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Acção de Formação MABE – Novembro 2009

Sessão 4 – 1ª Parte da tarefa

a) Subdomínio seleccionado: A.2. (Promoção das Literacias da Informação,


Tecnológica e Digital).

b) Análise dos indicadores A.2.2. (Processo) e A.2.4. (Impacto).

Pretende-se neste subdomínio em geral, e no indicador A.2.2. em particular, que


a biblioteca desenvolva acções que promovam o desenvolvimento das competências
de informação dos professores e alunos da escola de modo a que possam ser
melhoradas as práticas pedagógicas de uns (professores) e as competências de ambos
(professores e alunos) neste domínio. A sociedade da informação e do conhecimento
assim o exige e a escola não pode deixar de cumprir a sua missão de dotar os jovens
das competências necessárias para a sobrevivência numa era em que o sucesso já não
assenta na base do paradigma da era industrial, mas sim no paradigma do século XXI, a
era do conhecimento.

Nessa perspectiva, como aliás em todo o trabalho em que deve assentar o papel
da BE, tem de haver uma colaboração estreita com os outros intervenientes na escola,
sendo que, neste caso, os intervenientes mais directos serão os docentes em geral, os
docentes das áreas disciplinares não curriculares em particular, os coordenadores de
departamento e área curricular e os directores de turma. Será no trabalho
colaborativo com estas estruturas, nomeadamente os coordenadores de área, que
poderá ser definido um “currículo de competências transversais adequado a cada
ano/ciclo de escolaridade” e estabelecido, através de trabalho conjunto com os
coordenadores de departamento e parecer final do conselho pedagógico, um “plano
para a literacia da informação”, a ser incluído no projecto educativo e curricular e,
através dos docentes e directores de turma, nos projectos curriculares de turma. Este
plano deve incluir a adopção de um modelo de pesquisa proposto pela BE (por
exemplo, o “Big 6”), que também terá a seu cargo a divulgação do modelo e a
produção de outros materiais de apoio (por exemplo, “Internet Segura” e “Referências
Webgráficas”), assim como a tarefa de promover e estimular a utilização das
tecnologias de informação e comunicação na planificação das actividades lectivas dos
docentes, colaborando, participando e/ou orientando actividades lectivas com turmas,
grupos e alunos sempre que necessário, e participando antecipadamente na
planificação que os docentes façam de tarefas em que os alunos precisem de recorrer
aos recursos da BE para realizarem os seus trabalhos de pesquisa. Nesse sentido, é
muitas vezes necessário promover acções de formação para os professores mais
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“avessos” à utilização das novas tecnologias e aprofundar os conhecimentos da área


que a própria equipa da BE já possui. Apenas uma nota pessoal, que tem a ver com a
minha experiência como professora de Inglês e que me tem revelado constantemente
que os alunos de 10º ano, a quem habitualmente solicito trabalhos que requerem
pesquisa e tratamento de informação, não têm na sua maioria as competências nessa
área, apresentando trabalhos com recurso a apenas uma fonte de informação e
limitando-se a um “copy/paste” sem qualquer valor em termos de produção de
conhecimento. Muitas vezes me tenho perguntado para que lhes tinham servido as
áreas curriculares não disciplinares e é com agrado que registo que o trabalho que
estou a fazer agora pode (e deve!) ter alguma interferência nesse campo.

Para finalizar a análise relativa a este ponto resta-me acrescentar que a recolha
de evidências relativa a este indicador e decorrente de tudo o que disse anteriormente
é, obviamente, a listagem indicada nesse item pelo MAPE, e que a parte que me
parece mais importante que o professor bibliotecário não se esqueça de registar é a
dos contactos, pois tendem a ser normalmente mais informais, enquanto os outros já
são por habituação ou normalização, mais correntes.

No que se refere ao indicador A.2.4., é minha opinião que decorre do processo


de implementação do indicador anterior, sendo o seu indicador lógico de Impacto. Se
todo o processo que descrevi anteriormente for aceite pela comunidade escolar e for
posto em prática, então os resultados esperados são os factores críticos de sucesso
descritos para este indicador, i.e., os alunos são capazes de, de acordo com as metas
que têm de ser estabelecidas para o seu ano de escolaridade, seleccionar e utilizar as
ferramentas digitais e não digitais disponíveis, pesquisar e seleccionar a informação
pertinente, organizar, sintetizar e comunicar a informação tratada, avaliar o trabalho
realizado e demonstrar o seu progresso na área de pesquisa e tratamento da
informação, assim como consciência cívica sobre questões relacionadas com plágio e
propriedade intelectual. Para além disso, teremos conseguido que transformem a
informação que pesquisaram em verdadeiro conhecimento. E ainda, ter-se-ão também
conseguido implementar as acções para a melhoria, ou seja, introduzir uma política
orientada para o uso sistemático das TIC e a adopção de um modelo de pesquisa
uniforme, a formação de docentes nessa área, a produção de materiais de apoio e o
reforço entre a BE e o trabalho na sala de aula.

