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Informação ao Director

Exmo. Sr. Director

Venho por este meio informá-lo das mudanças que as


Bibliotecas Escolares estão a sofrer neste momento,
nomeadamente no que diz respeito à avaliação.

Como é do conhecimento de todos, a BE está cada vez mais


ligada ao sucesso educativo. Mas para que esse sucesso
aconteça é necessário que conjuguem vários factores e que
haja num reconhecimento por parte da escola da importância
da Biblioteca.

Colocam-se vários desafios às Bibliotecas e um dos maiores


desafios é saber gerir a mudança, uma vez, que a sociedade
actual também está a sofrer várias mudanças no âmbito
tecnológico e na produção de comunicação e informação e
documentação online. Mudanças estas que estão a influenciar
as actividades educativas.

A afectação de um Professor Bibliotecário que está presente e


que tem uma função integradora de todos os recursos
disponíveis, veio dar uma nova luz à ligação entre Biblioteca,
currículo e sucesso educativo dos alunos.

Esta ligação implica que:

a) O Programa da Biblioteca Escolar passe a estar integrado nos planos estratégicos e


operacionais da escola e na visão e objectivos educativos da escola.
b) O papel do professor bibliotecário transite de gestor da informação a interventor no
percurso formativo e curricular dos alunos e no desenvolvimento curricular em
cooperação com os professores. Trabalhar e trabalhar com... no desenvolvimento das
diferentes literacias, nomeadamente para as literacias digitais e para a Literacia da
Informação, integrando e apoiando o desenvolvimento curricular, colocam-no neste
novo papel.
c) Haja um reforço no conceito de cooperação, baseado na planificação e no trabalho
colaborativo com os professores das diferentes disciplinas.
d) O professor coordenador tenha um papel activo no funcionamento e no sucesso
(resultados) da escola que serve.
e) O professor coordenador mantenha uma posição de inquirição constante acerca das
práticas de gestão que desenvolve e do impacto que essas práticas têm na escola e no
sucesso educativo dos alunos.
f) Saiba agir e ser líder, demonstrando o VALOR da BE através da demonstração de
evidências e da comunicação contínua com os diferentes actores e stakeholders na
escola.
(Texto da sessão)
O actual Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar prevê que o trabalho da
BE seja avaliado em relação ao seu envolvimento com a escola e todas as
estruturas educativas da mesma.
O que se pretende não é avaliar o trabalho do Professor Bibliotecário e da sua
equipa mas sim, o impacto que a BE tem no processo de ensino/aprendizagem.
“As Williams et al. (2002) found, traditionally, school libraries have been
evaluated primarily in terms of library management; the impact they have on
teaching and learning has rarely been a focus. This project aimed to go some way
towards redressing the balance.”In: Sarah McNicol (2008) Incorporating library provision
in school self-evaluation

Passo agora a explicar o actual Modelo de Auto-Avaliação.


O programa de da rede de bibliotecas escolares iniciado em
1996, integrou e lançou a partir desse momento muitas
bibliotecas.

É reconhecido o valor que este programa veio a alcançar,


através da consolidação de um conceito central, o de que a BE
constitui um contributo essencial para o sucesso educativo,
sendo um recurso fundamental para o ensino e a
aprendizagem.

Para que este papel continue a ser efectivo é necessário que


se concretizem as condições em ambiente escolar, ou seja
que a BE trabalhe em colaboração com a escola e com a
restante comunidade educativa. Que sejam orientadas
actividades conjuntas, que possam contribuir positivamente
para o ensino e a aprendizagem, estabelecendo-se uma
relação entre a qualidade do trabalho da BE e os resultados
escolares.

O Modelo de Auto-Avaliação das BE pretende que se faça uma


abordagem qualitativa, orientada para uma análise dos
processos e dos resultados, numa perspectiva formativa,
permitindo identificar os pontos fortes e os pontos fracos de
modo a proceder a uma melhoria.

Esta avaliação não constitui um fim, mas é um processo que


deve conduzir à reflexão e originar mudanças na prática.
Será adaptado à realidade da nossa escola, flexível e
exequível, facilmente integrável nas práticas de gestão da
equipa da biblioteca.

