerem escolhas saudáveis.13 Nesse sentido, a consolidação do PAT
como um Programa que visa à promoção da alimentação saudável no ambiente de
trabalho, demanda que os seus gestores diretos, responsáveis pela sua execução nas
empresas, tenham compreensão e aceitação desta questão.
Essa visão do PAT focada nos objetivos da empresa mostra a
dificuldade de reconhecimento do Programa como uma política social, que busca
favorecer os trabalhadores, principalmente de baixa renda, por meio da renúncia
fiscal e que gera como benefício indireto o aumento da produtividade.
Nesse sentido, é fundamental que os gestores locais conheçam o
Programa e sejam conscientizados da sua proposta de promoção de saúde por meio
da alimentação, para que possam executá-lo da melhor forma possível.
Considera-se que o PAT é chave para as políticas de alimentação e
nutrição voltadas para a população adulta brasileira, podendo contribuir
efetivamente na transformação do atual panorama de aumento da prevalência de
doenças crônicas não-transmissíveis e da obesidade no País.
Decreto nº 5/91

O PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador – foi criado pela Lei


6.231/76 e, posteriormente regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991.
Referido programa foi estruturado em parceria entre a União, as empresas e seu
trabalhadores.
O programa prioriza o atendimento aos trabalhadores que recebam até
cinco salários mínimos mensais, tendo como órgão gestor a Secretaria de Inspeção do
Trabalho em colaboração com o Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho.
Os benefícios oferecidos pelo programa destinam-se ao trabalhador, à
empresa e à União.
Para o trabalhador o PAT visa a melhoria de suas condições nutricionais
e de sua qualidade de vida, bem como o aumento de sua capacidade física,
repercutindo em maior resistência à fadiga e a contração de doenças e, ainda, na
redução de acidentes do trabalho.
Para a empresa, uma vez concretizadas as melhorias das condições
estabelecidas para os empregados, o PAT acarreta um aumento em sua produtividade
e uma maior integração entre trabalhador e empresa, influciando na redução de atrasos,
de faltas e da rotatividade.
Para a União, o PAT proporciona a redução de despesas e investimentos
na área de saúde, proporcionando crescimento da atividade econômica e promoção do
bem-estar social.
Nos termos do artigo2º do Dec. Nº 349 de 21 de novembro de 1991, a
empresa beneficária poderá cobrar do trabalhador até 20% do custo direto da refeição
oferecida.
Já o artigo 5º daPortaria Interministerial n} 5 de 30.11.99 estabelece que
as refeições principais, como almoço e jantar, quando fornecidos pelo empregador,
inscrito no PAT, deverão ter no mínimo 1.400calorias, podendo ser reduzidas para
1.200 nos casos em que requeiram maior esforço físico, as refeições deverão ter pelo
menos 1.600 calorias.
As refeições menores, tais como desjejum e merenda, devem ter no
mínimo, 300 calorias. Cumpre ressaltar que o percentual protéico=calórico em todas
essas refeições deve ser de pelo menos 6%.
Na hipótese da pessoa jurídica beneficiária fornecer aos seus empregado
documentos de legitimação, tais como impressos, cartões eletrônicos magnéticos e
outros derivados de tecnologia adequada, que permitam a aquisição de refeições ou de
gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais, o valor deverá ser suficiente
para atender para atender às exigencias nutricionais do PAT.
A partir do advento da Portaria Interministerial nº 5/99, a adesão ao PAT
passa a ser por tempo indeterminado, podendo ser efetuada a qualquer tempo e com
validade a partir do registro do formulário de adesão, adquido nas agências da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT.
Desse modo, não há mais a necessidade de as empresas encaminharem
anualmente ao órgão gestor do PAT seus formulários de inscrição.
No entanto, a empresa não está dispensada da obrigação de
anualmente, informar, no Relatório Anual de Informações Sociais – RAIS, se é ou não
participante do PAT

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