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31.05.2004
Número de referência
ABNT NBR ISO 10012:2004
20 páginas
© ABNT 2004
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reproduzida ou utilizada em qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e
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Sumário Página
Prefácio............................................................................................................................................................... iv
Introdução ........................................................................................................................................................... v
1 Objetivo e campo de aplicação............................................................................................................1
2 Referências normativas ........................................................................................................................1
3 Termos e definições..............................................................................................................................1
4 Requisitos gerais...................................................................................................................................2
5 Responsabilidade da direção...............................................................................................................3
5.1 Função metrológica ..............................................................................................................................3
5.2 Foco no cliente ......................................................................................................................................3
5.3 Objetivos da qualidade .........................................................................................................................3
5.4 Análise crítica pela direção ..................................................................................................................3
6 Gestão de recursos ...............................................................................................................................4
6.1 Recursos humanos ...............................................................................................................................4
6.2 Recursos de informação ......................................................................................................................4
6.3 Recursos materiais ...............................................................................................................................5
6.4 Fornecedores externos.........................................................................................................................6
7 Comprovação metrológica e realização do processo de medição ..................................................7
7.1 Comprovação metrológica ...................................................................................................................7
7.2 Processo de medição..........................................................................................................................10
7.3 Incerteza de medição e rastreabilidade ............................................................................................12
8 Análise e melhoria do sistema de gestão de medição ....................................................................13
8.1 Generalidades......................................................................................................................................13
8.2 Auditoria e monitoramento ................................................................................................................13
8.3 Controle de não-conformidades ........................................................................................................14
8.4 Melhoria................................................................................................................................................16
Bibliografia........................................................................................................................................................20
Prefácio
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização.
As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos
Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais Temporárias
(ABNT/CEET), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores
envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros)
A ABNT NBR ISO 10012 foi elaborada no Comitê Brasileiro da Qualidade (ABNT/CB–25), pela Comissão de
Estudo de Tecnologia de Suporte (CE–25:000.03). O Projeto circulou em Consulta Pública conforme Edital
nº 08 de 28.10.2003, com o número Projeto 25:000.03-001.
Esta Norma cancela e substitui as ABNT NBR ISO 10012-1:1993 e ABNT NBR ISO 10012-2:1999.
Introdução
Um sistema de gestão de medição eficaz assegura que o equipamento de medição e os processos de
medição são adequados para seu uso pretendido e é importante para atingir os objetivos da qualidade do
produto e gerenciar o risco de resultado de medição incorreta. O objetivo de um sistema de gestão de
medição é gerenciar o risco de que o equipamento de medição e os processos de medição possam produzir
resultados incorretos afetando a qualidade dos produtos de uma organização. Os métodos usados para o
sistema de gestão de medição variam da verificação básica do equipamento à aplicação de técnicas
estatísticas no controle do processo de medição.
Nesta Norma, o termo “processo de medição” aplica-se às atividades físicas de medição (por exemplo, em
projeto, teste, produção, inspeção).
Um dos princípios de gestão estabelecidos na ABNT NBR ISO 9000 trata da abordagem orientada ao
processo. Recomenda-se que os processos de medição sejam considerados como processos específicos que
objetivem dar suporte à qualidade dos produtos produzidos pela organização. O modelo de sistema de gestão
de medição aplicável, utilizado nesta Norma é apresentado na figura 1.
Esta Norma inclui tanto requisitos como orientação para implementação de sistemas de gestão de medição e
pode ser útil na melhoria de atividades de medição e da qualidade de produtos. Os requisitos aparecem no
texto em caracteres normais. A orientação aparece em caracteres itálicos dentro de uma caixa de texto, após
o parágrafo apropriado de requisitos. A orientação é somente para informação e não constitui adição,
limitação ou modificação de qualquer requisito.
Seguir os requisitos estabelecidos nesta Norma facilitará o cumprimento dos requisitos para medições e
controle do processo de medição especificado em outras normas, por exemplo, as
ABNT NBR ISO 9001:2000, subseção 7.6, e ABNT NBR ISO 14001:1996, subseção 4.5.1.
Esta Norma não tem a intenção de ser usada como um requisito para demonstrar a conformidade com a
ABNT NBR ISO 9001, ABNT NBR ISO 14001 ou qualquer outra norma. Partes interessadas podem concordar
em usar esta Norma como uma entrada para satisfazer os requisitos do sistema de gestão de medição nas
atividades de certificação.