Já em relação ao que é proposto na listagem de evidências, surge-me uma


dúvida que terei de esclarecer oportunamente. A grelha de observação mais adequada
para este indicador parece-me ser o modelo O2 (MABE, pág. 83) e não o O1 (que me
parece mais indicado para o indicador A.2.5), como é sugerido nas evidências, e não
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encontro nenhum modelo T1, que me parece corresponder a um outro modelo O2,
que surge na página 84. Em relação ao regimento da BE, no que diz respeito ao meu
caso em particular, só posso encontrar evidências no facto de o regimento (ou
regulamento?, ainda tenho esta dúvida) regular a utilização da BE como complemento
do espaço da sala de aula.

c) Plano de avaliação destes indicadores

Tal como é referido no texto da sessão (pág. 4) “… os principais desafios


colocados pelo Modelo de Auto-avaliação residem na avaliação dos impactos sobre os
utilizadores e da necessidade de, a este respeito:

 Clarificar adequadamente os objectivos da BE;

 Esclarecer os objectivos de aprendizagem dos alunos em relação com a


biblioteca;

 Estabelecer os indicadores adequados para essas aprendizagens;

 Recolher as evidências apropriadas, lidando com dados de natureza


quantitativa e qualitativa;

 Assegurar a realização do processo de recolha, tratamento, análise e


comunicação dos dados.”

Uma vez que me vou debruçar especificamente sobre os dois indicadores que
seleccionei, abordarei a quarta e quinta questão das acima citadas e que tem a ver
com a recolha de evidências e tratamento, análise e comunicação dos dados, mas
antes disso terei de fazer uma “avaliação diagnóstica breve” (pág. 12) da situação, tal
como ela se apresenta de momento. Para essa avaliação identificarei os pontos fortes
actuais, os pontos fracos a desenvolver e os pontos em que ainda não se pensou ou
sobre os quais não há qualquer informação, conforme sugerido nas instruções para
aplicação do modelo (pág. 61).

Assim, procurarei respostas para as seguintes questões, que têm a ver com os
indicadores em causa:

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 Está definido um perfil de desempenho nas competências digitais para


cada ano/ciclo de escolaridade?

 Existe um plano de desenvolvimento da literacia da informação no


projecto educativo e curricular de escola?

 Que áreas disciplinares/departamentos utilizam a BE como recurso para o


desenvolvimento de trabalhos de pesquisa ou de projecto com os seus
alunos?

 Existe um modelo de pesquisa uniforme utilizado por toda a escola?

 Existem materiais de apoio e guiões de pesquisa para a realização de


trabalhos? Se sim, por quem são usados? Como são divulgados?

 A equipa da BE apoia os professores na planificação de actividades?

 A equipa da BE apoia os alunos na realização de trabalhos?

 A equipa da BE realiza acções de formação para professores e alunos


(grupos/turmas)?

 Qual o papel da equipa quando a biblioteca é utilizada como


complemento do espaço aula?

 Quem avalia os trabalhos realizados pelos alunos na BE? Onde encontrar


os registos dessa avaliação?

Este diagnóstico deverá ser a base da integração destes subdomínios na


elaboração do plano de acção e de actividades, em que, no primeiro, se referirão as
metas a atingir em cada ano e, no segundo, as iniciativas/actividades para a sua
consecução, os destinatários, recursos humanos, materiais e financeiros,
calendarização e avaliação. (formas, procedimentos e momentos).

