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Acção de Formação: Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares

Módulo 4
João Carlos Costa
DRLVT, Turma 9

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1
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As práticas de auto-avaliação das bibliotecas escolares são um dos fundamentos para se poder esta-
belecer medidas de melhoria, quer através da análise dos seus pontos fortes e das suas fraquezas, e essa
tem sido uma realidade ao longo dos últimos anos, muito embora essa avaliação tenha ocorrido, na maio-
ria dos casos, apenas de forma algo empírica e tendo em consideração aspectos parciais, estando quase
sempre desligada da auto-avaliação da escola no seu todo, para além de não deixar de ser frequente que
os «outcomes», os impactos das medidas tomadas, acabem por ficar de fora da perspectiva geral, de que
têm resultado recolhas de «outputs», analisados sob um ponto de vista apenas quantitativo, ou seja, uma
contagem do número de frequentadores da biblioteca, de empréstimos efectuados, ou uma quantificação
dos utilizadores de meios informáticos. Mas os estudos mais recentes apontam principalmente para «uma
filosofia de avaliação baseada em outcomes e de natureza essencialmente qualitativa», em que se valoriza
o método de «entrosar a avaliação da biblioteca o mais possível com o modelo de auto-avaliação utilizado
pela escola»2.

Estes princípios, sobre os quais assenta o modelo que é objecto desta formação, aponta para «um
processo cíclico de planeamento, execução e avaliação» cuja «questão mais crítica [é a] recolha de evi-
dências demonstrativas do impacto da biblioteca»3, que se organiza em quatro domínios e subdomínios e
em diversos indicadores, contendo ainda alguns instrumentos para a sua operacionalização: questionários,
grelhas de observação de competências ou de análise do trabalho dos alunos, análise documental, dados
estatísticos, entrevistas, que deverão incidir sobre uma amostra de «20 a 30% do número total de profes-
sores e 10% do número de alunos em cada nível de escolaridade»4, sendo que o Modelo refere explicita-
mente amostras mínimas de 30% de docentes para escolas até 49 docentes e 20% caso esse número seja
igual ou superior a 50 docentes.

Não é pretensão deste trabalho questionar a utilidade de tal amostra ou da quantidade de evidên-
cias apontadas como necessárias para que a auto-avaliação seja representativa, muito embora tenha a
convicção de que me pareça algo excessiva, tendo em consideração o tipo de tarefas com que os Profes-
sores Bibliotecários (PB) se vêem confrontados, e em que o esforço, a dedicação e o tempo sejam em
grande parte canalizados para a recolha de evidências, que deve ser regular e permanente, como se a

1
McNamara, C. (1997-2009), [Em linha] «Basic Guide to Program Evaluation» in Free Management Library, URL:
http://www.managementhelp.org/evaluatn/fnl_eval.htm#anchor1585345. Consulta: 23/11/09
2
«Guia da sessão: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Parte I)», pág. 2, texto disponibili-
zado na plataforma da formação.
3
Id., pág. 4
4
Ibid., pág. 9

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auto-avaliação fosse um fim em si mesma e não um meio de melhorar e corrigir práticas incorrectas ou
insuficientes dentro de cada aspecto ou domínio sobre o qual deverá incidir. Muito embora se pretenda
fazer com que a auto-avaliação estabeleça anualmente um único domínio, para que no quadriénio todos
os domínios tenham sido objecto de análise, se a preocupação incidir preferencialmente nas evidências
face às práticas e ao trabalho efectivo que deve ser o propósito do professor bibliotecário e da sua equipa,
podemos correr o risco de que todo o quotidiano destes responsáveis se torne numa recolha em vez de
um processo, face aos muitos constrangimentos de que as nossas bibliotecas escolares sofrem, desde a
falta de Assistentes Operacionais, que frequentemente faz dos professores bibliotecários meros funcioná-
rios do atendimento das bibliotecas, e fornecedores de fotocópias, relegando para segundo ou terceiro
plano aquilo que deveria ser o seu verdadeiro papel, estabelecendo parcerias com os restantes docentes
ou outras escolas ou instituições, ajudando ou encaminhando os alunos para os recursos disponíveis, tra-
balhando em conjunto com os seus colegas, disponibilizando meios e métodos para que os alunos consi-
gam evoluir nas suas aprendizagens e obtenham melhores resultados.