Esta Norma não pretende ser um substituto ou uma adição aos requisitos da ABNT NBR ISO/IEC 17025.
NOTA Existem outras normas e guias para elementos particulares que afetam os resultados de medição, por
exemplo, detalhes de métodos de medição, competência de pessoal e comparações interlaboratoriais.
2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis para a aplicação desta Norma. Para as referências
datadas, somente a edição citada se aplica. Para referencias não datadas, a última edição do documento
referenciado (incluindo qualquer aditamento) se aplica. A ABNT mantém registros das normas atualizadas.
VIM:19931) - Vocabulário Internacional de termos fundamentais e gerais de metrologia. BIPM, IEC, IFCC, ISO,
IUPAC, IUPAP, OIML
3 Termos e definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se os termos e definições das ABNT NBR ISO 9000 e VIM e os
seguintes:
3.1
sistema de gestão de medição
conjunto de elementos inter-relacionados e interativos, necessários para obter a comprovação metrológica e o
controle contínuo dos processos de medição
3.2
processo de medição
conjunto de operações para determinar o valor de uma grandeza
1)
Nota da tradução: Adotado no Brasil através da portaria n° 29/1995 do INMETRO
3.3
equipamento de medição
instrumento de medição, programa de computador, padrão de medição, material de referência ou dispositivos
auxiliares, ou uma combinação deles, necessários para executar um processo de medição
3.4
característica metrológica
propriedade distinta que pode influenciar os resultados de medição
3.5
comprovação metrológica
conjunto de operações necessárias para assegurar que um equipamento de medição atende aos requisitos do
seu uso pretendido.
NOTA 1 Comprovação metrológica normalmente inclui calibração ou verificação, qualquer ajuste ou reparo necessário,
e subseqüente recalibração, comparação com os requisitos metrológicos para o uso pretendido do equipamento, assim
como qualquer etiqueta ou lacre necessários.
NOTA 2 Comprovação metrológica não é alcançada, até que, e a menos que, a adequação do equipamento de
medição para o seu uso pretendido tenha sido demonstrada e documentada.
NOTA 3 Os requisitos para o uso pretendido incluem considerações tais como amplitude, resolução, erro máximo/erro
permitido.
NOTA 4 Os requisitos de comprovação metrológica são normalmente distintos dos requisitos do produto, e não estão
especificados nestes requisitos.
3.6
função metrológica
função com responsabilidade técnica e administrativa para definir e implementar o sistema de gestão de
medição
4 Requisitos gerais
O sistema de gestão de medição deve assegurar que requisitos metrológicos especificados são satisfeitos.
Orientação
Requisitos metrológicos especificados são derivados de requisitos para o produto. Estes requisitos são
necessários tanto para o equipamento de medição quanto para os processos de medição. Requisitos podem
ser expressos como erro máximo permissível, incerteza permissível, faixa, estabilidade, resolução,
condições ambientais ou habilidades do operador.
A organização deve especificar os processos de medição e o equipamento de medição que estão sujeitos às
provisões desta Norma. Ao decidir o escopo e a extensão do sistema de gestão de medição, devem ser
levados em consideração os riscos e as conseqüências de falhas no cumprimento dos requisitos metrológicos.
5 Responsabilidade da direção
A função metrológica deve ser definida pela organização. A Alta Direção da organização deve assegurar a
disponibilidade dos recursos necessários para estabelecer e manter a função metrológica.
Orientação
A função metrológica pode ser um departamento único ou estar distribuída em toda a organização.
A gestão da função metrológica deve estabelecer, documentar e manter o sistema de gestão de medição e
continuamente melhorar a sua eficácia.
A gestão da função metrológica deve definir e estabelecer objetivos mensuráveis da qualidade para o sistema
de gestão de medição. Critérios de objetivos de desempenho e procedimentos para os processos de medição
e seu controle devem ser definidos.
Orientação
— nenhum produto não-conforme, nem produto conforme rejeitado devido a medições incorretas, deve
ser aceito;
— nenhum processo de medição pode estar fora de controle por mais de um dia sem ser detectado;
— todas as comprovações metrológicas devem ser completadas dentro dos prazos acordados;
— todos os programas de treinamento dos técnicos devem ser completados dentro do cronograma
estabelecido;
— o tempo em que o equipamento de medição ficar fora de operação deve ser reduzido por uma
percentagem definida.