Depois de definidos os itens referidos e focando apenas a avaliação, terá de se


proceder à planificação da mesma. Tendo já sido ponderados os aspectos implicados,
decorrentes do processo exposto anteriormente, terá de se proceder à definição da
amostra para recolha de evidências. Na impossibilidade de uma recolha universal,
terão de ser seleccionados os documentos a utilizar, que poderão ser os seguintes,
para o subdomínio A.2.2:

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 Registos de reuniões de trabalho do professor bibliotecário com os


departamentos/áreas disciplinares para análise dos currículos;

 Referências ao plano para a literacia da informação nos projectos


educativo e curricular de escola e nos projectos curriculares de turma;

 Referências à BE nas actas do conselho pedagógico, das reuniões de


conselho de turma e do conselho geral;

 Guiões de pesquisa e outros materiais de apoio elaborados e divulgados


pela BE;

 Plano de actividades da BE;

 Registos quantitativos da utilização, por professores e alunos, dos


recursos da BE em tecnologias digitais;

 Folhas de registo tal como exemplificados nas páginas 66 e 67 do MABE;

 Requisições de recursos da BE para utilização em sala de aula;

 Documentos e materiais para actividades de ensino elaborados pela / ou


com a colaboração da BE;

 Cursos de formação orientados ou dinamizados pela BE.

Calendarização: Estes documentos serão analisados e tratados no final do


3º período

Já em relação ao subdomínio A.2.4., torna-se pertinente a utilização de


questionários e uma amostra de destinatários a inquirir, pelo que se propõe o
seguinte:

 Questionário QD1, aplicado a todos os docentes que leccionam as áreas


curriculares não disciplinares e a disciplina de Área de Projecto no 12º
ano e uma amostra de 2 professores (um mais velho e outro mais novo)
de cada área disciplinar, o que representa cerca de 50% do total de
professores da escola;

 Questionário QA1, aplicado aos alunos de uma turma de cada ano de


escolaridade (do 7º ao 12º), o que representa cerca de 150 alunos, ou
seja, cerca de 20% do número total de alunos;

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 Grelhas de observação O2 e T1 aplicadas, em conjunto com o respectivo


professor, a uma turma de 7º ano, uma de 8º, uma de 9º e uma de 12º na
disciplina de Área de Projecto, e a uma turma de 10º e 11º ano numa
disciplina da formação específica (20%) dos alunos;

 Estatísticas de utilização livre da BE: recursos utilizados e actividades


realizadas;

 Cópias dos trabalhos escolares que os alunos realizaram nas várias


disciplinas e ficaram arquivados na BE;

 Estatísticas dos resultados escolares dos alunos das turmas em


observação para uma análise diacrónica.

 Entrevistas com os directores das turmas objecto de análise.

Calendarização: Os questionários QA1 e as grelhas de observação O2 e T1


deverão ser aplicados no início e no final do ano lectivo, ao mesmo grupo de
alunos, para se poder avaliar a evolução das competências dos alunos e
compará-las com os resultados escolares. Todas as outras evidências serão
analisadas no final do 3º período.

Todos estes dados serão depois analisados e confrontados com os factores


críticos de sucesso e os descritores de desempenho, resultando daí uma
avaliação/apreciação do impacto e valor da BE no desenvolvimento das competências
tecnológicas nas práticas pedagógicas dos professores e nas aprendizagens e sucesso
educativo dos alunos.

Os resultados desta avaliação serão incluídos no relatório de auto-avaliação,


onde ficará objectivado se estes subdomínios são um dos pontes fortes da BE ou uma
área em que é preciso melhorar, factor essencial para que se possa reavaliar o plano
de acção e incluir, se necessário acções para a melhoria.

É, por fim, necessário não esquecer a necessidade de divulgar os resultados da


auto-avaliação à escola (Texto da sessão, pág. 14) para que possa ser feita uma análise
e reflexão colectiva sobre esses resultados, de modo a obter o comprometimento e
apoio da escola nas acções de melhoria a implementar.

Em conclusão, diria que tentei fazer este plano segundo as orientações do MABE,
expressas também em todo o texto da sessão, que por sua vez seguem as directrizes

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do Basic Guide to Program Evaluation. Quando da leitura deste último documento,


considerei de especial relevância as recomendações que passo a citar:

“Pitfalls to Avoid
1. Don't balk at evaluation because it seems far too "scientific." It's not. Usually the first
20% of effort will generate the first 80% of the plan, and this is far better than nothing.
2. There is no "perfect" evaluation design. Don't worry about the plan being perfect. It's
far more important to do something, than to wait until every last detail has been
tested.
3. Work hard to include some interviews in your evaluation methods. Questionnaires
don't capture "the story," and the story is usually the most powerful depiction of the
benefits of your services.
4. Don't interview just the successes. You'll learn a great deal about the program by
understanding its failures, dropouts, etc.
5. Don't throw away evaluation results once a report has been generated. Results don't
take up much room, and they can provide precious information later when trying to
understand changes in the program.”

Chaves, 24 de Novembro de 2009

Mariana Mesquita Oliveira

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