Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SINTAXE DE REGÊNCIA
Hoje, trataremos do assunto em epígrafe – SINTAXE DE REGÊNCIA.
Há sempre nas orações elementos regentes e elementos regidos. Chamamos de
regentes aos termos que pedem complemento e de regidos aos que complementam
o sentido dos primeiros.
Regente Regido
COMPREI - UMA CASA
DEPENDO DE VOCÊ
CRENÇA EM DEUS
ÁVIDO DE CARINHO
INSISTO EM LUTAR
VEJO - O MAR
REGÊNCIA NOMINAL
Conforme visto anteriormente, a regência nominal estuda a relação entre os nomes
(substantivos, adjetivos e advérbios) e os termos regidos por estes nomes. Essa
relação é sempre regida por preposição.
Muitos nomes derivados apresentam o mesmo regime dos verbos de que derivam.
Assim sendo, o conhecimento do regime de certos verbos permite que se conheça o
regime dos nomes cognatos, como o substantivo "obediência", o adjetivo
"obediente", e o advérbio "obedientemente", que regem a preposição a, exatamente
como ocorre com o verbo "obedecer", que lhes deu origem.
www.pontodosconcursos.com.br 1
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Adjetivos
Acostumado (a, Essencial (a, para, Prestes (a, em,
com) em) para)
Agradável (a, para, Fácil (a, para, em, Próximo, junto (a,
de) de) de)
Ansioso (de, para, Favorável (a, para) Relacionado (a,
por) com)
Hábil (em, para)
(OBS. preposição Satisfeito (com, de,
Habituado (a, com)
omissível antes de em, por)
oração desenvolvida – (OBS. Habituado
Semelhante (a, em)
“Estava ansioso que a com deve ser imitação
aula acabasse.”) de acostumado com Sensível (a, para)
“Estava habituado com
Ávido (de, por) Sito (em)
o chão de estrelas ...”)
Capaz (de, para) (OBS: Os verbos que
Imbuído (de, em)
indicam permanência
Compatível (com,
Impróprio (a, de, regem preposição em:
entre)
para) morar, residir, estar
Contemporâneo (a, – o mesmo ocorre com
Insensível (a, para,
de) os adjetivos
com, para com)
correspondentes: sito
Contíguo (a, com,
Passível (de, a) em; a construção sito
entre)
a surgiu na língua
(OBS. Passível a
Contraditório (a, escrita jornalística e de
empregado como se
de, com, entre) tabeliões, e não
fosse sujeito a, talvez
encontra abono na
Diferente (de, pela proximidade com
gramática normativa).
entre, por) passivo a)
www.pontodosconcursos.com.br 2
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Advérbios
Os advérbios terminados em mente, via de regra, seguem o regime dos adjetivos de
que derivam.
Exemplos: análogo (a) - analogamente (a); contrário (a) - contrariamente (a);
contraditório (com) - contraditoriamente (com); diferente (de) - diferentemente
(de); favorável (a) – favoravelmente (a); relativo (a) - relativamente (a).
www.pontodosconcursos.com.br 3
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
www.pontodosconcursos.com.br 4
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Se a transitividade dos verbos for a mesma, seja direta, seja indireta com a mesma
preposição, pode-se apresentar somente um dos elementos.
O amigo que muito admiro e estimo veio aqui hoje.
O pronome relativo que retoma o substantivo amigo. Tanto o verbo admirar
quanto estimar são transitivos diretos. Assim, não há preposição antes do pronome
relativo que exerce a função de objeto direto de ambos os verbos.
O amigo que muito admiro e me preocupo veio aqui hoje .
Essa construção está condenada. Enquanto o verbo admitir é transitivo direto, o
verbo preocupar-se exige o complemento regido pela preposição com (Eu me
preocupo com o amigo). Assim, para corrigi-la, devemos repetir o pronome
relativo, tomando o cuidado em usar, no segundo caso (com preposição), o relativo
quem (assunto a ser tratado na aula sobre PRONOMES).
O amigo que muito admiro e com quem me preocupo veio aqui hoje.
Todavia, alguns autores, para empregar ao texto maior brevidade e concisão,
admitem a forma gramaticalmente inadequada.
“Não se recorda ou não sabe que perdeu uma carta?” (Machado de Assis)
O verbo recordar é transitivo indireto, com a preposição de (alguém se recorda de
alguma coisa), ao passo que o verbo saber apresenta emprego transitivo direto
(alguém sabe alguma coisa). No entanto, um único complemento (o direto) foi
apresentado.
Note que essa “simplificação” ocorre também em outras construções:
Ele esteve com ela antes e durante o velório. (antes do velório)
Ele esteve com ela antes, durante e depois do velório. (durante o velório)
www.pontodosconcursos.com.br 5
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Agradar
a) No sentido de acariciar, acarinhar, é transitivo direto.
Com as mãos calosas, agradava o filho choroso.
Aspirar
a) No sentido de respirar, sorver, é transitivo direto.