A Alta Direção da organização deve assegurar a análise crítica sistemática do sistema de gestão de medição
em intervalos planejados, para assegurar sua contínua pertinência, adequação e eficácia. A Alta Direção deve
assegurar que os recursos necessários estejam disponíveis para analisar criticamente o sistema de gestão de
medição.
Os resultados da análise crítica pela direção devem ser usados pela gestão da função metrológica para
modificar o sistema quando necessário, incluindo melhorias nos processos de medição (ver seção 8) e
analisando criticamente os objetivos da qualidade. Os resultados de todas as análises críticas e as ações
tomadas devem ser registrados.
6 Gestão de recursos
A gestão da função metrológica deve definir e documentar as responsabilidades de todo o pessoal designado
para o sistema de gestão de medição.
Orientação
Esta Norma não exclui o uso de pessoal especialista externo para a função metrológica.
A gestão da função metrológica deve assegurar que o pessoal envolvido no sistema de gestão de medição
tenha demonstrado ter habilidade para desempenhar as tarefas designadas. Qualquer habilidade
especializada requerida deve ser especificada. A gestão da função metrológica deve assegurar que seja
fornecido treinamento focado nas necessidades identificadas, sejam mantidos registros das atividades de
treinamento, e que a eficácia do treinamento seja avaliada e registrada. O pessoal deve ser conscientizado
sobre a extensão de suas responsabilidades e do impacto de suas atividades sobre a eficácia do sistema de
gestão de medição e na qualidade do produto.
Orientação
A competência pode ser obtida através da educação, treinamento e experiência, e demonstrada por testes
ou desempenho observado.
Quando pessoal que está em treinamento é usado, deve ser fornecida supervisão adequada.
6.2.1 Procedimentos
Orientação
Procedimentos técnicos podem ser baseados em práticas de medição, padrão publicados ou em instruções
escritas de clientes ou de fabricantes de equipamento.
Programas de computador usados nos procedimentos de medição e cálculos de resultados devem ser
documentados, identificados e controlados para assegurar sua adequabilidade para o uso continuado.
Programa de computador e qualquer revisão dele devem ser testados e/ou validados antes do uso inicial,
aprovados para uso e arquivados. Testes devem ser realizados na extensão necessária para assegurar
resultados válidos das medições.
Orientação
Programas de computadores podem estar em diversas formas, tais como embutidos, programáveis, ou
prontos para aquisição.
Testes podem incluir verificação de vírus, verificação dos algoritmos programados do usuário, ou uma
combinação deles, sempre que necessário para encontrar o resultado de medição requerido.
Controle da configuração de programas de computador pode ajudar a manter a integridade e validade dos
processos de medição que utilizam programas de computador. O arquivamento pode ser pela criação de
cópias-reserva, armazenagem em locais diferentes, ou qualquer outro meio de salvaguardar a programação,
assegurar acessibilidade e fornecer o nível de rastreabilidade necessário.
6.2.3 Registros
Devem ser mantidos registros contendo informações requeridas para a operação do sistema de gestão de
medição. Procedimentos documentados devem assegurar a identificação, armazenagem, proteção,
recuperação, tempo de retenção e disposição dos registros.
Orientação
6.2.4 Identificação
Equipamentos de medição e procedimentos técnicos usados no sistema de gestão de medição devem ser
claramente identificados, individual ou coletivamente. Deve haver uma identificação da situação da
comprovação metrológica do equipamento.
Equipamento usado no sistema de gestão de medição deve ser distinguível de outro equipamento.
Todo equipamento de medição necessário para satisfazer requisitos metrológicos especificados deve estar
disponível e identificado no sistema de gestão de medição. O equipamento de medição deve ter uma situação
de calibração válida antes de ser comprovado. Equipamentos de medição devem ser usados em um ambiente
que é conhecido ou controlado na extensão necessária para assegurar resultados de medição válidos.
Equipamentos de medição usados para monitorar e registrar as grandezas que influenciam devem ser
incluídos no sistema de gestão de medição.
Orientação
Equipamento de medição pode ser comprovado para uso em processos específicos de medição e não
comprovado para uso em outros processos de medição por causa de diferentes requisitos metrológicos.
Requisitos metrológicos para o equipamento de medição são derivados de requisitos especificados para o
produto ou dos equipamentos a serem calibrados, verificados e comprovados.