Um dos aspectos que hoje em dia é considerado essencial nessas aprendizagens é, sem dúvida, a
«Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital», um subdomínio (A.2) integrado no domí-
nio «Apoio ao Desenvolvimento Curricular», identificado como domínio A. Neste subdomínio, seleccionei
para este trabalho os indicadores A.2.3, «Promoção do ensino em contexto de competências tecnológicas
e digitais na escola/agrupamento» e A.2.4., «Impacto da BE nas competências tecnológicas, digitais e de
informação dos alunos da escola/agrupamento».

Sendo o primeiro indicador relativo ao processo, nele está implícita uma preocupação centrada na
dinamização de actividades realizadas pela Biblioteca Escolar (BE), integrada no Plano Anual de Activida-
des da escola e nas planificações de docentes dos diversos departamentos, que estabeleça prioridades de
formação de utilizadores na área das novas tecnologias e na cooperação com as práticas desenvolvidas em
sala de aula, sendo mais evidentes as possibilidades de parcerias com docentes que leccionem disciplinas
como as de Área de Projecto (AP), a qual poderá incidir na realização de sessões de trabalho de formação
para os alunos sobre técnicas de pesquisa, recolha e tratamento de informação, sendo aqui mais evidente
a possibilidade de orientar os alunos em métodos de pesquisa de informação, em motores de busca, em
metamotores de busca, em pesquisa booleana, no rigor na selecção de fontes face ao número tantas
vezes excessivo disponibilizado através de pesquisas pouco rigorosas ou demasiado genéricas, no rigor na
citação bibliográfica dessas mesmas fontes, na ponderação e reflexão sobre a informação recolhida, evi-
tando-se práticas comuns de copiar e colar textos integrais, apelando simultaneamente para o rigor e cor-
recção da linguagem utilizada, na exploração e utilização de recursos que resultam de parcerias com
outras escolas em projectos como o SERonline, na produção de guiões que podem ser fornecidos aos alu-
nos, na concretização de pastas de Favoritos nos browsers de Internet que apontem para páginas que os

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alunos possam vir a consultar, organizados igualmente de acordo com a CDU, tal como os documentos
impressos fisicamente disponibilizados na própria BE, podendo ser recolhidas sugestões dos docentes dos
diversos departamentos que sejam objecto de uma avaliação da sua fiabilidade, rigor e utilidade, para o
que poderão ser construídas grelhas. Estes aspectos, que podem contribuir para o sucesso do conjunto de
actividades a desenvolver neste domínio, poderiam decorrer de uma lista organizada pela equipa da BE, e
sobre a qual incidiria posteriormente a recolha de evidências. Por outro lado, creio ser da maior utilidade
a criação de uma equipa de alunos monitores, que manifestassem vontade, disponibilidade e perfil para a
integrar, sobre os quais incidiria uma primeira fase de formação, para que estes alunos servissem também
de formadores de outros alunos, preferencialmente de anos inferiores, que futuramente viessem a inte-
grar a equipa de alunos monitores quando os primeiros terminassem o seu ciclo de estudos na escola.

Mas muito do acima exposto depende de diversos factores. Em primeiro lugar, dos próprios conhe-
cimentos dos PB a nível informático, ou melhor, como utilizadores das novas tecnologias da informação e
comunicação, competências estas que, tal como as relativas aos recursos electrónicos e nos media, em
muitos casos são ainda reduzidas, e estes docentes, para que se tornem formadores nestas áreas, hoje em
dia tão importantes, terão de passar eles mesmos por um processo de formação intensiva, que lhes forne-
ça as ferramentas indispensáveis para poderem desempenhar o seu papel na implementação de todo este
processo, quando é de conhecimento geral que a formação na área das novas tecnologias foi substancial-
mente reduzida nos últimos anos, criando evidentes constrangimentos, tanto aos centros de formação de
professores, como aos próprios docentes, que, face aos problemas decorrentes da sua progressão na car-
reira, se viram na contingência de realizar formação nas áreas da sua especialidade. Ao longo desta forma-
ção, tenho constatado que alguns professores bibliotecários dominam com muita dificuldade alguns
aspectos básicos que são indispensáveis para que se torne possível um trabalho eficaz das BE na colabora-
ção com outros professores e na formação de utilizadores de bibliotecas. Se assim é, como será possível
orientar alunos e realizar actividades ou criar recursos, manipular ferramentas de tratamento de imagem,
de apresentações multimédia, de edição de som e imagem, de paginação electrónica, para mencionar
apenas algumas? Certamente que haverá algum trabalho a fazer, e estas mudanças irão implicar muito
trabalho e muito esforço das equipas de biblioteca, que muitas vezes não integram docentes das áreas da
informática, bem como dos PB, muitas vezes a braços com dificuldades decorrentes da simples informati-
zação do fundo documental da própria biblioteca por que são responsáveis. Pedir a estes docentes que
consigam, num curto espaço de tempo, adquirir conhecimentos suficientes para fazer formação de utiliza-
dores de BE, alunos e professores, na área das novas tecnologias, que produzam documentação de apoio
nesta área específica, que estabeleçam protocolos de cooperação ou intercâmbio com outras escolas ou
com instituições, que produzam informação, que sejam capazes de manipular ferramentas ou recursos

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electrónicos, que concebam e dinamizem actividades através da utilização destes recursos poderá ser
demasiado ambicioso a curto prazo.