"Aspirava o cheiro das rosas abertas depois da chuva." (Rachel de Queiroz)
b)No sentido de desejar, pretender, buscar, é transitivo indireto (com preposição A).
"E quem mora no beco, só aspira ao beco." (Rachel de Queiroz)
Não se diz aspiro-lhe, e sim aspiro a ele(s), a ela(s).
Só encontra o amor quem a ele aspira.
Assistir
a) No sentido de ver, presenciar, estar presente, é transitivo indireto. Esse objeto
indireto deve ser encabeçado pela preposição a, e se for expresso por pronome de
3ª pessoa, exigirá a forma a ele(s), ou a ela(s) (nunca lhe/lhes).
Todos assistiam ao espetáculo (a ele).
Vimos em nossa aula de verbos que os verbos transitivos apenas indiretos não se
constroem na voz passiva porque só o objeto direto da ativa pode transformar-se
www.pontodosconcursos.com.br 6
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
no sujeito da passiva. Ainda se lembra disso? Pois é, agora a coisa vai complicar um
pouquinho.
Na linguagem coloquial, dada sua proximidade com os verbos VER, PRESENCIAR,
OBSERVAR (todos eles transitivos diretos), é usual o emprego do verbo ASSISTIR
(que, nessa acepção, é transitivo indireto) em voz passiva: A missa foi assistida por
milhares de fiéis.
De qualquer forma, segundo a linguagem culta formal, deve-se abolir essa
construção.
Para a prova, mais uma vez recomendamos cuidado: bancas tradicionais exigem os
aspectos cultos da gramática, devendo ser respeitada a sintaxe original.
Outras mais modernas podem aceitar a forma passiva. O jeito é analisar as opções e
agir com bom senso.
Atender
a) Quando o complemento for pessoa, é transitivo direto ou indireto
O diretor atendeu os/aos alunos.
Se a preferência for pelo pronome (e não o substantivo), usa-se somente de forma
direta o, a, os, as (e não lhe/lhes):
O diretor os atendeu.
www.pontodosconcursos.com.br 7
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Chamar
a) No sentido de chamar a presença de alguém, é transitivo direto:
Eu chamei meu filho e pedi um favor.
Ninguém o chamou aqui, seu moço.
Custar
a) No sentido de ser custoso, difícil, tem como sujeito aquilo que é difícil, podendo
apresentar-se sob a forma de uma oração reduzida de infinitivo, que pode vir
precedida da preposição a.
Custa-me o seu silêncio. (O seu silêncio é custoso para mim.)
Custa-me dizer que acendeu um cigarro.
Custou-me muito a brigar com Sabina.
Como vimos na aula sobre concordância verbal, quando o sujeito é representado por
uma oração (sujeito oracional), o verbo permanece na 3ª pessoa do singular.
Na linguagem cotidiana, dada a sua proximidade com “demorar” ou “ser difícil”,
houve alteração na construção, atribuindo-se valor à pessoa (Custei a entender essa
lição, Ele custou a chegar aqui.).
www.pontodosconcursos.com.br 8
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Outros verbos não possuem essa “flexibilidade”. Vamos analisar alguns desses
verbos inflexíveis
- COMUNICAR: Como o sentido originário desse verbo é “TORNAR ALGO COMUM
(enfatiza-se a coisa em detrimento da pessoa).
Assim, esse verbo apresenta a sintaxe direta para coisa e indireta para pessoa =
COMUNICAR ALGO A ALGUÉM.
Comunicamos ao diretor a decisão do grupo.
www.pontodosconcursos.com.br 9
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Por isso, segundo a norma culta, condena-se a construção de voz passiva em que a
pessoa se apresente como sujeito, uma vez que ela exercia a função de objeto
indireto da voz ativa. Somente a coisa pode ser o sujeito paciente:
A decisão do grupo foi comunicada ao diretor.
(e não: O diretor foi comunicado da decisão do grupo)
Esquecer
Admite três construções diferentes:
Esqueci o nome dele.
Esqueci-me do nome dele.
Esqueceu-me o nome dele.
Quando pronominal (esquecer-se), o verbo necessariamente é empregado com
complemento indireto (esquecer-se de algo).
Se este complemento for oracional, especialmente em orações desenvolvidas
(iniciadas pela conjunção que), admite-se a omissão da preposição DE: “Nunca me
esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra” (Drummond).
O que nas duas primeiras construções é objeto (direto ou indireto) passa a sujeito
na terceira: "O nome dele esqueceu-me" significa que esse nome apagou-se da
memória, saiu da lembrança. Essa sintaxe emprega à construção um valor
involuntário da ação ocorrida (algo foi esquecido por mim).
"Nunca me esqueceu esse fenômeno." (M. Assis)
= O fenômeno (sujeito) nunca esqueceu a mim (objeto indireto)
Tudo o que acontece com o verbo ESQUECER se repete com o verbo LEMBRAR.