O erro máximo permissível pode ser definido pela referência às especificações publicadas do fabricante do
equipamento de medição ou pela função metrológica.
Equipamentos de medição podem ser calibrados por uma organização distinta daquela que desempenha a
função metrológica na comprovação metrológica.
A gestão da função metrológica deve estabelecer, manter e usar procedimentos documentados para receber,
manusear, transportar, armazenar e expedir equipamentos de medição, no sentido de prevenir abusos, mau
uso, danos e mudanças nas suas características metrológicas. Deve haver procedimento para processar a
retirada ou introdução de equipamentos de medição do sistema de gestão de medição.
6.3.2 Ambiente
As condições ambientais requeridas para a operação eficaz dos processos de medição cobertos pelo sistema
de gestão de medição devem ser documentadas.
As condições ambientais que afetam as medições devem ser monitoradas e registradas. Correções baseadas
nas condições ambientais devem ser registradas e aplicadas aos resultados de medição.
Orientação
Condições ambientais que afetam os resultados de medição podem incluir temperatura, taxa de variação da
temperatura, umidade, iluminação, vibração, controle de poeira, limpeza, interferência eletromagnética e
outros fatores. Fabricantes de equipamentos normalmente fornecem especificações, dando faixas e cargas
máximas, e limitações das condições ambientais, para o correto uso do equipamento.
A gestão da função metrológica deve definir e documentar os requisitos para produtos e serviços a serem
fornecidos por fornecedores externos para o sistema de gestão de medição. Fornecedores externos devem
ser avaliados e selecionados com base na sua habilidade em atender aos requisitos documentados. Critérios
de seleção, monitoramento e avaliação devem ser definidos e documentados, e os resultados da avaliação
devem ser registrados. Devem ser mantidos registros dos produtos e serviços fornecidos pelos fornecedores
externos.
Orientação
Se um fornecedor externo for usado para testes ou calibração, o fornecedor deve ser capaz de demonstrar
competência técnica com uma norma de laboratório tal como a ABNT NBR ISO/IEC 17025. Produtos e
serviços fornecidos por fornecedores externos podem requerer verificações dos requisitos especificados.
7.1.1 Generalidades
A comprovação metrológica (ver figura 2 e anexo A) deve ser projetada e implementada para assegurar que
características metrológicas do equipamento de medição satisfaçam os requisitos metrológicos do processo
de medição. A comprovação metrológica compreende a calibração e a verificação do equipamento de
medição.
Orientação
As características metrológicas do equipamento de medição devem ser adequadas para seu uso pretendido.
Orientação
— faixa,
— tendência,
— repetibilidade,
— estabilidade,
— histerese,
— variações,
— resolução,
— discriminação (limite),
— erro,
— faixa morta.
Características metrológicas de equipamento de medição são fatores que contribuem para a incerteza de
medição (ver 7.3.1), os quais possibilitam comparação direta com os requisitos metrológicos no
estabelecimento da comprovação metrológica.
Recomenda-se que sejam evitadas sentenças qualitativas das características metrológicas em termos de,
por exemplo, “exatidão requerida do equipamento de medição”.
Os métodos usados para a determinação ou mudança dos intervalos entre comprovações metrológicas
devem ser descritos em procedimentos documentados. Esses intervalos devem ser analisados criticamente e
ajustados quando necessário para assegurar a contínua conformidade com os requisitos metrológicos
especificados.
Orientação
O intervalo de calibração pode ser igual ao intervalo de comprovação metrológica. (ver OIML D10).
Cada vez que um equipamento de medição não conforme é reparado, ajustado ou modificado o intervalo para
sua comprovação metrológica deve ser analisado criticamente.
Acessos aos meios de ajustes e dispositivos sobre equipamento de medição comprovado, cuja posição afeta
o desempenho, devem ser selados ou de alguma outra forma protegidos para prevenir mudanças não
autorizadas. Selos ou proteções devem ser projetados e implementados de tal forma que mudanças não
autorizadas sejam detectadas.
Procedimentos do processo de comprovação metrológica devem incluir ações a serem tomadas quando selos
ou proteção são encontrados quebrados, danificados, contornados ou faltando.
Orientação
O requisito para selagem não se aplica a meios ou dispositivos de ajuste que são intencionalmente
posicionados pelo usuário sem a necessidade de referências externas; por exemplo, ajustes de zero.
Recomenda-se que seja dada atenção especial para técnicas de proteção de escrita, para prevenir
alterações não autorizadas em programas de computadores e nos procedimentos da organização.
