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Skinner baseou suas teorias na análise das condutas observáveis.

Dividiu o
processo de aprendizagem em respostas operantes e estímulos de reforço, o que o
levou a desenvolver técnicas de modificação de conduta na sala de aula.

Trabalhou sobre a conduta em termos de reforços positivos (recompensas) contra


reforços negativos (castigos).

Nenhum pensador ou cientista do século 20 levou tão longe a crença na


possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano como o norte-
americano Burrhus Frederic Skinner. Sua obra é a expressão mais célebre do
behaviorismo, corrente que dominou o pensamento e a prática da
psicologia, em escolas e consultórios, até os anos 1950.

O behaviorismo restringe seu estudo ao comportamento (behavior, em inglês),


tomado como um conjunto de reações dos organismos aos estímulos externos. O
princípio do behaviorismo é que só é possível teorizar e agir sobre o que é
cientificamente observável.

A teoria de B.F. Skinner baseia-se na idéia de que o aprendizado ocorre em


função de mudança no comportamento manifesto. As mudanças no comportamento
são o resultado de uma resposta individual a eventos (estímulos) que ocorrem no
meio. Uma resposta produz uma conseqüência, bater em uma bola, solucionar um
problema matemático. Quando um padrão particular Estímulo-Resposta (S-R) é
reforçado (recompensado), o indivíduo é condicionado a reagir. A característica
que distingue o condicionamento operante em relação às formas
anteriores de behaviorismo (por exemplo: Thorndike, Hull) é que o
organismo pode emitir respostas, em vez de só obter respostas devido a
um estímulo externo.

O reforço é o elemento-chave na teoria S-R de Skinner. Um reforço é


qualquer coisa que fortaleça a resposta desejada. Pode ser um elogio verbal, uma
boa nota, ou um sentimento de realização ou satisfação crescente. A teoria também
cobre reforços negativos -uma ação que evita uma conseqüência indesejada.

Condicionamento operante

O conceito-chave do pensamento de Skinner é o de condicionamento operante, que


ele acrescentou à noção de reflexo condicionado, formulada pelo cientista russo
Ivan Pavlov. Os dois conceitos estão essencialmente ligados à fisiologia do
organismo, seja animal ou humano. O reflexo condicionado é uma reação a um
estímulo casual. O condicionamento operante é um mecanismo que premia uma
determinada resposta de um indivíduo até ele ficar condicionado a associar a
necessidade à ação. É o caso do rato faminto que, numa experiência, percebe que o
acionar de uma alavanca levará ao recebimento de comida. Ele tenderá a repetir o
movimento cada vez que quiser saciar sua fome.

A diferença entre o reflexo condicionado e o condicionamento operante é que o


primeiro é uma resposta a um estímulo puramente externo; e o segundo, o hábito
gerado por uma ação do indivíduo. No comportamento respondente (de Pavlov), a
um estímulo segue-se uma resposta. No comportamento operante (de Skinner), o
ambiente é modificado e produz conseqüências que agem de novo sobre ele,
alterando a probabilidade de ocorrência futura semelhante.

O condicionamento operante é um mecanismo de aprendizagem de novo


comportamento - um processo que Skinner chamou de modelagem. O
instrumento fundamental de modelagem é o reforço.

Skinner era determinista. Em sua teoria não havia nenhum espaço para o livre-arbítrio, pois afirmar que
os seres humanos são capazes de livre escolha seria negar sua suposição básica de que o comportamento é
controlado pelo ambiente e os genes.

Princípios:

1. Comportamento que é positivamente reforçado vai acontecer novamente.


Reforço intermitente é particularmente efetivo.
2. As informações devem ser apresentadas em pequenas quantidades, para que as
respostas sejam reforçadas ("moldagem").
3. Reforços vão generalizar, lado a lado, estímulos similares (generalização de
estímulo) produzindo condicionamento secundário.