Este poderá, muito naturalmente, ser um ponto forte em algumas bibliotecas, mas poderá ser
igualmente um ponto fraco em muitas outras, e da auto-avaliação neste domínio será igualmente possível
estabelecer planos de melhoria e definir estratégias, só que alguns destes aspectos não dependem unica-
mente da vontade e disponibilidades dos professores, mas também do que lhes é facultado pelos centros
de formação e pela estrutura das próprias escolas; melhor dizendo, em escolas onde exista um grupo
docente da área da informática ou colegas que possuam conhecimentos nesta área, para além de vontade
e disponibilidade, será possível receber formação e adquirir estas competências, mas em muitas escolas a
realidade é bem diferente, e aí não existem professores que possam desenvolver actividades ou dar for-
mação aos PB que dela careçam.

Atendendo agora ao indicador A.2.4, que incide já nos impactos, a sua avaliação requer uma atitude
de permanente atenção e recolha de evidências em aspectos tão díspares como os trabalhos dos alunos, a
observação quase diária das capacidades demonstradas pelos alunos na aplicação dos conhecimentos que
foram sendo adquiridos, na maneira como evoluíram na utilização das novas tecnologias e como utiliza-
ram a informação recolhida, para além da aquisição de valores morais e éticos como o respeito pelos
direitos autorais, pela integridade do texto escrito, pela sua utilização como fonte de informação e da sua
não apropriação incorrecta, na íntegra ou em parte, questões de difícil avaliação e em que o acesso à
documentação disponibilizada através da Internet facilita o processo de cópia indevida, quer quando se
trate de documentos escritos, quer audiovisuais, princípios estes que são difíceis de assimilar por parte de
quem adquiriu hábitos de descarregar ficheiros a um ritmo quase diário e que os programas peer-to-peer
vieram banalizar. Trata-se, muito naturalmente, de um aspecto muito sensível, que tem vindo a preocupar
recentemente as autoridades e sobre o qual a própria União Europeia enviou recomendações aos gover-
nos dos diversos países que a constituem. Para além disso, analisar progressos evidenciados pelos alunos
nestas áreas torna-se algo complicado se tivermos em conta que o mesmo grupo de alunos poderá não
frequentar a BE de forma constante, a não ser que lhes seja traçado um plano de trabalho que permita
esse acompanhamento de forma regular, com algum carácter de obrigatoriedade.

Se atentarmos agora nos métodos de recolha de evidências, ou seja nos instrumentos a utilizar, veri-
ficamos que todos os que são apontados na literatura existente têm aspectos positivos e negativos,
melhor dizendo, apresentam «advantagens» mas também «challenges»5, um eufemismo que suaviza
alguns dos problemas que decorrem da sua aplicação. Se listas de verificação, questionários ou inquéritos
são mais fáceis de aplicar, embora de concepção morosa, os resultados obtidos poderão dar apenas uma

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McNamara, C. (1997-2009), id.

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visão parcial, para além de as questões colocadas poderem orientar os seus destinatários para dar deter-
minadas respostas; por outro lado, tanto as entrevistas como a análise de trabalhos prestam-se a uma
observação mais profunda e fornecem uma visão mais completa do que se pretende avaliar, no entanto
são processos morosos e consomem muito do tempo disponível de quem pretenda aplicá-los. A observa-
ção é igualmente um instrumento útil, uma vez que permite acompanhar um determinado aspecto
enquanto ele se vai desenrolando e não será muito difícil adaptá-lo às circunstâncias em que decorre, mas
ainda assim pode ser algo complexo, de difícil interpretação dos dados recolhidos e pode influenciar o
comportamento de quem está a ser observado. Já a recolha de evidências através de pequenos grupos ou
de estudos de casos, para além de consumirem igualmente muito tempo e de a sua organização ser algo
complicada, poderão proporcionar resultados satisfatórios e constituírem uma importante oportunidade
de abranger aspectos muito diversos e fornecerem bastante informação, mesmo se aplicados num curto
período temporal.