Recomenda-se que as decisões sobre que equipamento de medição deveria ser selado, os controles ou
ajustes que serão selados e o material de selagem, tais como etiquetas, soldas, fios, tintas, sejam
normalmente deixadas para a função metrológica. Recomenda-se que a implementação de um programa de
selagem pela função metrológica seja documentada. Nem todos os equipamentos de medição têm a
possibilidade de serem selados.
Registros do processo de comprovação metrológica devem ser datados e aprovados por uma pessoa
autorizada para atestar a correção dos resultados, como apropriado.
Orientação
O tempo mínimo para a retenção de registros depende de muitos fatores, incluindo os requisitos do cliente,
requisitos estatutários ou regulamentares e responsabilidade civil do fabricante. Registros relacionados com
padrões de medição podem precisar ser mantidos indefinidamente.
m) identificação única (como números de série) de qualquer relatório ou certificado de calibração e outros
documentos pertinentes;
p) resultados da calibração obtidos após, e onde requerido, antes de qualquer ajuste, modificação ou reparo.
Orientação
Recomenda-se que resultados de calibração sejam registrados de forma que a rastreabilidade de todas as
medições possa ser demonstrada e de forma que os resultados das calibrações possam ser reproduzidos
sob condições próximas das condições originais.
O erro máximo permissível pode ser determinado pela função metrológica, ou por referência às
especificações publicadas do fabricante do equipamento de medição.
A função metrológica deve assegurar que somente a pessoas autorizadas seja permitido gerar, emendar,
emitir ou apagar registros.
7.2.1 Generalidades
Processos de medição que são partes do sistema de gestão de medição devem ser planejados, validados,
implementados, documentados e controlados. Grandezas de influências que afetem os processos de medição
devem ser identificadas e consideradas.
A especificação completa de cada processo de medição deve incluir a identificação de todo o equipamento
pertinente, procedimentos de medição, programas de computador para medição, condições de uso,
habilidades do operador e todos os outros fatores que afetam a confiabilidade do resultado de medição.
O controle dos processos de medição deve ser conduzido de acordo com procedimentos documentados.
Orientação
Um processo de medição pode requerer correção de dados, por exemplo, devido às condições ambientais.
Os requisitos metrológicos devem ser determinados com base nos requisitos do cliente, da organização,
estatutários e regulamentares. Os processos de medição projetados para satisfazer esses requisitos
especificados devem ser documentados, validados como apropriado e, se necessário, acordados com o
cliente.
Para cada processo de medição, os elementos e os controles do processo pertinente devem ser identificados.
A escolha de elementos e limites de controle deve ser compatível com o risco de falha na conformidade com
os requisitos especificados. Esses elementos e controles do processo devem incluir os efeitos de operadores,
equipamento, condições ambientais, grandezas de influência e métodos de aplicação.
Orientação
— os métodos de medição;
Os processos de medição podem ser validados por comparação com resultados de outros processos
validados, pela comparação de resultados por outros métodos de medição ou por análise contínua de
características de processo de medição.
O processo de medição deve ser projetado para prevenir resultados de medições errôneos e deve assegurar
a pronta detecção de deficiências e ações corretivas em tempo oportuno.
Orientação
Recomenda-se que o esforço dedicado ao controle do processo de medição seja compatível com a
importância das medições para a qualidade do produto final da organização. Exemplos de onde um alto
grau de controle do processo de medição é apropriado incluem sistemas de medição críticos ou complexos,
medições que assegurem segurança do produto ou medições que resultem em alto custo subseqüente, se
for incorreta. Controles mínimos de processo podem ser adequados para medições simples de partes não
críticas. Procedimentos para controle do processo podem ser genéricos para tipos similares de
equipamentos de medição e aplicações, tais como o uso de ferramentas de mão para medir partes
usinadas.
Recomenda-se que o impacto das grandezas de influência sobre o processo de medição seja quantificado.
Pode ser necessário projetar e realizar experimentos ou investigações específicos para este fim. Quando
isto não é possível, recomenda-se que sejam usados os dados, especificações e advertências fornecidas
por um fabricante de equipamento.
As características de desempenho requeridas para o uso pretendido do processo de medição devem ser
identificadas e quantificadas.
Orientação
— incerteza de medição,
— estabilidade,
— repetibilidade,
— reprodutibilidade, e
O processo de medição deve ser realizado sob condições controladas projetadas para atender aos requisitos
metrológicos.