Lembrar
www.pontodosconcursos.com.br 10
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Implicar
a) No sentido de ter implicância com, mostrar má disposição para com alguém, é
transitivo indireto.
Implicou com os irmãos..
www.pontodosconcursos.com.br 11
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Obedecer
É um verbo transitivo indireto, que rege a preposição a.
Em relação à possibilidade do emprego dos pronomes oblíquos lhe/lhes no lugar de
a ele(s)/ela(s), a maioria esmagadora dos gramáticos se posiciona favoravelmente
à troca.
Ele não é capaz de obedecer às ordens de seu chefe.
Quem lhe desobedecer sofrerá sanções.
Mesmo sendo um verbo transitivo indireto, modernamente admite voz passiva,
reminiscência do antigo regime transitivo direto. São diversos registros literários
dessa possibilidade. Essa observação, inclusive, consta da Nova Gramática do
Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, e é abonada por Celso
Luft (“A voz passiva é vista como normal - Alguém é obedecido.”).
"A Senhora manda, e é obedecida." (José de Alencar)
Em linguagem culta formal, contudo, ainda se recomenda a construção indireta.
Para a prova, tome muito cuidado. Algumas bancas são extremamente tradicionais e
ficam naquele “feijão com arroz”. Outras já preferem inovar e explorar novos
conceitos. O candidato deve procurar identificar o posicionamento da banca e, se
isso não for possível, analisar as demais opções antes de tachar a afirmação como
certa ou errada.
Idêntica é a construção do antônimo desobedecer.
Ele não podia mais desobedecer às vontades de Deus.
O gabarito foi a letra C. Note que a banca da UFRJ não aceitou a forma passiva do
verbo OBEDECER (opção B), considerando-a inadequada.
www.pontodosconcursos.com.br 12
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Pedir
Trata-se de um verbo transitivo direto. Somente aceita o complemento regido pela
preposição para quando houver subentendida, entre o verbo e a preposição, uma
palavra como licença, autorização, permissão.
Pedimos que sejam observadas as regras de convivência.
Os alunos pediram para sair. (permissão para sair)
Preferir
O verbo é transitivo direto e indireto (Preferir uma coisa a outra).
www.pontodosconcursos.com.br 13
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Proceder
a) No sentido de ter fundamento é intransitivo.
Seu pedido não procede.
b) Como portar-se, conduzir-se, é intransitivo também, sempre seguido de adjunto
adverbial de modo.
Sua esposa procedia brilhantemente em público.
b) Na acepção de provir, originar-se, descender, usa-se com preposição de.
A língua portuguesa procede do latim.
c) Usa-se com preposição a (transitivo indireto) no sentido de dar início, realizar.
Proceder-se-á ao início da sessão.
Responder
A regência primária apresenta complemento indireto, com a preposição a:
Responder às cartas, às perguntas, ao questionário.
Contudo, na língua vigente no Brasil, a sintaxe direta para coisa já está consagrada,
ainda que repudiada pelos puristas.
O verbo, nesse caso, pede objeto direto para coisa e indireto para pessoa
(Responder algo a alguém). O objeto indireto pode se apresentar sob a forma de
pronome (lhe/lhes).
Não irei responder-lhe o pedido de casamento.
Respondo as suas cartas..
Essa construção possibilita a voz passiva:
As cartas foram respondidas.
Simpatizar
O verbo simpatizar não é pronominal. Pede objeto indireto regido da preposição
com.
www.pontodosconcursos.com.br 14
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Visar
a) No sentido de dirigir a pontaria, apontar arma de fogo contra algo ou alguém, é
transitivo direto.
Visei o alvo.
b) No sentido de pôr o visto em, é transitivo direto.
As autoridades visaram o passaporte.
c) Na acepção de ter em vista um fim, pretender, deve empregar-se de preferência
com a preposição a, embora modernamente, devido à aproximação com verbos
como buscar, pretender, objetivar (transitivos diretos), se acumulem exemplos
com objeto direto.
Nela visei, acima de tudo, ao bem da comunidade.
O verbo visar já se constrói, nesse sentido, sem a preposição:
Essa sociedade não visa lucro.
Essa inovação ocorre, principalmente, quando o complemento vem sob a forma
nominal de infinitivo.
Eles visam alcançar suas metas.
www.pontodosconcursos.com.br 15
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
www.pontodosconcursos.com.br 16
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
01 - (FGV/ALESP/2002)
Assinale a alternativa cuja regência está de acordo com o padrão culto:
A. Prefiro mais doce a salgado.
B. Prefiro mais doce do que salgado.
C. Prefiro doce do que salgado.
D. Prefiro doce a salgado.
02 - (FGV/Pref.Guarulhos/2001)
Assinale a alternativa em que há erro de regência verbal.