PRINCIPAIS TIPOS DE REFORÇOS:

1. POSITIVO: todo estímulo que quando está presente aumente a


probabilidade de que se produza uma conduta.

2. NEGATIVO: todo estímulo aversivo que ao ser retirado aumenta a


probabilidade de que se produza a conduta.

3. EXTINÇÃO: a qual se apresenta quando um estímulo que previamente


reforçava a conduta deixa de atuar.
4. CASTIGO: igual ao da extinção, funciona para reduzir a conduta.

Contrariamente ao que se pensa, o reforço negativo não é punição, mas sim a remoção de um evento
punitivo; enquanto o reforço aumenta um comportamento, a punição o diminui.

Nos usos que propôs para suas conclusões científicas — em especial na educação
—, Skinner pregou a eficiência do reforço positivo, sendo, em princípio, contrário a
punições e esquemas repressivos, sugeria que o uso das recompensas e reforços
positivos da conduta correta era mais atrativo do ponto de vista social e
pedagogicamente eficaz.

Os adeptos do behaviorismo costumam se interessar pelo processo de


aprendizado como um agente de mudança do comportamento. "Skinner
revela em várias passagens a confiança no planejamento da educação, com base
em uma ciência do comportamento humano, como possibilidade de evolução da
cultura", diz Maria de Lourdes Bara Zanotto, professora de psicologia da Pontifícia
Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

Buscava a aprendizagem como produto de uma relação estímulo- resposta, pois,


desta maneira são reforçadas as condutas apropriadas mediante uma recompensa
e as inapropriadas mediante um castigo.

No campo da aprendizagem escolar Skinner tentou demonstrar que, mediante


ameaças e castigos se conseguem resultados positivos muito mais baixos e com
efeitos secundários muito piores do que com o sistema de reforços positivos. Seu
princípio para o máximo aproveitamento das classes baseia-se na atividade dos
alunos; sua aplicação mais conhecida é o ensino programado em que os sucessos
em determinadas tarefas atuam como reforço para aprendizagens posteriores.

No livro Tecnologia do Ensino, de 1968, o cientista desenvolveu o que chamou de


máquinas de aprendizagem, que nada mais eram do que a organização de
material didático de maneira que o aluno pudesse utilizar sozinho,
recebendo estímulos à medida que avançava no conhecimento. Grande parte dos
estímulos se baseava na satisfação de dar respostas corretas aos exercícios
propostos.
A idéia nunca chegou a ser aplicada de modo amplo e sistemático, mas influenciou
procedimentos da educação norte-americana e brasileira. Skinner considerava o
sistema escolar predominante um fracasso por se basear na presença obrigatória,
sob pena de punição. Ele defendia que se dessem aos alunos "razões positivas"
para estudar, como prêmios aos que se destacassem.

O behaviorismo está nos pressupostos da orientação tecnicista da


educação, cuja proposta consiste em: planejamento e organização racional da
atividade pedagógica; operacionalização dos objetivos; parcelamento do trabalho,
com especialização das funções; ensino por computador, tele-ensino, procurando
tornar a aprendizagem mais objetiva.

A avaliação também tem um papel fundamental: no início, para que o professor possa estabelecer
estratégias para atingir os objetivos; durante o processo de aprendizagem, para controle e replanejamento;
e ao final, para verificar se os resultados desejados foram obtidos.

Como ocorre na escola tradicional, estes objetivos são pré-definidos, sem a participação do aluno. Para
atingir os objetivos são usados “reforçadores”, como notas, prêmios, status, reconhecimento de
professores e colegas e promessa de vantagens sociais futuras. O professor deve elaborar um sistema para
que o desempenho do aluno seja maximizado de acordo com os objetivos traçados.

Muito da Tecnologia Educacional Moderna se baseia nos pressupostos do


behaviorismo, assim como muitos softwares ditos "educativos' que nada mais são
que atividades fechadas baseadas em reforços positivos.

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