A função metrológica deve manter registros para demonstrar conformidade com os requisitos do processo de
medição, incluindo:
a) uma descrição completa dos processos de medição implementados, incluindo todos os elementos (por
exemplo, operadores, qualquer equipamento de medição ou padrões de verificação) usados e as
condições de operação pertinentes;
b) os dados pertinentes obtidos dos controles do processo de medição, incluindo qualquer informação
pertinente à incerteza de medição;
d) a(s) data(s) na(s) qual(is) foi conduzida cada atividade de controle do processo de medição;
Orientação
Para os propósitos de registro, identificações por lote podem ser adequadas para itens de consumo usados
em controle de processo de medição.
A função metrológica deve assegurar que somente a pessoas autorizadas é permitido gerar, emendar, emitir
ou apagar registros.
A incerteza de medição deve ser estimada para cada processo de medição abrangido pelo sistema de gestão
de medição (ver 5.1).
Estimativas da incerteza devem ser registradas. A análise das incertezas de medição deve ser completada
antes da comprovação metrológica do equipamento de medição e da validação do processo de medição.
Todas as fontes conhecidas da variabilidade de medição devem ser documentadas.
Orientação
Os conceitos envolvidos e os métodos que podem ser usados na combinação dos componentes de
incerteza e a apresentação dos resultados são apresentados no “Guia para a expressão de incerteza em
medição” (GUM). Outros métodos documentados e aceitos podem ser usados.
É possível que alguns componentes de incerteza sejam pequenos comparados com outros componentes, o
que poderia tornar injustificável sua determinação detalhada sob aspectos técnicos ou econômicos. Desta
forma, recomenda-se que a decisão e a justificativa sejam registradas. Em todos os casos, recomenda-se
que o esforço dedicado na determinação e registro de incerteza de medições seja compatível com a
importância dos resultados de medição para a qualidade do produto da organização. O registro de
determinações de incerteza pode tomar a forma de “declarações genéricas” para tipos similares de
equipamento de medição, com contribuições sendo adicionadas para processos de medição individuais.
Recomenda-se que a incerteza de um resultado de medição leve em conta, entre outras contribuições, a
incerteza da calibração do equipamento de medição.
O uso apropriado de técnicas estatísticas para análise dos resultados de calibrações prévias e para a
avaliação dos resultados de calibrações de vários itens similares de equipamento de medição pode auxiliar
na estimativa de incertezas.
7.3.2 Rastreabilidade
A gestão da função metrológica deve assegurar que todos resultados de medição sejam rastreáveis às
unidades padrões do Sistema Internacional (SI).
Rastreabilidade de medições às unidades do SI deve ser alcançada por referência a um padrão primário
apropriado ou por referência a uma constante natural, cujo valor em termos de unidades SI pertinentes é
conhecido e recomendado pela Conferência Geral de Pesos e Medidas e pelo Comitê Internacional de Pesos
e Medidas.
Onde acordado, padrões de consenso usados em situações contratuais devem ser somente usados quando
não existem unidades do SI ou constantes naturais reconhecidas.
Orientação
Rastreabilidade é usualmente alcançada através de laboratórios de calibração confiáveis tendo sua própria
rastreabilidade aos padrões nacionais de medição. Por exemplo, um laboratório que atenda aos requisitos
da ABNT NBR ISO/IEC 17025 poderia ser considerado confiável.
Institutos Nacionais de Metrologia são responsáveis por padrões nacionais de medição e sua
rastreabilidade, incluindo aqueles casos onde o padrão nacional de medição é mantido por Instituições
outras que não sejam os Institutos Nacionais de Metrologia. Resultados de medição podem ser rastreáveis
através de um Instituto Nacional de Metrologia externo ao país onde a medição é feita.
Registros de rastreabilidade de resultados de medições devem ser mantidos por tanto tempo quanto
requerido pelo sistema de gestão de medição, pelo cliente ou por requisitos estatutários e regulamentares.
8.1 Generalidades
A função metrológica deve planejar e implementar o monitoramento, análise e melhorias necessários para:
8.2.1 Generalidades
A função metrológica deve usar auditoria, monitoramento e outras técnicas, como apropriado, para determinar
a adequação e a eficácia do sistema de gestão de medição.