A. Minha aparência não lhe agradou.
B. Esta é a regra que você obedecerá.
C. Assiste-lhe sempre esse direito.
D. Essa foi a conclusão a que chegamos.
03 - (FGV/ICMS MS – ATI/2006)
Em Você se lembra do rosto dela naquele instante?, obedeceu-se às regras de
regência verbal.
Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.
(A) Prefiro questões de gramática do que de interpretação.
(B) Aspiraram à vaga de piloto da companhia aérea.
(C) Os médicos assistiram o paciente.
(D) Perdoamos-lhes as dívidas.
(E) Pagaram-lhe bem.
www.pontodosconcursos.com.br 17
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Do Contrato Estimatório
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao
consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço
ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa
consignada.
(Novo Código Civil)
Pela leitura do texto II, percebe-se a importância do uso correto dos pronomes
oblíquos. Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.
(A) O chefe encontrou a secretária no corredor e pagou-a ali mesmo.
(B) Cabia-lhe o direito de reaver o documento.
(C) Os pacientes esperavam que o médico os assistisse com urgência.
(D) Ele não lhe perdoou a dívida.
(E) Ela lembrava-lhe a boa infância.
www.pontodosconcursos.com.br 18
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
10 - (UnB CESPE/INSS/1998)
Quanto à correção da substituição do trecho sublinhado pela forma apresentada em
negrito, julgue os itens abaixo.
1. “Já fez sua declaração de imposto de renda? / Já a fez?
2. “Os decretos-leis (...) abanam o rabo negativamente” / Os decretos-leis (...)
abanam-lhe negativamente
3. “Mas se tiveres alguma dúvida” / Mas se tiveres ela.
4. “Os decretos-leis tentam barrar um senhor distinto” / Os decretos-leis tentam
barrá-lo
5. “Agora é só (...) encheres este formulário-sanfona” / Agora é só (...) o encheres
www.pontodosconcursos.com.br 19
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
12 - (ESAF/AFC STN/2002)
No passado, para garantir o sucesso de um filho ou de uma filha, bastava
conseguir que eles tirassem um diploma de curso superior. Uma vez formados,
seriam automaticamente chamados de “doutor” e teriam um salário de classe
média para o resto da vida. De uns anos para cá, essa fórmula não funciona
mais. Quem quiser garantir o futuro dos filhos, além do curso superior, terá de
lhes arrumar um capital inicial. Esse capital deverá ser suficiente para o
investimento que gerará um emprego para seu filho.
Em relação aos aspectos textuais, julgue a asserção abaixo.
d) A regência do verbo chamar empregada no texto(l.3) é considerada coloquial. A
gramática ortodoxa recomenda, como mais formal, o emprego desse verbo como
transitivo direto.
13 - (CESGRANRIO/TRANSPETRO/2006)
Por meio de uma carta, os funcionários _______________ aos superiores.
Com respeito à regência, a forma verbal que preenche adequadamente a lacuna
acima é:
(A) chamaram.
(B) convidaram.
(C) cumprimentaram.
(D) pressionaram.
(E) responderam.
www.pontodosconcursos.com.br 20
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Como na frase “O nível de complexidade do Deep Fritz reside nas linhas de código
que o constituem” (linhas 17-18), também as frases abaixo estão corretas quanto ao
emprego do pronome o, menos em uma, em que o correto seria empregar o
pronome lhe. Esta frase está na opção:
A) Procurei um técnico para cientificá-lo de que havia um problema para resolver.
B) Embora o problema fosse de difícil solução, o computador o resolveu.
C) Vou procurar o técnico para certificá-lo que o problema já foi resolvido.
D) O cientista comentou que a empresa o contratou para resolver problemas
complexos.
E) A empresa que construiu o computador resolveu doá-lo para um museu.
16 - (ESAF / Analista IRB/2004) Identifique a letra em que uma das frases apresenta
erro de regência verbal.
a) Atender uma explicação.
Atender a um conselho.
b) O diretor atendeu aos interessados.
O diretor atendeu-os no que foi possível.
c) Atender às condições do mercado.
Os requerentes foram atendidos pelo juiz.
d) Atender o telefone.
Atender ao telefone.
e) Ninguém atendeu para os primeiros sintomas da doença.
Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes de incêndio.
17 - (UnB CESPE/DEFENSOR/2004)
Analise a correção da assertiva abaixo.
Em “Por conseqüência, a morte de um idioma implica perda imensurável a um país
e, inclusive, à humanidade, pois perde-se, além da forma básica de comunicação,
uma cultura com todas as suas expressões, como folclore, história, musicalidade,
religião etc.”, o emprego da preposição que antecede os termos “um país” e
“humanidade” é exigido pelas regras de regência segundo as quais está empregado
o verbo implicar.
www.pontodosconcursos.com.br 21
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Em “a diferenças sociais” (l.1), “a que todos” (l.2) e “a ela” (l.3), as três ocorrências
da preposição “a” devem-se à regência da palavra “ligada” (l.1).
www.pontodosconcursos.com.br 22
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
23 - (UnB CESPE/CEF/2006)
Julgue o item que se segue.