No entanto, torna-se evidente que, qualquer que seja o processo, os instrumentos utilizados, os
domínios e os indicadores que venham a ser seleccionados, sejam eles de processos, sejam eles de impac-
tos, daí decorrerão sempre aspectos positivos e negativos, como em qualquer processo avaliativo.

Se pretendermos organizar os dois indicadores e estruturar uma avaliação a este propósito, pode-
remos considerar os seguintes aspectos:

Indicador A.2.3.

Instrumentos de
Factores de sucesso Calendarização
recolha de evidências
A BE promove actividades de formação de utilizadores nas  Plano de Actividades da BE
seguintes áreas:  Levantamento estatístico da Preenchimento mensal de
 recolha, tratamento e utilização de informação através utilização de PCs grelhas de registo
das TIC  Levantamento estatístico de
 utilização de motores de busca, metamotores de bus- utilizadores presentes das
ca e pesquisa booleana sessões de formação
 pesquisa de informação nas bases de dados da BE ou  Inquéritos aos formandos
Final dos 2º e 3º períodos
em escolas associadas (alunos e professores)
 promoção de recursos informáticos como projectos de  Grelhas de observação
parceria (SERonline)  Registos fotográficos ou em
 programas informáticos de tratamento de texto, folha vídeo
de cálculo, tratamento de imagem, apresentação mul-  Materiais produzidos
timédia, edição de imagem/som
A BE disponibiliza informação através de:  Plano de Actividades da BE Final de cada período
 página da Internet da BE, de blogues da BE ou de  Levantamento da documen-
newsletters, boletins ou jornais realizados pela BE tação produzida
 guiões de apoio à literacia da informação e comunica-  Inquéritos Final do 3º período
ção

A BE apoia e dinamiza a educação para os média através  Plano de Actividades da BE Final do 3º período
de:  Grelhas de registo de opi-
 actividades em colaboração com outros docentes niões
 participação na recolha de informação e elaboração de  Inquéritos a alunos e profes-

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trabalhos na Área de Projecto / Formação Cívica sores
/Estudo Acompanhado  Recolha de trabalhos
A BE contribui para a elaboração e disponibilização aos  Plano de Actividades da BE Final do 3º período
seus utentes de:  Grelhas de registo de opi-
 grelhas de avaliação de páginas da Internet niões
 ligações úteis e adequadas através da pasta de Favori-  Inquéritos a alunos e profes-
tos do browser de Internet sores
 guiões de pesquisa e de procedimentos  Levantamento da documen-
 recursos digitais e impressos adequados às necessida- tação produzida
des dos seus utentes
 obras em suporte digital, quer em disco, quer através
da Internet

Indicador A.2.4.

Instrumentos de
Factores de sucesso Calendarização
recolha de evidências
Os alunos que participam em actividades promovidas pela  Plano de Actividades da BE No início e no final dos 2º e 3º
BE ou em que a BE colabora:  Estatísticas de utilização da períodos
 Mostram uma evolução nas competências de literacia BE/CRE
da informação e comunicação
 Inquéritos / questionários
 Dominam ferramentas digitais essenciais
 Utilizam nos seus trabalhos diferentes técnicas e pro-  Grelhas de observação
gramas informáticos e incorporam-nos em diferentes  Trabalhos produzidos
suportes  Registos de reuniões ou
 Recorrem a diferentes fontes de informação e selec- contactos com docentes /
cionam as mais pertinentes, sintetizando a informação departamentos / grupos
 Utilizam métodos de pesquisa mais rigorosos e utili- disciplinares / conselhos de
zam pesquisa booleana turma
 Referem indicações bibliográficas de forma completa,
seguindo as regras estabelecidas  Estatísticas e registos do
 Utilizam obras de referência, bibliotecas digitais, SERonline
motores ou metamotores de busca
 Demonstram compreensão com questões de ordem
legal e ética na utilização das fontes e recursos
 Recorrem regularmente a serviços prestados pela e na
BE, como consultas de bases de dados, Serviço de
Referência online
Os professores recorrem com regularidade à BE, ao PB e à  Plano de Actividades da BE Final do 3º período
equipa da BE:  Estatísticas de utilização da
 Para apoio e colaboração nas actividades da sala de BE/CRE
aula
 Inquéritos / questionários
 Para utilizar recursos disponibilizados na e pela BE
 Para encaminhar os seus alunos para recursos e servi-  Trabalhos produzidos
ços da BE, como o Serviço de Referência online, ou
para consultas da base de dados.
 Para requerer formação para os seus alunos em aspec-
tos que envolvem projectos ou tarefas específicos

João Carlos Costa


Novembro de 2009

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