A função metrológica deve monitorar informações relativas à satisfação do cliente para verificar se as
necessidades metrológicas do cliente foram satisfeitas. Os métodos para obter e usar esta informação devem
ser especificados.
A função metrológica deve planejar e conduzir auditorias do sistema de gestão de medição para assegurar
sua implementação eficaz contínua e atendimento aos requisitos especificados. Resultados das auditorias
devem ser relatados para as partes envolvidas na gestão da organização.
Orientação
Auditorias do sistema de gestão de medição podem ser conduzidas como uma parte das auditorias do
sistema de gestão da organização.
Auditorias do sistema de gestão de medição podem ser conduzidas pela função metrológica da
organização, ou por pessoal contratado ou de terceira parte. Recomenda-se que auditores não auditem
suas próprias áreas de responsabilidade.
Nos processos contidos no sistema de gestão de medição, devem ser monitorados a comprovação
metrológica e os processos de medição. O monitoramento deve ser realizado de acordo com procedimentos
documentados e a intervalos estabelecidos.
Ele deve incluir a determinação de métodos aplicáveis, incluindo técnicas estatísticas, e a extensão do seu
uso.
O monitoramento do sistema de gestão de medição deve prevenir desvios dos requisitos, assegurando a
pronta detecção de deficiências e tomando, em tempo oportuno, ações para sua correção.
Este monitoramento deve ser na proporção correta ao risco de falha para atender os requisitos especificados.
A função metrológica deve assegurar a detecção de quaisquer não-conformidades e adotar ação imediata.
Orientação
Convém que elementos não-conformes sejam identificados para prevenir uso inadvertido.
Neste ínterim, ações (por exemplo, planos imediatos) podem ser tomadas até que as ações corretivas sejam
implementadas.
Qualquer processo de medição conhecido que produza, ou seja, suspeito de produzir, resultados de medição
incorretos, deve ser adequadamente identificado e não deve ser usado até que ações apropriadas tenham
sido tomadas.
Um processo de medição, modificado devido a uma não-conformidade, deve ser validado antes do seu uso.
Orientação
— inspeções subseqüentes,
— comparações interlaboratoriais,
— auditorias internas, e
— retroalimentação de cliente.
c) ter mau funcionamento de forma que possa invalidar seu uso pretendido,
h) ter sido exposto à influência de grandezas que possam afetar adversamente seu uso pretendido (por
exemplo, campo eletromagnético, poeira)
deve ser removido do serviço por segregação ou identificado por marcação ou etiquetagem facilmente visível,
a não-conformidade deve ser verificada e um relatório de não-conformidade deve ser preparado.
Tal equipamento não deve retornar ao serviço até que as razões para sua não-conformidade tenham sido
eliminadas e ele seja comprovado novamente.
Equipamento de medição não-conforme, que não retornou às suas características metrológicas pretendidas,
deve ser claramente marcado ou identificado de outra maneira. A comprovação metrológica de tal
equipamento para outros usos deve assegurar que a situação de alteração está claramente aparente e inclui
identificação de qualquer limitação de uso.
Orientação
Se for impraticável ajustar, reparar ou revisar com o propósito de ser reparado o equipamento considerado
não adequado para seu uso pretendido, uma opção é rebaixamento de função ou uma mudança em seu
uso pretendido. Convém que reclassificação seja somente usada com muito cuidado, pois pode causar
confusão entre os usos permitidos de partes de equipamentos aparentemente idênticas. Isto inclui
comprovações metrológicas limitadas de somente algumas faixas ou funções de equipamentos multifaixas.
Se o resultado de uma verificação metrológica antes de qualquer ajuste ou reparo indicar que o equipamento
de medição não atendeu aos requisitos metrológicos de tal forma que a correção dos resultados de medição
pode ter sido comprometido, o usuário do equipamento deve determinar as conseqüências potenciais e tomar
qualquer ação necessária. Isto pode envolver reexame do produto produzido, usando medições realizadas
com o equipamento de medição não-conforme.
8.4 Melhoria
8.4.1 Generalidades
A função metrológica deve planejar e gerenciar a melhoria contínua do sistema de gestão de medição com
base nos resultados das auditorias, análise crítica pela administração e outros fatores pertinentes, tais como,
retroalimentação dos clientes. A função metrológica deve analisar criticamente e identificar oportunidades
potenciais para a melhoria do sistema de gestão de medição e modificá-lo se necessário.