No trecho “que a família ensine a criança, desde pequena, a saber lidar com dinheiro
e a se envolver com o controle dos gastos”, o verbo ensinar rege um complemento
com preposição e um sem preposição.
24 - (FCC/TCE MA – Analista/2005)
... os portos da Amazônia têm um sistema de braços flutuantes...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na
frase:
(A) ... choveu menos na Amazônia.
(B) ... assim como aconteceu no início do século XX.
(C)) ... duplicando o impacto sobre o ambiente.
(D) ... que se trata de variações médias ao longo de três décadas.
(E) ... a atual seca se torna mais relativa.
www.pontodosconcursos.com.br 23
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
02 – B
O verbo obedecer é transitivo indireto, regendo a preposição a. Por isso, essa
preposição deve anteceder o pronome relativo que substitui o objeto indireto
(regra): Esta é a regra a que você obedecerá.
Na opção a, temos o verbo agradar. A banca manteve o posicionamento originário e
apresentou o verbo, na acepção de contentar, como transitivo indireto, usando o
pronome lhe. Supondo que o examinador apresentasse o verbo agradar com
complemento direto (agradá-lo), o candidato deveria ler atentamente todas as
opções antes de marcar a resposta. Na opção seguinte, a regência estava
inquestionavelmente incorreta.
O verbo assistir, no sentido de caber razão ou direito, é transitivo indireto (opção
c).
Finalmente, o verbo chegar, por indicar deslocamento, rege a preposição a. Quem
diz “chegar em” não chega a lugar algum. Está correta a construção apresentada na
opção e (Nós chegamos a uma conclusão Î a conclusão a que chegamos).
03 – A
Essa deve ter sido barbada também. A prova para o ICMS de Mato Grosso do Sul foi
aplicada recentemente. Como vimos na questão 01, a regência do verbo preferir,
quando bitransitivo, exige a preposição a. Assim, “prefiro questões de gramática a
de interpretação”.
O verbo aspirar, como desejar, é transitivo indireto, com a preposição a. Está
correta a opção b.
O verbo assistir, no sentido de prestar assistência, pode ser construído com objeto
direto ou indireto. O examinador apresentou a primeira forma.
Tanto o verbo perdoar (d) quanto pagar (e), segundo a norma culta, possuem
objeto direto de coisa e indireto de pessoa. Assim, também estão corretas as formas
“Perdoamos-lhes as dívidas” e “Pagaram-lhe [a ele] bem”.
www.pontodosconcursos.com.br 24
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
04 – A
Conforme vimos na questão anterior, o verbo pagar, em relação à pessoa, é
indireto. Assim, o correto seria “pagou-lhe [ou a ela] ali mesmo”.
Na opção b, o sujeito do verbo caber era “o direito de reaver o documento”. Isso
cabia a alguém. Foi corretamente empregado o pronome lhe na indicação do objeto
indireto de pessoa.
Em questões anteriores, já falamos sobre a regência dos verbos assistir (no sentido
de prestar assistência) e perdoar.
Resta-nos destacar o emprego do pronome pessoal oblíquo com valor possessivo na
opção e. Em regra, os pronomes pessoais oblíquos são usados para representar um
nome (substantivo), evitando, assim, sua repetição (mais sobre isso será tratado na
aula específica sobre pronomes).
No entanto, o pronome oblíquo pode ser também usado com valor possessivo, ou
seja, no lugar do “seu/sua” ou “dele/a”. Esse emprego costuma causar muita
confusão com a função de objeto indireto, uma vez que o pronome também pode se
ligar ao verbo por meio de hífen. Vejamos a diferença.
Em “Roubou-lhe a carteira”, o que se quer dizer é que “roubou a sua carteira” ou
“roubou a carteira dela”. Esse pronome, na verdade, não está complementando o
verbo roubar, mas atribuindo ao substantivo carteira uma característica – a sua
propriedade. Assim, sua função não é a de objeto indireto (complemento verbal).
Na oração “Ela lembrava-lhe a boa infância”, o complemento verbal (objeto direto) é
“a boa infância”, atendendo à sintaxe de regência do verbo lembrar (transitivo
direto).
Mais uma vez, vemos que a função do pronome oblíquo lhe não é completar o
sentido do verbo (como o faria um objeto indireto), mas modificar o substantivo
“infância”, como o faria um pronome possessivo sua (Ela lembrava a sua boa
infância). Por isso, a função sintática do pronome oblíquo, com valor de possessivo,
é a de adjunto adnominal (elemento que vem junto ao nome para definir, alterar
ou restringir o significado do nome). Está, portanto, correta a construção.
Essa opção deve ter suscitado inúmeras dúvidas, hem? Bem que lhe avisei que a
moleza iria acabar...
Não se preocupe com esses conceitos sobre pronome. Voltaremos a falar sobre o
assunto na aula própria.