O Modelo é constituído por quatro domínios e subdomínios


que são objecto da avaliação:
A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular
A.1 Articulação Curricular da BE com as Estruturas de Coordenação Educativa e Supervisão
Pedagógica e os Docentes
A. 2 Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital
B. Leitura e Literacia
C. Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à Comunidade
C.1 Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
C.2 Projectos e parcerias
D. Gestão da Biblioteca Escolar
D.1 Articulação da BE com a Escola/ Agrupamento. Acesso e serviços prestados pela BE
D.2 Condições humanas e materiais para a prestação dos serviços
D.3 Gestão da colecção/da informação
Cada domínio é apresentado num quadro que inclui um
conjunto de indicadores temáticos que se concretizam em
diversos factores críticos de sucesso. Em cada ano será
avaliado um domínio e ao fim de quatro anos o processo de
avaliação estará concluído.

A avaliação apoia-se na recolha de evidências porque é


através delas que vamos ficar a conhecer os resultados ou
aspectos menos positivos e que nos podem obrigar a repensar
o funcionamento da B E, tanto ao nível das condições da BE,
como dos serviços, assim como o impacto que tem no ensino
e aprendizagem.
Essas evidências são recolhidas em questionários, grelhas de
observação, actas de reuniões, registos de projectos,
contactos, planificações, etc.

A avaliação articula-se em cada domínio/subdomínio com os


perfis de desempenho e respectivos descritores.
Na caracterização dos perfis de desempenho há quatro níveis
que caracterizam o tipo de desempenho da BE e que
permitem fomentar a reflexão construtiva e contribuir para a
melhoria, através de estratégias para atingir o nível seguinte.

Nível Descrição
4
A BE é muito forte neste domínio. O trabalho desenvolvido é de grande qualidade e
com um impacto bastante positivo.
3
A BE desenvolve um trabalho de qualidade neste domínio mas ainda é possível
melhorar alguns aspectos.
2
A BE começou a desenvolver trabalho neste domínio, sendo necessário melhorar o
desempenho para que o seu impacto seja mais efectivo.
1
A BE desenvolve pouco ou nenhum trabalho neste domínio, o seu impacto é bastante
reduzido, sendo necessário intervir com urgência.

Assim, será necessário que toda a escola se envolva neste


processo, porque é no contexto da escola e das suas
estruturas que a avaliação se vai desenvolver e interagir.

O Director deve estar envolvido em todo o processo e ser


coadjuvante, aglutinando vontades e acções já que tem poder
para isso.

O Conselho Pedagógico deve estar informado e envolvido em


todo o processo. Para isso apresentarei o Modelo em reunião
de Conselho Pedagógico e explicá-lo-ei minuciosamente, uma
vez que neste órgão estão representadas todas estruturas
educativas da escola, assim como o pessoal não docente e
Associação de Pais e Encarregados de Educação.
Em conjunto com a equipa pedagógica decidiremos qual o
domínio a avaliar no presente ano lectivo e comunicá-lo-ei
também em reunião de CP.

Após a recolha das evidências será preciso interpretar a


informação e daí retirar o conhecimento.
Os resultados serão depois comunicados, sendo mais uma vez
o CP, o órgão privilegiado de comunicação com as diferentes
estruturas da escola.

O relatório de auto-avaliação deve também ser discutido em


Conselho Pedagógico tal como o plano de melhoria que vier a
ser delineado.
A avaliação da BE deve estabelecer ligações com a avaliação
da escola.
No relatório de Auto-Avaliação da escola deve constar uma
síntese do relatório de avaliação da BE.
Desta forma a avaliação externa da escola levada a cabo pela
inspecção poderá avaliar o impacto da BE na escola,
mencionando-a no relatório final de avaliação da escola.
Sendo a BE parte integrante da escola é também fundamental
que ela faça parte da avaliação global da escola.

•Self-awareness: 'the desirability that a school should know and understand itself
through reflection and thus be in a better position to prioritise its requirements and
direct its energies towards desired goals'.

•All that needs to be evaluated in schools cannot be achieved through external


evaluators alone.

•Schools need to be accountable and to demonstrate that they are doing a professional
job and continually improving.

•Evaluation should be 'an obvious and integral' part of school improvement.

•Evaluation allows individuals to learn about their own practice and to gain greater
understanding to the evaluation process in general. (Ericson, 1992, pp. 107-108) In:
Sarah McNicol (2008) Incorporating library provision in school self-evaluation

Se tivermos conhecimento das nossas dificuldades, dos


nossos pontos fracos e pontos fortes, poderemos resolver
mais facilmente, os nossos problemas e encarar o futuro de
forma a contribuir positivamente para o sucesso dos alunos.
A escola e a Biblioteca não podem estar dissociados desse
objectivo que é comum e que no fundo é só um.

A Professora Bibliotecária

Maria da Purificação Fialho de Almeida

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