Quando um elemento importante do sistema de gestão de medição não atende aos requisitos especificados,
ou quando dados pertinentes mostram um comportamento inaceitável, ações devem ser tomadas para
identificar a causa e eliminar a discrepância.
Correções e soluções de ação corretiva devem ser verificadas antes de retornar o processo de medição ao
uso.
A função metrológica deve determinar ação(ões) para eliminar as causas potenciais de não-conformidade de
medição ou comprovação, no sentido de prevenir suas ocorrências. Ações preventivas devem ser apropriadas
para o efeito do problema potencial. Um procedimento documentado deve ser estabelecido para definir
requisitos para:
Anexo A
(informativo)
A.1 Introdução
O processo de comprovação metrológica tem duas entradas, os requisitos metrológicos do cliente (RMC) e as
características metrológicas do equipamento de medição (CMEM), e uma saída, a situação de comprovação
metrológica do equipamento de medição.
Exemplo: É requerido que a pressão seja controlada entre 200 kPa e 250 kPa em um reator de processo para
uma operação crítica. Este requisito deve ser interpretado e expresso como um RMC para o equipamento de
medição de pressão. Isto poderia resultar em um RMC que o equipamento seja capaz de medir uma faixa de
pressão de 150 kPa a 300 kPa, com 2 kPa de erro máximo permissível, uma incerteza de medição de 0,3 kPa
(não incluindo os efeitos relacionados com o tempo), e com uma tendência não maior que 0,1 kPa por período
de tempo especificado. O cliente compara os RMC com as características (explícitas ou implícitas)
especificadas pelo fabricante do equipamento e seleciona equipamento de medição e procedimentos que
melhor atendam aos RMC. O cliente pode especificar um fornecedor particular para um manômetro com uma
classe de exatidão de 0,5% e faixa de 0 kPa a 400 kPa.
Esta é uma importante característica como uma entrada quando se avalia a incerteza da medição para o
processo de medição quando o equipamento é usado.
Os resultados da calibração podem ser documentados dentro do sistema de comprovação metrológica por
qualquer método apropriado como, por exemplo, certificados de calibração ou relatórios de calibração (onde
calibrações são terceirizadas ) ou por registros dos resultados da calibração (quando desempenhado
inteiramente dentro da função metrológica da organização).
Características importantes para a medição, por exemplo, incerteza de medição, são não só dependentes do
equipamento, mas, também, do ambiente, do procedimento de medição específico e, algumas vezes, da
habilidade e experiência do operador. Por esta razão, é muito importante que o processo de medição
completo seja considerado quando se seleciona o equipamento de medição para satisfazer requisitos.
Esta consideração é a responsabilidade da função metrológica para a organização, embora atividades
específicas possam ser desempenhadas pela organização ou por uma pessoa adequadamente qualificada,
como um metrologista independente.
Exemplo: Seguindo o exemplo de A.2, é assumido que o erro encontrado pela calibração é 3 kPa em 200 kPa,
com uma incerteza da medição na calibração de 0,3 kPa. Portanto, o instrumento não atende ao requisito de
erro máximo permissível. Após o ajuste, o erro encontrado pela calibração é 0,6 kPa e a incerteza no
processo de calibração é 0,3 kPa. O instrumento agora atende ao requisito do erro máximo permissível e
pode ser confirmado para uso, assumindo que a evidência de demonstração de atendimento do requisito de
tendência vem sendo obtida. Contudo, se o instrumento foi submetido a recomprovação, convém que o
usuário do instrumento seja informado dos resultados da primeira calibração, uma vez que ações corretivas
referentes à realização do produto podem ser requeridas para o período antes que instrumento tenha sido
retirado do uso aguardando a reconfimação.
Se a verificação dos processos for desempenhada pelos usuários ou pela função metrológica, os resultados
desta verificação podem ser compilados em um documento de verificação, em adição a quaisquer relatórios
ou certificados de calibração ou teste, como parte de observação de auditoria dentro do sistema de
comprovação metrológica. O estágio final no sistema de comprovação metrológica é a identificação adequada
da situação do equipamento de medição, por exemplo, por etiquetagem, marcação etc. Após isto, o
equipamento de medição pode ser usado para a finalidade para a qual ele tenha sido comprovado.
Bibliografia
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[13] ABNT ISO/TR 10017:1999:— 2) Guias de técnicas para ABNT NBR ISO 9001:1994
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2)
A ser publicada. (Revisão do ISO/TR 10017:1999)