05 - Item CORRETO
Já que falamos sobre o verbo lembrar, vamos falar agora sobre o seu antônimo.
O verbo esquecer-se, como vimos, quando pronominal, é transitivo indireto,
regendo a preposição de (Não se esqueça de mim.). Contudo, quando o seu
complemento indireto está sob a forma oracional (“que a construção do
autoritarismo...”), é possível a elipse (omissão) da preposição.
06 – D
www.pontodosconcursos.com.br 25
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
07 – C
Ainda que você se lembrasse da polêmica do verbo agradecer (opção c), a banca
facilitou a sua vida: apresentou dois complementos diretos. Segundo a norma
padrão, a forma adequada seria: A criança agradeceu aos primos o presente
(indireto de pessoa, direto de coisa).
08 – D
Esse é mais um verbo que apresenta dupla possibilidade de regência: pode-se
autorizar alguém a algo (direto de pessoa e indireto de coisa) ou autorizar algo a
alguém (direto de coisa e indireto de pessoa).
De qualquer forma, a preposição é a, e não “de”. Eliminamos, assim, as opções b e
c.
Na opção e, a banca sugere dois complementos indiretos: lhe e a cobrar um novo
preço, enquanto que na opção a coloca um acento grave antes de um verbo (que
não pode ser antecedido de artigo definido feminino – crase é o assunto da próxima
aula).
Por isso, a única opção correta é mesmo a letra d – “A parada o autorizava (direto
de pessoa) a cobrar um novo preço (indireto de coisa)”.
09 – A
O verbo comunicar é transitivo direto para coisa e indireto para pessoa (Comunicar
algo a alguém). Assim, o erro não está necessariamente no emprego do pronome
lhe, mas na colocação de uma preposição antes do objeto direto: Só lhe comuniquei
minha decisão ontem. Não há, no Dicionário Prático de Regência Verbal, de Celso
Pedro Luft, abono para a construção “Comunicar alguém de algo”, só “Comunicar
algo a alguém”.
Na opção c, há um excelente exemplo do pronome oblíquo com valor possessivo,
mencionado na questão 4: Só conhecia a foto do ator = Só conhecia a sua foto / a
foto dele = Só lhe conhecia a foto.
O pronome não está complementando o verbo, mas se referindo ao nome (foto).
Nas demais opções, também está correto o emprego do pronome oblíquo:
b) Não desejo mal a ele;
d) Vou apresentar meu amigo a ele;
e) Atribuímos a ele uma atitude negativa.
10 – C / E / E / C / C
Estão incorretas as substituições propostas nos itens 2 e 3:
www.pontodosconcursos.com.br 26
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Item 2 – O verbo abanar é transitivo direto (abanam o rabo). Assim, o pronome que
deve ser usado é “o”, e não o “lhe”.
Após verbos terminados de forma nasal (com –m, -õe ou –ão, como em abanam), os
pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as) recebem a letra n: abanam-no. Essa lição
consta do comentário à questão 24 da Aula 2 – Verbo. Se você já a tiver esquecido,
volte a estudá-la.
Item 3 – Na aula sobre pronomes, iremos tratar do emprego dos pronomes oblíquos.
Por ora, iremos nos ater a registrar que os pronomes ele, ela, eles, elas, quando
oblíquos, devem estar necessariamente acompanhados de preposição. O correto
seria: Mas se a tiveres.
11 – A
Essa questão trata do emprego de verbos de regências diferentes em relação a um
mesmo complemento.
Nesses casos, é recomendável a seguinte construção: entrar em casa e sair dela.
As demais opções apresentam verbos de idêntica regência, podendo ser usado
apenas um complemento para ambos.
12 - Item INCORRETO.
O verbo CHAMAR, na acepção apresentada, é um verbo transobjetivo, ou seja, além
do objeto, exige um predicativo do objeto.
Ao contrário de todos os demais verbos transobjetivos, o verbo chamar, segundo a
norma culta, pode ser tanto transitivo direto quanto indireto, sem que o seu
significado seja alterado.
Em suma, com o sentido de apelidar, qualificar, tachar, o complemento verbal do
verbo chamar tanto pode ser um objeto direto (Chamou fulano de mesquinho /
Chamou-o de mesquinho) quanto um objeto indireto, com a preposição a ou o
pronome lhe (Chamou a fulano de mesquinho / Chamou-lhe de mesquinho.).
Por sua vez, o termo “mesquinho”, que, no exemplo acima, se refere a “fulano”
(objeto direto/indireto), exerce a função de predicativo do objeto (direto/indireto)
e pode vir ou não precedido de preposição – Chamou fulano (de) mesquinho /
Chamou a fulano (de) mesquinho.
Na construção de linha 3, o verbo chamar é transitivo direto e está construído em
voz passiva (“seriam automaticamente chamados de ‘doutor’...”). Por isso, são dois
os equívocos:
1. afirmar que o verbo chamar, na construção, não seria transitivo direto - ele
é transitivo direto, sim, e por isso possibilita a voz passiva;
2. considerar que a norma culta recomenda apenas a forma direta (admitem-se
as duas transitividades – direta ou indireta).
13 – E
www.pontodosconcursos.com.br 27
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
14 – A
O verbo enviar apresenta, na construção, bitransitividade: objeto direto (a carta) e
indireto (àquele). Na aula sobre crase, veremos que o encontro da preposição a
(exigida pelo verbo) com o pronome demonstrativo aquele forma crase.
Os erros das demais opções são:
b) o substantivo heresia rege a preposição contra. Essa é uma das raras questões
de regência nominal.
c) o verbo informar apresenta dois complementos indiretos – um deles deve ser
modificado. Há duas possibilidades: informou-o de que deveria fechar ou informou-
lhe que deveria fechar.
d) O verbo recuperar é pronominal com valor reflexivo: recuperou-se daquele
distúrbio. Está correto o emprego do verbo reconhecer, na seqüência: no sentido
de assegurar, é transitivo direto e indireto – todos lhe reconhecem a competência e
dedicação.
15 – C
O verbo certificar é mais um exemplo de dupla possibilidade de regência, assim
como informar, avisar: a sintaxe originária é certificar alguém de alguma coisa
(direto para pessoa e indireto para coisa); contudo, acabou evoluindo para certificar
algo a alguém (direto para coisa e indireto para pessoa). A banca explorou esse
conceito.
e) O verbo doar apresenta transitividade direta (doar alguma coisa), sendo cabível o
pronome oblíquo o.
www.pontodosconcursos.com.br 28
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
16 - E
Essa questão é praticamente uma aula de regência verbal do verbo atender.
Todos os exemplos apresentados nas opções da questão foram retirados do livro de
Celso Pedro Luft (obra citada no início da aula).
Sobre a regência do verbo atender:
1. o verbo será facultativamente transitivo direto ou transitivo indireto (neste
caso, regendo a preposição a) nas seguintes acepções:
- no sentido de dar ou prestar atenção – “Atender a um conselho” (opção
a),”Atender uma explicação” (opção a), “O diretor atendeu aos
interessados” (opção b); Luft ressalta que, se o complemento for um
pronome pessoal referente a PESSOA, só se empregam as formas
objetivas diretas – “O diretor atendeu os interessados” ou “aos
interessados”, mas somente “O diretor atendeu-os.”.
- na acepção de tomar em consideração, considerar, levar em conta,
ter em vista – “Atender às condições do mercado.” (opção c);
- com sentido de responder – “Atender ao / o telefone (opção d);
2. na acepção de conceder uma audiência , é transitivo direto e, por isso,
possibilita a construção na voz passiva – “Os requerentes foram atendidos pelo
juiz” (opção c);
3. no sentido de acolher, deferir, tomar em consideração, é transitivo direto –
“O diretor atendeu-os no que foi possível” (opção b) ;
4. no sentido de atentar, reparar, é transitivo indireto, podendo reger as
preposições a, para, em – “Ninguém atendeu para os primeiros sintomas da
doença” (opção e).
17 – Item INCORRETO.
18 – Item INCORRETO.
www.pontodosconcursos.com.br 29
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Mais uma vez, a banca tenta confundir o candidato. Ainda que não tenha sido objeto
da questão, merece destaque o emprego culto do verbo implicar, com a
transitividade direta (“diferenças sociais que impliquem que...”).
Em relação aos dois primeiros, isso é verdade (“não está ligada, pois, a diferenças
sociais ..., mas tão-só [ligada] a que todos se submetem...”). Em virtude de o termo
regente ser um adjetivo, temos aí um caso de regência nominal.
19 - B
No período “Outro mito muito em voga é | de que a globalização torna a vida das
pessoas muito mais instável”, há duas orações, quais sejam:
• “Outro mito muito em voga é de” – oração principal
• “que a globalização torna a vida das pessoas muito mais instável.” – oração
subordinada à principal
A preposição “de” (sublinhada acima), que antecede a conjunção “que”, é exigida
pelo substantivo “mito” (mito de alguma coisa). Contudo, a ausência da repetição
desta palavra ou de sua substituição por um pronome acarretou a falha de coesão
textual, acabando por deixar a preposição sozinha, sem termo ao qual pudesse se
ligar.
Há duas possibilidades de correção e, conseqüentemente, de classificação da oração
subordinada:
1ª possibilidade:
- “Outro mito muito em voga é o de que a globalização torna a vida das pessoas
muito mais instável.”
1ª oração - “Outro mito muito em voga é o de” - oração principal (o pronome
demonstrativo “o” representa o substantivo “mito” e passa a ser o termo regente
da preposição de)
2ª oração - “que a globalização torna a vida das pessoas muito mais instável.” -
oração subordinada completiva nominal (serve de complemento nominal ao
substantivo mito)
2ª possibilidade:
- “Outro mito muito em voga é que a globalização torna a vida das pessoas muito
mais instável.”
1ª oração - “Outro mito muito em voga é” - oração principal (em relação ao
exemplo anterior, foram retirados o pronome demonstrativo o e a preposição de)
www.pontodosconcursos.com.br 30
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
2ª oração – “que a globalização torna a vida das pessoas muito mais instável.” -
oração subordinada predicativa do sujeito (com a retirada da preposição,
essa oração passa a exercer a função de predicativo do sujeito, em um predicado
nominal)
A expressão “é de que”, apresentada na questão, constitui um erro.
Nas duas próximas questões, teremos mais exemplos de construções como essa.
20 - B
A exemplo do que vimos na questão anterior, a passagem “A estimativa é de que
metade das empresas não declarou” apresenta duas possibilidades de correção:
1 – A estimativa é a de que metade das empresas não declarou.
2 – A estimativa é que metade das empresas não declarou.
Outro erro foi na construção “nos registros da Receita constam em cerca de 40 mil
empresas que estariam obrigadas a declarar”. Não há justificativa para o emprego
da preposição em. Na ordem direta, verificamos que “Cerca de 40 mil empresas
que estariam obrigadas a declarar” é o sujeito oracional de “constam nos registros
da Receita”. Há necessidade, portanto, de retirar a preposição em.
Volte, agora, ao exemplo da página 16, em que apresentamos uma questão da
última prova para o TCU, aplicada pela ESAF.
O item e daquela questão apresenta uma estrutura idêntica à apresentada aqui:
A conjunção indicada pelo item (5) inicia uma oração que serve de predicativo do
sujeito (que essas reformas aumentem o PIB do País...).
Para completar a série, veremos como o tema foi abordado por outra banca
examinadora – UnB CESPE.
21 – Item INCORRETO.
Afirma-se que constitui erro a troca de “A minha firme convicção é que” por “A
minha firme convicção é a de que”.
22 – Item INCORRETO.
www.pontodosconcursos.com.br 31
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
23 – Item CORRETO.
Já afirmamos que a transitividade de um verbo só pode ser identificada a partir de
seu emprego. Na passagem “que a família ensine a criança ... a saber lidar com
dinheiro”, o verbo ensinar é bitransitivo, ou seja, apresenta simultaneamente um
complemento direto (a criança) e outro indireto, antecedido da preposição a (a saber
lidar com o dinheiro).
Portanto, está correta a afirmação de que, no trecho em destaque, o verbo ensinar
rege um complemento com preposição (objeto indireto – a saber lidar com o
dinheiro) e outro sem (a criança).
Esse verbo é daqueles que admitem dupla possibilidade de regência. A primeira
acabamos de ver: ENSINAR ALGUÉM A (VERBO NO INFINITIVO). A segunda forma é
ENSINAR ALGO A ALGUÉM. Ambas as construções estariam corretas.
24 - C
Os aspectos de regência passam, necessariamente, pela transitividade de um verbo.
Isso você já se cansou de saber.
O verbo ter, na construção “os portos da Amazônia têm um sistema de braços
flutuantes”, é transitivo direto (objeto direto é “um sistema de braços flutuantes”).
O examinador busca nas opções um verbo que apresente o mesmo tipo de
complemento.
Vamos verificar a transitividade de cada um deles:
(A) intransitivo – Em “choveu menos na Amazônia”, a expressão “na Amazônia”
apresenta valor circunstancial de lugar – é um advérbio e, portanto, exerce a função
sintática de adjunto adverbial (já estamos realizando a análise sintática: um
advérbio sempre exerce a função de adjunto adverbial).
(B) intransitivo – O mesmo ocorre com a expressão adverbial “no início do século
XX”, que apresenta um valor circunstancial de tempo/momento.
(C) transitivo direto – O objeto direto é “o impacto sobre o ambiente”. ESSA É A
RESPOSTA CERTA!
www.pontodosconcursos.com.br 32
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
25 - E
O verbo em epígrafe é transitivo indireto (precisará de segmentos setoriais). A
construção verbal que apresenta idêntica transitividade é a da letra (E) – valem para
os advogados.
Vamos analisar a dos demais verbos:
(A) transobjetivo – objeto direto: “a”; predicativo do objeto direto: “mais rápida”;
(B) transitivo direto – objeto direto: “a liberdade dos juízes”;
(C) transitivo direto – objeto direto: “a influência do Executivo”;
(D) verbo de ligação – predicativo do sujeito: “restrita”; complemento nominal
(liga-se ao adjetivo “restrita”): “a matérias tributárias”. Este elemento é o termo
regido de um adjetivo, sendo, portanto, caso de sintaxe de regência nominal.
Essa era a pegadinha da questão. Muita gente deve ter marcado essa opção
como correta imaginando que o elemento que exerce a função de complemento
nominal seria objeto indireto – ledo engano! Não foi à toa que a opção correta era a
letra (E).
www.pontodosconcursos.com.br 33